O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 78
Cíntia


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado part.2.
Espero que estejam gostado da história de amor do Ethan e da Cíntia, desde já quero agradecer por todos os comentários que venho recebendo durante essa segunda temporada, cada um deles me deixa imensamente feliz, pois me mostrar que estou no caminho certo.
O capitulo de hoje é em homenagem a vocês leitores, obrigada por suas palavras de incentivo e por lerem a minha história.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788068/chapter/78

Como acontecia todo final de semana levantei cedo, me arrumei e desci para tomar o meu café da manhã, pois tinha que dar aulas de reforço na escola perto de casa.

Sai de casa no horário de sempre e fui caminhando em direção a escola secundária Hugo Dalton, que ficava três ruas depois da minha. Aproveitei aquele tempo de calmaria para pensar em tudo que havia acontecido nos últimos dias, principalmente sobre a minha descoberta de ontem à noite, que me deixou horas sem dormir.

Sentia como se a minha vida tivesse virado de cabeça para baixo novamente, o que me deixava assustada, afinal, da última vez em que isso aconteceu nunca mais tive um segundo de paz e felicidade, mas meus pensamentos foram interrompidos por uma vibração insistente que vinha de dentro da bolsa que estava no meu ombro.

Preocupada, achando que algo pudesse ter acontecido com a minha avó, abri minha bolsa nervosa enquanto procurava pelo aparelho, assim que o encontrei respirei aliviada ao ver que não era ninguém da minha família, mas meu coração se descontrolou ao ler o nome de Ethan na tela.

—É só uma ligação, Cíntia, nada além disso. - sussurrei para mim mesma tentando me acalmar antes de atender o telefone.

—Bom dia Cíntia...Eu te acordei? - Ethan questionou preocupado do outro lado da linha assim que atendi, e só de ouvir a sua voz meu coração bateu mais rápido.

—Bom dia Ethan. Não se preocupe, você não me acordou. - assegurei depois que consegui controlar meus batimentos cardíacos.

—Que bom, não queria deixa-la de mal humor. Sei muito bem, como é horrível ser acordado antes da hora. -ele segredou e sorri surpresa por suas palavras.

—Você não corre esse risco, sempre acordo cedo. Então, depois do que disse, posso deduzir que você é um dorminhoco? -questionei brincando voltando a caminhar em direção a escola e Ethan sorriu do outro lado da linha, me fazendo sorrir ao lembrar como ele ficava lindo sorrindo.

Deus, o caso estava pior do que imaginava, pensei comigo mesma olhando para o céu.

—Confesso, gosto muito de dormir. Já você, aposto que deve ser uma daquelas pessoas diurnas. - ele disse como se fosse algo estranho e sorri ao telefone.

—Sim e você provavelmente, é uma pessoa noturna. - chutei e ele sorriu do outro lado da linha, fazendo meu coração quase sair do peito, ao ouvi-lo sorrir novamente.

—Culpado. Me acostumei com a vida noturna, principalmente quando estava na faculdade de medicina. Era praticamente um zumbi nessa fase...Talvez seja por isso, que goste tanto de dormir. -Ethan segredou pensativo e sorri da sua conclusão. - Adoro o som da sua risada, Cíntia...É o som mais lindo, que já ouvi na vida.

—Obrigada, mas também não é pra tanto. - disse sem graça depois do seu comentário e Ethan sorriu.

—É pra tanto sim. Sua risada é linda, praticamente musical...Uma harmonia perfeita de acordos e sons. - Ethan segredou do outro lado e me concentrei em respirar, acalmando assim minha pulsação acelerada. - Cíntia, você ainda está aí?

—Sim. - sussurrei ainda instável diante do seu elogio.

— Já falei com o doutor Xavier, que me passou todos os exames da sua avó. Não se preocupe, pois já marquei o check up da dona Marta para amanhã. O doutor Xavier não poderá nos acompanhar durante o procedimento porque estará em cirurgia, mas meu pai irá substitui-lo na supervisão dos exames até que o mesmo saia da cirurgia.

—Achei que seu pai estivesse aposentado do hospital. - disse confusa, pois sabia que o doutor Thompson e a esposa, haviam se aposentado do hospital meses atrás.

