All My Loving escrita por Somebodytolove13


Capítulo 3
Dream of you


Notas iniciais do capítulo

Heyyy! Sei que sumi... pretendia escrever esse capítulo mais rápido, porém ficou difícil, e eu sinto muito por isso. Alguns personagens importantes serão introduzidos hoje. Espero que gostem, desculpe qualquer erro!

Música- 7 years, Lukas Graham



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Estava frio, ela se lembrava. O barulho da porta do carro batendo mal foi captado pela mente bagunçada. Havia um bar, perto da rodovia da cidade de NY e era para lá que Quinn iria nessa noite.

Ela atravessou a calçada e sentiu sua cabeça doer com intensidade da luz. NoMad era o nome do local, mas ela não pretendia beber no momento. A loira só queria passar o tempo ruim com sua amiga, afinal, ela tinha uma criança para cuidar agora...Beth. Não existiam paparazzis naquela área, ela estava segura e isso era tudo queria.

A pequena porta de madeira enganava quem quer visse de fora, porém o bar era grande e bem estruturado. Quinn vestia um moletom azulado com capuz, para que evitasse qualquer reconhecimento. Os olhos avelã tinham rumo certeiro para a barmaid no canto: Brittany S.Pierce, a também dançarina e coreógrafa de suas músicas. Assim que se aproximou do balcão, entre a dança de várias pessoas, sua amiga lhe acenou discretamente, um rosto analisando o outro. Quinn sentou-se em um dos bancos de canto e esperou que a garota terminasse seu trabalho.

Brittany era uma das melhores amigas de Quinn. As loiras se conheceram ainda durante o ensino fundamental, onde se tornaram inseparáveis. Britt era uma mulher brilhante, decidida, talentosa e com os olhos mais sonhadores que qualquer um poderia ver. Juntas, as duas criaram uma relação de irmandade duradoura e verdadeira. Por isso, sempre que podia, Quinn a visitava no bar onde trabalhava quatro dias por semana.

Britt chegou perto, o avental com NoMad brilhando florescente no meio das luzes e sombras. Suas mãos se apoiaram no balcão, os olhos azuis fixos na garota à frente.

— Q, o que vai querer hoje? Suco ou água?- Falou baixinho, brincando com um copo de vidro e o paninho de limpeza que carregava sempre.

— Um suco de morango, Britt.

A dançarina assentiu, para logo depois perguntar o que queria:

— Por que está aqui esta noite?- Virou as costas para arrumar a bebida enquanto esperava a resposta. Brittany era sem dúvida uma ótima barmaid, seu corpo era ágil e preciso, sendo que em poucos minutos o suco da cantora já estava pronto, com delicados morangos em forma de coração por cima. Tão Brittany...

— Estou preocupada com a minha vó, hoje ela estava tão desorientada, sabe? Tive que ajudá-la a comer e tomar os remédios.- Quinn suspirou, sentindo algumas fisgadas nervosas no estômago.- Além disso, ela acordou de manhã e disse que estava atrasada para treinar a cheerios...Gritou comigo depois, pensando que era uma delas.

Sua mão foi segurada pela amiga, que fazia pequenos carinhos. Brittany sabia quanto Sue era importante na vida de Quinn, uma das únicas pessoas para quem ela demonstrava todos os sentimentos, sem filtros e sem mentiras. Foi horrível para a cantora ver sua avó sucumbindo ao Alzheimer, sem forma alguma de melhora, mas elas ainda estavam juntas, mesmo que não totalmente.

— Eu sinto muito, Q.- Um sorriso sincero foi trocado, os carinhos na mão que não segurava a bebida se intensificando.

— Eu também sinto, Britt.

De repente, ela sentiu o celular vibrar em seu bolso. Uma péssima sensação alastrou-se rapidamente pelo seu corpo, a deixando arrepiada. Ela sabia quem poderia estar ligando para ela naquele momento e o nome brilhando pela tela só confirmou sua teoria:

Noah Puckerman.

Ela revirou os olhos e distanciou-se de Brittany, falando o nome dele com os lábios. A dançarina parecia preocupada, mas a deixou ir. A ligação foi atendida.

— Hey, Quinn.

— O que você quer, Puckerman?- Disse, arrumando o capuz enquanto esbarrava em várias pessoa, a cabeça baixa. O tom de voz deixa escapar, ele estava bêbado e Quinn quase conseguia sentir o cheiro da bebida pelo aparelho.

