Aquele Verão - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
R+E


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic para o projeto Casais ImPossíveis, espero que gostem ♥
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788025/chapter/1

Eddie passou na frente do fliperama espiando dentro das portas de vidro, na tentativa de ver se Richie estava lá jogando. Não se falavam desde a briga no começo do verão, e estava ficando com saudades dos amigos, em especial de Richie, embora não fosse admitir para nenhum daqueles cabeçudos.

As maquinas de jogos estavam todas sendo usadas e algumas estavam inclusive com filas extensas e, por isso, não conseguiu enxergar os óculos fundo de garrafa característicos do amigo. Ponderou alguns segundos, estaqueado na frente do fliperama, se procuraria por ele ou seguiria seu caminho até a farmácia, e acabou optando por entrar. Não faria mal só dar uma olhada e então ir embora como se nada tivesse acontecido.

Tocou os dedos finos na maçaneta de madeira, empurrando a porta e sendo inundado pelas vozes de crianças e pelo som das teclas e botões sendo apertados. As luzes das máquinas brilhavam com personagens coloridos, quase distraindo Eddie de sua missão sorrateira. Deslizou para dentro, olhando como se estivesse distraído para cada um dos meninos que jogavam ou aguardavam sua vez. Mas sabia que Richie não estaria naqueles jogos, pois o que ele gostava mesmo era Street Fighter, que ficava um pouco mais para dentro.

O garotinho foi se espremendo no meio dos corpos magrelos e suados, até avistar seu alvo: Richie Tozier. O amigo não tirava nem por um momento os olhos vidrados da tela que mostrava seu personagem lutando. Resolveu se aproximar e dar um susto nele, talvez um ataque de cosquinhas para desconcentrá-lo e então os dois sairiam dali para tomar sorvete. Parecia uma boa ideia.

Quando fez menção de chegar até ele, viu que jogava com muito empenho com um garoto que Eddie não conhecia: um menino loiro, com expressão arrogante e pulseiras de spikes. Suas pernas tremeram levemente, embora ele não tenha entendido – ou não quisesse entender – o motivo, afinal, ele não era de ter ciúmes dos amigos com outras pessoas.

Mas ele não sabia as intenções daquele garoto novo com o seu melhor amigo e aquilo o perturbava. Sentiu as pontas dos dedos formigando e a boca ficando seca e se apavorou: ia morrer! Alguém ali dentro no meio daqueles corpos suados tinha um vírus que tinha acabado de entrar no sistema imunológico de Eddie e o mataria em alguns minutos. Tudo isso só para falar com o ingrato que era Richie.

Assim que resolveu sair e correr para a farmácia, o jogo dos dois acabou e o loiro se afastou. Pode ver seu amigo convidando o garoto para mais uma partida e, em seguida, oferecendo uma moeda para ele jogar. Seu estômago embrulhou. Richie gostava daquele garoto? Ele... queria um novo melhor amigo?

— Ei, você está dando em cima do meu primo, Tozier? – Uma voz rude falou arrancando Eddie de seu sofrimento. Viu que Richie olhou para trás, onde Henry Bowers sorria maliciosamente.

— Não sabia que deixavam bichinhas nessa cidade – O garoto loiro, primo de Bowers, comentou saindo de perto do garoto. Desta vez Eddie sabia o que estava sentindo: tristeza. Não aguentou ver aquilo e deixou a loja apressadamente, esquecendo até do vírus letal que tinha invadido seu corpo.

— SAI DAQUI – Conseguiu ouvir ainda antes de o ar quente da rua tomar conta e ele deixar o fliperama para trás. Enquanto caminhava, tentava fugir do medo que sentira de Henry e do medo de Richie estar fazendo novos amigos. Amigos melhores que ele. Amigos mais legais que ele.

— Eddie? – Virou-se para trás surpreso, Richie estava correndo para alcança-lo – Oi cara.

— Oi – Ponderou se comentava sobre o que tinha acabado de presenciar, mas notou que não conseguiria explicar o que estava fazendo lá em primeiro lugar e acabou engolindo os sentimentos.

— Tá indo pra onde?

— Pra farmácia – Indicou o local com a cabeça – Preciso pegar os remédios da minha mãe.

