Pet Imundo escrita por CowardMontblanc


Capítulo 1
Um verdadeiro banho de gato


Notas iniciais do capítulo

Eu sinceramente nem sei o que dizer, na moral kkkkk Fiz isso aqui mais pra me alegrar e passar o tempo, mas gostei do resultado o suficiente pra pedir uma capa e postar :'D

Boa leitura!



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Zenitsu entrou na sala de estar e cruzou os braços.

Seu gato de estimação, Kaigaku, estava muito de boas: deitado no sofá, esparramado e lambendo as garrinhas enquanto maratonava série. O ápice da folga. O híbrido estava tão contente que até o rabo, longo e preto igual os cabelos e as orelhas pontudas, balançava de um lado para o outro, bem preguiçoso.

Isso até que não seria problema, se ele não estivesse todo sujo de sangue por ter matado - e aparentemente comido - um rato… Isso de manhã. Já era quase de noite, e Zenitsu até esperou que Kaigaku tomasse alguma iniciativa para se limpar e ficar apresentável, mas nada.

Kaigaku ficou mesmo foi todo arregaçado no sofá.

O dia inteiro.

Sendo assim, o loirinho precisou tomar medidas drásticas. Afinal, não podia deixar o híbrido vivendo daquele jeito, como se fosse dono de tudo - só porque era bem mimado com comida boa, roupas confortáveis e brinquedinhos de gato caros, não significava que ele podia ficar sem se cuidar!

“Kaigaku.” Zenitsu chamou ele, chegando mais perto do gato. Céus, a camiseta dele estava toda suja, e ele conseguia cheirar o que certamente estava começando a virar um caso sério de suor acumulado. Se continuasse daquele jeito, bastaria levantar o braço que ele mataria os ratos - e talvez outros bichinhos - com o fedor do sovaco.

Zenitsu não queria ver isso acontecendo, pois imaginava que poderia morrer junto.

Kaigaku pegou o controle e pausou o episódio, olhando para o dono com cara de quem não queria ter sido interrompido.

“Sim?” O híbrido questionou, arqueando uma de suas sobrancelhas grossas e brincando com o controle na mão. Zenitsu só conseguia pensar que precisaria limpá-lo também, porque já conseguia ver algumas manchas que não deveriam estar ali.

Precisaria fazer uma vistoria em todos os objetos que Kaigaku tocou durante o dia.

“Pro banheiro. Agora.” A voz de Zenitsu soou autoritária, ao menos o máximo que conseguia; chamava aquilo de sua voz de dono, que era a melhor arma que tinha. Apesar de ser humano, Zenitsu ainda era mais baixo que Kaigaku, e não era tão forte quanto ele - tanto que ele se lembrava da última vez que tentou brincar de lutinha com o bichano, o que não deu muito certo.

Zenitsu preferia não pensar muito nesse incidente.

Relutante e revirando os olhos em desgosto, Kaigaku se espreguiçou - para o horror de Zenitsu, que conseguiu sentir com mais intensidade o fedor que emanava do felino - e se levantou, coçando a bunda só para parecer ainda mais preguiçoso e nojento.

Ainda assim, o rapaz pegou Kaigaku pelo pulso e o guiou até o banheiro, fazendo questão de que o híbrido entrasse primeiro antes de seguí-lo.

“Sabe o que é isso?” Zenitsu apontou para a banheira, que estava cheia de água quentinha, espuma, e com uma cestinha de produtos de higiene por perto, além de toalhas. Basicamente, um convite para a limpeza.

Kaigaku olhou para a banheira, olhou para Zenitsu, e deu de ombros como se aquela cena não fosse uma grande indireta para ele.

“É a banheira cheia d’água. E daí?” Ele respondeu sem dar muita bola, mas Zenitsu sabia que ele estava era se fazendo de desentendido. Kaigaku podia ser estressado, teimoso, mas burro ele não era - tanto que, com certeza, Zenitsu sabia que ele estava agindo igual um porco de propósito, só pra encher a paciência dele e ganhar atenção.

E estava funcionando, tanto que Zenitsu preparou um banho de espuma para ele. 

“E daí que você está imundo e precisa tomar banho. Pode ir tirando a roupa.” Assim que falou isso, Zenitsu trancou a porta e se sentou no banquinho que havia posicionado estrategicamente bem do lado da banheira. Se não fizesse isso, Kaigaku provavelmente só iria se despir, se jogar na água, e poucos minutos depois sairia dizendo que estava limpo, quando provavelmente nem teria se esfregado direito.