Quinn parou entre as portas do banheiro, onde escutaria as palavras devidamente.

— Vim te trazer as últimas notícias!- Gritou.- Sabe, eu conversei com seu empresário hoje, aquele William Schuester. Adivinha o que ele disse? Que nosso acordo não poderá ser mantido por muito tempo- uma risada foi escutada no fundo - daqui a pouco sua barriga vai aparecer, Quinnie. Você sabe o que isso significa, não é? Sua carreira vai cair se continuar escondendo a verdade, loira. Acho melhor você assumir nosso relacionamento, porque os palcos acabaram durante esse ano.

— Vá se fuder!- Quinn desligou seu celular, segurando a vontade de jogá-lo na parede. Assim que o som da ligação parou, a cantora sentiu sua garganta secar e seus olhos encherem-se de lágrimas furiosas. Ela procurou pelo ambiente a calma que antes sentia, mas já não havia rastro dela em seu corpo. Quinn tentou voltar para o balcão, arrumando rapidamente o capuz em seu rosto.

De longe, ela viu Brittany ser chamada por um homem de terno preto e abandonar as bebidas com certa pressa. Caso a cantora não estivesse enganada, aquele era seu chefe, Jesse St. James, e algo devia ter dado errado nos fundos do bar. A loira deixou as lágrimas caírem e molharem seu rosto, ela já não queria permanecer no local.

Ela estranhou quando seu corpo involuntariamente atravessou a pista de dança e roubou uma das vodkas baratas que habitavam as paredes de madeira do bar. Suas mãos agarraram a bebida e ela sentiu seu estômago reclamar e sua visão turvar-se.

— Não, espera.- Ela sussurrava para si mesmo.- Eu paguei por essa bebida, tenho certeza de que paguei.- Descuidadamente, ela empurrava alguns dos clientes para chegar até a porta.

A cantora não se lembrava de nada disso. Essa cena não era assim. Desorientada, Fabray entrou no carro, as mãos tremendo em cólera enquanto segurava a bebida com força, os nós dos dedos brancos. Ela xingou baixinho e encarou o volante, bebendo um gole da bebida forte, sentiu a garganta queimar e as lágrimas espalhando-se pela roupa e cabelos bagunçados. A garota consumiu metade da garrafa, a deixando no banco do passageiro. Sua cabeça se levantou no nível da estrada a sua frente, com um sorriso quebrado, assim como seu coração. A respiração era curta e profunda, mal escutada depois que o carro acelerou.

A noite engolia a cantora, preenchendo as sombras, impossibilitando a visão. Estava frio, realmente estava. Um passo importante estava prestes a acontecer, ela sabia. Sua mão direita foi em direção a tela central do carro, iniciando uma música delicada demais para o momento, mas irreconhecível para a loira.

— Não, não.- Ela sussurrava, sabendo seu destino.- Não pegue o maldito celular.

Desesperada, ela viu a mão deixar o painel e tocar o celular, discando o número de sua melhor amiga.

Marley Rose.

Porém, para sua estranheza, o nome fora substituído por outro. A história não era assim.

— O que está acontecendo?- Ela gritou, vendo o nome de sua amiga ser apagado.- Rachel Berry?

O telefone chamava impaciente, mas ele não seria atendido. Quinn abriu as janelas do carro, paciente como se estivesse perdida, e ela estava. O refrão da música estava chegando. Uma mão no volante, outra na bebida, com um último gole, as lágrimas caíam e se direcionavam pelo seu ventre. Seu ventre, sua Beth. Ela se permitiu olhar pela janela, e via as sombras a envolverem com um grande impacto.

A escuridão total a tomou, e no meio de tanta bagunça, ela jurou escutar uma voz hesitante e ainda muito desconhecida dizer:

— Quinn?

A cantora sentou-se rapidamente na cama, os olhos arregalados e o corpo suando frio. Desde que saiu do hospital, há quatro dias, a jovem não havia conseguido dormir por um dia sequer. Sempre que tinha pesadelos os mesmos elementos se repetiam:

A bebida, Beth, a música desconhecida no rádio do carro, Rachel Berry.

Quinn se sentia afundar em medos, presa por amarras que ela mesma tinha criado. A vida no palco continuaria, mas a vida emocional parecia desaparecer lentamente, de forma inevitável. Seus olhos percorreram todo o quarto escuro, as sombras de estantes cheias de livros e violões pendurados nas paredes pretas, até que pararam em uma pequena pilha de roupas que lhe causou arrepios.