— Ah, posso ir junto? – Eddie pode ver dentro dos olhos do amigo a aflição do que tinha acabado de acontecer. Deu de ombros, concordando e voltou a percorrer o caminho, desta vez com Richie ao seu lado.

— Quer buscar os remédios para minha mãe? – Eddie tentou animá-lo, pois piadas envolvendo sua mãe era o que mais Richie fazia.

— Claro, ela já deve estar com saudades – Sorriu tristemente.

— Você está bem? – Eddie parou mais uma vez, se virando de frente para o amigo, mostrando que a pergunta era séria e que estava preocupado de verdade.

— Melhor quando for ver meu amor – Provocou ao invés de responder. O garoto segurou a mão dele e repetiu:

— Richie, você tá bem?

Os olhos castanhos através das lentes fundo de garrafa começaram a se encher de lágrimas enquanto o garoto buscava uma resposta engraçadinha para distrair Eddie de sua preocupação.

— Vem comigo – Eddie pediu sem deixar outras opções, ainda segurando a mão dele, e o levando pelas ruas de Darren. Percebeu que Richie fungava, mas fingiu não ver, não queria incomodá-lo em um momento tão sensível e pessoal.

Depois de alguns minutos de passos apressados, os dois chegaram onde Eddie queria: a ponte de Darren, pois nunca tinha ninguém lá.

— Porque você me trouxe aqui? – Richie limpava as gotas que corriam por suas bochechas vermelhas, torcendo para que o amigo não falasse nada sobre aquilo.

— Eu entrei no fliperama – Confidenciou mexendo os pés nervosamente.

— Oh – Ele soube no momento o que aquilo queria dizer. Ele viu Henry Bowers. Ele ouviu Henry Bowers.

— E eu sei que não é o momento – Eddie sentiu uma golfada de coragem e soltou: - Mas quem era aquele que estava jogando com você?

— Quem... O que? – Total descrença atingiu o garoto, que esqueceu de seus lamentos e desatou a rir – Você está com ciúmes?

— NÃO!

— EDDIE – Explodiu uma gargalhada – Você tá com ciúmes!

— Não tô – Resmungou de uma forma que Richie achou fofa.

— Ele não era meu amigo nem nada, era só um carinha que tava ali pra jogar – Assegurou. O rosto de Eddie ficava cada vez mais vermelho, fazendo o garoto pensar que estava passando mal – Ei, você ainda é meu melhor amigo, tá bem?

O garoto, que nem tinha notado que ainda estava segurando a mão do amigo, soltou-a rapidamente, o rubor tomando conta de sua pele clara e ficando mais evidente a cada risada de Richie.

— Eu nunca trocaria você, seu cabeça de ovo – Apanhou a mão que fugira de volta e sorriu – Eu te amo.

— Você... – Eddie olhou para ele finalmente, a surpresa superando sua vergonha.

— Como um amigo! – Se apressou em dizer gaguejando – Como um melhor amigo!

Agora era Richie quem estava ruborizando. Um sorriso começou a se espelhar pelo rosto de Eddie, que foi perdendo a vermelhidão.

— Então você me ama? – Foi sua vez de provocar – Richie Tozier, você me ama.

— Cala a boca – Falou avistando as letras entalhadas na ponte. O R+E que ele tinha feito semanas atrás – Seu idiota.

— Richie boca de lixo – Riu balançando suas mãos ligadas – Me ama.

— Não é bem assim – Tentou corrigir.

— Me ama. Me ama – Saltitava na ponta dos pés e falando na frente do rosto envergonhado do garoto – Lalalala, Richie me...

Sua zoação foi cortada com o toque delicado dos lábios do outro sobre os seus. Eddie arregalou os olhos em choque e viu que Richie tinha os seus fechados. Para sua surpresa, ou deleite, fechou-os novamente e apoiou sua mão livre no pescoço do garoto.

Ao fundo, a esperança posta nas letras R+E gravadas na ponte ardia como a paixão deles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)
Contem ai embaixo o que acharam da história e até uma próxima :D
Pedidos de fics de qualquer casal podem chamar a gente ♥
Até :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aquele Verão - CIP" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.