Destinos Entrelaçados escrita por Downpour


Capítulo 1
Capítulo Único - Destinos Entrelaçados


Notas iniciais do capítulo

oláaa, eu sei que eu deveria estar att minha outra fic naruhina ao inves de postar um oneshot gigante, mas essa one veio na minha cabeça ontem de manhã e não saiu enquanto eu escrevia uashaush não é nada muito chocante, é bem brega para falar a verdade, mas até que eu gostei do resultado :)
essa one tem fortes insipirações de peças infernais da cassandra clare, que por caso eu estava lendo enquanto escrevia. orgulho e preconceito da jane austen. e uma cena em especial de para ps ainda amo voce, da saga para todos os garotos que já amei uahsuahs eu sei que ficou uma salada, mas juro que dei o meu melhor

boa leitura ♥

ahh ps. peguem levem comigo, apesar da one estar deveras piegas, eu nunca tinha escrito nenhuma história de época até então



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NARUHINA (AU) - ONESHOT 

destinos entrelaçados



1827



NAQUELA TARDE as ruas de Konoha estavam incrivelmente movimentadas, era sempre assim quando os Hyuugas ou os Uchihas abriam um baile privado. Em especial o clã Hyuuga era conhecido por dar bailes excepcionais, onde as pessoas riam e conversavam, bebiam até o dia seguinte. Os Uchiha por sua vez eram um pouco mais reclusos, e além de oferecem menos bailes, eles também não costumavam ser muito amigáveis com aqueles que não fazia parte de seu ciclo social.

O filho mais velho dos Uchiha, Itachi, tinha se casado alguns anos atrás. O primogênito tinha se mudado para uma casa um pouco distante da casa de seus pais, deixando seu irmãozinho emburrado sozinho. Agora recaía sobre Sasuke a responsabilidade de escolher uma noiva para dar continuidade a linhagem Uchiha, e era justamente por isso que havia toda aquela movimentação nas ruas. A família Uchiha era absurdamente rica, e todas as meninas solteiras da cidade se não desejavam o rostinho bonito do rapaz, ao menos queriam ser bem casadas e viver uma vida abastada.

Sasuke tinha um melhor amigo, Naruto. Este não era muito conhecido na cidade pois vivia viajando ou estudando na Academia, e de alguma forma o Uzumaki conseguia ser tão rico quanto Sasuke. Fator que apenas excitava mais a população feminina de Konoha, afinal não era toda vez que dois solteiros ricos estavam em busca de uma esposa.

Enquanto Sasuke tinha os cabelos negros e o rosto pontudo, dando-o não somente elegância mas a aparência de que ele era tão cortante quanto uma faca. Naruto era puro sol. O rapaz possuía as bochechas coradas de quem tinha acabado de correr em meio ao jardim, seus fios loiros eram rebeldes e não se ajeitavam no topete, assim, caíam sobre sua testa cobrindo os olhos azuis eletrizantes. O rosto do Uzumaki era muito bem feito, como se alguma divindade tivesse o entalhado com todo o cuidado do mundo, sua mandíbula era marcante, e seu queixo quadrado apenas acentuava seu sorriso.

Apesar de terem temperamentos completamente diferentes, Sasuke e Naruto se entendiam muito bem e normalmente festejavam juntos. Diferente do amigo, Naruto não tinha toda a pressão de se casar com ninguém. Primeiramente porque ele era órfão, o Sr. Namikaze tinha morrido alguns anos atrás na capital e antes de morrer tinha pedido para que ele se casasse com alguém que de fato amasse, e também porque ele adoraria voltar para a Academia estudar mais. Ou então talvez pudesse visitar sua prima, a única família que tinha lhe restado, Karin Uzumaki.

Todavia os Uchiha adoravam a presença de Naruto e o tratavam como se fosse um filho, então o mesmo pretendia ficar ali na pequena cidade ao menos algumas semanas para agradá-los. 

A residência dos Uchiha era enorme, e aquilo era bom, porque de alguma forma permitia que ele ficasse sozinho quando precisasse. Ele gostava bastante de apreciar a paisagem das enormes janelas de seu quarto. E teria amado mais ainda se Sasuke não estivesse irrompido pela porta do quarto.