Ela se levantou, sentindo a perna reclamar com uma fisgada considerável, mas que ela tratou de ignorar. Suas muletas pendiam do lado da cama, prontas para serem recolhidas, e foi o que a loira fez, as encaixando no corpo.

— Um passo de cada vez.- Ela disse para o nada, rouca.- Um passo de cada vez.

Dessa maneira, ela chegou até os tecidos bem dobrados perto do armário e segurou um em suas mãos. O toque pareceu expor todas o choro que queria segurar, formando um nó em sua garganta e fazendo com que a loira se apoiasse em um móvel próximo. O pequeno gorrinho azul celeste era tão macio e delicado que cabia na palma de sua mão, leve como se não fosse tocado.

— Qual era a música, minha querida?- Indagou, os olhos fixos no objeto segurado.- Que música eu estava escutando?

Durante toda aquela noite, Quinn Fabray permaneceu acordada, em frente à seu antigo computador, digerindo todas as músicas que costumava ouvir, na esperança de encontrar a certa. As abas da internet cobertas de pesquisas e pesquisas sobre a fisioterapeuta mais famosa do estado de Nova York, que estranhamente não deixava sua cabeça.

 

...

 

— Santana, eu não posso me atrasar!- Disse Rachel, abrindo a porta do carro e olhando irritada para a latina.

Santana ainda vestia a camisola e carregava uma rosquinha doce nas mãos, o olhar de deboche sempre presente.

— Quem em sã consciência marca a primeira consulta no sábado de manhã, Berry?

— Eu marco!- Bufou.- Preciso ir agora.- A morena entrou no carro e fechou a porta com força.

— Eu não gosto daquela garota, Berry! Tome cuidado com ela!- Santana falou, por cima do som do motor.

— Okay, Sant!

Quando a partida foi dada, a jovem respirou fundo e mexeu nervosa no volante de seu carro. A morena havia tido certa dificuldade para dormir na noite anterior, pensando no grande trabalho que faria com Quinn e no como aquilo influenciaria em sua carreira. De forma quase inconsciente, a profissional havia se pegado pesquisando informações sobre a cantora loira durante a madrugada, ainda assustada que a maioria das notícias envolvessem seu comportamento revolto.

O edifício dos Fabray ficava em uma das áreas mais nobres de Nova York, a Upper East Side, onde as famílias mais nobres e tradicionais moravam. Sua arquitetura misturava traços antigos com monumentos recentes, contrastando pilares em mármore com janelas modernas em preto. Rachel se sentiu ainda menor perto da grande obra, mas havia algo em seu espírito que não permitia a luz de determinação em sua alma ser apagada. Sendo assim, a morena sorriu, desafiando o local e sentindo suas veias pegarem fogo em entusiasmo.

A morena pegou a maletinha de couro que sempre carregava e deixou o carro estacionado em uma rua próxima. O bairro não era muito movimentado, o que fez a campainha ecoar com ainda mais intensidade. Um senhor de cabelos loiros e olhos claros apareceu na porta, mal humorado: sua aparência lembrava levemente a de Quinn, mas havia algo no peso de seu olhar que o diferenciava da cantora. Fabray tinha um grande furacão no olhos, Rachel percebeu, mas o homem à sua frente não possuía nada. Simplesmente nada.

O mais velho observou a fisioterapeuta com nojo e surpresa, gritando para alguém da parte de dentro:

— Judy, a médica já chegou!

Depois, Russel disparou apressado ao lado dela, saindo do local, com xingamentos e cara fechada. Rachel viu-se reprimindo sua vontade de cruzar os braços para Russel.

— Olá, Rachel.- Judy cumprimentou.- Por favor, entre.

A sala de estar era um dos primeiros cômodos a aparecer, enfeitada com sofás de couro marrom e decorada de paredes beige e alguns tapetes vermelhos. Provavelmente Shelby adoraria o estilo, constatou a morena.

— Onde está Quinn?- Seus olhos corriam o ambiente impressionada.

— Primeiro corredor, há um porta à direita. Ela está ensaiando lá.- Existia orgulho em sua voz madura, então Rachel afastou-se e seguiu entre as amplas paredes.

Ela abriu a porta escura e cheia de detalhes.

