Lugar Distante escrita por teffy-chan


Capítulo 2
Capítulo 2 - Eu só Irei Me Queixar no Fim




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Eu só irei me queixar no fim

As diferenças são zero

Isso desperdiça nossos dias

 

 

Perderam a noção do tempo que passaram caminhando. Não sabiam se tinha passado minutos ou horas. Não havia mais nenhum sinal de cervos ou árvores robustas já tinha algum tempo. Os animais bonitinhos haviam sumido, dando lugar a sons assustadores que eles não sabiam de onde vinha e árvores com os troncos retorcidos, algumas com folhas secas.

— Não sei não… mas acho que não vamos encontrar nenhum caminho para subir de volta por aqui, Sasuke.

— Você tem uma ideia melhor? Foi você quem quis entrar na floresta — Sasuke recordou — Estou aberto a sugestões.

— E por que eu sou o único quem fica dando ideias? Pense em alguma coisa também!

— A minha ideia era a gente ter procurado aquela maldita estátua no meio do gramado, mas você quis sair correndo — Sasuke lembrou pelo que devia ser a quinta vez — É culpa sua estarmos aqui. Então pense você em uma forma de voltarmos para junto do resto da classe.

Continuaram caminhando por mais algum tempo, mas o silêncio não durou muito.

— Sasuke…

— O que foi?

— Eu estou com fome.

— …

— E com sede.

— …

— E com frio.

— Quer parar de reclamar no meu ouvido? — Sasuke exasperou-se — O que você quer que eu faça? Eu não sou sua mãe.

— Você podia pelo menos ajudar a arranjar alguma coisa para comer — Naruto sugeriu — Não me diga que não está…

Naruto interrompeu-se quando ouviram um barulho ao longe. Não sabiam identificar a qual animal pertencia, mas com certeza era grande.

— Ouviu isso? — Naruto indagou — É algum animal selvagem. Sabe o que significa, não é?

— É claro. Precisamos sair da…

— Comida! — Naruto correu na direção do barulho, que se repetiu, dessa vez mais alto.

— Naruto espera! Correr atrás de animais selvagens é morte na certa! — Sasuke correu atrás dele. Céus, por que tinha que bancar a babá daquele menino idiota?

— Não seja medroso — Naruto riu enquanto corria — Vou acabar com esse bicho com as minhas incríveis habilidades ninja, você vai ver! E então teremos um jantar deli…

As palavras de Naruto sumiram, junto com sua confiança ao deparar-se com um enorme jacaré. O animal feroz tinha dentes pontiagudos e era maior do que ele e Sasuke juntos. Quando avistou os dois meninos seu rosto se contorceu. Eles não sabiam interpretar expressões faciais de jacarés, mas não parecia nada bom.

— Naruto… acho que nós é que vamos virar o jantar dele — Sasuke murmurou, sem conseguir disfarçar o medo. Puxou Naruto pela manga da camisa, mas o menino estava imóvel.

O jacaré começou a correr na direção dos meninos os dois gritaram, dando meia-volta e correndo o mais depressa que suas pernas curtas permitiam.

Quando se afastou o suficiente, Naruto virou-se e atirou shurikens contra ele, mas errou a maioria e as que acertou não fizeram efeito. A carapaça do animal era bastante resistente. Sasuke também atirou shurikens e, embora tivesse acertado a maioria, teve o mesmo efeito.

Continuaram correndo sem rumo até chegarem a uma parte em que as árvores cresciam juntas demais para que o animal conseguisse passar. Se conseguissem ultrapassar aquela parte da floresta provavelmente estariam a salvo, mas o jacaré era rápido demais. Alcançaria os dois antes que isso acontecesse.

— Naruto, acha que consegue acertá-lo com as shurikens de novo? — Sasuke perguntou.

— Conseguir eu consigo, mas de que adianta? Esse bicho não morre!

— Atire nele de novo. Eu tenho uma ideia.

— Que ideia?

— Só atira!

— Escuta aqui, Sasuke, se acha que vou seguir seus planos sem…

— Olha, eu sei que não somos exatamente amigos, mas preciso que confie em mim agora — Sasuke pediu impaciente — Anda logo, ele está vindo!

