Derek estava na cabeceira da cama de Penelope. Se passaram quase quatro dias desde que ela e Abby foram trazidas para o hospital. Tocando os cabelos de sua esposa, Derek suspirou.

— Eu só queria você de volta, Baby Girl. – Derek deixou uma lágrima escorrer. – Mamãe ligou, ela vai trazer Jenny para cá junto de Jéssica.

Ele segurou a mão dela e de repente, ele suspirou. Ele poderia ter sentido um aperto na mão de Pen.

— Você pode me ouvir, Baby? – Derek viu o monitor cardíaco dela aumentar. – Baby Girl, por favor, você pode acordar para mim.

Foi como se fosse uma cena clichê de filme. Derek sentou-se na cama de Penelope e devagar, Pen abriu os olhos para seu marido.

Ele sorriu, sabendo que agora, ele poderia ser mais uma vez feliz.

Em outra parte da ilha, Elisa estava amarrada a uma cadeira em meio a uma sala. Mas ela se recusara a fazer o papel de mocinha indefesa.

— Quando G Callen vier, ele vai te fatiar em pedaços pequenos. – Elisa gritou. – E eu vou colocar sua carne na minha sopa.

— Quer por favor calar a boca? – O homem que estava fazendo a guarda dela pediu. – Eu não estou preocupado com isso. Tiramos duas das mulheres que poderiam pegar um endereço do caminho.

— Errou feio, babaca. – Eric, Nell e Sebastian disseram ao mesmo tempo em que digitavam furiosamente nos teclados.

— Callen, achamos o lugar que sua noiva está sendo mantida. – Eric foi o primeiro a falar.

— É um prédio abandonado nas docas. – Nell complementou a informação.

— Pride, eles tem um sistema sofisticado de informações. – Sebastian terminou. – É um equipamento parecido com o nosso.

— Vance deve ter dado a eles depois daquela troca que ele inventou. – Gibbs falou. – Eu deveria ter dado uma surra nele naquela ocasião.

— Se tivesse, não estaríamos aqui. – Steve provocou. – Quero dizer, eu não chutei a porta, mas você deixou seu diretor espião pegar equipamentos da agencia.

— O que está dizendo? – Gibbs estava ficando esquentado. – É o sujo falando do mal lavado.

— Vai começar de novo. – Emily falou do outro carro. – Eu estou grávida, mas isso não me impede de dar uns tapas neles.

— Gibbs, só porque ele não viu que sua filha estava naquele porão não é a culpa dele. – Jenny nem percebeu que revelou a verdade. – O que?

— Minha filha?! – Gibbs não sabia se perguntava ou afirmava. – Abby é minha filha! Por que diabos você escondeu isso de mim esse tempo todo?

— PORQUE MARY ERA MINHA IRMÃ E ELA ESTAVA QUERENDO GUARDAR SEGREDO! – Jenny estava puta da vida agora. – Ela era minha irmã e Abby é minha sobrinha. Eu aceitei ser diretora para ficar perto dela e de você.

— Uau. – Danno comentou casualmente. – Haja psicóloga depois disso.

— Eu me ofereço a pagar. – Rossi continuou dirigindo.

— Perfeito. – Steve bateu palmas do volante. – Agora temos um conflito de interesses, quer dizer que o caso é meu.

— Nada disso. – Gibbs se virou para o homem. – O. CASO. É. MEU!

O agente fez questão de pontuar cada palavra. Parando o carro de repente, Steve saiu. Gibbs também deixou o carro. Haveria um pequeno e grande confronto.

— Eu não sei se você percebeu, mas a porra do caso é meu agora. – Steve rasgou o termo de cooperação. – E isso quer dizer que você terá que obedecer minhas regras.

No outro carro, o restante dos agentes resolveram seguir viagem. Eles precisavam chegar antes que Elisa fosse machucada ou ao bebê.  

— Não deveríamos parar para ajudar? – Hotch perguntou a Emily. – Quero dizer, eles dois tem armas.

— Nah, eu chamaria uma ambulância só para garantir. – Emily brincou. – Já viu Jenny brava? Eu tenho certeza que ela vai dar um tiro em cada um se a coisa ficar física.

Callen estava com a fúria no olhar. Sam, Deeks, Kensi e Hetty colocaram o cinto de segurança. O homem estava uma missão de resgate e nada iria atrapalhar.

— G, eu sei que você muito provavelmente aprendeu a dirigir com Gibbs e Steve em alguma zona de guerra, mas por favor, vamos devagar? – Sam tentou negociar com o homem. – Afinal, se você morrer em um acidente de carro, sua noiva vai estar em perigo mesmo assim.

Callen então desacelerou um pouco. Eles pararam na porta do armazém e Callen saiu do carro com a arma em punho, seu olhar de vingança. Aquele olhar de quem teve seu Nescau roubado.

Ele nem esperou o resto do time e já chutou a porta. Sam olhou para cena e felizmente todos estavam de colete, mas Deus perdoe quem levou Elisa.

— Por que você me levou? – Elisa resolveu perguntar. – Por que na sua cabeça eu, uma garota grávida sou a vítima perfeita para você?   

— Minha chefe meu fez prometer que eu iria terminar a vingança dela. – Joshua respondeu. – Agora, quer calar a boca?

