Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olaaaa!
Dessa vez nem demorei né? ahhahaha
Na verdade esse capítulo já estava pronto, mas não sabia o que faria no próximo, então me senti receosa para postar.
Mas agora tudo está nos eixos e as postagens continuarão.
Boa leituraaa!



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O prédio onde Edward mora é enorme, e isso não me surpreende em nada. O numero do apartamento estava anotado no celular, disquei no interfone, e ouvi os incansáveis toques. Mas ninguém atendeu. Suspirei. Edward estava dormindo? Isso é bem possível, mas sou teimosa e cá estou eu.

Não me dando por vencida, liguei na portaria e perguntei. O porteiro foi gentil comigo, e ligou no apartamento dele, mas também não houve resposta. Suspirei derrotada. Sim, estava tarde e eu deveria ter pensado nisso melhor, mas uma versão impulsiva de mim mesma começava a tomar conta.

A noite estava relativamente fria, e minha blusa fina não impedia o vento de arrepiar minha pele. Felizmente, era um bairro bom, e mesmo sendo tarde, eu não me sentia desprotegida.

Me sentei no chão, encostada ao muro alto do prédio e fechei meus olhos. O que eu diria a Edward? Eu fiz o caminho inteiro até aqui, mas não planejei muitas coisas. Parabéns, Isabella, mais uma vez você está arrasando!

Suspirei e me levantei, pronta para ir embora, mas quando olhei para cima, encontrei Edward me encarando surpreso. Eu também fiquei, já tinha aceitado o fato de que não ia encontra-lo hoje. Sim, eu me acostumo fácil às coisas.

— O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou. Me surpreendi mais uma vez, sua vez não estava fria como antes, era mais como se ele estivesse extremamente cansado.

— Eu vim... bom... – Cruzei os braços e olhei para o chão, contando as pedrinhas brilhantes na calçada.

O que eu diria? Que eu o entendo? Que me arrependi? Que sinto muito? Suspirei pesadamente, era como se o peso que Edward carregava estivesse sobre mim também.

— Suba.

Ele não me olhou uma segunda vez, apenas me guiou para dentro do prédio. O caminho até seu apartamento foi em silêncio também. Contei os segundos até chegarmos no 25º andar, a cobertura, claro.

O chão escuro de madeira combinava com a decoração clean do ambiente. Não parecia que alguém morava ali, me lembrava aqueles apartamentos de mostruário que sempre víamos em anúncios. Bem, isso parecia combinar com Edward.

— Quer beber algo? – Ele perguntou, me tirando de meus próprios pensamentos.

— Não, obrigada.

Sentei-me na ponta do sofá, desconfortável. Começava a pensar que foi um erro vir até aqui, mas precisava ser sincera com Edward.

Quando ele se aproximou novamente, resolvi abrir a boca.

— Me desculpe por hoje – Desabafei, não conseguindo encara-lo enquanto movia minhas mãos nervosamente.

Mais uma vez ele se surpreendeu, mas se sentou na poltrona ao meu lado. Bagunçou os cabelos, e apoiou os cotovelos nos joelhos, escondendo o rosto de mim.

— Eu não deveria ter falado com você daquele jeito. Não quero tirar minha culpa de tudo que eu disse que te magoou, mas nunca tive que lidar com isso, Edward, com alguém se preocupando comigo. Minha primeira reação a tudo é sempre atacar para não ser atacada, foi assim que eu vivi minha vida. Me perdoe por ter agido assim com você, você não merece minha hostilidade.

Eu disse, finalmente sentindo meu coração mais leve. O que quer que fosse o que eu sentia por Edward, não queria perde-lo.

— Eu sei, eu não deveria ter agido como se fosse o dono do seu mundo. Me desculpe.

Assenti, desconcertada. Eu deveria dizer o que realmente me trouxe aqui? Já havia o machucado demais por apenas uma noite.

— Carlisle me contou... sobre a sua irmã – Murmurei, com medo da reação de Edward.

Ele me encarou, seus olhos verdes brilhavam e depois de alguns segundos, percebi serem lágrimas que ele escolheu não derramar. Estávamos perto um do outro, mas eu me sentia distante, e com uma vontade enorme de abraça-lo, eu não entendia sua dor, mas queria conforta-lo.

— Eu sinto muito por tudo que aconteceu – Eu disse, minha voz baixa, com medo de magoa-lo.

— Ela tinha apenas dezessete anos... – Ele sussurrou, foi tão baixo que eu quase não pude ouvir. Não reconheci sua voz, estava rouca e com uma entonação diferente... Edward estava se segurando para não chorar. Há quanto tempo ele guarda esse sentimento? – Se não fosse por mim, ela...

Ele não completou a frase. Lembrei do que Carlisle me contou, que Edward estava dirigindo quando o acidente aconteceu.

— Edward... – Me levantei e sentei no braço da poltrona onde Edward estava, ficando mais alta que ele. Empurrei o medo e o receio para longe no meu coração, e acariciei seus cabelos, sentindo a textura macia pela primeira vez – Não foi sua culpa, disso eu tenho certeza.

— Foi tão bobo, se não tivéssemos sido infantis, ela estaria aqui... – Edward fungou pela primeira vez, e no segundo seguinte, me abraçou, agarrando minha cintura e encostando o rosto em minha barriga.

