Chamas do OrientePiloto escrita por ber15000


Capítulo 1
A Faísca


Notas iniciais do capítulo

Bom gente... Faz muito tempo que eu não posto nada. Tipo MUITO mesmo.

Essa é uma história que tenho trabalhado a uns anos, pensado num enredo bonitinho, em detalhes pros personagens e tudo convergiu num script que eu realmente me orgulhei.

CONTUDO TODAVIA ENTRETANTO....

Eu decidi primeiro postar um texto piloto. Não está perfeitamente revisado(então perdão os erros) e pode/provavelmente vai ter alguns errinhos de precisão histórica/geográfica, então perdão por isso, taokei? Isso é real um piloto, quero ver primeiro se tem uma boa aceitação antes de decidir se vou ou não colocar todos os esforços nisso porque eu tô começando minha faculdade agora e conciliar o tempo com quase 150% de certeza vai ser meio difícil.

Bom, é isso. Espero que gostem, que eu possa transportar vocês de certa maneira para esse período histórico maravilhoso que é a China Antiga.

*Sugestões, conselhos e qualquer tipo de ajuda que possam dar sobre a região e a história com maior precisão, estarei aceitando! :3*



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A cidade de Huǒhuā – em Yan –, era mais que um alvo muito bom. Era perfeita!

Ocupava uma extensa área, chegando a ter agricultura e comércio interligados principalmente por conta da passagem de um grande rio que a cortava no meio, de onde navios abarrotados de soltados de Liu Bei e Yuan Shao partiram a apenas algumas semanas, seguidos por diversos outros exércitos.

Construída numa região medial de Yan, Huǒhuā pouco sentiu o golpe dos últimos conflitos, incluindo as recentes revoltas em Luoyang e os Turbantes Amarelos – fato esse que leva à visão otimista de seu estado e do que havia dentro de seus cofres e armazéns do centro da cidadela. Esta posição tão vantajosa fez com que a guarnição da cidade fosse composta por homens mal treinados e arqueiros cujas habilidades vinham pura e unicamente da caça. Quando os exércitos da coalizão seguiram à caça de Dong Zhou, todas as defesas que, outrora, lhe tornariam ao menos intimidadora, já não estavam por perto.

Postada em seu cavalo escuro, a mulher de vestes verde-jade e branca ergueu uma mão aos céus por breves segundos e luzes surgiram atrás de si, tremeluzindo e iluminando a planície aberta como se um exército de vagalumes laranja-avermelhados tivessem surgido. Mirou em direção à muralha e soltou um grito que reverberou por toda a linha de frente. Cada arqueiro disparou, formando uma pequena barragem de fogo que voou pelos céus, queimando tudo e todos que estavam nas paredes compostas majoritariamente de madeira.

O ataque havia começado.

A saqueadora e seu animal eram como o projétil duma balestra enquanto cortavam o terreno aberto seguidos de perto por uma horda de homens vestindo não mais que suas vestes e leves placas de metal leve. Os poucos espadachins e colunas de lanceiros seguiam atrás para evitar um possível – embora muito improvável – ataque aos flancos. Eram um grupo pequeno, não arriscariam ser destroçados dum jeito tão fútil.

Como planejado, seria algo simples. As armas da guarnição não passavam de algumas espadas da reserva, tiradas às pressas das paredes e armazéns da cidadela. Zheng saltou de seu cavalo e pôs-se a lutar contra os defensores quando as primeiras lanças se aproximaram de si. Seus homens mais próximos fizeram o mesmo.

Ela era ágil, chamava atenção como um verdadeiro holofote, se metendo no meio dos inimigos e atraindo o todo foco, apenas para que ficassem de costas e fossem destroçados por uma cavalaria experiente, desmantelando sua linha em um conjunto de ataques avassaladores.

Os soldados que fugiam pelo portão ainda de armas em mãos morriam por flechas de um grupo de arqueiros, instruídos para disparar contra qualquer um que não vestisse suas cores. Aqueles rendidos em geral acabavam mortos, salvo exceções daqueles que provaram seu valor e sobreviveram o bastante para serem capturados. Zheng decidiria seu destino posteriormente.

Dentro da cidade as tropas dispersaram-se para todos os lados, em grande parte com o objetivo de não levar o combate para dentro das casas de civis. Não queriam um povo já revoltado e cansado se levantando contra si quando poderiam usar promessas para conseguir comida e o que mais precisassem para seguir viagem.

O restante da luta foi um verdadeiro massacre. Eles não conseguiram sequer erguer-se diante da pressão dos saqueadores

Zheng Jiang, Zhao Wan e Yang JiaHui – junto a uma pequena força de soldados –, seguiram até a casa do administrador de Huǒhuā, apenas para saber que curiosamente havia lutado e provavelmente morreu, mais também que o Pássaro Amarelo de Liu Bei residia ali. Matá-la seria uma ótima mensagem sobre seus futuros planos.

