To Write Love On Her Arms escrita por Reky


Capítulo 2
Segunda Noite


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente!

Como prometido, hoje é quinta e aqui está o segundo capítulo! Muito obrigada a quem leu e começou a acompanhar! Agradeço, principalmente, à Vênus, que comentou no capítulo passado! Muito obrigada ♥

Espero que gostem deste capítulo, também!



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Uma semana depois, Draco quase não se surpreendeu ao ouvir um droga baixinho ser sussurrado em algum ponto próximo à porta do bar. Sinceramente, ele esperava o retorno dela em algum dia próximo - fosse para se embebedar mais um pouco ou para descontar sua frustração ou qualquer outro motivo que levaria Hermione Granger àquele lugar. 

No entanto, ele se surpreendeu, sim, quando a sentiu a mão gelada dela tocando em seu ombro.

 “Você…” Ela começou, hesitante. “Você não contou para ninguém, contou?”

 Draco arqueou as sobrancelhas em surpresa antes de se virar para a mulher com seu copo de martini na mão, como não poderia deixar de ser. Nos últimos dias, ele havia pedido mais martinis que whiskys.

 “Contar...?”

 A reticência dele surtiu o efeito esperado, fazendo-o esconder o sorriso satisfeito entre um gole e outro da bebida.

 “Você sabe o quê!” Hermione sibilou entre os dentes, olhando ao redor nervosamente. Draco quase riu da reação dela. Céus, ela não conseguia perceber que ninguém nunca viria àquele lugar?! Especialmente, alguém que a reconheceria. “Vamos, responda-me, Malfoy!”

 Ele revirou os olhos, impaciente.

 “Por que, raios, eu contaria a alguém, Granger? O que eu ganharia ao espalhar aos ventos que você, em uma atitude vergonhosa, devo acrescentar, embebedou-se até cruzar as pernas em um muquifo na Londres trouxa?” Desta vez, o sorriso apareceu exclusivamente para zombar do rubor crescente nas maçãs de Hermione. “Além do mais,” Draco acrescentou, virando-se para Ben, que se encontrava do outro lado do bar, e pedindo mais uma dose. “passou-se o tempo em que eu me divertia com a desgraça alheia, Granger.”

 “Ah, é...?” Ele pôde ouvir claramente o sarcasmo em seu tom de voz, mas não se incomodou em respondê-la a altura - estava ocupado demais tomando seu martini, muito obrigado. “Certo, pode até ser. Mas você continua sendo desprezível, mesmo após tantos anos.”

 Essa foi clássica, Granger, ele pensou enquanto ouvia os passos irritados dela se dirigirem ao outro lado do bar. Pelo canto dos olhos, Draco viu quando ela se sentou com um suspiro irritado e pediu uma taça de vinho para Ben.

 Ah, era hora da diversão começar...

 Meia hora e três taças de vinho depois, ele já conseguia perceber o leve rubor se dispersar pelo rosto da mulher. Ocasionalmente, ela soltava suspiros - alguns, exaustos, outros, tristes. Hermione lançava olhares vagos ao seu redor, como se buscasse consolo nas mesas e cadeiras vazias do bar e, ao notar que não havia ninguém além de Draco e Ben ali, soltava um suspiro chateado e bebia mais um gole de seu vinho.

 Duas taças mais tarde, ela parecia não se importar mais.

 “Beeeeeeeeen,” ela chamou enroladamente. Com cinco taças, Granger? Sério? “Diga-me, Ben, quem você acha que eu sou?”

 Oh, aquilo era interessante.

 O barista aproximou-se cautelosamente da mulher, quase como se estivesse com medo do que ela seria capaz de fazer. Ele chegou perto demais. Hermione capturou o rosto dele entre as mãos e olhou dentro de seus olhos com a vesguice que somente bêbados possuíam.

 “Responda-me, Beeeeen...” Aquilo estava entre uma demanda e um pedido desesperado.

 Ben olhou ao redor em busca de ajuda e encontrou Draco o encarando com divertimento. Um silencioso pedido de socorro fez o louro revirar os olhos em impaciência - qual é, o cara trabalhava em um bar e não sabia nem dispensar uma mulher bêbada?!

 Bufando, Draco virou sua bebida de uma só vez e, com passos determinados e vorazes, dirigiu-se para onde Hermione se encontrava, tentando tirar respostas de Ben que ele em um milhão de anos não saberia responder. Para o mundo bruxo, Hermione Granger poderia ser uma heroína, a bruxa mais inteligente de sua idade. No entanto, para os trouxas, ela não passava de mais uma desconhecida entre tantos outros.

 Não era óbvio isso?

 Era por esse mesmo motivo que Draco possuía uma preferência quase inquestionável pela Londres trouxa, nos últimos tempos.

 “Certo, certo, Granger.” Ele disse assim que alcançou a morena. Você me paga, seus olhos diziam a Ben, que suspirava aliviado do outro lado do balcão antes de ver a irritação de Draco. “Você já passou dos limites, vamos para casa.”