― Por quê está tão ansioso? ― perguntou com curiosidade para o amigo, sem necessariamente desviar os olhos da paisagem ― Eu te conheço, você nunca fica ansioso para bailes Sasuke.

O garoto de cabelos negros grunhiu enquanto batia a porta impaciente, começou a andar pelo quarto em círculos, e quando viu que aquilo não iria ajudá-lo em nada, parou e sentou-se em uma cadeira.

― Você tem uma pretendente! ― Naruto se virou para ele com o rosto iluminado, era verdade que ele torcia muito para que o seu amigo encontrasse alguém quem ele pudesse ser feliz.

Sasuke abriu a boca surpreso, e então a torceu, como se não estivesse contente com aquela situação.

― Ela não é a minha pretendente. Ainda. ― murmurou pausadamente.

― Posso saber quem é tão adorável dama que conquistou a pedra qual você chama de coração? ― um sorriso divertido e levemente debochado brincou nos lábios rosados de Naruto, o Uchiha por sua vez apenas revirou os olhos, tentado a xingá-lo.

― Sakura Haruno. ― ele respondeu quase que soprando o nome da garota, sentindo suas bochechas corarem de imediato ― Irei cortejá-la hoje a noite.

Naruto piscou.

― Oh bem, a Srta. Haruno já está sendo cortejada por outro homem e bem… Não queria ser a pessoa que iria te dizer isso, mas tem certeza de que seus pais ficarão contentes com essa decisão? Ela não é de uma família da elite, isso é certo.

O olhar de Sasuke endureceu, se fosse qualquer outra pessoa que não Naruto a lhe dizer aquilo, ele teria uma reação bem ruim.

― Claro que eu sei disso. Mas primeiro, tenho certeza de Rock Lee encontrará outra dama para cortejar que não seja a minha e segundo que eu não me importo, me pediram para escolher uma dama a quem eu quisesse passar o resto da minha vida, então eu escolhi. Não irei voltar atrás. ― havia uma pontada de determinação por trás daquelas palavras, e um pouco mais atrás disso, ainda muito bem escondido, havia um coração apaixonado que estava começando a desabrochar.

E bem, se Sasuke estava feliz, não havia então motivo para que ele discordasse. Afinal das contas a filha dos Haruno era incrivelmente bonita, a garota era dotada de olhos verdes brilhantes tais quais um par de esmeraldas, cabelos rosados como flores de cerejeira em primavera e um humor afiado que combinaria justamente com os sorriso debochados de Sasuke, isso era certeza.

― Contudo, e quanto a você? É a primeira vez em três anos que você finalmente saí da Academia para se reunir conosco em um baile. Não quero ter que ser aquele que vai te dizer sobre casamento, na verdade estou bem cansado desse tópico em questão.

Naruto sorriu silenciosamente, desviando seu olhar do melhor amigo para a paisagem que se estendia pelo jardim enorme dos Uchiha.

― Não tenho pressa de me casar. Sei que um dia essa hora chegará, mas não gosto de pensar na ideia de estar desesperado para encontrar um amor.

O Uchiha conteve a vontade de debochar.

― Bem, algo me diz que você irá mudar de ideia quando ir ao baile.

O loiro riu, acenando com a cabeça.

― Estou aberto a surpresas.





Hinata Hyuuga era a filha única dos Hyuuga, quando seus pais morreram ela acabou indo morar com seu primo Neji, e dessa forma acabou sendo tratada como filha do casal. Hinata não era muito exposta a bailes, primeiramente por que ela tinha sido prometida desde o nascimento para Toneri - um homem pelo menos sete anos mais velho do que ela, dono de um olhar afiado -, e também porque os pais não queriam que ela se desviasse dos princípios de uma boa dama. Apesar da vida ligeiramente solitária, Hinata era uma garota adorável. Estava no auge de seus dezoitos anos e era incrivelmente bem dotada. Além de sua beleza encantadora, era podia falar várias línguas como inglês, francês e um pouco de russo, vivia com um livro nas mãos finas e tinha um dom inexplicável com um piano.