—Ele está, mas o doutor Xavier me contou que meu pai conheci de perto o caso da sua avó, por isso ele sugeriu a substituição e concordei. Não se preocupe com nada, meu pai possui especialização em cardiologia e pode avaliar o caso da sua avó com segurança. -Ethan garantiu seguro e corei sem graça, por ele achar que não confiava nas suas decisões.

—Confio em você, Ethan. Me perdoe, se dei a entender que seu pai não era capacitado ou que não confiava em sua decisão. - pedi aflita só de pensar na possibilidade de magoá-lo.

—Não precisa me pedir perdão, Cíntia, não me senti nenhum pouco ofendido.

—Tem certeza? - questionei insegura e ele sorriu.

—Tenho certeza, Aurora. -ele assegurou e fiquei surpresa por ouvi-lo, me chamando pelo meu segundo nome.

— Porque me chamou de Aurora? -questionei com o coração acelerado à espera da sua resposta.

—Porque é um nome lindo e forte, que combina tanto com você. Além do mais, todo mundo a chama de Cíntia ou de Ci e queria muito chama-la de uma forma especial, para que pudesse lembrar sempre de mim. - Ethan admitiu sincero e parei de andar, pois minhas pernas pareciam ter perdido as forças por um instante diante de suas palavras.

Deus, Ethan não podia ficar falando essas coisas pra mim.

Não agora, que sabia que sentia algo por ele.

—Se você não gostar, posso continuar chamando-a de Cíntia. - ele disse suave me trazendo de volta para a realizada e respirei fundo, tentando assumir o controle dos meus sentimentos.

—Não tudo bem, pode me chamar de Aurora...Eu...- disse incerteza, se teria ou não coragem de falar o que se passava em minha cabeça, e ele sorriu do outro lado da linha.

—Você? - ele questionou me incentivando a falar e respirei fundo, antes de voltar a falar.

—Eu meio que gostei de ouvi-lo me chamando assim. - admiti sincera sentindo meu rosto corar e ele sorriu do outro lado da linha.

—Você não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso, minha Aurora. - ele disse meu nome de maneira devotada fazendo meu coração acelerar outra vez, antes dele respirar fundo e voltar a falar.- Vou enviar o horário e o número da sala de exames por mensagem, não se preocupe porque conversei com a minha irmã e lhe contei sobre os exames que a sua avó irá fazer na segunda, por isso ela a liberou a manhã toda.

—Nem sei como lhe agradecer Ethan, você se tornou o meu anjo da guarda. - disse emocionada por ele pensar em todos os detalhes.

—Agora sou eu que digo, que não é pra tanto. Só aprendi com meus pais, que quando nos importamos com alguém, demonstramos e cuidamos dessa pessoa. - ele disse me fazendo desejar automaticamente ser uma dessas pessoas.

—Obrigada, Ethan. -disse sincera e ele sorriu carinhoso do outro lado da linha.

—De nada. Prometo estar ao seu lado e protegê-la pra sempre, minha Aurora. - ele jurou do outro e meu coração acelerou enlouquecido, ao ouvi-lo novamente me chamando de sua Aurora.

—Que tal, se almoçássemos juntos hoje? - ele questionou de repente e pisquei voltando a realidade.

—Eu adoraria, mas prometi que almoçaria com meus pais, me desculpe. - expliquei a ele torcendo para que não ficasse chateado comigo.

—Está tudo bem, podemos combinar outra coisa depois. Preciso realmente desligar, mas a noite eu te ligo, tudo bem? - ele questionou ainda incerto se poderia ou não me ligar.

—Tudo bem, vou ficar esperando. - disse suave antes de nós despedimos, em seguida comecei a rir sozinha no meio da rua.

Não podia acreditar, que estava toda derretida por Ethan.

Ele era só o meu amigo...Tudo bem, meu amigo por quem tinha uma queda, mas eu era adulta e podia muito bem controlar esses sentimentos, era o que esperava.

Não podia e nem iria ficar me comportando, como uma adolescente apaixonada e inexperiente, suspirando pelos cantos e sonhando acordada com um príncipe encantado, uma espécie que havia sido extinta ou que talvez nunca tenha existido de verdade.

