Sincronicidade escrita por Diamante


Capítulo 9
Capítulo 9




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— Sério Ryan ela? - Ouvi uma voz que eu não suporto. -Como isso aconteceu? - perguntou ela.

— Isso não é da sua conta Lynn- a voz de Cross soou irritada.

— Olha eu sei que você está chateado comigo, porque eu não terminei com o Petermas te pedi um tempo e logo depois você aparece com aquela ridícula que nem sabe pentear o cabelo.

Eu sei sim!! Só não gosto, é diferente.

— Eu sei da farsa de vocês- ela disse convicta, na hora meu sangue gelou. Será que esse idiota contou para ela?

— De que merda você tá falando? - perguntou Cross.

— De vocês dois juntos - ela continuou- é óbvio que vocês não estão juntos, você só quer me fazer ciúmes e também no ex louco dela... coitadinha, você só a beijou depois que eu disse que era estranho não ver vocês se beijando.

Agora eu entendi o real motivo do beijo!

— Mas ela é muito idiota mesma não é o mesmo, é? Talvez ela mereça tudo o que aconteceu com ela, fica correndo atrás dele como uma cadelinha no cio. - me sentia mal pelo fato de estar ouvindo atrás da porta e não ter coragem para sair e dizer umas poucas e boas para essa insuportável. Nenhuma mulher merece passar pelo que eu passei.

— Cala a boca, sua doida- disse Cross entredentes- ela não mereceu nada do que aconteceu com ela e fique sabendo que eu a V. não estávamos fingindo tudo o que você viu foi bem real, o mundo não gira ao seu redor...o meu mundo não gira ao seu redor.

Eles ficaram em silêncio durante alguns segundos logo depois eu ouvi um estrondo da porta batendo e logo em seguida outro. Deu um suspiro aliviado e sai do quarto de Adam e desci as escadas e procurei Cross com os olhos e o encontrei do lado de fora da casa fumando, ele parecia tenso, também eu não o julgaria.

— Sua amiga é patética - Adam me tirou dos meus devaneios- olha ela conversando com aquele idiota - apontou Adam para Kara conversando com um cara que eu não fazia ideia de quem era. Ele estava dando em cima dela e Kara sorria pequeno de vez enquanto para ele. Ela não estava interessada. Mas quando o seus olhos pousaram em mim e Adam a observando ela pareceu repentinamente interessada no que o garota estava falando. Que palhaçada desses dois.

— Quando vocês vão admitir que se gostam? - perguntei e Adam me olhou como se tivesse nascido uma segunda cabeça em mim.

— Nunca, porque isso não existe.- ele tinha um sorriso debochado nos lábios.

— Então você não se importa dela sair com ele né? ou ir para casa dele.

— Ela não faria isso… - ele pareceu pensar melhor e seu sorriso debochado desmanchou - faria?

— Porque não faria, ela é livre desimpedida… não vejo porque não

— Eu vejo o do porque não…. ela não… é que… droga eu vou acabar com essa palhaçada- ele disse saindo na direção de Kara, eu estava indo atrás deles quando um braço me impediu de andar.

— Acho que está na hora deles resolverem as coisas sozinhos- disse Cross, ele parecia menos tenso agora.- quer dá o fora daqui? - ele perguntou e ponderei por um momento se eu deveria ou não sair dali com o Cross.

— Minha irmã disse que não posso voltar antes 02:00- lembrei a ele riu.

— Não vamos para casa agora- ele disse, suspendendo a mão para pegá-la e o que mais poderia acontecer?

***

— Como descobriu esse lugar? - perguntei ao Cross. Estávamos sentados no capô de seu carro, enquanto contemplamos a cidade de Santa Bárbara. - dá pra ver tudo, desde a costa até a rodovia- comentei apontando da costa até a saída da cidade e dando mais um gole na minha cerveja, passei as mãos no meus braços tentando espantar o frio.

— Minha mãe trazia eu e a minha irmã aqui nas férias. Está com frio? - perguntou e eu apenas assenti. - nem vem que eu não te dar minha jaqueta, aí eu fico com frio. - ele disse e ri dando um empurrão de leve.

— Posso perguntar uma coisa? - perguntei receosa

— Já perguntou

— Posso fazer outra pergunta?