Naquele dia em especial, a Srta. Yamanaka a ajudava a vestir o vestido que ela tinha escolhido para o baile. Hinata adorava conversar com os empregados, e embora sua família não apreciasse esse comportamento, ela tinha amizade com a maioria dos empregados da casa, e adorava ouvi-los falar sobre suas histórias. Quando podia ela também os ajudava, sempre sendo repreendida pelos mesmos. Ela tinha a Srta. Yamanaka como uma grande amiga, pois esta era filha da governanta da época em que Hinata era apenas um bebê, dessa forma as duas foram criadas juntas.

― Me perdoe por ter chegado atrasada senhorita. ― a loira pediu desculpas pela terceira vez enquanto escovava os cabelos escuros da outra.

― Está tudo bem. Acredito que o Sr. Sai tivesse algo de muito importante para tratar com você. ― a Hyuuga piscou ao mesmo momento em que a loira corou das cabeças aos pés.

― Srta. Hyuuga! ― ela exclamou.

― Hinata. ― a morena a corrigiu com um sorriso brincalhão no rosto.

A Yamanaka suspirou exasperada com o fato de a Srta. Hyuuga não ter respeito algum com as hierarquias da época.

Quando terminou de ajeitar o vestido, Hinata foi se olhar no espelho e sorriu com a visão. O vestido azul escuro combinava muito bem com sua pele pálida, a peça se encaixava muito bem em todas as suas curvas de uma forma modestas para que fossem notadas mas nada muito extravagante. A peça era esvoaçante, e se não fosse o espartilho a apertando, ela teria amado ainda mais aquela roupa.

― Você está maravilhosa Srta. Hinata. ― a loira comentou enquanto analisava o penteado que tinha feito no cabelo da Hyuuga, tinha encaracolado os fios da menina e prendido a maior parte de cabelo em coque que decorou com pequenos grampos com detalhes de pétalas, todavia alguns fios encaracolados caiam sobre o rosto dela.

― Muito obrigada Ino! ― ela exclamou com um sorriso de orelha a orelha, a Srta. Yamanaka sentiu-se tentada a dizer para a garota que não poderia chamá-la pelo primeiro nome, mas o sorriso doce e feliz no rosto dela fez com que ela apenas deixasse a outra ser feliz.

― Bom baile para você Srta.

Hinata sorriu brilhantemente para a outra.

A princípio ela não estava muito afim de ir para aquele baile, pois iria encontrar-se com seu noivo o qual ela não nutria grandes afeições. Uma voz em sua cabeça tentava mantê-la positiva, querendo que ela acreditasse que de alguma forma ela poderia aprender a amar Toneri. Contudo, quando olhava ela não conseguia sentir nada além uma terrível insegurança. Havia algo sobre Toneri que estava terrivelmente errado, ela só não sabia dizer o que era. E a cada dia que a data marcada para o casamento - que seria no ano seguinte -, se aproximava, mais ela entrava em pânico.

Hinata desceu as enormes escadas de sua casa, encontrando-se com Neji no hall de entrada. Neji tinha seus longos cabelos presos em uma fita e os mesmo olhos cinzas tempestuosos que o dela.  Os dois entraram na carruagem, e por fim seguiram em direção ao baile que os aguardava na residência dos Uchiha.





Naruto não era exatamente um grande entusiasta de bailes, ele sentia que esse tipo de reunião era um tanto desgastante e bem, nunca tinha vivido nada muito marcante em um baile pra poder ter tanto apego. Mesmo assim, ele estava devidamente elegante enquanto segurava sua bebida ao lado de Sasuke.

Quando o amigo tinha dito que haveriam mulheres bonitas no baile, não tinha mentido. E embora Naruto conseguisse ver beleza em cada uma delas, nada chamava sua atenção. Então, resolveu por ocupar-se em discutir com os irmãos Uchiha sobre qualquer assunto que pudesse trazer um ligeiro sorriso em seu rosto.

Estava de costas conversando com Itachi e sua esposa sobre como os costumes na Academia eram diferentes de Konoha, quando sentiu algo se chocar contra si. O loiro rapidamente se virou a tempo de segurar uma moça em seus braços.

― Está tudo bem? ― perguntou.

Foram precisos alguns momentos para que ele registrasse a imagem que ele tinha a sua frente, tinha a impressão de que nunca tinha visto uma dama tão bela como aquela que segurava em seus braços, como se ela se encaixasse perfeitamente nele. Para seu espanto, ela parecia um anjo. 