Respirei fundo e balancei a cabeça, espantando toda a confusão que havia dentro de mim voltando a andar em direção a escola, onde passaria boa parte da minha manhã.

.......................................................................................................................................................

Depois que sai da escola fui direto para a casa dos meus pais, entrando na casa em que cresci sem cerimônia.

—Tia Ci.- Alex e Pandora gritaram felizes deixando seu jogo de lado, antes de correm até mim.

Sorrindo, me ajoelhei no chão e envolvi meus sobrinhos em um abraço apertado, beijando várias vezes suas bochechas lhes fazendo rir.

—Chega tia, a senhora vai sufocar a gente. - Alex reclamou sorrindo e concordei soltando os dois, enquanto meu cunhado ria vendo a cena com o filho caçula no colo, que assim que me viu começou a sorrir pra mim batendo palminhas.

—Acho que o Ian também quer um abraço da tia Ci, não é filho? - Sebastian perguntou ao filho em seu colo, que gritou animado nos fazendo ri enquanto ia pegar meu sobrinho caçula no colo.

Enchi Ian de beijos antes de fingir que mordia a sua mão gordinha, fazendo-o sorrir alto provocando risos em todos.

—Pelas risadas das crianças, sabia que era você, querida. - meu pai disse sorrindo assim que apareceu na sala e entreguei Ian ao meu cunhado, antes de dá um abraço no meu pai. - Estava com saudades, meu bem.

—Nós nos vimos ontem, papai. - lembrei e ele sorriu amoroso beijando a minha testa, antes de nos separarmos.

—Sei disso querida, mas um pai sempre senti saudades dos seus filhos, não importa a idade que eles tenham. -papai explicou e Sebastian concordou enquanto sorria dos dois. -Como foi a aula, querida?

—Foi boa, as crianças progrediram bastante, desde que comecei a dar aulas. - assegurei ao meu pai antes de irmos nos sentar no sofá.

—Onde estão a mamãe e a Susan? - questionei não vendo as duas na sala.

—Estão na cozinha terminando o almoço.

—Vou até lá ajuda-las.

—Faça isso filha, enquanto eu e Sebastian arrumamos a mesa para o almoço. - papai pediu e concordei antes de ir em direção a cozinha.

Assim que entrei na cozinha, vi mamãe sorrindo enquanto cortava alguns tomates, provavelmente para uma salada, e Susan lhe contava a última que os gêmeos haviam aprontado, fazendo as duas riram.

Ali parada na entrada da cozinha agradeci a Deus, pela mãe e irmã de coração que ele havia me dado. Apesar de não ser sua filha biológica como Susan era, Lauren, me amou desde a primeira vez em que nos conhecemos, nunca fazendo distinção entre mim ou sua filha, sempre deixando claro para todos, até mesmo para nós, que ela tinha duas filhas.

Jamais poderia agradecer todo amor e carinho, que ela me dedicou durante todos esses anos, me ensinando também que era uma garota sortuda por ter duas mães, mesmo que uma delas tenha ido para o céu cedo demais.

—Ci, filha, que bom que chegou. - mamãe disse feliz ao me ver e caminhei em sua direção para lhe dar um abraço, sendo recebida com várias beijos e abraços que sempre me faziam rir.

Depois que me separei da minha mãe, fui dar um beijo em Susan antes de lhes questionar no que poderia ajudar.

—Como foi a sua manhã na escola, querida? - mamãe questionou continuando a preparar a sala, enquanto cortava algumas batatas para acompanhar o frango assado.

—Foi ótima, a Emily, minha aluna que tinha certeza dificuldade com subtração, conseguiu fazer o primeiro exercício sem a minha ajuda. - disse orgulhosa olhando para a minha mãe que sorriu feliz para mim.

—Meus parabéns, querida, isso só mostra o quanto você é uma professora maravilhosa. - mamãe disse sorrindo e Susan concordou.

—Obrigada, mas não fiz nada sozinha, foi um trabalho em conjunto entre mim e a Emily.