 “Ei, espere!” Gritou Ben. “E a conta dela?!”

 “Pode incluir na minha.”

 Ben grunhiu, mas os deixou partir.

 Enquanto caminhava tropegamente com uma Hermione Granger rindo à toa ao seu lado, Draco se perguntava como havia chegado tão ao fundo do poço assim, sem nem perceber. Quando, em sua vida, ele imaginaria frequentar bares semi-abandonados na Londres trouxa e, o pior, estar carregando uma das pessoas que mais desprezara na vida pelas ruas?

 Soltou um suspiro irritado quando Hermione riu de um semáforo mudando de cor.

 “Está bem, Granger, onde fica sua casa?”

 Ela olhou bem para dentro dos olhos dele e então começou a gargalhar.

 Draco bufou, mal acreditando em seu azar. Em pleno inverno, lá estava ele naquela friaca, com uma mulher mais para lá do que para cá e sem direções para tomar. Sentiu-se mais do que tentado em abandoná-la em um parque qualquer, mas nem ele era tão cruel assim. Não vendo outra opção, agarrou Hermione fortemente pela cintura e aparatou para seu apartamento.


Já fazia três horas desde que ele chegara com a “bagagem extra” em sua casa e Hermione ainda não dera o mínimo sinal de querer acordar. Pelo contrário, ela ressonava tranquilamente no sofá da sala, lugar em que Draco a largara de qualquer jeito. Agora, ele estava apoiado no pequeno bar que havia no cômodo e dava continuidade ao que fora obrigado a interromper no Pumpkin’s Juice. Vez ou outra, relanceava seu olhar para a morena jogada no sofá, ainda sem acreditar em como aquilo fora acontecer.

 Hermione Granger - a Hermione Granger - estava mesmo em seu sofá naquele instante? 

 E, o pior de tudo, bêbada?

 Draco não sabia se escrevia uma carta para O Profeta Diário ou se parava de beber imediatamente, porque aquilo de forma alguma era possível.

 Isso o fazia imaginar o que havia acontecido com ela para ter chegado tão ao fundo do poço assim. A sabe-tudo Granger, queridinha dos professores, bruxa mais inteligente da sua idade, heroína do mundo... Ela, também, poderia ser vítima dos males do mundo?

 Porque era impossível que ela fosse beber sozinha em um bar - não só uma vez, como duas, que ele saiba! - somente por diversão. E sua insistência em fazer Benjamin reconhecê-la - ou seus méritos? - era algo que o perturbava desde então.

 Afinal, que diabos acontecera com aquela moça?

 Ela tinha um futuro tão promissor. Na última vez em que lera algo a seu respeito, ficou sabendo que ela conseguira um cargo de alta responsabilidade e confiança no Ministério. Além disso, ela tinha sido uma das poucas da turma de 1998 de Hogwarts a voltar para fazer o sétimo ano, depois da guerra. Ele próprio havia se recusado a retornar, acreditando que não seria bem-vindo na escola depois de tudo que fizera, inclusive para ela.

 E agora aquela mulher que ele tanto desprezara - e o desprezara, também, em retorno - estava deitada em seu sofá. Em sua casa.

 Da última vez em que ela estivera em uma propriedade sua, as coisas não saíram bem para Hermione. Ela fora aprisionada, torturada e um aliado seu havia morrido - um elfo doméstico, é claro, mas que havia salvado a ela e aos amigos. Só isso deveria dizer muito sobre o quanto a situação em que se encontravam era errada.

 Ainda assim, ela ressonava.

 Um sono tão tranquilo que parecia não tirar fazia tempos.

 Draco suspirou e se aproximou da morena, sentando-se no chão ao pé do sofá em que ela se encontrava. Ele não gostava de admitir, mas era bom ter companhia. Mesmo que fosse uma Hermione Granger bêbada, ele não se importava. Depois da guerra, sua vida passara a ser bem mais solitária do que antes. Ninguém nunca o visitava em seu apartamento, nem ele era convidado a ir a outros lugares. Sempre que saía, era para lugares vazios e com uma música de fundo tocando para que pudesse ficar só em seus pensamentos, porém acompanhado da melodia. 

 

Ele não se lembrava da última vez em que ouvira alguém respirar tão próximo de si quanto naquele instante.

 Envergonhado por perceber o quanto a própria solidão o incomodava, Draco percebeu o movimento de Hermione. Ela esticou um pouco o braço, de forma que ele pendeu para fora da borda do sofá. Como que hipnotizado, ele observou aquele pedaço fino de pele que estava a mostra e sentiu seus pensamentos vagarem para lugares onde ele nunca sequer cogitara.

 Aquilo o incomodou bem menos do que ele imaginaria ser possível.

 Bom, pensou ele, chacoalhando fortemente a cabeça. Enfim, o álcool faz efeito. É melhor dormir.

 E assim ele o fez.


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Notas finais do capítulo

É isso aí! O que acharam?

Aguardo pelo feedback de vocês! :D

Até sábado!



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