Sem outra opção Naruto voltou a arremessar shurikens contra o jacaré, torcendo para o que quer que Sasuke estivesse planejando funcionasse. Felizmente estava.

Sasuke percebeu que, embora as shurikens não fossem totalmente eficazes, elas atrasavam o animal no momento em que colidiam contra ele, o que daria tempo para que escapassem. O problema é que somente um poderia fugir enquanto que o outro teria que permanecer atacando.

Para contornar esse problema o menino colocou em prática a ideia que teve quando caíram do penhasco, mas que não conseguiu realizar na ocasião. Subiu em uma das árvores e envolveu com firmeza um dos galhos com ambas as pernas, pendurando-se de cabeça para baixo. Assim que Naruto acertou o animal, ele gritou:

— Naruto! Pula!

Naruto não identificou de imediato a origem da voz, mas obedeceu. Sasuke o segurou por ambas as mãos, arremessando o garoto para cima de outro galho e se endireitando em cima do galho onde estava. Em seguida saltou para longe, onde as árvores cresciam juntas umas das outras. Naruto o seguiu.

Só pararam quando estavam há vários metros de distância, descendo das árvores e aterrissando no chão. Os dois estavam cansados e ofegantes, porém aliviados por terem escapado.

— Que ideia maluca foi aquela de me arremessar? — Naruto indagou quando se recompôs.

— Preferia que eu tivesse te deixado lá?

— Não! Claro que não! — apressou-se a dizer — Só achei estranho. Quero dizer, quando eu caí do penhasco você não conseguiu me puxar de volta…

— Eu não tinha nada em que pudesse me segurar para não cair junto — Sasuke explicou, ainda tentando normalizar a respiração — Céus, por que tinha um jacaré aqui afinal?

  — E como é que eu vou saber?

— Deve ter de tudo nessa floresta idiota — Sasuke resmungou, seriamente preocupado — Anda, precisamos nos apressar. Quero sair daqui ainda hoje.

— O que? Você quer continuar andando depois do que acabamos de passar? — Naruto exclamou.

— É claro.

— Mas eu estou cansado. Vamos descansar um pouco.

— Está falando sério? — Sasuke indagou — Precisamos continuar andando se quisermos voltar…

— Nós nem sabemos onde estamos. Minhas pernas estão doendo e eu estou faminto — Naruto queixou-se — Você não está com fome?

Sasuke ia negar e dizer que estava em perfeitas condições para prosseguir, mas sua barriga deu um sonoro ronco, fazendo Naruto rir. Ele virou o rosto, desconcertado. Naruto tinha razão, ele estava mesmo faminto.

— Só vamos fazer uma pausa para comer, entendeu? Depois voltamos a procurar uma forma de sair daqui.

— Combinado — Naruto esforçava-se para parar de rir. Só parou quando percebeu que havia um furo no seu plano: Não tinham comida.

Naruto deu um giro completo no mesmo lugar. Não havia frutas nas árvores e nenhum sinal de lago ou rio ali perto onde pudessem pescar. Onde raios poderiam arranjar comida?

— Ei, Sasuke… o que exatamente a gente vai comer?

— Algumas dessas plantas devem ser comestíveis. Raízes e essas coisas — o menino se abaixou, examinando as plantas menores mais de perto. Mal podia acreditar que estava mesmo considerando arrancar raízes de plantas no meio de uma floresta para comer. Céus, ele estava mesmo faminto.

— Você quer comer raízes? — Naruto voltou-se para ele — Só pode estar de brincadeira… ei, olha só! Cogumelos!

— Onde? — Sasuke se levantou e foi até onde o garoto estava. Naruto tinha razão, uma grande quantidade de cogumelos crescia perto de uma árvore.

— Têm tantos tipos diferentes — Naruto comentou impressionado — A gente pode fazer uma fogueira e assar…

— Cuidado! — Naruto esticou a mão para um dos cogumelos, mas Sasuke estapeou a mão dele antes que o alcançasse — Não toque nesses com chapéu vermelho. São venenosos.