— Como assim ensaian-

Seu sussurro foi calado com a cena que viu. Havia um pequeno palco no ambiente, iluminado pelos holofotes de luz branca, refletindo nas cortinas que coloriam o ar do local. Não era tão grande, mas era confortável e bem organizado. Mas o que realmente chamou a atenção de Rachel eram as duas garotas que o ocupavam, sentava em frente ao piano, os cabelos loiros no rosto e com um sorriso cansado, estava Quinn. Parada a poucos metros de distância, estava uma jovem de idade semelhante, os cabelos morenos e lisos, os olhos azuis claros refletindo a luz, suas mãos segurando um celular para gravar a cantora.

Uma melodia delicada começou a surgir do piano que Quinn tocava com facilidade. Rachel encarava escondida aquilo tudo, deixando sua matelinha apoiada no chão. A morena sempre quis aprender a tocar piano, e ver alguém com tanto talento para isso pareceu desesperatar ainda mais essa vontade em seu peito.

Once I was seven years old my momma told me

Go make yourself some friends or you'll be lonely

Once I was seven years old

Uma respiração profunda foi dada, o instrumento ainda ecoando. No canto, Berry fundia-se com a parede, admirada pelo canto Quinn, o qual nunca tinha escutado ao vivo. Havia um pedaço azul de tecido em cima do piano, mas Rachel não sabia do que se tratava.

It was a big big world, but we thought we were bigger

Pushing each other to the limits, we were learning quicker

By eleven smoking herb and drinking burning liquor

Never rich so we were out to make that steady figure

I always had that dream, like my daddy before me

So I started writing songs, I started writing stories

Something about that glory just always seemed to bore me

'Cause only those I really love will ever really know me

Once I was twenty years old

My story got told

Before the morning sun, when life was lonely

Once I was twenty years old

O som do piano foi interrompido e a garota de olhos claros abaixou o celular.

— Isso nunca foi tão difícil.- Fabray confessou, a energia em seu corpo transformada em angústia, de forma que seu ombros caíram e sua cabeça abaixou-se.

Som de passos foram escutados e, quando Rachel viu, as duas estavam lado a lado na banqueta do piano.

— Eu sei quando odeio isso, Quinn.- Sua voz era baixinha, e ela se esforçava para olhar eu seus olhos, as mãos juntas.- Só peço para que não desista agora.

— Eu odeio essa brigas, Marley.- Disse, a puxando para um abraço. A fisioterapeuta preferiu afastar-se mais nas sombras, sentindo a intimidade do gesto e seu coração acelerar.- Ela era perfeita, e eu a perdi para sempre.

Marley afastou-se levemente para limpar as lágrimas de Quinn, a fim de depositar um beijo em sua bochecha e intensificar seus carinhos.

O estômago de Rachel parecia queimar seu corpo, visto que estava paralisada no canto do pequeno auditório. A versão sincera da loira sempre parecia atingir a fisioterapeuta, roubando-lhe o foco com uma facilidade assustadora.

— Não foi sua culpa, Quinn, já te disse. Não importa o que seus pesadelos mostram para você, okay?

O abraço durou alguns longos minutos, até que Marley se afastou e falou:

— Rachel Berry já deve ter chegado, Quinn. Me ligue mais tarde, boa sorte tentando encontrar a música.- A garota deu um último beijo carinhoso na cantora, antes de sair, Rachel fez questão de se camuflar entre um vão na parede, onde estava escuro.

Assim que a amiga de Quinn se retirou, a fisioterapeuta contou um minuto, até pegar seu celular e fingir estar em uma ligação. Seu modo para atuar fervia mais do que nunca. Afinal, quando era pequena, brincava que ganharia um Tony.

— Oh, sim, Tina.- Disse, saindo do rumo da porta, o celular em mãos e os quadris balançando como em um desfile. No palco, Quinn enxugou suas lágrimas rapidamente com a palma das mãos, guardando o gorrinho e olhando espantada para Rachel.- Use o método de alternância entre frio e quente para anestesiar, okay? Preciso ir agora.- E fingiu desligar o celular.

Quinn recolheu suas muletas e tentou andar até a morena, sua perna fisgando insuportavelmente, mas ela tentava não deixar transparecer.

— Hey, Rachel.- Ela disse, deixando parte da dor transparecer.

— Olá, Quinn. Estava com alguém?- Interessou-se, mesmo sabendo a resposta.

— Uma amiga.

Rachel sentiu uma leve hesitação em su voz. Preferiu a ignorar por enquanto.