—Verdade, filha. Cíntia, queria ter lhe perguntado ontem, mas não tive a oportunidade, por acaso você e seu amigo médico estão juntos? - mamãe questionou de repente e sorri nervosa enquanto Susan parava de lavar a sua louça, dando atenção a nós.

—Claro que não, mãe, Ethan é só meu amigo. - disse meio incerta e mamãe me olhou com cuidado, com seus olhos verdes claros iguais aos de Susan.

—Cíntia Aurora, conheço você e quando sorri nervosa desse jeito é porque está escondendo algo.

—Juro que não estou escondendo nada, mãe. Porque a senhora achava que Ethan e eu estávamos juntos? -questionei curiosa em ouvir a sua resposta.

—Pelo jeito que ele te olhava...Era muito mais que um olhar de amigo...Era admiração e adoração, como se ele fosse capaz de morrer por você. Só se ver um olhar assim em alguém, quando essa pessoa está apaixonada. - mamãe explicou e olhei para a minha irmã que balançou a cabeça concordando com ela. - Mas e você? Senti algo além da amizade, pelo Ethan?

—Honestamente, não sei, mamãe. E isso me deixa angustiada, porque não quero fazer o Ethan sofrer e muito menos o Pedro. - desabafei sincera olhando em seus olhos e as duas ficaram surpresas ao ouvirem a minha confissão.

—Não acredito nisso, Ci...Você está afim de dois caras ao mesmo tempo? - Susan gritou eufórica e a olhei feio, não precisava que o resto da nossa família soubesse que estava em um triângulo amoroso.

—Susan. - mamãe disse séria censurando minha irmã com o olhar, que me pediu desculpas.

—Eu não sei o que fazer... Estou dividida entre os dois e isso me deixa apavorada, porque não quero ficar com ninguém agora, mas não posso negar que os dois me mexem comigo. Deus, me sinto a pior pessoa do mundo, por estar atraída por dois homens ao mesmo tempo. - confessei envergonhada cobrindo meu rosto com as mãos, sem coragem de olhar para as duas.

—Não há nada para o que se envergonhar, filha. Está tudo bem, gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, querida e não tem nada de errado nisso, isso é natural. Significa que os dois, são pessoas maravilhosas e especiais, para que sentisse algo além da amizade por eles. -mamãe disse carinhosa, assim que se aproximou de mim e começou a acariciar meu cabelo.

—E porque sinto, que estou traindo alguém, só de gostar dos dois ao mesmo tempo? -questionei entre lágrimas olhando para as duas, que estavam em pé ao meu lado.

—Nada disso, Ci. Você não está traindo ninguém, afinal, não prometeu nada a nenhum dos dois, ou prometeu?

—Não, Susan.

—Então, não há traição nenhuma. - minha irmã disse suave e mamãe concordou com ela.

—E se eu...Hipoteticamente, claro... Decidir jogar a minha promessa pro alto e me envolver com um deles? Como vou saber quem é o homem certo? - questionei confusa para elas e minha irmã respirou fundo, como se estivesse em busca das palavras.

—Em primeiro lugar, você não prometeu que não iria se envolver com mais ninguém. Você só gritou aos quatro ventos, em um momento de raiva e decepção, que os homens não prestavam e que não queria mais nenhum deles na sua vida, o que te deixa livre de quebrar qualquer promessa, que acha que fez. Em segundo lugar, só você pode responder essa pergunta minha irmã. Ci, você pode estar atraída pelos dois, mas só um deles faz o seu coração bater mais rápido, resta apenas descobrir qual deles. - minha irmã disse séria e gemi a contragosto, antes de deitar a minha cabeça no ombro da minha mãe.

—Obrigada pelo conselho enigmático, Susan. - agradeci sarcástica e minha irmã sorriu amorosa para mim.

—Sua irmã tem razão, querida, mas tudo que precisa agora é ter calma e paciência consigo mesma, só assim saberá quem é o homem certo. - mamãe disse suave acariciando o meu cabelo e respirei resignada, sem ter a menor ideia de como iria descobrir de quem gostava mais, pois para mim o sentimento era igual.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Coitada da Cíntia, está totalmente perdida.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.