Kaigaku tirou a camiseta e a calça, o que já era um começo. Porém, antes de tirar a cueca, ele manteve contato visual com Zenitsu por alguns segundos, como se por acaso precisasse de privacidade.

Mas aquilo era mentira. Zenitsu conhecia bem a figura.

Lembrava de já ter implicado com Kaigaku umas semanas atrás porque o maldito não queria usar calça em casa.

“Que caralho você tá fazendo?” Zenitsu não ficou surpreso com a pergunta, tanto que ele simplesmente cruzou as pernas e se apoiou na borda da banheira com um braço, simplesmente porque se Kaigaku podia sacanear com ele, então o contrário também se aplicava.

“Vou te supervisionar. Você só sai daqui quando estiver brilhando.” Ele respondeu, tentando imitar o tom que o avô usava com ele quando era criança, meio debochado mas com um toque de autoridade.

Funcionou, mas só para deixar Kaigaku mais irritado.

“Isso é ridículo!” O híbrido esbravejou, ainda sem tirar o resto da roupa - e, portanto, ainda sem ter começado a se limpar. Porém, Zenitsu não pode deixar de notar como as orelhas dele estavam tensas, assim como a cauda, que já não balançava mais de um jeito despreocupado como antes.

Zenitsu esperava que Kaigaku não fosse jogá-lo na banheira e sair correndo.

Não queria que os vizinhos vissem - e muito menos cheirassem - a confusão.

“Eu sei.” Ainda assim, ele teve coragem para responder desse jeito, bem na cara de pau. Parte dele até queria dar risada, porque a situação era mesmo muito ridícula, e Kaigaku já era grandinho o bastante para não precisar de supervisão enquanto tomava banho, porém…

Bem, a culpa foi dele por ter inventado de testar Zenitsu daquele jeito. Ele que arcasse com as consequências.

Kaigaku deu um suspiro irritado, batendo os pés no chão e fazendo bico. Olhou para Zenitsu, olhou para a banheira de novo, e Zenitsu já foi se preparando tanto física quanto psicologicamente, porque estava ficando crente de que Kaigaku ia mesmo jogá-lo ali dentro.

Mas não foi isso o que aconteceu.

“Se é assim, então você vai entrar comigo!” Kaigaku se jogou em cima de Zenitsu logo em seguida, arrancando a camiseta do humano. Zenitsu acabou soltando um grito de surpresa, tanto pelo ato de ser despido quanto pela provocação em si.

Pelo menos tomar banho com Kaigaku soava melhor do que caçar um pet fedido enquanto espalhava água e imundície pela casa inteira.

Logo, Zenitsu acabou empurrando Kaigaku, levantando-se. Em seguida, em uma questão de poucos segundos, tirou o resto das roupas ele mesmo e entrou na banheira. Ao terminar de sentar-se na água - que estava muito gostosa, por sinal -, Zenitsu deu um sorrisinho malandro para o outro, convidando-o para juntar-se a ele com um gesto com a mão.

Conformado com o andar da situação, ainda que com as orelhas meio baixas, Kaigaku acabou por terminar de se despir e fez o mesmo. Acabou ficando bem de frente com Zenitsu, mas não fez isso sem antes soltar uma pequena frase acompanhada de um sorrisinho malandro:

“Não sabia que você era loiro natural.” Zenitsu, que também não estava preparado para esse tipo de tirada, acabou soltando uma exclamação e sentiu o rosto esquentar brevemente. Não que ele se incomodasse de verdade com aquilo - se fosse desse jeito, teria negado o banho junto com Kaigaku -, porém não era como se estivesse esperando receber um comentário daqueles, ainda mais do próprio gato.

Mas sim, Zenitsu era loiro natural.

E pensar que Kaigaku provavelmente passou anos pensando que ele ficava descolorindo o cabelo.

Ou não. Talvez ele estivesse só de sacanagem; era difícil dizer com certeza se tratando do outro.

“Você reparou nisso?” Zenitsu perguntou, ainda meio indignado. Mesmo assim, ainda estava surpreso com o fato de que Kaigaku conseguiu notar esse tipo de coisa, considerando como ele foi rápido em tirar as roupas.

Kaigaku deu um risinho e levantou uma das pernas, cheio de graça.

“Eu reparo em várias coisas, Zeniboy.” Para completar, ele ainda usou aquele apelido ridículo. Mas era um safado mesmo.

No entanto, Kaigaku se enganava se achava que ia ganhar de Zenitsu com aquele joguinho de provocações.