— Credo — Naruto recolheu a mão, sentindo um arrepio — Como sabe disso?

— Iruka-sensei falou sobre isso na semana passada, durante a aula de sobrevivência em missões, se lembra?

— Ah… acho que eu dormi nessa aula — Naruto riu sem graça.

— Você é um caso perdido — ele suspirou — Apenas não toque nos vermelhos e me ajude a pegar os outros.

— Cogumelos para o jantar, cogumelos para o jantar… — Naruto cantarolava feliz enquanto recolhia a refeição — Olha só, esses são tão grandes! Vai acabar com a nossa fome em um instante…

— Não pegue esses! — Sasuke estapeou a mão do garoto novamente — Não dá para comer.

— Por que não? — Naruto olhou tristonho para o cogumelo marrom ao seu lado — São tão grandes e suculentos…

— E também são alucinógenos — Sasuke informou — Pegue apenas os brancos.

Naruto ainda o encarava emburrado quando o menino voltou a colher os cogumelos. Quem ele pensava que era para mandar nele assim? Um especialista em cogumelos? Só porque assistiu uma aula a mais do que Naruto achava que sabia tudo sobre plantas? Não, espera, cogumelo não é uma planta… ou é? Ah, quem se importa? Aqueles cogumelos eram grandes e suculentos e não era Sasuke quem iria impedi-lo de comer. Não eram venenosos, certo? Eram alucinógenos… o que poderia acontecer? Fazer com que ele tivesse algum sonho ou ilusão estranha? Provavelmente Naruto veria seu sonho de se tornar Hokage se realizando ou algo assim.

Estava decidido. Juntou alguns cogumelos escondido, só para ele, e voltou a colher os brancos junto com Sasuke.

 

 

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Quando colheram cogumelos o suficiente procuraram uma área descampada da floresta onde pudessem acender uma fogueira. Naruto juntou lenha e, enquanto ele tentava acender o fogo, Sasuke foi procurar um local onde que pudessem passar a noite. O sol já estava se pondo, não tinham condições de continuar caminhando na escuridão pela floresta.

— Ei, adivinha só — Sasuke chamou ao retornar — Encontrei uma caverna a alguns metros daqui — apontou a direção de onde veio.

— Não brinca! — Naruto exclamou — Então não precisamos acampar, não é? Podemos passar a noite lá.

— Ela é meio pequena, mas acho que cabemos os dois — respondeu. Os dois também eram pequenos e não cabia nenhum urso ali. Era o lugar ideal para passarem a noite.

— Ótimo. Um problema a menos — embora fosse uma boa notícia a voz de Naruto soava irritada. Ele esfregava os dois gravetos com força, tentando acender a fogueira, mas não fazia nem fumaça — Ainda não acredito que não conseguimos cumprir a tarefa que o Iruka-sensei nos deu.

— Esqueça aquela tarefa idiota. Nós caímos de um penhasco, estamos machucados e perdidos no meio de uma floresta, em algum lugar distante de casa — Sasuke cruzou os braços. Não era de reclamar, mas o corte em seu braço tinha piorado depois da fuga do jacaré. Apesar de terem feito os curativos necessários com o kit de primeiros-socorros que havia na mochila, a dor não tinha passado — E a culpa é toda sua.

— Agora a culpa é minha?

— Claro que é. Se você não tivesse saído correndo na frente…

— Isso não teria acontecido, eu sei — Naruto interrompeu. Por mais irritante que aquilo fosse, sabia que Sasuke tinha razão — Iruka-sensei disse que tínhamos até o fim do dia para terminar a tarefa e o sol já está se pondo… acha que ele virá nos procurar?

— Provavelmente sim. Ele é o professor afinal — Sasuke lembrou — Só não sei se ele vai conseguir nos encontrar nesse fim de mundo.

Também estava aborrecido com essa história. Não apenas porque não conseguiram cumprir a tarefa, mas também porque estava perdido sabe Deus aonde com Naruto e não fazia ideia de como voltar para casa.