— Eu acho que você deve desculpas a MINHA noiva. – Callen estava na frente dele. – Nem tente machucar ela ou o bebê. Eu não tenho medo de descarregar minhas duas armas nisso que você chama de cara.

— G, que bom que chegou. – Elisa gritou. – Ele disse que duvida que você possa machucar ele.

O bandido estava tremendo de medo logo que a sala ficou cheia de agentes. A arma caiu no chão e G, pulou no homem, dando soco atrás de soco.

Emily gentilmente removeu Elisa das restrições e colocou um casaco sobre ela.

— EU VOU TE MATAR!!! – Callen literalmente gritou. – Eu vou te matar.

— G, por favor. – Sam viu o homem tirar uma faca da calça e nem segundos depois, a faca penetrou o estomago do agente. – G!

Elisa se virou a tempo de ver o marido cair no chão segurando o estomago. Ela se libertou das mãos de Emily e se ajoelhou na frente do noivo.

Eles já estavam praticamente casados e se tratavam como marido e mulher em várias ocasiões.

Deeks, Kensi, Sam, Tony, Ziva, Hotch, Rossi, Reid, Pride e Brody transformaram o bandido em uma peneira enquanto Emily, Hetty e JJ ajudavam Elisa e Callen.

— Você prometeu estar no nascimento do nosso filho. – Elisa viu o homem da sua vida cair no chão. – Por favor, não me deixa.

A mão de G caiu da de Elisa e ela soltou um grito que ecoou pelas paredes do armazém.

— Que merda você quer dizer que o caso agora é seu? – Gibbs estava com a mão no coldre já. – ABBY É MINHA FILHA, MINHA CIENTISTA, MEU CASO.

— E quanto a Penelope Morgan? – Steve tinha um sorriso despretensioso nos lábios. – O que ela é sua?

— Seu filho da puta. – Gibbs literalmente deu um soco no rosto de Steve.

Jenny estava olhando para Danno com total descrença.

Steve jogou Gibbs no chão e se atirou contra ele. Foram ao total dez socos divididos entre os dois. Gibbs virou e bateu a cabeça de Steve no chão.

— JÁ CHEGA! – Jenny tinha uma arma nas mãos. – Se os dois não pararem de agir com dois bêbados depois de uma noite no bar, vocês vão parar no hospital.

— É isso mesmo. – Danno falou, ganhando olhares de todos. – Vamos, vamos parar com essa troca de socos.

— Está bem, está bem. – Steve se levantou, limpando o pó. – Vamos dividir esse caso. Mas ainda não entendi porque você se importa tanto com Penelope Morgan.

— Por que ela é irmã de Tony. – Gibbs disse de repente, chocando a todos. – Ninguém realmente sabe sobre isso. O pai de Tony engravidou a mãe de Penelope, mas a mãe de Penelope desapareceu logo depois.

— Eu acho que vamos precisar ir para aquele programa no SBT. O “caso de família”. – Fornell acordou no banco de trás. – Todo mundo tem um parentesco.

— Bem, está parecendo literalmente uma novela mexicana. – Jenny completou. – Tipo, “A Usurpadora”.

—Não acredito que você conhece a usurpadora. – Os olhos de Fornell brilharam. – Eu amava o jeito vilã de farmácia da Paola.

— Vai virar um programa de fofocas agora. – Gibbs falou enquanto voltava para o carro.

O celular de Gibbs tocou e ele sabia que seriam más notícias.

Fran Morgan finalmente chegou ao Havaí. Junior e Jerry foram designados para buscar a mulher e suas crianças. Junior pegou a pequena Jenny e Jerry pegou Jéssica.

— Obrigado por virem me buscar. – Fran pegou as malas do jato. – Estou ansiosa para ver Penelope e todo mundo.

— Elas são encantadoras, senhora Morgan. – Júnior falou, brincando com Jenny.

— Oh, querido, me chame de Fran. – Ela deu um sorriso para Júnior. – Senhora Morgan me faz parecer uma senhora de 80 anos.

— Certo, Fran. – Jerry entrou no carro, ao lado de Jéssica. – Quem é a menina do tio Jerry?

Junior deu uma pequena risada, percebendo que Jerry tinha um ar de feliz com a pequena Jéssica.

— Algo mudou desde que eu comecei a viagem? – Fran notou o sorriso de Junior.

— Penelope acordou. – Junior falou. – E Abby evoluiu para um coma leve.

— Deus nos abençoe. – Fran estava ansiosa para chegar ao hospital. – Imagina Emily encontrando a filha ainda mais sabendo que vem mais um bebê por aí.

De volta ao hospital, Tim estava ao lado de Abby. Ele estava confiante que a namorada acordaria logo. Ele se virou para pegar a aliança quando ouviu um leve gemido.

— Abbs? – McGee se aproximou dela. – Você pode abrir os olhos para mim?

Devagar e sentindo como se tivesse caído de uma arvore, ela olhou para McGee, mas havia um tipo de medo nos olhos dela.

— Quem é você? – Abby perguntou, tentando descobrir quem era o homem ao seu lado.

Tim se levantou sem saber como reagir. Ele apenas deixou que os médicos tomassem conta de Abby antes de se desesperar.