ACRUX - O novo reinado escrita por Gabbs Silva


Capítulo 1
A caçada


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira história da série, por favor, me deixem saber a opinião de vocês!



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As pegadas no me chamam a atenção. Pelo diâmetro médio consigo deduzir que é um animal quadrupede de porte médio, provavelmente perto da idade adulta. Olho ao redor em uma tentativa de encontrar alguma pista do animal por entre a mata densa. Finalmente vejo arranhões em árvores ao leste e arrumo o arco em minhas costas, enquanto sigo o rastro do animal.

— Vossa alteza, o sol não irá tardar a se pôr. Não deveríamos partir?

Olho de soslaio para o homem atrás de mim e com gesto de mãos peço-lhe que fique em silêncio.

— Apenas um momento Carlisle, estamos perto! – falo baixo com esperanças de que o animal não nos tenha escutado.

Voltamos a caminhas e continuo seguindo as pistas até que finalmente o acho. Um lindo veado. Sorrio satisfeito pelo achado e me viro para Carlisle que antecipa meu pedido e já se encontra escondido entre as folhas do arbusto mais próximo, o que não me surpreende.

Carlisle têm me criado como um filho desde os meus 13 anos, quando comecei a me aventurar sozinho enquanto meu pai se mantinha ocupado com suas reuniões de estado. Infelizmente para ele, eu era um jovem aventureiro e inconsequente e não consegui poupar o bom homem de alguns cabelos brancos a mais. Porém, mesmo agora, com seus 53 anos o homem com uma barriga levemente avantajada de 1,75m de altura ainda continua cuidando de mim.

Tiro o arco das costas juntamente com uma flecha e afasto meus pés ligeiramente, relaxando meus músculos em seguida. Coloco a flecha na rabeira da corda e levanto o braço em direção ao meu alvo que continua a comer tranquilamente embaixo de uma árvore sem saber o seu destino. Respiro profundamente e solto a flecha. Os segundos até que ela passe pela cabeça do animal mais parecem horas e levanto os braços em uma clara demonstração de vitória quando isso acontece.

— Isso! – Exclamo animado e me viro para Carlisle

— Bom tiro majestade. – ele me elogia com um sorriso retorcido de quem acabou de perder outra aposta comigo.

Coloco o arco em minhas costas e começo a andar até o animal, sendo acompanhado por Carlisle.

— Viu como dessa vez o tiro foi certeiro? – pergunto animadamente.

— Depois de tantos treinos com o conde de Hamal, me admiraria se o senhor não tivesse melhorado, meu príncipe.

— Sam apenas me deu alguns conselhos, mas nada do que eu já não soubesse. – respondo me abaixando perto do animal.

Carlisle se abaixa na minha frente e arqueia as sobrancelhas, tomando para si sua postura desafiadora que sempre usa para me repreender. Prendo o riso em minha garganta com a facilidade de decifra-lo.

— Eu tomaria cuidado com seu narcisismo alteza. Nunca saberemos o tamanho da queda sem antes termos o conhecimento de o quão alto subimos.

— Agradeço o conselho Carlisle. Mas talvez fosse melhor nos focarmos em voltar para o castelo antes que meu pai retorne pela manhã, não concorda? – pergunto terminando de amarrar o animal de modo que fique mais fácil arrasta-lo até os cavalos.

— Concordo totalmente alteza, principalmente pelo fato de eu ser a pessoa que o está convidando para voltar desde três horas atrás. – ele responde me olhando com um falso desprezo que me diverte.

— Bom, já que concordamos devemos ir ou só chegaremos ao amanhecer.

O sol já estava se pondo no horizonte, formando uma visão esplendorosa das colinas de Acrux, o primeiro reino formado após a derrota dos senteiros. Eram épocas tenebrosas, onde o terror reinava em todo lugar. Homens sanguinários tomaram o poder e usavam os aldeões como escravos para conseguir comida, enquanto as mulheres eram obrigadas a se esconder se quisessem ter uma vida digna.

Assim se deu a guerra de columba. Muitos homens não conseguiam mais viver naquelas condições e em todo lugar começaram a surgir uma organização secreta onde eles se reuniam para discutir os futuros ataques que tirariam eles do poder. Meu avó e meu pai estavam nessa guerra. Agora o país era dividido em doze reinos, cada um comandado por um dos desentendes dos lideres da guerra.

Não demora muito tempo e encontramos meu Frísio preto, storm, e um Rock Mountain do estábulo real amarrados nas árvores onde os prendemos mais cedo.

— Vamos colocar o veado no Storm, ele é mais resistente a peso.

— Sim senhor. – Ele me ajuda a levantar o animal e começar a amarrar as cordas para que ele não caia durante a viagem.

— Sabe que não gosto que se dirija a mim a sim Carlisle. – Fito seu rosto. - Eu que lhe devo respeito, não o contrário.

Ele dá algumas batidas no animal antes de subir em seu cavalo.

— E novamente tenho que lembra-lo alteza, que o ar tem ouvidos e muitas vezes o vento leva informações que não deveriam sair de onde estão. – ele responde com um expressão séria.

— Você é medroso, isso sim. – Digo rindo.

— Apenas cauteloso.

— E o que mais teria nessa floresta além de nós e os pobres animais? – monto no cavalo.

— Espero que nunca tenhamos que descobrir senhor. – seu suspiro é audível e nos colocamos a galopar de volta para o castelo. Mas assim que começamos a nos aproximar do castelo o peso nos ombros volta a me incomodar.

— Como acha que as coisas serão amanhã, Carlisle? – pergunto receoso.

— Você será coroado, tudo vai ser diferente.

— Queria que as coisas não tivessem que ser desse jeito. – ele me olha piedoso e se diminui a velocidade do cavalo, chegando perto de mim e pondo a mão em meu ombro.

— Perdemos o direito de escolher sobre nosso destino há muitos anos, você sabe disso. Mas sempre se lembre pelo o quê e por quem está escolhendo essa vida Edward. Porque isso sempre o dará forças.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Continuo?

Beijocas de luz! ♥



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