Wicked Game escrita por Senhorita Mizuki


Capítulo 18
Capítulo 18




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Capítulo 18

 

 

E Harry havia partido direto para o local com Ron, descobrindo ser perto de uma lanchonete trouxa. Imaginou que conversariam novamente tomando café e aquilo o acalmou um pouco. Do seu lado Ron resmungava, achando um absurdo estarem encontrando Malfoy. Poucos minutos depois de chegaram ao local, vira ao longe o loiro, que acenou com a cabeça para ambos. Harry sentiu uma fisgada estranha, ele não cumprimentaria Ron, mas sim faria algo como uma carranca ou revirar os olhos para cima.

Mas assim que esse pensamento lhe veio à mente, ouviu um baque e viu o corpo de Ron ir ao chão. Sacou sua varinha, mas não rápido o suficiente para atacar – e então viu tudo ficar preto. Quando acordou estava em um barco com mais dois homens encapuzados, remando em meio à névoa. Remexeu-se inutilmente, tendo sua boca cerrada com alguma azaração e sentindo algo lhe apertar o pescoço.

Ao longe ouviu som de pessoas batalhando, gritando, e luzes vermelhas e verdes riscarem a névoa. Logo desembarcaram e dois homens muito grandes o puxaram para a margem. Debateu-se novamente, mas então não era páreo fisicamente para eles.

Por todo o caminho, xingou Malfoy mentalmente. Não entendia porque confiara nele, quando passara um ano todo o seguindo desconfiado e estivera certo com relação ao seu mau caráter. Que fora posta em dúvida no incidente do banheiro e na Torre, verdade, mas um Malfoy era sempre um Malfoy. Mesmo que este tivesse mãos que o excitassem.

Percebeu tardiamente estar em Azkaban, vendo bruxos lutarem em todos os cantos, parecendo um festival de fogos de artifício. Debateu-se mais, levando coices dos homens, até que chegaram a um saguão grande. Lá um deles desfez o feitiço que cerrava sua boca e encheu seus pulmões para gritar. Mas parou de imediato quando seus olhos, percorrendo a roda de homens vestidos de trajes de prisioneiros e capas negras, encontraram duas figuras parecidas, de cabelos loiro-prateados.

Sentiu uma onda de raiva subir-lhe a garganta, querendo arrebentar a cara de Malfoy. Mas então franziu o cenho, vendo ele e Lucius Malfoy cativos, de mão atadas. O ex-sonserino olhava para ele com decepção. Foi então que percebeu Lestrange, olhando-o como se fosse um cão encarando um enorme pedaço de carne suculenta. E voltou-se para os Malfoys.

- E como foi entregue com satisfação, irei poupá-los. – disse Lestrange.

Harry viu dois Comensais agarrarem os dois Malfoys, e o mais jovem pareceu entrar em pânico, enquanto o outro parecia abatido demais para uma reação mais forte.

- Não irei matá-los, mas isso não quer dizer que não farei nada. – e com um movimento de cabeça mandou que os levasse.

Com o canto dos olhos, avistou Richard vestido com a capa negra, olhando consternado Malfoy ser levado arrastado. Mas não se moveu nem falou, talvez temendo um destino pior. Harry tentou novamente se soltar, e chamou a atenção de Lestrange, que se virou para ele.

- Agora, o nosso acerto de contas. – disse com uma expressão sombria.

Mandou que soltassem Harry, o que fizeram, empurrando-o para o centro do saguão. Olhou para os homens ao redor, gargalhando e o olhando, sádicos. Aquela situação lhe era familiar, com a diferença de nesta que havia um número bem maior de Comensais. Mas não deixou que isso o intimidasse, acostumado por anos que estava em enfrentar coisas piores. Lestrange mandou que lhe dessem uma varinha. Harry segurou-a firme entre os dedos, estreitando os olhos e ficou em guarda.

- Vingança, Lestrange? É isso que quer? – rosnou.

- Antes de sairmos daqui, quero levar sua cabeça empalada como nosso estandarte, seu moleque! – disse entredentes.

Prontos para o duelo, os dois andaram ao redor do espaço que tinham, sem tirar os olhos um do outro. Sem perder tempo, Harry apontou a varinha para atirar o feitiço de Impedimenta. Mas nada aconteceu, e mal teve tempo de se questionar porque, quando o homem tranquilamente lançou um Crucio.

Harry se contorceu, sentindo a dor percorrer-lhe o corpo, caindo ao chão, gritando de agonia. Havia tanto tempo desde que recebera uma imperdoável como aquela, mal podia lembrar de como a dor era dilacerante. Com esforço apoiou a mão no chão, pondo-se de joelhos. Sentiu uma ânsia de vômito e começou a suar. Respirando com dificuldades, olhou furioso para Lestrange, que o olhava de cima, debochado.

Segurou a varinha com firmeza novamente, pondo-se de pé com esforço, limpando a boca com as costas das mãos. Mais uma vez, ele proferiu o feitiço a plenos pulmões, e ainda assim nada aconteceu. Olhou para a varinha, o maldito lhe havia dado um pedaço de pau medíocre. Encarou Lestrange quando esse riu sonoramente.

