Creepy Pasta - Brincando com espíritos... escrita por Itiana Chan


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá caro(a) leitor(a) tenha uma boa leitura e se gostar comente pois, me ajuda a melhorar na escrita.



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Suspirei andando pelos corredores, lutando o máximo possível para minhas pernas pararem de tremer e apesar de já estudar aqui há quatro anos, toda vez que entro no quarto andar sinto arrepios, possivelmente por causa dos comentários que constantemente estão nos corredores.

“O andar assombrado” Eles dizem para assustaram os mais novos, e conseguem. Infelizmente os senpais têm esse péssimo habito.

Moro no Japão desde meus três anos de vida e por isso entendo o significado desse medo, os ideogramas em Kanji de quarto e inferno são bem parecidos e por isso o “bendito quarto andar” dessa escola é tido como mal assombrado.

Você deve estar se perguntando o que me levou a entrar aqui de madrugada, se tenho tanto medo desse lugar, não é?

Pois é, estou aqui porque meu grupo de amigos, sem uma gota de juízo, teve a brilhante ideia de vir estudar na biblioteca a esse horário, por ser mais silencioso.

Passa das 02h:00 da manhã e estou apavorada o que intensificou ainda mais o susto que levei de Kyomi, que simplesmente apareceu do nada e pulou sobre minhas costas, gritei com ela formando ecos que arrepiaram todos os meus pelos.

— não faça mais isso, que brincadeira boba! Não vê que estou tremendo de medo? Questionei irritada e ela apenas continuou rindo, deve achar muito engraçado tentar me causar um infarto.

— sabia que muitos estudantes vêm fantasmas nos corredores do quarto andar? Kyomi sussurrou colocando a lanterna em seu rosto. É, esqueci-me de dizer, não acendemos as luzes para não chamar a atenção dos vizinhos pois, podem achar que somos vândalos.

— me trouxe aqui para me assustar, não foi? Praticamente gritei começando a me irritar com o seu jeito descontraído.

De repente, a luz da lanterna apagou e ficamos no total escuro...

— acende isso! Minha voz saiu falha e antes que pudesse gritar com ela novamente, ouvimos passos atrás de nós, forcei um pouco a visão e vi que os meninos estavam a nossa frente. Se eles estavam ali então, quem estava andando atrás de nós, no fim do corredor?

Mal percebi quando puxei sua mão e comecei a correr escadaria a baixo, vez ou outra tropeçava, ouvindo ela me pedindo para ir mais devagar, mas não parei até que me sentisse segura.

— Hatori? Chamei começando a me desesperar, não conseguia ouvir sua voz ou a de Sam, nós havíamos simplesmente os deixado para trás. – vocês estão bem?

Um barulho alto fez com que me virasse na direção de Kyomi que já não estava ao meu lado. Ela estava presa à parece, parecia sufocar, seus pés não alcançavam o chão e o mais assustador é que não havia absolutamente nada em sua frente, mas eu podia sentir uma presença forte e invisível.

— socorro Myuki... Me ajuda! Pediu quase sem ar, olhei em volta em meio ao desespero e não sabia o que fazer...

Comecei a chorar, orar, vez ou outra embolava os salmos que lembrava e a cada grito seu, eu me engasgava mais com meu próprio choro.

Senti que alguém se aproximava e notei que era Sam, ele parecia não acreditar no que estava vendo, Hatori estava próximo a Kyomi tentando fazer algo para soltá-la.

— ela não está presa, e sendo sufocada por um espirito...  – Sussurrei e então, ele ficou estático no lugar por alguns segundos e depois voltou ao que estava fazendo.

— ele não acredita, não está o vendo como nós! Sam explicou e antes que eu pudesse dizer algo à escadaria rompeu e caímos alguns metros.

Quando acordei, Kyomi estava deitada ao meu lado e Sam empilhava algumas caixas em direção à entrada da pequena cratera que fizemos.