— Vão atrás de desertores. Mande acalmarem a população e distribua parte do dinheiro a quem souberem que perdeu a família no ataque. – Seus pensamentos iam e vinham rápido, parte pela adrenalina, parte pelo costume. Era como um lince, um olhar afiado e uma mente letal que sabia como e o que precisava fazer.

Subiu ao piso superior. Um quarteto de homens se postava imóvel em frente a porta.

Zheng se viu coberta pela fúria diante dessa imagem. Homens estavam lutando por essa cidade com equipamentos precários, mas a flâmula vermelha sangue bastante cara era um óbvio sinal de onde ficava o ouro e a prata.

— Se rendam agora e... - Era Yang JiaHui quem falava, mas Jiang apenas a cortou, sacando lentamente sua espada. A guarda fez o mesmo, seus soldados seguiram em resposta. – Usem os corpos de aviso.

Num súbito avanço, Jiang cortou a distância entre ela e o primeiro, que tentou atingir seu pescoço com a espada curta que tinha em mãos, porém falhou. Ela usou o pé esquerdo para não só desacelerar, como acumular o impulso para girar e atingir o homem no peito com uma estocada.

— Matem-na! Não deixe que se aproximem de... – O guarda não teve a chance de terminar sua fala. Não quando a comandante alcançou o pequeno machado na cintura e o arremessou. Falhou em ser um golpe letal, mas isso o fez cambalear e tropeçar sobre o companheiro ao lado. Uma distração breve, mas que custou a vida do primeiro, cujo pescoço foi arrancado, e do segundo que tentou a afastar com um chute acabando com a metade inferior perna cortada fora, seguida pela lâmina atravessando sua boca.

Teve de recuar para defender o golpe do último. O choque das lâminas fez seu corpo estremecer por um momento e deu um passo atrás novamente, agora para não ter uma espada atravessando a própria goela.

Trocaram golpes, um depois do outro, erguendo faíscas por todo espaço. Mas era uma luta injusta, mesmo que fosse habilidoso, que tivesse aquela armadura e talvez fosse alguém ao qual se daria o trabalho de convencer a jurar lealdade a ela e seu grupo, ela era melhor. Melhor e mais rápida.

Zheng Jiang se esquivou de um golpe na vertical, atingiu seu cotovelo com o próprio pulso, usando a placa de aço de seu pulso para atingir a junta exposta e o fazer soltar a espada com um urro de dor. Por um breve momento considerou deixá-lo sofrer de joelhos e implorar por sua vida, mas ao invés disso, simplesmente deslizou a lâmina por seu pescoço e o deixou se afogar no próprio sangue enquanto o observava com desprezo.

— Joguem seus corpos numa vala qualquer. – Comandou sem muita preocupação. – Façam isso logo, ou cortarei a garganta de vocês também!

Sem demora, oito de seus homens arrastaram os corpos para fora, carregando escada abaixo para os deixar jogados na rua.

— Zheng. – Zhao tentou chamar sua atenção. Mesmo irritada, ameaçar seus homens não era a maneira mais segura de manter o pescoço no lugar naqueles anos.

— É por conta de homens como estes, de pessoas como as que se escondem dentro destas malditas portas que fazemos o que fazemos. Não me dê uma lição de moral sobre como comando meus homens, eu não questiono seus ataques suicidas e fora do plano com os espadachins. – O rapaz trincou os dentes. Era comum que discutissem, mesmo sendo amigos próximos e essa seria mais uma dessas vezes, se JiaHui não tivesse tocado o ombro do rapaz e balançado a cabeça, indicando para que ficasse em silêncio, coisa que ele finalmente obedeceu. – Vamos logo com isso.

Abriram a porta e entraram, apenas para se verem diante de uma cena fora do normal: a mulher que deveria ser o “Pássaro Amarelo de Liu Bei” caída no chão, suas vestes cor de ouro cobertas por sangue que escorrera de seu pescoço cortado. Dava para ver as lágrimas escorrendo de seus olhos e de pé diante de si havia uma mulher, uma de suas criadas, segurando uma adaga na mão direita e um frasco de veneno aberto em sua canhota.

— Mas que po.. – Zhao não concluiu a frase surpreso. Zheng ergueu a mão indicando que se calasse. Então sorriu, suavizando a expressão para a mulher que expunha terror no olhar.

— Prazer em conhecê-la, Huo JingWei. – E avançou, chutando sua perna antes que reagisse. Deixou que caísse antes de posicionar a ponta da lâmina em seu pescoço claro, arrancando um filete de sangue dela.


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Notas finais do capítulo

Bom gagente... É isso. Espero de verdade que tenham gostado e se divertido. Prometo tentar trazer mais alguns pequenos trechos desta história no futuro caso não consiga tempo pra desenvolver ela de maneira periódica.

Nos vemos na minha próxima historinha gagente. Bye bye ♥