“É mesmo? Porque eu só consigo reparar em como você está sujo.” Zenitsu retrucou, e então pegou uma esponja e um sabonete. Logo em seguida, começou a esfregar o pé de Kaigaku, que estava relativamente próximo do seu rosto, e foi seguindo aos poucos pelas partes da perna que estavam fora da água.

Kaigaku cruzou os braços e fez um bico de novo.

“Não estou tão sujo assim. Tenho certeza que tem coisas melhores pra você reparar… Como minha beleza, por exemplo.” Ele respondeu, usando o rabo para ficar acariciando as pernas de Zenitsu debaixo d’água de modo a distraí-lo. O humano acabou rindo - aquilo fazia cócegas - e acabou botando uma das mãos ali, segurando delicadamente a cauda do felino e fazendo carinho.

Devagar, Zenitsu começou a sentir o jeito que Kaigaku enrolava a cauda entre os dedos e braço do dono, querendo que ele continuasse.

Apesar da cara de poucos amigos, Zenitsu sabia que o gato não resistia a um bom afago.

“Mas você se acha o máximo, hein?” Kaigaku sorriu diante daquela pergunta, mostrando todos os dentes, especialmente os caninos pontiagudos. É claro que se achava o máximo! Sendo o bichinho de estimação oficial da residência, era mais paparicado que Zenitsu - e o humano sabia de tudo isso.

Sabia muito bem, mas mesmo assim continuava paparicando e fazendo as coisas por ele. Não por pena, não por achar que ele não conseguia ser independente, no entanto…

“Você faz essas coisas porque me ama. Não é por nada que eu me acho.” Kaigaku estava certo. Zenitsu era um dono totalmente trouxa que amava Kaigaku demais, e era por isso mesmo que mimava o gato e o deixava se achar todo pomposo.

Podia até se irritar com certas atitudes dele, podia se meter em confusão… Mas no final do dia, não achava assim tão ruim. Se não tivesse a companhia de Kaigaku em casa, Zenitsu tinha certeza de que a vida não seria tão divertida.

Além disso, se tivesse que escolher entre ter um Kaigaku contente que fazia pirraça para chamar a atenção e um Kaigaku cabisbaixo e desanimado, Zenitsu certamente escolheria a primeira opção.

“E você fica de sacanagem comigo porque me ama também.” Zenitsu respondeu, notando como um leve rubor tomou conta do nariz e das bochechas de Kaigaku, que até baixou um pouco as orelhas, todo envergonhado. Aquilo aqueceu o coração de Zenitsu - seu pet conseguia ser muito fofo algumas vezes!

Após o pequeno surto de timidez, Kaigaku se aproximou de Zenitsu, ficando por cima dele. Zenitsu ficou quieto, segurando a esponja e encarando o gato, que olhava para o rosto do dono fixamente…

E então Zenitsu recebeu uma lambidinha na ponta do nariz.

“É, talvez eu fique.” Kaigaku finalmente falou, apoiando a cabeça no ombro de Zenitsu, que o puxou para um abraço onde ele fazia carinho nas orelhas do híbrido com uma mão e esfregava as costas dele com outra, limpando o que podia.

Kaigaku fechou os olhos e ronronou, deixando a cauda balançando de um lado para o outro dentro da banheira, espalhando as bolhas e até fazendo parte da água cair pela borda.

Zenitsu apenas parou o que estava fazendo para dar um beijinho no topo da cabeça de Kaigaku antes de começar a lavar o cabelo do outro, ainda que de forma bem preguiçosa apenas porque queria aproveitar o momento ao máximo.

Sendo desse jeito, Zenitsu não se importava de ter um bichinho que rendia um pouco de dor de cabeça de vez em quando.

Podia ter um pet imundo, mas nada que um banho quentinho e demorado não resolvesse.

Isso, e lembrar Kaigaku de usar desodorante.


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Notas finais do capítulo

Zenitsu é um dono trouxa, mas todo dono de bichinho tem que ser assim ou então não é um dono que preste dakshjdahsk Kaigaku é mimado e se aproveita porque, bem, que tipo de gato não faria isso com um dono assim?

Por favor, não seja como o Kaigaku. Lave as mãos. Tome pelo menos 1 banho por dia. Use desodorante e cuide da higiene pessoal, é importante pra você e pra quem convive com você!!

Comédia geralmente não é pra onde eu vou no que se trata de escrita, mas espero que tenha feito te esboçar pelo menos um sorriso ♥



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