Corações Perdidos escrita por Choi
Notas iniciais do capítulo
Oii pessoal, tudo bem?
Esse capítulo não é um dos meus favoritos, e acho que nem ficou tão bom, mas era necessário para o andamento da historia.
Espero que gostem
Boa leitura!
Encarei o celular em minhas mãos que mostrava o contato de Esme. Um toque na tela e eu ligaria para ela.
Passei a noite inteira pensando sobre Bella e a nossa conexão fora do comum, que ocorrera tão rápido. Eu estava convicto de que não poderia abandona-la, mas também queria que minha esposa entendesse e ficasse ao meu lado. Não suportaria se ela rejeitasse Bella.
É por isso que quando o sol surgiu no meu quarto, eu estava pronto para conversar com Esme... ou achava que estava, agora eu apenas encarava o celular como se isso magicamente fosse resolver tudo.
Resolvi deixar a covardia de lado e liguei. Tocou uma, duas, três vezes, no terceiro toque, Esme atendeu.
— Carlisle! – Ela parecia surpresa pela minha ligação.
— Esme... – Minha voz era baixa e desconfortável, Esme notou, claro, ela conhecia todas minhas facetas.
— Está tudo bem? – Questionou preocupada. Eu podia imaginar seu cenho se franzindo exageradamente, como ela sempre fazia.
— Eu preciso te contar uma coisa... – Murmurei. Eu pensei muito sobre o que eu diria, mas nada me preparara para realmente dizer.
“Bom dia, querida, eu conheci uma jovem dançarina/prostituta em uma boate, a considero como filha e agora vou leva-la comigo”. Oi? Pensar assim passava a impressão de Bella ser um objeto, algo descartável, mas não era dessa forma. Esme entenderia?
— Eu sabia que algo estava errado – Ela disse baixinho – Vou para aí e poderemos conversar pessoalmente.
Espere, o que? Esme viria? Eu nem ao menos havia conversado com Bella. Ela entenderia tudo errado se eu apenas a apresentasse para minha esposa. Droga, estava tudo errado.
Mas eu não poderia dizer para Esme não vir, ela veria isso como uma rejeição, e eu já havia rejeitado minha esposa muitas vezes, estava na hora de termos uma conversa franca.
Conhecer Bella me fez repensar muitas coisas sobre a vida que eu costumava levar. Ela me tirou da zona de conforto e me mostrou muitas coisas. O mais incrível de tudo isso é que eu a conhecia havia menos de uma semana, mas me importava com ela como se fosse minha própria filha.
Resolvi colocar esses pensamentos de lado e me arrumar para começar o dia. Tomei um longo banho que dispensou um pouco o sono que havia tomado conta de mim pela noite sem dormir.
No saguão, encontrei Laurent, que falava ao telefone com a esposa.
— Não te vi ontem na palestra – Eu disse a ele assim que ele desligou.
— Eu avisei para Victoria, mas ela deve ter esquecido de avisar para vocês. Eu passei um pouco mal, acho que foi alguma coisa que comemos naquele bar, não sei – Ele deu de ombros, e riu levemente.
— Está melhor? – Perguntei, preocupado.
Ele sorriu, e me deu alguns tapinhas nas costas.
— Não se preocupe, doutor, estou novinho em folha, só achei melhor descansar ontem.
Assenti, conformado. Laurent era um homem responsável, e eu sabia que se ele estivesse mal, não mentiria sobre isso.
— Quero te perguntar uma coisa, mas não quero que se ofenda – Ele me disse depois de algum tempo em silêncio.
— Laurent, somos amigos – Apertei seu ombro e sorri, o incentivando.
— Naquele dia, no bar, vimos você saindo com a dançarina. O que aconteceu? – Ele me olhava receoso – Juro que não vou te julgar!
— Nada – Eu respondi, desejando que ele acreditasse na minha sinceridade – Aquela garota tinha idade para ser minha filha, e não estou disposto a trair minha esposa, isso nunca!
— Bom, eu imaginei – Ele deu de ombros.
— Mas... eu continuei encontrando ela – Revelei, me sentindo aliviado por compartilhar isso. Laurent franziu o cenho para mim – Não foi nada premeditado. A encontrei em uma lanchonete e acabamos ficando amigos, desde então eu a encontro todos os dias.
— Mas vocês...? – Ele deixou a pergunta no ar, com os olhos arregalados.
— Não! Deixei bem claro a ela desde o inicio que não quero nada... sexual com ela. Somos amigos, sabe? Eu sei que é estranho, mas quando olho para ela, lembro de Bree.
Laurent me encarou com uma expressão estranho, meio triste, como se não tivesse nada a dizer, mas podia entender levemente.
— Olha, Carlisle, tudo aconteceu faz pouco tempo, talvez você esteja projetando o seu amor por Bree nessa garota, mas tem que lembrar que elas são pessoas diferentes.
— Eu sei. Não sei o que fazer, estou apegado a ela, mas não é como se eu pudesse fazer algo. Esme está vindo para cá, e não sei como explicar para ela tudo isso.
— Tenho certeza que Esme vai entender, ela sempre foi uma mulher muito boa.