— que droga... - Hatori reclamava após a quarta vez que tentara subir e caia, suspirou sentando-se no chão e começou a esfregar as têmporas. – isso não estar acontecendo... Fantasmas não existem... – parecia querer fazer, a si mesmo, acreditar no que havia acontecido.

Finalmente notei que ele estava todo machucado, havia um corte na boca que sangrava e seu braço parecia estar quebrado, pela forma como o segurava.

— o que aconteceu? Perguntei vendo que ficaríamos presos ali, ao menos poderíamos conversar.

— assim que ele conseguiu soltar a Kyomi, o espirito o pegou e bem... Agora está assim! Sam explicou com um suspiro.

— já disse que deve ter alguma explicação lógica para isso... Espíritos não existem... – Hatori insistia em dizer firmemente.

— então explica como ficou todo acabado? Sam questionou ironicamente. – me explica... vamos!

— vai se ferrar!

— wow... Agora vai descontar em mim?

— gente... Vejam isso! Kyomi chamou de repente, nos viramos e vimos que ela estava segurando uma taboa ouija, com as mãos tremulas. - e se for esse negócio que não está nos deixados sair daqui?

—ah... Fala sério? Quem é idiota o suficiente para brincar com algo assim dentro de uma escola? Finalmente abri a boca começando a me irritar...

— vamos queimar essa coisa! Sam sugeriu.

— a claro, só me dá a gasolina e um fosforo. – Hatori resmungou novamente irônico, tirando do bolso um cigarro e um isqueiro. – vamos morrer intoxicado, isso sim...

— me dá isso! Tomei o isqueiro e agachei-me começando a recolher pedaços de papel e panos velhos sem notar que havia derrubado seus óculos de grau. – e venha me ajudar!

Achei que ele apenas fecharia a cara, mas ao invés disso, ele suspirou e andou até Sam perguntando se ele ainda tinha vodka no bolso e ajudou-me com a pequena fogueira sobre a taboa, usando a pequena chama do isqueiro para queimar os papeis enquanto soltava um longo suspiro.

Logo depois se sentou em seu canto e ficou em silencio...

— o que aconteceu? Questionei me sentando ao seu lado. – para mudar de ideia e vir me ajudar... – Finalmente notei que ele estava sem os óculos e lembrei-me do som de vidro quebrado.

— me desculpe... – Pedi me sentindo culpada. – eu derrubei seus óculos. não foi?

Ele deu um longo suspiro e olhou fixamente num ponto em meu ombro, parecia ver algo que ninguém estava vendo.

— não preciso de lentes para ver a distância... Uso para parar de ver essas coisas... – Resmungou fechando firmemente os olhos negros.

— como assim?

— eu vejo espíritos o tempo todo... mas não quero acreditar nisso, porém com os óculos eu não os vejo... obrigado por me colocar nesse pesadelo de novo.

— isso é sério? Dessa vez foi Sam quem questionou, sentando-se ao nosso lado. – mas então... o que você está vendo agora?

— esse lugar estava cheio agora a pouco, mas à medida que a taboa vai queimando estão desaparecendo... Só um, que eu não consigo identificar se mantem perto da Myuki...

— de mim? Quando ouvi isso minhas pernas começaram a tremer, então era isso que ele tanto olhava para o meu ombro?

— há quatro espíritos aqui da nossa idade, foram eles que trouxeram a taboa, fizeram um jogo, mas não souberam finalizá-lo! É por isso que estamos sendo atacados... – Fez uma pausa e começou a rir, depois ficou em silencio.

Voltamos a empilhar as caixas a medida que a taboa virava cinzas, e para a nossa surpresa finalmente começamos a sair devagar, um por um. No final quando me vi livre daquele lugar notei que Hatori ainda me olhava fixamente...

— isso ainda está perto de mim? Questionei assustada.

— não! Ele sumiu assim que a taboa queimou por completo, mas era você que ele queria, só não conseguiu porque você estava orando, tudo embolado, mas estava... – Explicou, e soltou um sorriso de canto erguendo os olhos para o céu estrelado.


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Notas finais do capítulo

Sentiu medo?



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