Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Espero que gostem do capítulo
Boa leitura!



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Quando finalmente chegamos em casa, eu estava exausta, mas aparentemente o serviço não havia acabado.

Esme me seguiu com algumas sacolas até o quarto, levando tudo para o closet. Não era muito grande, mas era maior do que eu precisava, definitivamente. As sacolas tomaram quase que o cômodo inteiro, e eu suspirei, derrotada.

— O serviço começa agora, Bella. O melhor é separar as roupas por ocasião – Esme me disse, me encarando seriamente.

— Não dá pra jogar tudo lá dentro? – Perguntei, querendo muito que Esme acatasse minha opinião. Mas ela me ignorou completamente e revirou os olhos, tirando algumas peças e me estendendo, eram alguns shorts e blusas.

— Vou fingir que nunca ouvi isso, agora... Onde você usaria isso? – Me perguntou.

— Na escola? Para ir na padaria? Para ficar em casa?

Esme balançou a cabeça e respirou fundo. Ela parecia muito interessada em arrumar meu closet, mas nada do que ela falava fazia sentido para mim. Como eu iria saber diferenciar o tecido de uma roupa? Pelo amor de Deus!

Ficamos mais três horas ali dentro, com Esme me explicando sobre a importância de ter as roupas arrumadas. Não acho que algo do que ela disse realmente entrou em minha cabeça, mas coloquei minha melhor cara de interessada e pareceu funcionar.

Quando finalmente acabamos, eu me joguei na cama, aliviada.

— Achei que nunca fosse acabar! Eu juro, vou acabar nem usando tudo isso – Eu disse para Esme com a cara no colchão.

— Claro que vai, você vai descobrir a maravilha que é provar roupas e montar combinações.

Esme realmente acreditava nisso, então resolvi não furar sua bolha.

Ela me deixou sozinha e eu fui tomar um banho. Deixei a banheira de lado e liguei o chuveiro, lavando os cabelos com um shampoo caro que Esme comprou. Me enrolei na toalha e fui enfrentar o bicho de sete cabeças que era o “meu” closet. As roupas estavam muito bem organizadas, eu tinha medo de tocar nelas e tudo despencar dos cabides.

Esme havia feito a gentileza de etiquetar as repartições, me dizendo onde e quando usar tais roupas. Acho que no fim ela havia notado que eu estava nem aí para a explicação dela.

Vesti uma calça de moletom que era tão bonita que nem parecia moletom, com uma blusa preta de mangas longas e gola em V. Esme havia me dito que não gostava que usassem sapatos dentro de casa, por isso me comprou uma coleção de pantufas. Peguei uma cinza e simples.

Saí do quarto e resolvi ir para o terraço. Ainda era de dia e eu queria saber como era a vista lá de cima durante o dia.

Subi pelas escadas laterais. Deixei meu novo celular sobre a mesa de vidro e me apoiei na grade de proteção. A vista era melhor do que eu imaginava. Eu podia ver várias árvores em diversos tons, assim como a grama verdinha, algumas casas vizinhas apareciam, mas eram escondidas pelas folhas das árvores altas. Ao longe, era possível ver os diversos prédios no centro da cidade.

O sol que começava a se pôr, batia nisso tudo, deixando uma coloração bonita e agradável. A vista me trazia paz.

— Uau!

— Quem é você?

Virei assustada ao ouvir uma voz desconhecida. Entretida com a vista, não ouvi ninguém subindo.

O homem que me olhava desconfiado era simplesmente o homem mais bonito que eu já havia visto em minha vida. Ele possuía a pele quase tão pálida quanto a minha, cabelos castanhos avermelhados que brilhavam com a luz do sol, olhos tão verdes quanto as árvores atrás de mim e lábios finos em linha reta. Usava um terno, e mesmo de longe eu percebia que ele era incrivelmente alto, e também forte.

Engoli em seco, meio desorientada.

— Quem é você? – Ele tornou a perguntar. Sua voz era grossa e rouca.