Sorri forçado para ele. Sim, Esme sempre foi muito boa, e isso fazia eu me sentir ainda pior, nos últimos anos não fui o melhor marido para ela. Não fui o que ela merecia. Apesar disso, ela sempre esteve ao meu lado.
Chegamos no auditório e tivemos que encerrar a conversa.
O dia se arrastou e cada minuto eu olhava no celular para ver se tinha noticias de Esme, mas não havia nenhuma mensagem nova.
Quando o evento acabou, estava a caminho do quarto quando o celular tocou.
— Carlisle, estou no aeroporto, pode me buscar? – Esme perguntou, a voz um pouco trêmula.
— Claro, estou a caminho.
Entrei no carro e segui a caminho do aeroporto. Esme disse que me esperaria na entrada, então foi fácil encontra-la quando cheguei.
Ela usava um vestido rosado solto no corpo com um casaco fino por cima, e uma sandália de salto. Estava linda, como sempre. Quando me viu, seu rosto em formato de coração se iluminou e ela veio até mim, me abraçando.
Instintivamente, a abracei de volta pela cintura final. Mesmo com os anos, Esme continuava a mulher mais bonita que eu já havia visto.
— Senti sua falta – Ela murmurou em meu ouvido.
— Eu também – E era verdade, apesar de tudo.
— Bom, vamos? – Ela se afastou e sorriu levemente.
Coloquei sua mala pequena no carro e abri a porta para ela. O caminho até o hotel foi feito em silêncio, mas quando estacionei, meu celular tocou com um número desconhecido. O tirei do suporte e o coloquei na orelha, atendendo.
— Boa noite, delegacia de New Orleans. Sou o oficial John e estou com Isabella Swan. Você a conhece? Ela nos deu seu número e informou que poderia pagar a fiança.
— Bella? – Ouvi aquilo chocado. Bella estava na delegacia? Como isso ocorreu? Esme, ao meu lado, me olhou estranha quando ouviu o nome.
— Bom, o nome dela é Isabella Swan. Você é Carlisle Cullen?
— Sim, sim. Estou indo.
Desliguei a chamada e tornei a colocar o celular no suporte. Esme me olhava com o cenho franzido.
— O que houve?
Bem, não era dessa forma que eu planejava contar para Esme, mas agora não havia mais volta.
— Vou te contar uma coisa, e eu sei que parece loucura, mas preciso que confie em mim!
— Carlisle, está me assustando.
— Eu sei, sinto muito.
— Me conte logo, pelo amor de Deus!
— Quando cheguei na cidade, a equipe me chamou para um bar, e eu aceitei ir. Lá, eu conheci uma dançarina...
— Uma dançarina? Ou uma prostituta? – Ela cruzou os braços, me encarando com uma expressão dura.
— Ela é os dois, eu acho – Baguncei meus cabelos, sabendo que estava embolando tudo. Não era assim o discurso que planejei durante uma madrugada inteira – Eu juro que não aconteceu nada entre nós, mas... ela me lembrou Bree...
Eu me calei vendo a expressão magoada de Esme. Ela balançou a cabeça e a abaixou, escondendo o rosto nas mãos.
— Como pode comparar uma garota dessa com nossa filha?
— Eu sei, eu entendo sua indignação, mas Bella não é como você está pensando, ela é... doce e carinhosa...
— Quando eu vim aqui, ouvir isso era a ultima coisa que eu esperava – Ela disse, magoada – Nossa filha... se foi, Carlisle. E ninguém pode substitui-la.
— Você acha que eu quero substitui-la? Bree era minha filha também, e eu a amo com todo meu ser. Perde-la me destruiu assim como a você. Mas eu simplesmente não posso ignorar a relação que construí com Bella...
— Relação? Você está aqui tem apenas quatro dias, Carlisle – Me olhou acusatória.
— Deixe eu te apresentar ela, tenho certeza que vai entender.
Esme me encarou por um longo tempo, depois suspirou e balançou as mãos.
— Faça o que quiser.
Arranquei o carro do estacionamento novamente, em direção a delegacia com o endereço no GPS.
A conversa havia sido pior do que eu imaginei, mas eu sabia que não havia jeito de ser uma conversa normal que acabaria em beijos e abraços. Eu só podia torcer para Esme me entender e entender o sentimento que eu possuía por Bella.
Ela me acompanhou para dentro da delegacia, com os braços cruzados e a expressão dura. Bella estava sentada em uma cadeira em frente a um oficial, estava descalça e vestia o mesmo casaco de sempre com as pernas de fora. Mas seus cabelos estavam bagunçados, e quando ela virou em minha direção, com os olhos arregalados, vi que seu lábio estava cortado e ela tinha um olho roxo.
— Carlisle!
Ela levantou desajeitadamente da cadeira e correu até mim. A abracei, sentindo seu corpo tremer, e ouvi seu choro contido. A única coisa que eu pude fazer foi tentar consola-la, mesmo que não soubesse o que tinha acontecido. Esme ao meu lado me olhava chocada, mas ficou em silêncio.
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E aí, o que acharam?
Não me deixem no vácuo, e me respondam nos comentários.
Beijos!