Observou o menino, empenhado em acender a fogueira desde que ele saiu para procurar abrigo. Até admirou o esforço dele, mas nesse ritmo só iriam comer amanhã.

— Se afaste — Sasuke mandou. Mal concluiu a frase e acendeu a fogueira usando o Jutsu Bola de Fogo.

— Ei! Isso não vale! — Naruto protestou.

— E por que não? A fogueira está acesa, não está?

— Sim, mas você usou Jutsu para acender. E quase queimou minhas mãos junto! — Naruto exclamou.

— Suas mãos estão inteiras, então não reclame — Sasuke sentou-se de frente para a fogueira e espetou um dos cogumelos em um graveto, levando-o para perto do fogo — Você não estava com fome? Vamos comer.

Tiveram um raro momento de paz. Conversaram sobre banalidades. O que cada um gostava de comer e o que não gostavam. O que sabiam cozinhar melhor. Nenhum deles sabia cozinhar.

— Então, você basicamente vive dos lanches que as suas admiradoras te dão todos os dias? — Naruto comentou de boca cheia.

— Pode-se dizer que sim — acabou admitindo. Pra quê guardar segredo sobre isso? Não é como se ninguém soubesse que as alunas da Academia davam presentes a ele.

— Ser popular tem mesmo suas vantagens — Naruto admirou-se com a sorte dele — E o que acontece se elas pararem de te dar presentes?

— Eu vou estar bem ferrado — respondeu, fazendo Naruto rir. Na verdade nunca tinha parado para pensar sobre isso. Talvez devesse tratar melhor as meninas que o estavam sempre rodeando. E ao mesmo tempo isso parecia errado, mas ele não entendia o motivo — Mas e você? Como consegue viver só de ramen?

— Porque é barato e gostoso! — Naruto tinha a resposta na ponta da língua — Principalmente o novo sabor que eles lançaram, salmão apimentado! Você deveria experimentar.

— Se a gente sair daqui eu experimento —  respondeu, abocanhando um cogumelo.

— Ei, nada de “se” — Naruto falou em tom de reproche — “Quando” a gente sair daqui você vai experimentar — disse como se já estivesse decidido.

— Tudo bem. Quando a gente sair daqui eu experimento — Sasuke corrigiu-se — Mas por enquanto eu quero mais desse cogumelo. Está uma delícia — comeu dois de uma só vez.

— Eu disse que era uma boa ideia colher cogumelos, não disse? — Naruto falou, orgulhoso de si mesmo. Notou que Sasuke estava demorando para responder e que o motivo era porque estava comendo tudo sozinho — Ei! Deixe um pouco para mim!

Poucos minutos depois os meninos terminaram de comer. E embora ainda estivessem em uma floresta no meio da noite, estavam felizes por estarem de barriga cheia.

— Estava tão bom — Naruto murmurou — Mas comer tanto me deixou com sede — Naruto abriu a mochila e começou a revirar seu interior. Havia várias shurikens, kunais e até um cobertor. Mas nada de água — Ué… meu cantil desapareceu. Você tem água aí?

— Sim, e você também. Todos nós recebemos um cantil antes do treinamento começar.

— O meu não está aqui — Naruto mostrou a mochila para ele — Minha corda e os remédios de primeiro-socorros também sumiram… devem ter caído da minha mochila quando eu caí daquele penhasco.

— E por que você foi relaxado quer usar o meu?

— Qual é, Sasuke! Vai negar água a uma pessoa?

— Você é mesmo inacreditável — Sasuke suspirou.

Sasuke detestava quando Naruto fazia esse tipo de chantagem com ele. Tirou o próprio cantil da mochila e o abriu. Ia beber um gole primeiro, estava com sede também, mas Naruto tentou tomar o objeto de suas mãos.

— Ei! O que está fazendo?

— Eu pedi água. Vou beber, oras — Naruto respondeu o óbvio.

— Sim, mas eu quero beber primeiro. Também estou com sede — Sasuke puxou o cantil de volta.

— Ah, nada disso! Você vai beber tudo e não vai deixar nada para mim! — Naruto puxou o cantil para ele.

— A água é minha!