Fiquei sem reação por três segundos, até abraça-lo de volta e continuar a acariciar seus cabelos.

— Não se culpe por isso, Edward, tenho certeza que Bree te amou até o ultimo momento e te perdoou. Acho que ela odiaria te ver desse jeito, deixando sua vida de lado por causa desse sentimento – Fazia um cafuné constante nele, querendo que isso lhe trouxesse um pouco de conforto, pelo menos – Carlisle e Esme me disseram que Bree se parece comigo, então acredite em mim quando te digo isso.

Edward riu sem emoção e negou com a cabeça, afastando seu corpo de perto de mim apenas para esconder o rosto nas mãos.

— Ela deve me odiar, isso sim. Isso seria o mais sensato.

Suspirei, e segurei seu rosto em minhas mãos, o obrigando a me encarar.

— Edward Cullen, me ouça bem, é impossível você ser odiado, sério, eu tentei, porque antes você era bem insuportável, mas nunca te odiei. Na verdade, acho que não consigo me imaginar sem você mais.

Falei sem pensar, e quando percebi, já havia soltado aquilo, que não era mentira, mas Edward não precisava saber disso também. Minhas bochechas coraram involuntariamente, e eu quis esconder-me em algum buraco. Mas o profundo olhar de Edward segurou o meu.

Eu ainda tinha minhas mãos em seu rosto, impossibilitada de me afastar quando ele me olhava daquele jeito, vendo minha alma.

Edward respirou fundo, e correu os olhos por meu rosto, e vi quando seu olhar se fixou em um ponto: minha boca.

— Tem certeza que não me odeia? – Perguntou, voltando a encarar meus olhos.

Eu quis dizer que não, mas assenti com a cabeça, sentindo minha boca seca demais para dizer algo.

Edward estando tão próximo, eu podia sentir um leve cheiro de álcool que vinha dele, não o culpava, seu dia não havia sido fácil e eu apenas piorei tudo.

Pela primeira vez, Edward me tocou e me fez arrepiar. Sua mão esquerda subiu para minha nuca, onde ele acariciou e me aproximou, seu rosto estando muito próximo, podia até sentir o cheiro de sua colônia e de seu hálito.

Por um momento, eu quis beija-lo, saciar minha curiosidade de como seria. Eu já havia pensado naquilo, na sensação, no meu sentimento, em Edward... eu ficaria de pernas bambas? Bom, agora eu sinto minhas pernas formigarem apenas com a possibilidade.

Mas a realidade da minha vida caiu sobre mim. Eu não passava de uma ex-prostituta que Carlisle e Esme acolheram e deram uma segunda chance. Edward não fazia ideia sobre isso, eu continuava mentindo e escondendo a verdade dele dia após dia. Como eu poderia beija-lo, e seguir com a minha vida depois disso?

A resposta era clara, eu não poderia.

Foi por isso que me afastei, sentindo meu coração se partir ao meio no ato. Tentei não me importar. Edward não me beijaria se estivesse completamente lúcido, eu não poderia faze-lo carregar essa culpa.

Edward me encarava de olhos arregalados, mas eu não soube dizer se era por nosso quase beijo, ou por eu ter o afastado. Ele desviou o olhar, e bagunçou os cabelos novamente, parecia perdido de alguma forma.

Suspirei, me perguntando em que merda eu havia me metido.

Só sei de uma coisa: não posso ficar mais aqui meu coração estando tão quebrado, e o pior disso, é que é a porra da minha culpa.

Respirei fundo, e peguei minhas coisas que consistia em minha carteira e celular. Edward pareceu despertar de algum transe esquisito quando me viu preparada para ir embora. Ele levantou como se tivesse levado um choque e se prostrou em minha frente, empatando meu caminho.

— Tenho que ir embora, Edward – Eu disse, incapaz de encara-lo.

— Por que? – Sua voz estava rouca, como se ele fosse chorar novamente. Mas eu não posso lidar mais com isso. Eu tinha que resolver minhas próprias merdas.

— Você sabe porque, Edward. Estamos bem? Eu preciso saber disso – Meu coração estava acelerado. Ele não havia dito que me perdoava antes do nosso momento estranho.

— Estamos bem, Bella... mas não vá hoje, fique aqui.

Ele segurou minha mão e a trouxe para perto, depositando um beijo no dorso, enquanto me encarava intensamente.

— Fique comigo hoje – Tornou a pedir.

Era uma tortura, uma prova de Deus, certeza. Mas eu sempre fui péssima com provações, ia contra o curso e me ferrava, essa é a lei da minha vida, e claro que isso não poderia ser diferente.

Quando aceitei o convite de Carlisle, eu devia saber que minha vida não seria um mar de rosas, e agora, sentindo meu coração palpitando sem controle algum e me sentindo como se o olhar verde de Edward me puxasse como um imã, eu só tinha uma resposta e uma certeza:

— Sim, ficarei – Respondi, enquanto na minha cabeça eu admitia para mim mesma que eu estava apaixonada por Edward.


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Notas finais do capítulo

Gente esse capítulo foi uma doideja para escrever. Reescrevi milhões de vezes, sem saber direito que caminho seguir, mas acho que esse foi o melhor.
Muito obrigada pelos comentários ♥
Espero que comentem muito nesse também para eu trazer o próximo logo.
Bjss



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