— Pode

— Você e a Lynn Walker tinham/tem alguma coisa? - ele me olhou com seus olhos azuis escuros. E ele voltou a olhar para frente, sem me responder.

— Cross… eu ouvi a conversa de vocês - ele me olhou incrédulo e eu me apressei em explicar- eu estava no banheiro na hora que vocês entraram, fiquei com vergonha de sair, tentei não ouvir, mas foi impossível me desculpe, mas… se isso for para fazer ciúmes nela eu preciso saber.- ele suspirou pesado antes de responder.

— Não é para fazer ciúmes na Lynn é que…- ele parecia meio apreensivo e, acho que ele realmente gosta dela. - ela tem um namorado— disse ele a última palavra com certa irritação- não queria ficar no caminho então disse que não queria mais nada, ela não terminava com o Diggle, mas ela continuava atrás de mim, quando você me propôs isso foi ...

— Perfeito para ela te deixar em paz- completei- ….viu que é mais fácil quando ambas as partes são sinceras? - digo dando um sorriso brincalhão para tentar quebrar a tensão que se formou, ele deu um sorriso mínimo- não se preocupe, ela vai desistir de você. Você não é tudo isso- digo rindo da sua cara de falso ofendido - Meu lugar favorito.- digo apontando a saída da cidade, mudando de assunto.

—A saída da cidade? - perguntou arqueando a sobrancelha. Cross bebia sua cerveja sem álcool, porque segundo ele não quer ser torturado pela minha irmã.

—É… é o caminho para eu viver de verdade

—Não está vivendo de verdade V.? - tinha um tom de diversão em sua voz quando citou meu apelido.

—Claro que não, é só a escola- disse como se fosse óbvio

—E acha que a escola não é momento de se viver? é na escola que você deveria aproveitar mais, sem muitas responsabilidades ou deveres, no momento a única coisa que precisa fazer é literalmente viver. - confesso que fiquei surpresa com sua fala, esperava uma visão mais pessimista da vida- eu sei o que você está pensando, Ryan Cross não tem uma visão pessimista da vida. - ironizou. Ele suspirou e pediu: - me conta a sua história Violet Carter.

—Eu… eu não tenho nada para contar, minha vida é comum e sem graça.

—Eu discordo, você vive um duplo clichê- ele disse e o olhei com uma expressão confusa e então continuou- além de ser apaixonada pelo seu melhor amigo, ele ainda por cima é o capitão do time de basquete. - foi inevitável eu não ri de sua observação, sabia que ele estava certo, sou um maldito clichê, um maldito duplo clichê! - só falta se apaixonar por mim- na mesma hora eu fiquei séria e o encarei.

—Isso jamais aconteceria - ele me lançou um sorriso provocativo.

—Viva o máximo que conseguir Carter, uma hora você é jovem e outra hora você não é mais.- Eu sabia do que ele estava falando. Sua irmã Faith. - será que eles sofreram muito? - Ele me perguntou, não vou mentir e dizer que nunca pensei nisso.

O meu pai e Faith Cross morreram no mesmo dia. Em um massacre. Na St. Clair Institute, meu pai era professor de física e Faith era sua aluna, ela estava no segundo ano. No dia 23 de outubro de 2013, doze alunos morreram e um professor. O meu pai. Segundo testemunhas ele ajudou alguns alunos a escaparem, ao mesmo tempo que me sinto orgulhosa do dele, eu sinto raiva por ele ter nos deixado, eu sei que é irracional, mas minha minha irmã diz que é compreensível, eu espero que sim, porque eu não sinto isso seja.

—Sente muita falta dela?

—Todos os dias e você?

—Todos os dias. - respondi e depois caímos em um silêncio ensurdecedor, mas não desconfortável, porque compreendemos a dor um do outro.

—As vezes eu esqueço o rosto dela- comentou baixo como se fosse um segredo. E eu acho que era.

—As vezes eu também

—Por isso Carter, precisa viver cada momento da sua vida- ele disse me olhando e eu deitei a cabeça em seu ombro.

—Eu vou.- ele tirou sua jaqueta e passou pelos meus ombros- achei que fosse ficar com frio.

— Você está tremendo igual a um pinto molhado, está me dando agonia.- ele disse e sorri me apoiando em seu ombro novamente.

 


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