Sincronicidade escrita por Diamante


Capítulo 14
Capítulo 14




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Aqui bocas nunca falam

mas quase nenhuma merece

o que você oferece

doe-se a poucos

e a esses poucos

doe muito

—   invista  as   pessoas  certas

O que  o sol faz com   as   flores-  Rupi  Kaur

Mal consegui dormir depois de tudo o que aconteceu com o Cross e com o Jonas. Eu nem sabia como encarar ele depois de tudo o que ele me disse ontem, ele me dizer que eu era seu carma doeu muito.

— Espero que não esteja pesado sobre ontem- disse Tessa se aproximando com uma expressão receosa com um prato de panquecas com calda de chocolate, meu café da manhã favorito.

— Estou... mas não é a parte que você está pensando.

— Me desculpe por ontem... eu achei que você chegaria mais tarde como o Joshua é o seu diretor fiquei com medo que você não gostasse e...- segurei sua mão por cima da mesa e seus ombros relaxaram levemente.

—Porque eu não gostaria? Tá okay...preferia que você tivesse falado isso antes, assim eu não teria visto aquela cena ontem... mas eu já desconfiava, hora extra? Jura? para cima de muá— disse e nós rimos.

—Eu te amo- ela disse apertando minha mão, ela abriu a boca para dizer algo- então, eu ouvi vozes ontem... parecia uma discussão

— Ouvir conversa atrás da porta é muito feio sabia.

— É... o melhor é sair entrando mesmo...

— Touché

— Então...- me incentivou a continuar

— Então que eu sou a pior coisa que já aconteceu na vida dele.

— Não seja dramática- Tessa revirou os olhos.

— Não é drama... ele disse isso... ele disse que eu era seu carma e que eu estava em toda a parte.- senti meu peito apertar relembrando das sua palavras.

— E quem disse que toda carma é ruim? E você estar em toda parte não é ruim

— Do jeito que ele falou com certeza é - sussurrei, mas sei que minha irmã me ouviu.

—Violet... está gostando do Cross?- perguntou minha irmã louca

— Claro que não- disse engolindo em seco, assim que terminei a frase a campainha tocou- eu atendo - digo me levantando rapidamente, quando eu abro a porta me deparei com a pessoa que eu achei não iria ver nunca mais na minha vida.

—Oi filha querida- disse a minha progenitora com um grande sorriso no rosto.

— Ah não fode!

Acho que essa é a primeira vez que eu xinguei na vida.

***

RYAN CROSS

Eu não sei que merda está acontecendo comigo.

Violet Carter tem um poder sobre mim, que eu particularmente não estou muito acostumado. Eu não sei o que deu em mim em ir na sua casa no meio e beijá-la daquele jeito, confesso eu tinha bebido, mas eu não estava bêbado, fui até o seu quarto, a beijei e disse que ela era linda totalmente consciente de cada ato meu. Eu só não consegui me impedir. Eu não estava mais conseguindo me controlar quando se trata dessa garota louca e linda.

Ela acha que eu gosto da Lynn, se eu disse que eu nunca gostei de Lynn Walker seria uma terrível mentira. Mas não tinha mais sentimentos por ela faz tempo.

E isso me assustou. Faz um tempo que eu tenho tentado me afastar ao máximo da Violet, não acho prudente ficar perto dela com tudo o que eu venho sentindo em sua presença. Até porque tudo o que ela quer é se livrar de um ex namorado louco, nada mais que isso. Me arrependo de ter dito aquelas coisas ontem, ver seus grandes olhos lacrimejarem fez meu peito arder. Não me importo com alguém assim desde o dia que a mãe morreu.

Não gosto da sensação de estar vulnerável, de ter meu coração a disposição de ser quebrado a qualquer momento. Por isso preciso que esse mês acabe logo e eu me afastarei 100% de Violet Carter, protegendo assim a mim e principalmente a ela. Ela merece algo melhor.

Violet não chegou até agora, ela já estava quase uma hora atrasada, acho que ela desisti de vir depois da nossa conversa de ontem, dei um longo suspiro dando mais um soco no saco de pancadas, mas o toque do meu celular fez com que eu parasse. Quando peguei meu celular em cima da cadeira número desconhecido piscando na tela, atendi o telefone estranho uma ligação tão cedo.

— Alo?

— Ryan... Ryan você está com a Violet?- perguntou Tessa com a voz chorosa.

— Tessa? você está chorando? - perguntei alarmado.

— Você está com a V.? - perguntou ignorando minha pergunta- eu sei que vocês estão me próximos, você sabe de algum lugar que talvez ela esteja ou...ou ela falou com você alguma coisa? Ela não me respondi, ela sumiu - perguntou bem nervosa e chorosa e senti meu corpo se agitar com a possibilidade estar em perigo.

—Tessa... se acalma, Ok? eu vou procurar a Violet e te mando notícias, eu tenho alguns lugares em mente.

— Obrigada, Ryan - agradece a irmã de Violet e eu desliguei, peguei minha mochila e comecei a listar alguns que talvez ela pudesse estar.

1° sala de artes, 2° Com o Adam, 3° com a Kara, 4° biblioteca, etc. Depois de conseguir falar com Kara e Adam que questionaram preocupados o do porque da minha ligação para saber de sua amiga, eu desconversei e disse que ela se atrasou para o treino particular, mas estava começando a ficar preocupado, também não a encontrei na biblioteca nem na sala de artes. Fiquei parado na sala de artes, pensando onde aquela doida se meteu. Porque ela sumiu assim? Violet sempre foi tão responsável e comedida não faz sentido ela sumir assim. Algo bem sério deve ter acontecido.