― Oh céus. ― os orbes cinza da garota se arregalaram, e subitamente a mesma se afastou. ― Perdão, uma das crianças do salão me empurrou na sua direção. Oh Sr. me perdoe por este infortúnio.

Era um belo infortúnio, Naruto pensou.

― E qual seria o nome deste infortúnio? ― perguntou curiosamente, com um sorriso de canto.

A garota a sua frente corou de vergonha.

― Hinata Hyuuga, senhor. ― murmurou com as bochechas num tom vermelho escarlate.

― Prazer Srta. Hyuuga. Eu perdoaria este infortúnio se a senhorita me desse a honra de acompanhá-la nas próximas duas danças.

Sasuke que estava logo atrás do amigo, abriu a boca surpreso. Não era comum ver Naruto flertando com a primeira garota que tropeçasse nele. Aquilo era definitivamente cômico.

― Oh senhor, eu não acho que poderia-

― Eu insisto. Aliás me chame de Naruto, Naruto Uzumaki. ― ele respondeu suavemente, suas mãos ainda envolviam a cintura da garota.

Hinata piscou surpresa quando percebeu em seu íntimo que ela queria passar a noite dançando com aquele estranho. Algo nele a atraía como um imã, chegava a ser surpreendedor a forma em que aquele par de olhos azuis eletrizantes chamavam sua atenção. O rapaz a sua frente poderia certamente ser chamado por suas tias de “pedaço de mau caminho”. Ela decididamente não iria discordar.

― Acredito que não tenho muita escolha então. ― sorriu timidamente e aceitou a mão dele, guiando-a para o centro do salão para que pudessem dançar como os outros casais.

Hinata sabia que aquilo era um erro, e embora Toneri não tinha comparecido ao baile por conta de um súbito resfriado, não conseguia se sentir culpada por nada.

A música do salão recomeçou, agora uma melodia animada era tocada pelo pianista enquanto os casais riam com diversão. A dança dela e de Naruto era quase como que natural, como se sua alma guiassem seus movimentos sutis ao mesmo tempo em que os dois conversavam sutilmente.

― Então, Sr. Uzumaki, acredito não ter ouvido falar seu nome até o presente momento.

― Passei os últimos três anos na Academia. ― ele respondeu com simplicidade, porém sem deixar de tirar os olhos dela ― Costumo passar as férias aqui em Konoha na residência dos Uchiha, são como uma segunda família para mim.

― O Sr. é primo da duquesa Uzumaki? ― ela perguntou sem conseguir deixar sua curiosidade transparecer.

Naruto riu com o título que ela dera para Karin. Se tinha algo que sua prima definitivamente não tinha, era a etiqueta de uma duquesa. Contudo, ele gostaria de preservar a boa imagem que tinham dela.

― Oh sim. Receio que muito em breve ela não atenderá mais por este nome.

― Sua prima irá se casar? Oh, meus mais sinceros parabéns.

Ele ficou em silêncio durante alguns minutos, apenas se deleitando com a sensação adorável de segurar o corpo de Hinata enquanto dançavam pelo salão lotado.

― E quanto a Srta? Certamente já ouvi falar do clã Hyuuga, mas nunca a vi pela cidade.

Hinata sorriu timidamente.

Sentia-se tentada em contar sua história para aquele homem. Dizer que era restringida de sair por conta de seu noivado precoce. De dizer que nunca tinha dançando com alguém dessa forma antes, e que ela estava adorando aquele momento.

― Provavelmente porque o Sr. estava todo esse tempo na Academia. ― disse dando um sorriso gentil que foi rapidamente retribuído.

Os dois dançaram como se houvesse apenas Hinata e Naruto no salão, o vestido azul escuro esvoaçava pelo salão e seu coração se agitava com o toque quente das mãos de Naruto contra sua palma. Era a primeira vez que ela estava experienciando algo tão forte assim. Para ela parecia impossível sentir tanto desejo, principalmente por alguém quem ela tinha acabado de conhecer. Contudo Naruto parecia ter um imã feito especialmente por ela, pois de quando tinha esbarrado nele sem querer, não conseguia mais tirar os olhos daquele rosto angelical. Por um momento, somente por um momento, ela se viu desejando que seu noivo tivesse tal aparência angelical, e então, expulsou o pensamento de sua cabeça logo em seguida.