- Deve estar se perguntando por que não consegue lançar feitiços, não? – apontou para seu pescoço – Esse colar é a novidade do Ministério. Como vê, ele inibe nossos poderes, transformando-nos em meros trouxas. Que ironia, não?

- Covarde. – trincou os dentes, tocando o colar – Nem ao menos quer me enfrentar de igual para igual? – deu um sorriso de escárnio – Está com medo de que eu acabe com você como fiz com Voldemort? – viu com prazer muitos se remexerem ao ouvir o nome, mesmo o dono dele não existindo mais.

- Eu fui criado como um sonserino, não um cabeça dura feito os grifinórios. E não seja tão convencido, moleque. Quanto a sua vitória, é sabido que só conseguiu destruindo as horcruxes do lorde, enfraquecendo-o pouco a pouco. Quando nem ao menos Dumbledore conseguiu, porque um garoto conseguiria?

- O garoto aqui aconteceu de estar em uma profecia. – replicou.

- Oh, mesmo? E existe alguma profecia sobre isso?

Lançou seguidos Crucios em Harry que caiu de joelhos e agüentou, lutando contra a ânsia e a tontura. Riu baixinho, passando a mão pelo cabelo úmido.

- Quer saber como eu matei Bellatrix, Lestrange? – disse baixinho, mas o suficiente para que ele ouvisse – Quer os detalhes? Eles estão frescos na minha memória.

- Maldito. – murmurou entredentes, chutando o ombro de Harry.

Ele gemeu de dor, mas continuou firme. Não havia mentido, porque Bellatrix fora a primeira pessoa que matara e o prazer que sentira ao vingar Sirius o assombrava até aqueles dias. Lembrava que a encontrara abrigada na mansão dos Malfoy, escondida pela irmã. Bellatrix estava ensandecida, clamando que entregaria sua cabeça a Voldemort. Balbuciava coisas como o fato de tê-la rejeitado e ter posto Snape em seu lugar.

A mãe de Malfoy implorava para que ela parasse, sendo segura por Kingsley, enquanto Harry colocava-se em meio a ilustre mansão, enfrentando-a. Fora bastante difícil lutar com ela – a mulher ria e o atacava sem parar, destruindo paredes e coisas. Harry sabia que usar as azarações que ele mesmo ensinara aos colegas da AD não adiantaria daquela vez. Ela lutaria até morrer.

- A maldita mulher gritava feito uma louca. O que ela realmente era... – deu um sorriso de canto.

- Cale a boca, mestiço imundo!

O furioso Lestrange ergueu Harry pelo pescoço, empurrando-o até uma parede, batendo a cabeça dele. Harry cerrou os olhos ligeiramente, mas segurou o pulso do homem. Ele tremia de raiva, apertando o pescoço acima da gargantilha.

- Eu a cortei duas, três, quatro vezes. – continuou Harry, sufocando – A maldita só parou quando parti sua garganta. – rosnou.

Bellatrix caíra ajoelhada, engasgando com o próprio sangue, enquanto a irmã gritava horrorizada e escondia o rosto no peito de Kingsley. Os olhos da mulher reviraram para trás antes de cair, banhada de sangue. Ele usara o Sectusempra pela segunda vez então, mas ao invés da culpa, olhara o corpo a sua frente com imensa satisfação.

- Ela mereceu o que teve. – disse por fim.

Sentiu-o apertar mais sua garganta e levou dois socos no estômago, fazendo-o cuspir sangue. Receberia mais golpes, se não fosse pela agitação dos Comensais. Lestrange virou-se e se distraiu um momento para ver o que acontecia. Harry conseguiu afastar a mão em seu pescoço e jogou seu corpo contra o tórax dele, fazendo-o cair no chão junto. Montou em cima de Lestrange segurando a frente da sua capa e socou-lhe o rosto algumas vezes antes de ouvir a voz de Kingsley chamando-o.

Harry respirou, aliviado, vendo além dele mais aurores invadirem o saguão e perseguirem os Comensais, lutando. Olhou para Lestrange que tocava o nariz quebrado, soltando sua capa e erguendo-o.

- Está orgulhoso de uma mulher que morreu por devoção insana a um louco feito Voldemort? – silvou, recebendo um olhar perigoso do Comensal.

Mas então antes que o homem pudesse se levantar e atacar, dois aurores o seguraram e o estuporaram. Em algum tempo a situação foi controlada – com alguma dificuldade dada a quantidade de Comensais. Kingsley soltou o colar em seu pescoço e entregou-lhe sua varinha, e Harry ajudou a azarar alguns Comensais.

Ao fim, encontrou Ron também empunhando sua varinha, acompanhado de uma irritada Hermione, que o olhava envergonhado por ter sido pego fácil. Harry deu um sorriso igualmente embaraçado para os dois. Kingsley se aproximou, parecendo bastante insatisfeito.

- Vocês dois realmente fizeram tudo errado! – elevou seu vozeirão – Não pode mesmo superar suas diferenças com Malfoy e trabalhar direito?

- Oh droga, Malfoy! – Harry bateu na testa.

- O que quer dizer com isso? – Kingsley franziu o cenho, não entendendo.

Para onde haviam levado Malfoy e seu pai?

 


 

Continua...

Fevereiro/2007


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