A colina.

O lugar que eu mostrei a ela. Ela gostou muito de lá, talvez...bom...não tenho mais ideias de onde ela esteja mesmo não custa ir lá, fui correndo até a Fifi, joguei a minha mochila no banco de trás do carro e dei partida em direção a colina, fui o caminho todo tamborilando os dedos no volante nervoso com o que eu poderia estar acontecendo com a Violet.

Quando cheguei na colina estacionei o carro e vi a bicicleta branca de Violet jogada no chão próximo a uma árvore. Violet sentada um pouco frente sentada em uma grande pedra observando a cidade, pouco iluminada com o céu coberto de nuvens. Suspirei aliviado de ela estar pelo menos fisicamente bem.

Meu Deus eu preciso me afastar dessa garota!     

— Você se atrasou para nossa aula - ela deu um leve pulo colocando uma mão no coração e a outra secando as lágrimas. Droga!

— Desculpa treinador- disse ela com deboche, sentei ao seu lado, seu cabelo loiro estava na frente cobrindo o seu rosto.

— Sua irmã está bem preocupada- digo, mas ela permanece em silêncio.

—Desculpa ter invadido o seu lugar- sussurra ela minutos depois.

—Tudo bem… nós podemos dividir- Quando ela me olhou pude ver seus olhos claros vermelhos e inchados. Queria abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas me controlei. Coloquei uma mecha atrás de sua orelha, ela parecia tão pequena e vulnerável.- o...o Jonas fez algo com você?- perguntei receoso e ela apenas me negou com a cabeça.- Hey Ultravioleta- chamei ela pelo apelido que eu a chamava quando éramos crianças e ela olhou para mim.- Se quiser conversar comigo pode falar - disse suavemente - pensa em mim como seu… terapeuta, o que você falar não irá sair daqui.

— Se voce é meu terapeuto, então eu estou na merda - ela diz dando um leve sorriso e eu sorri junto, mas logo depois seu sorriso se desfez e ela começou a chorar copiosamente colocando a mão no rosto, tentando se esconder.

Meio desajeitado eu me aproximei mais dela e a abracei, uma de suas mãos permanecia no rosto, mas a outra foi para as minhas costas apertando forte a minha blusa branca. Afoguei suas costas, a rodeando com os meus dois braços, seu choro foi cessando aos poucos depois de muitos minutos. Não me importava com a minha camisa molhada pela suas lágrimas e nem me importava com seu nariz escorrendo, tudo o que me importava era seu bem estar. Meu coração se apertava muito vê-la nesse estado.

— A minha mãe voltou- disse ela em um sussurro, ela ainda estava abraçada a mim. - Eu achei que eu não iria vê-la nunca mais - disse me soltando, ela tinha os olhos claros vermelhos e levemente inchados, ela limpou os olhos e o nariz com a manga do casaco.

—Porque ela foi embora? - perguntei curioso e ela abaixou a cabeça- não precisa falar se não quiser, eu não quis…

— Não, tudo bem- ela me interrompeu- ela…- ela respirou fundo e continuou- a minha mãe tem uma coisa chamada transtorno bipolar, tinha épocas que ela tava tão mal que nem conseguia levantar da cama, outras tão agitada, animada que passava dias sem voltar para casa fazendo sei lá o que… meu pai sempre lidou com ela, eu e minha irmã nunca precisamos fazer muito coisa… mas depois que morreu, ela… surtou, parou de tomar os remédios, ela...ela levava homens para minha casa, usava drogas, não era nem um pouco discreta quando transava com eles - cuspiu as palavras com nojo- eu tinha onze anos… até que… até que uma vez que ela, me levou no shopping para conhecer um de seus “amigos”- ela fez aspas com as mãos- no entanto ele estava sendo investigado por...por…- ela começou a chorar novamente e eu a abracei pelo ombros- ele estava sendo investigado por consumo de prostituição infantil- disse muito baixo, meu coração parou e eu fui tomado por uma onde raiva nunca antes sentida.

—Ele…?

— Não... o detive no comando era o amigo melhor amigo do meu pai, assim que ele me viu ele o prendeu, minha mãe perdeu minha guarda e minha irmã largou tudo em Nova York e veio cuidar de mim, depois disso vi minha mãe poucas vezes a maioria das vezes é dinheiro, mas agora… ela quer ficar… diz que mudou, mas eu sei que é mentira, que mãe vende a filha? - perguntou voltando o seu olhar dolorido para mim.

— Hey- limpei seu rosto - eu te prometo que eu não vou deixar ela ou o Jonas te fazer nenhum mal, entendeu?

—Pensei que me odiasse- disse colocando uma mexa loira atrás da orelha e eu sorri da sua afirmação.

— Eu adoraria te odiar- e então ela me beijou, me assustou no início, mas logo segurei seu rosto aprofundando o beijo, que não durou muito, pois ela se afastou bruscamente.

—Me desculpa… eu...eu não sei o que me d…- eu a interrompi selando os nossos lábios novamente.

Cara eu estou muito fudido!

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A:  Oii gente, como vão?  esse  é  o primeiro capítulo com um  pouco  da   visão  do Ryan,  finalmente descobrimos o que mãe da Violet, espero  que estejam   gostando,   não  esqueçam   de  comentar.

Bjjs  



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