Conversaram sobre coisas banais, e que mesmo assim conseguiram tirar riso dela e fazer com que suas bochechas pálidas corassem. Dançaram longas duas danças, e quando a música tinha por fim acabado, se despediram com certo pesar.

― O que foi que eu acabei de ter a honra de presenciar? ― Sasuke debochou, se aproximando do amigo com o olhar completamente alucinado.

― Acredito que encontrei um anjo.

― Fala da Srta. Hyuuga? ― ele indagou receoso.

“Ela é bela demais para ser amada e pura demais para esse mundo. Como uma pomba branca entre corvos, ela surge entre as amigas. Ao final da dança tentarei tocar sua mão, para assim purificar a minha. Meu coração amou até agora? Não, juram meus olhos. Até essa noite eu não conhecia a verdadeira beleza”. ― disse observando Hinata timidamente reunir com suas amigas, enquanto citava a tão famosa obra de Shakespeare.

Sasuke torceu o nariz com o melodrama de seu companheiro.

― Poupe-me de suas tragédias literárias. Porém receio dizer que realmente é um caso perdido, Hinata Hyuuga é prometida em casamento desde pequena. ― disse olhando preocupado para o miag, visto que nunca na vida uma mulher tinha o perturbado que nem naquele momento.

Os olhos azuis de Naruto escureceram. Era possível que ele tivesse criado tanta afeição e carinho por uma mulher tão subitamente? A imagem de ver a Srta. Hyuuga casando com quem quer que fosse lhe dava nós no estômago.

― Sugiro que escolha uma outra dama para cortejar, caso não queria ter complicações. ― o amigo sussurrou em um tom preocupado.

Naruto por sua vez, se encolheu. Não tinha o menor interesse em permanecer naquele festa se não pudesse cortejar a dona de seus pensamentos.

Já tinha lido muitas vezes sobre amor não correspondido, então assumiu que a forma mais racional de lidar com tudo aquilo fosse simplesmente ignorando seus próprios sentimentos, afinal, não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.

O loiro se retirou para fora do salão com uma dose de licor em mãos, dirigiu-se até a varanda onde poderia ficar sozinho observando o horizonte ser tomado pela escuridão da noite. Deixou seus cotovelos repousaram no parapeito enquanto permitia que o vento beijasse seu rosto furiosamente, espalhando seus fios loiros por sua testa. Foi depois de algumas doses de licor que ele percebeu que não estava sozinho na parte isolada da residência.

― Sr. Uzumaki eu-

Era Hinata. Ela o olhava com confusão nos olhos, suas mãos iam de encontro ao coração como se estivesse em agonia.

― Está tudo bem Srta. Hyuuga. Fui informado da sua condição. Sinto muitíssimo se a desonrei em algum momento-

― Não! ― ela o interrompeu exasperada, caminhando em direção a ele, em uma proximidade perigosa. ― Eu não….

― Srta. Hyuuga eu insisto.

Os dois ficaram em silêncio, um observando o outro. A visão era decididamente curiosa, como se Hinata estivesse encantada com a face de Naruto e vice versa. A atração estava ali, e os dois tinham plena noção daquilo, contudo se afastar não era somente difícil como também era doloroso demais.

― Sr. Uzumaki. ― ela sussurrou.

Naruto fechou os olhos, como se estivesse se contendo de fazer algo que viesse a se arrepender.

― Srta. por favor… não sussurre o meu nome. ― disse abrindo os olhos novamente, com as pupilas completamente dilatadas. Sua íris azul tinha sido tomada por algo escuro. ― Está cometendo um erro.

― Se isto é um erro, permita-me cometê-lo. Nunca cometi muitos erros em minha vida, sempre fui controlada pelos meus pais. Permita-me ao menos tocá-lo.

― Um erro que irá fazer seu nome cair em desgraça? Como eu poderia fazer tal coisa? ― ele indagou, quase que exasperado. A ideia de prejudicá-la ao ceder aos seus desejos o deixava em pânico. Jamais poderia fazer algo assim. ― A Srta. está um pouco bêbada, por favor  volte a sobriedade.