— Humm... Bella? – Respondi, um pouco incerta. O que ele queria que eu dissesse? Mas quem era ele? – E você?

— Quê? – Ele me encarou confuso.

— Quem é você?

Nos encaramos como se a resposta fosse surgir de repente. Ergui uma sobrancelha e cruzei os braços. Esse cara, apesar de muito bonito e parecer ter saído de uma capa de revista, tinha um ar de superior que eu adoraria quebrar.

— Oh, vejo que vocês já se conheceram – Carlisle apareceu pela porta que dava acesso ao interior da casa – Bella, esse é o meu filho Edward. Edward, esta é Bella.

Ah, então esse era o prodígio Edward. Advogado, bom filho... o ar superior dele estava explicado. Com certeza se sentia a última bolacha do pacote.

— Bella? – Edward perguntou, confuso.

— Isabella Swan, não é um prazer – Sorri de canto, estendendo minha mão para ele.

— Bella – Carlisle balançou a cabeça, como se me repreendesse.

Edward encarou minha mão erguida como se um bicho fosse sair dali. Quando eu estava prestes a desistir, ele a segurou e a apertou, com uma força desnecessária. Qual é o problema desse cara?

— Edward, Bella é de New Orleans, um amigo nosso pediu para cuidarmos dela. Vem, vamos descer – Carlisle passou um braço pelos ombros do filho. Sua voz era natural, como se comentasse sobre o clima.

Eu ri suavemente. Carlisle era um ótimo mentiroso, por isso eu não esperava.

O circo começava agora, isso seria bem interessante!

Desisti de apreciar a vista, porque Edward já havia deixado minha visão bem amarga e os segui para o interior da casa.

Esme estava na sala de estar com um notebook sobre a perna e parecia bem concentrada. Carlisle foi para a cozinha e Edward o seguiu. Me senti levemente perdida. Não queria atrapalhar Esme, mas também não queria que Edward achasse que eu fosse uma estranha antissocial... bem, eu sou, mas ele não precisa saber disso.

Edward estava sentado em uma cadeira da ponta, e eu me sentei na outra, deixando uma vazia entre nós. Ele não me olhou, parecia querer me ignorar. Revirei os olhos para sua infantilidade, mas se um podia jogar, dois jogariam muito melhor!

— Vai passar a noite aqui, Edward? – Carlisle perguntou enquanto abria a geladeira.

— Sim, esse final de semana não tenho nenhum caso urgente – Ele deu de ombros.

— Como vai no escritório? Eles são bons?

— Todos profissionais são muito competentes, ainda não me passaram casos muito grandes, mas isso vem com o tempo.

Eu me sentia completamente entediada naquela conversa sobre trabalho. Que tipo de pessoa ia visitar os pais vestido em um terno? Edward Cullen, aparentemente.

— E você, Bella — Edward se virou para mim, dizendo meu nome com certa ironia. O encarei com uma sobrancelha erguida, o desafiando a dizer qualquer coisa ofensiva a mim – O que pretende fazer aqui em Atlanta?

Quis gritar que isso não era da sua conta e mandar ele se foder, mas Carlisle me encarava com um olhar do tipo “seja educada”.

— Vou terminar o ensino médio – Respondi, me virando para frente novamente.

— Você tem quantos anos? – Me perguntou novamente.

Respirei fundo. Odiava quando as pessoas me faziam perguntas pessoais.

— Se estou no último ano, é óbvio que eu tenho dezessete.

Não era tão óbvio assim, e Edward e eu sabíamos disso, mas felizmente ele preferiu ignorar. Revirou os olhos, e batucou os dedos na mesa, parecia irritado. Sorri involuntariamente, era ótimo irrita-lo, talvez esse se tornasse meu mais novo passatempo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
O capítulo ficou pequeno, me perdoem, mas logo eu volto com a continuação.
E... finalmente Edward apareceu! Eu amo a relação desses dois, como começa e o desenvolvimento bem natural (na minha humilde opinião de escritora), espero que vocês gostem também.
Por favor, não se esqueçam de comentar, isso é muito importante para mim.
Beijos!