— Mas fui eu que pedi!

Eles puxaram tanto o objeto de um lado para o outro que ele acabou escorregando de suas mãos, caindo a alguns metros dali.

— Não! — os dois gritaram ao mesmo tempo, correndo até onde o cantil tinha caído, mas era tarde demais. A água escorria para fora do objeto, molhando todo o chão. Naruto o pegou e sacudiu perto da boca. Não sobrou nenhuma gota d’agua.

— Está feliz? Agora nenhum dos dois tem água! — Sasuke arrancou o cantil vazio da mão dele. Caminhou de volta para onde estava a fogueira e sentou-se de frente para ela. Só porque estavam sem água a sede parecia ter aumentado.

Naruto permaneceu ali de pé mais alguns segundos. Como pôde ser tão idiota a ponto de desperdiçar a única água que tinham? E aquele cantil nem era dele! Tudo bem que não tinha culpa de ter perdido o próprio cantil, ele estava prestes a cair de um penhasco afinal, quem se preocuparia com um cantil em uma situação como aquela? Mas ainda assim sabia que foi sua culpa terem derramado a água. Jamais admitiria isso, é claro, mas sabia.

Droga, por que Sasuke ganhava dele até nisso? Não é possível que aquele menino irritante fosse melhor do que ele em tudo! Não importa o quanto se esforçasse ou o que fizesse, sempre acabava cometendo algum erro… o que Sasuke tinha e ele não?

Bem, não adiantava ficar se martirizando por causa disso. Não conseguiria nenhuma resposta assim. Decidiu retornar para perto da fogueira também, tinha anoitecido e estava frio. Mas não ia pedir desculpas.

— Talvez tenha algum rio ou lago aqui perto — Naruto sugeriu, embora duvidasse disso — Podemos procurar água.

— Então vamos — Sasuke levantou-se.

— O que? — Naruto exclamou — Eu quis dizer que podemos procurar água amanhã. Não é uma boa ideia andar pela floresta à noite.

— Por que amanhã? Eu estou com sede agora!

— Mas Sasuke, é perigoso…

— Não me diga que a floresta à noite te deixa assustado? Gatinho medroso — Sasuke debochou.

— Não estou com medo! — Naruto irritou-se — Eu serei o próximo Hokage e não tenho medo de nada!

— Você, o próximo Hokage? — Sasuke riu. Às vezes dava risadas zombeteiras, mas agora não conseguia parar de rir e não sabia por quê. Não era engraçado e mesmo assim sua risada se tornou cada vez mais alta e histérica. Só parou quando Naruto bateu nele.

— Pare de zombar de mim, seu cretino. Eu estou cheio dessas suas piadinhas idiotas — Naruto grunhiu, o rosto vermelho de raiva — Você se acha melhor do que todo mundo, não é? Pois fique sabendo que…

— Shh. Escuta isso — Sasuke pediu silêncio. Naruto se calou, mas não ouvia nada além de grilos e mosquitos.

— Só ouço barulho de insetos.

— É o som da natureza — Sasuke sussurrou, ainda prestando atenção como se aquilo fosse algo muito impressionante. Até que um grilo pulou no ombro dele — Ah! Seu maldito! Morre, morre! — ele pegou uma kunai para matar o grilo, mas o inseto conseguiu fugir a tempo. O menino pretendia correr atrás dele, mas Naruto o segurou.

— Qual é o seu problema? — Naruto exclamou enquanto tentava impedi-lo de se embrenhar na floresta.

— Naruto… eu estou com fome. Você ainda tem cogumelos?

— O que? É claro que não, nós comemos tudo, lembra?

— Então, quando você se tornar Hokage, você pode me dar um estoque ilimitado de cogumelos? — Sasuke pediu com a voz chorosa.

— Hein? Por que você quer… ah não…

Naruto se distraiu tanto conversando com ele enquanto comiam que se esqueceu completamente que tinha colhido alguns cogumelos diferentes apenas para si, sem contar para o menino e agora se arrependia profundamente ao ver o resultado de suas ações.

Quem comeu os cogumelos alucinógenos foi Sasuke.


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