Pela primeira vez Hinata riu, não de divertimento, mas algo semelhante ao deboche.

― E como eu poderia meu senhor?

Meu senhor, a palavra ecoou na mente de Naruto o suficiente para que ele tomasse os lábios de Hinata com os seus. Suas mãos apertavam a cintura fina dela, puxando-a para si com urgência. Os lábios roçavam um no outro com necessidade e com fervorosidade de ambos os lábios. O corpo de Naruto se arrepiava conforme Hinata fincava seus dedos nos fios loiros, e os puxava deixando suas unhas rasparem em sua nuca.

Sentia-se suspirando o nome dela contra seus lábios.

Ela estremecia de deleite toda vez que seu primeiro nome escapava da boca dele. Um fogo até então desconhecido incendiou todo o seu corpo, da cabeça até os pés ela desejava Naruto de uma forma que não podia conter. Deixou sua mão moldar o rosto do rapaz enquanto o beijava desesperada com medo de sentir sua falta, medo de perder seu toque caloroso.

Os dois se beijavam sob o luar e as estrelas como testemunha. As línguas se acariciavam em uma dança perigosa que Hinata estava disposta a dançar pelo resto de sua vida. Naquele momento não havia a honra do nome Hyuuga, não havia o seu noivo e os julgamentos da sociedade que recaíriam sobre ela. Havia apenas o prazer e o sentimento de afeição enorme que ela sentia por aquele que a beijava com tanta devoção. Sentimento esse que ela estava louca para desbravar, para conhecer, para se deleitar.

Os beijos de Naruto a embebedavam de uma forma inexplicável, Hinata se sentia como um drogado em estado terminável que não tinha mais opção senão recorrer a sua droga a fim de saciar todo o desejo que continha em seu corpo. Mesmo que depois que saciasse seu desejo, o mesmo retornaria mais forte do que antes, como uma chama que não pode ser apagada.

E então ela se permitiu, se deixou desfazer. Entregou-se para aquele que sussurrava seu nome sob a luz do luar.




A princípio os dois tentaram manter um caso, mesmo que soubessem que aquilo não iria durar por muito tempo. Era difícil esconder a atração avassaladora que sentiam um pelo outro quando se viam nas ruas ou nos bailes. A sensação de perigo quando se encontravam sozinhos servia apenas como gasolina, aumentando a adrenalina da situação.

Quando foram perceber era tarde demais. Estavam apaixonados, atados pelo sentimento avassalador que era o amor.

Hinata temia que não estivessem sendo cuidadosos o suficiente. Certa vez sua empregada íntima, Srta. Yamanaka, tinha encontrado uma marca em seu pescoço já que ela costumava ajudar a outra a retirar as vestes antes de se banhar. Tinha sido muito trabalhoso explicar para ela que aquilo era um machucado, e não marcas dos lábios de outro homem.

Todavia, quanto mais tempo passavam juntos, mais difícil se tornara não somente de explicar para os outros como também de se afastar. Hinata tinha até cogitado fugir com ele para longe, onde ninguém os conhecia e eles poderiam viver em paz sem julgamentos. Naruto se sentiu honrado com a ideia de que ela se casaria com ele, mas recusou prontamente. Não queria deixar que o nome dela caísse em desgraça e que sua família a deserdasse. Iria se culpar pela eternidade.

Algo também a dizia que Sr. Toneri sabia da traição, pois conforme os encontros dos dois aconteciam, ele se tornava cada vez mais frio e distante - não que ela de fato se importasse, - porém estava com medo.

“Hinata” Naruto tinha sussurado contra a bochecha dela, aquela altura do campeonato já faziam bons meses que eles tinham um caso escondido “eu adoraria me casar com você, nunca me apaixonei como agora. Mas jamais ousaria deixar que a desgraça caísse sob o seu nome, mesmo que isso signifique sufocar meus próprios sentimentos. É verdade que não venho agindo como um homem sensato, porque o amor que sinto por você me tira a razão por completo. Todavia quero que saiba que vamos nos encontrar em uma outra vida, eu sinto isso, e então poderei lhe reivindicar da maneira correta. Se os Céus me permitirem, eu serei seu de corpo e de alma. Mas não agora, não nesta vida e não sob essas condições.”