— Deixe-me te ajudar.- Deu alguns passos até a loira, estendendo os braços.

— Não preciso de ajuda.- Ela deu alguns passos desajeitados para frente, quase que fugindo.

Rachel revirou os olhos, parte da paciência se foi.

— Claro que precisa. Me deixe te ajudar logo, se não vai ser pior para você.- Seu tom era sério, desafiando a loira. Seu braço se juntou ao da cantora, servindo de apoio. Quinn bufou, virando o rosto para encarar a morena, os olhos andentes com a raiva controlada.

Elas deram os primeiros passos juntas, até que a paciente parou de fazer pequenos grunhidos de dor e andar em um ritmo controlado.

— Valeu.- Sussurrou, olhando a morena entre os passos.

— Não tem de quê. Você deve parar de esforçar tanto a perna se quiser melhorar a tempo, Fabray.- Falou, vendo a voz ecoar no corredor amplo onde haviam entrado.- Para onde estamos indo?

— Tem um quarto para exercícios físicos aqui.- De repente, o olhar da cantora se prendeu em algo a sua frente. Rachel desviou para também ver.

Uma senhora de cabelos loiros esbranquiçados tentava se levantar da cadeira em frente à televisão, sem sucesso. Quinn se moveu agitada, desvencilhando-se e tentando chegar ao seu quarto para ajudá-la, xingando no caminho.

Rachel arregalou os olhos para a reação da jovem, franzindo a testa.

— Quinn, espere! Está tudo bem!- Ela disse, passando em sua frente e parando na porta do quarto arejado.- Fique aí, eu vou ajudar!

A morena deu passos leves, vendo a senhora olhá-la nos olhos.

— Marley? Está diferente, querida.

— Ah, olá, meu nome é Rachel, prazer.- Seus braços rondearam a mais velha, ajudando a equilibrar seu corpo. Ela escutou os passos de Quinn pararem atrás de si.

— Rachel?- Ela repetiu, mais alto do que o necessário.- Bonito nome, você também é bonita, daria uma ótima cheerio, apesar de ser baixinha...

A cantora machucada riu levemente da cena.

— Para onde você quer ir?- A neta perguntou.

— Ah, olá, Q. Quero ir para a cama.- Apontou fraquinho para a cama espaçosa que tinha, cheia de travesseiros vermelhos, brancos e pretos, assim como o uniforme das líderes de torcida que já ensinou um dia.- Você não acha Marley bonita, querida?

— Sim, vó, a Marley é muito bonita.- Respondeu, olhando pelo canto do olho para Rachel, que não sabia de quem a loira estava realmente falando.

A senhora deitou-se na cama, sussurrando um boa noite e fechando as pálpebras.

Rachel então se virou para Quinn, a tempo de ver um olhar carinhoso alastrar-se por seu rosto, em conjunto com um sorriso sincero de admiração e amor. A fisioterapeuta deveria admitir que seu perfil era tentador, e possuía uma beleza difícil de esquecer, expressivo e detalhado, bonito de todas as formas. A loira ergueu sua atenção para a morena, seu semblante voltando ao normal misterioso e contido de sempre.

— Vamos?- Ela perguntou, séria. A máscara parecia servir mais uma vez.

— Claro.- Disse, sem pedir permissão para ajudar Quinn e já a envolvendo pelos ombros. A loira bufou mais uma vez.- Bem, se quiser se machucar sozinha, não sou eu quem sairá prejudicada...

— Só me ajude logo.- Os passos recomeçaram, juntos mais uma vez.

— Então aceite minha ajuda, Fabray.

— Claro.

 ...

A primeira sessão foi de longe uma das mais sensíveis da carreira de Rachel Berry. Poucas palavras foram ditas, o devido progresso foi feito e, o mais importante, muitos olhares foram trocados. No final, tudo que a morena queria saber era se veria os olhos de sua paciente brilharem novamente. O nervosismo do desafio tornava-se cada vez mais forte, muitas vezes substituído pela mais completa curiosidade. Ela nunca sentiu nada disso por nenhum de seus casos antes, e já não sabia o que isso significava.


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Notas finais do capítulo

E aí? A relação da Rachel e da Quinn vai ser meio confusa nesse início mesmo, elas estão confusas, isso acaba refletindo. Sobre a Quinn e a Marley, vão descobrir mais com o tempo, isso vai ser importante depois.
Comentem, por favor, amo saber a opinião de vocês, crítica ou não. Posso continuar assim?



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