Aquelas palavras doeram tanto que ela não podia evitar lembrar e ficar chorosa. Faziam-se alguns dias em que Naruto tinha por fim, a deixado. O rapaz tinha decidido voltar para a Academia e com muito pesar tinha deixado a Hyuuga sozinha. Tinha dado o seu melhor para cortar aquele sentimento da raiz.

― Srta. Hinata, seu noivo está pedindo para falar com você em particular.

Foi naquele momento que Hinata percebeu que estava arruinada, e que não havia nada que ela pudesse fazer. Ele tinha descoberto. Tudo bem que ela e Naruto não tinham sido exatamente cuidadosos, mas agora… Agora que ela estava sozinha não tinha para onde fugir senão cair em desgraça como o loiro temia.

O que acontecia com mulheres infiéis? Nem mesmo ela sabia.

Tinha sido tomada pelo medo, completamente alucinada quando se noivo desferiu o primeiro tapa e seu rosto. Toneri aproximou o rosto do dela, e então falou claro o suficiente para que ela pudesse entender. E ela, com a bochecha formigando de dor e a respiração entrecortada, não teve opção senão escutar.

― Não irei estapeá-la novamente porque seu rosto é a parte mais visível do seu corpo. Não… Você irá se casar comigo Hinata, eu irei por a mão na herança de sua família e então você irá sumir da minha vida. Eu mesmo tomarei providências para que você suma e não suje o nome de minha família com adultério.

Toneri segurou seu rosto com força

― Seja uma boa garota. ― sorriu de forma macabra, e assim,tão brutalmente quanto a segurou, ele a soltou. Deixando que caísse de joelhos no chão, completamente atônita.

Assim, sozinha e completamente desamparada no escuro de seu quarto. Hinata Hyuuga se permitiu chorar silenciosamente, um choro da mais pura tristeza que infelizmente se estendeu por dias, que logo viraram semanas e por fim se tornaram meses.

Ninguém sabia explicar ao certo qual era a doença que tinha atingido Hinata Hyuuga, não havia explicações para o porque aquela garota, tão feliz, tão viva tinha ficado acamada, como se estivesse morta. Suas bochechas não tinham mais cor, ela não conseguiam mais ver cores. Tudo ao seu redor era um eterno preto e branco. Sentia como se estivesse andando na água, e a força da água a continha e a afogava, pouco a pouco.

E então um dia, poucas semanas antes de seu casamento com Toneri, Hinata Hyuuga morreu. Restara apenas a figura pálida e ainda assim estranhamente bela da garota deitada na cama, o corpo agora sem vida.

Os Hyuuga contrataram todos os médicos possíveis para saber do que se tratavam a doença da sobrinha, até ouvirem da Dra. Tsunade que “confinada nesse quarto, sob essas circunstâncias, não me surpreenderia que Hinata Hyuuga tivesse morrido pela tristeza avassaladora que a tomou.”

Para a fúria de Toneri, o noivado não iria mais acontecer e ele nunca mais iria conseguir por a mão no dinheiro de Hinata, que agora seria dado para Neji e sua noiva Tenten Miyazaki. Ele até tentou acusá-la de adultério, dizendo que a suposta amizade entre Hinata e o Sr. Uzumaki se tratava de um romance proibido que acontecia a quatro paredes. Toneri alegou publicamente de que sua ex-noiva tinha ido a festa de casamento de Sasuke Uchiha e a mais nova Sra. Uchiha - Sakura -, para encontrar-se com ele. E embora suas acusações até tivessem certo fundamento, a população local ficou incrivelmente revoltada com Toneri tentando desonrar sua noiva no leito de morte da mesma, assim suas alegações não foram ouvidas e ele teve de sair da cidade, pois não era mais aceito ali.

E Naruto… Naruto fora o último a saber da morte de sua amada Hinata. Seu coração se destroçou em milhares de pedaços, seu ser foi preenchido pela culpa de tê-la deixado sozinha na mão daquele homem terrível, sentia-se culpado por não ter fugido com ela e começado a vida no interior onde ninguém os encontraria.

Naruto Uzumaki tinha perdido o amor de sua vida enquanto tentava protegê-la. E agora, ele só conseguia pedir aos Céus, mesmo que com os olhos vermelhos e irritados de tanto chorar, para que o desse uma nova chance. E enquanto a chance não chegasse, ele se fecharia, nem que tivesse de ser para sempre. Seu coração fora lacrado e trancado, a única pessoa que teria acesso a chave estava em outro mundo.



“Todavia quero que saiba que vamos nos encontrar em uma outra vida, eu sinto isso, e então poderei lhe reivindicar da maneira correta. Se os Céus me permitirem, eu serei seu de corpo e de alma. Mas não agora, não nesta vida, e não sob essas condições.”




***



2012

 

Hinata Hyuuga fechou o guarda chuva calmamente, tentando evitar que os respingos de água não caíssem em sua calça jeans. A garota suspirou segurando a alça de sua bolsa enquanto olhava para a entrada do asilo em que realizava trabalho voluntário nos últimos meses. Algo naquele lugar a atraía muito, ela adorava estar ali cercada de pessoas idosas conversando e trazendo um pouco de alegria para o seu dia-a-dia. Amava contar para uma senhorinha como tinha sido o seu dia na faculdade, sentia que a idosa a ouvia com carinho e atenção.

Naquele dia em especial iria ocorrer o baile da terceira idade, que ela vinha organizando para dar uma vida aquele local tão silencioso. Os idosos ficaram bem felizes com a ideia.

Tinha sido difícil encontrar um vestido em seu guarda roupa que se adequasse a ocasião, mas acabou que uma das senhoras lhe deu um estonteante vestido azul escuro que caiu perfeitamente no corpo dela. A peça de roupa era maravilhosa porque não era apertada, e por ser esvoaçante, lhe dava a oportunidade de se movimentar.

A garota entrou no asilo, tirando o seu blazer e o pendurando em um dos cabides, guardando sua bolsa logo em seguida. Cumprimentou a grande maioria dos idosos presentes no grande salão, boa parte estava muito animada enquanto dançava ao som de uma música animada dos anos 80.

― Boa tarde, adorável Hinata. ― Chiyo, uma doce senhora, cumprimentou Hinata com um sorriso feliz ― Vejo que o vestido que eu te dei ficou espetacular em você.

― Ficou sim, aliás muito obrigada. É tão bonito, não consigo para de pensar que deve ser extremamente caro ― e que meu dinheiro do estágio jamais conseguiria comprar tal peça.

― Oras criança, o vestido é seu. Veja isso como um presente meu, tudo bem?

Hinata abriu a boca para falar, porém antes que pudesse responder sentiu algo chocar-se contra o seu corpo a ponto de fazê-la se desequilibrar no salto alto.

― Ai meu Deus! Me desculpa moça, de verdade-

Mesmo caída no chão, Hinata Hyuuga arfou enquanto olhava para o rapaz que tinha a derrubado. Nunca tinha visto alguém tão bonito como ele, o rosto anguloso quadrado, os lábios rosados e convidativos e os olhos de um azul encantador… isso sem falar dos fios de cabelo loiro, que lhe pareciam ser tão macios.

O estranho, também subitamente perturbado com a visão dela, deu-lhe a mão para se levantar. E assim que uma pele se encostou na outra, ambos puderam sentir faíscas.

― Perdão… eu te conheço de algum lugar? ― ela não conseguiu conter a pergunta.

― Dos seus sonhos talvez. ― ele brincou com ela, contente em ver o rubor nas bochechas da garota ― Na verdade eu iria fazer a mesma pergunta. Você me parece ser extremamente familiar. Qual o seu nome?

― Hinata. Hinata Hyuuga.

Ele piscou, novamente sendo atingido pela sensação de dejavu.

― Pois bem Hinata Hyuuga, ― ele fez uma reverência desajeitada abaixando a cabeça ― eu sou Naruto Uzumaki.

   O loiro disse com um pequeno sorriso de canto, Naruto quando entrou no asilo a fim de encontrar uma amiga de sua família chamada Chiyo, – que por acaso os olhava com um sorriso no rosto  –, não esperava encontrar uma garota tão linda como ela, tão de repente.

― Prazer, Naruto Uzumaki. ― ela respondeu rindo.





























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