Equinócio escrita por Isa Devaylli


Capítulo 6
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Ei, oi pessoal.
Primeiro quero dar boas vindas aos novos acompanhando e agradecer pelos comentários de todos, fiquei muito feliz mesmo que vocês gostaram da cena do beijo dos dois. Cada comentário melhor que o outro, muito obrigada.
Antes de lerem quero falar que a história vai começar a entrar em uma nova etapa, foi uma decisão difícil escrever esse cap. não pelo enredo, essa parte já estava pensada, mas a forma como vai ser conduzida. Tem pontas soltas neste cap. que vão ser explicadas nos próximos, então espero que entendam e aguardem, vai tudo se encaixar kkkkk.. Bom antes de mais nada espero que gostem kkkkk..
PS: aguardo vocês nas notas finais.
PSS: quando li o Crepúsculo da titia Steph nunca imaginei o Alec do filme, então na minha história é outro.



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Passo a mão por meus lábios e fecho os olhos sentindo o gosto de menta de Jacob ali, desço a mão por meu pescoço e depois meus braços tentando trazer de volta cada sensação que ele proporcionou para mim, e penso que quero de novo, preciso dessas sensações de novo, como preciso de oxigênio. Um pequeno sorriso brota em meu rosto e eu suspiro abrindo os olhos. Parecia tão certo estar com Jacob dessa forma, tão certo quanto um mais um são dois, tão certo quanto o cair das folhas secas das arvores do outono, ou qualquer coisa que seja certa e bonita demais que não se possa duvidar.  

Mas de alguma forma eu me sentia culpada, não pelo beijo eu nunca me arrependeria daquilo, mas sim de ter que esconder para Jacob parte do que aconteceu naquela fatídica viagem, eu não voltei para Forks bem, eu não estava bem, meu coração foi sentenciado a partir do momento em que coloquei meus pés naquele lugar e se eu pudesse voltar atrás nunca teria ido. Prendo um soluço de choro na minha garganta e limpo com raiva uma lágrima teimosa que insiste em cair dos meus olhos, desligo o chuveiro, me enrolo na toalha e saio do banho indo para o quarto a passos lentos.  

Vou para o closet escutando a pequena discussão que ainda perdura de embaixo, Edward não estava muito satisfeito por Jacob ter me beijado, na verdade ele ficou furioso quando chegamos e ele leu isso em nossos pensamentos e sem tempo para conter qualquer movimento ele já estava esbravejando, gritando e indo para cima de Jacob. Tio Emmett e tio Jasper seguraram ele a pedido de Bella que veio até mim perguntar o que tinha acontecido, eu não tinha coragem de falar então coloquei minha mão no seu rosto enquanto via Jake limpar um filete de sangue que saia do pequeno machucado em seus lábios e mostrei para ela eu e Jacob nos beijando. Senti seu rosto enrijecer sobre minha palma, mas de forma calma ela foi até Edward e o levou dali para uma conversa.  

E ele cedeu, mas não sem antes ameaçar Jacob e falar que o queria bem longe dali. Então assim ele o fez, quando Edward se foi ele veio até mim, beijou meu rosto de forma calma e lenta me pedindo desculpas e nos encaramos pelo que pareceu uma eternidade, até ele respirar fundo, se virar e ir embora. Não reluto, não brigo, não rebato porque admito que precisávamos, todos nós precisávamos disso, daquele tempo para tentar colocar as coisas nas nossas cabeças em ordem, para colocar cada coisa na sua caixa, para pensar de forma racional.  

Abro a gaveta de lingerie e encaro uma vermelha sangue me lembrando dos olhos que sempre estavam em mim naquele lugar todos sem exceção vermelho sangue. 

Flash back on 

Paramos em frente ao castelo Volturi e na porta estão nos esperando Jane, Demitri e Heide, cada um com sua postura impecável, Jane encarava cada um de nós com um brilho sádico nos olhos, seu rosto infantil e até angelical não enganava ninguém, e ela sempre encarava Bella com um olhar mais mortal, com raiva porque seu poder não atingia a ela.  

Demitri estava com uma expressão de tédio no rosto, como se ele preferisse estar em qualquer outro lugar do que ali, seus olhos pairam em todos até parar em mim, um misto de confissão e surpresa estava lá, e um pequeno sorriso brotou em seu rosto bonito e fino, seus lábios também finos combinavam com seus olhos grandes e seu nariz afinalado, o cabelo louro escuro dava o charme nele. Heide tinha um sorriso divertido nos lábios, como se fossemos a atração principal da festa, e na verdade éramos, ela estava vestida diferente dos outros, suas capas estavam ali, mas no corpo ela tinha um vestido colado mídi com uma fenda a perna direita que parava a quase um palmo de sua virilha, e claro que preto. Ela é absurdamente linda, com seus lábios grossos e seus cílios longos demais, seus dentes brancos e perfeitamente alinhados me fazem perceber porque ela está sempre sorrindo, já que o sorriso era a cereja do bolo dela.  

—Olha estou decepcionado por serem vocês que estão recepcionando a gente. – Emmett fala fingindo decepção na minha frente, Heide ri e Felix que está atrás de nós encostado no carro suspira. 

—Que pena grandão, achei que estaria bastante satisfeito, porque eu estou. – ela fala olhando para ele com interesse e tia Rose solta um pequeno rosnado para ela.  

—Bom dia pessoal, fizemos uma viagem longa, não é melhor entrarmos e conversarmos lá dentro? – Carlisle tenta abrandar o clima e Jane tira seus olhos de Bella, passa para mim e pousa sobre Carlisle.  

—Ótimo. – ela fala se virando para entrar e o portão que é aberto para dar passagem a nós. Todos nos seguem, menos Felix que fica para trás.  

Alice ainda andando joga a chave do carro para ele. E eu me viro apenas para fitá-lo pegando no ar sem ter mexido um centímetro sequer e então ele pisca para mim, faço cara de desdém e me viro para frente, me recuso a dar a mão para Bella ou a Edward eu tinha que ser superior ali, igual eles eram. Vesti minha melhor mascara Cullen e passamos por um extenso corredor de pedras cinzas, onde lustres pairavam sobre o teto a metros acima de nós.  

Quando cortamos o corredor uma pessoa nos espera no elevador, vejo Heide e Demitri se conterem levemente, como se tivessem respeito e medo pela pessoa que agora estava presente e Jane rapidamente sai de perto de nós e vai para seu lado, e então consigo focar quem é, ela olha para ele de forma afetuosa e eu fico pensando como parece errado aquele anjo da morte ter algum afeto por alguém. A formação a nossa frente para e Alec que está com os olhos atentos sobre todos, ele encara cada um ali, menos eu como se eu não existisse ou estivesse naquele lugar, uma expressão que não consigo decifrar está em seu rosto, fazendo com que ele dentre todos os outros parecesse mais letal, temível e inalcançável. 

—Bom dia Cullens. – sua voz firme e altiva ecoa no local – Heide vai mostrar as instalações selecionadas para vocês e logo depois serão conduzidos para o salão principal, Aro quer vê-los. – ele finaliza e um arrepio sobe em minha espinha ao ouvir o nome de Aro.  

Alec aperta o botão do elevador depois ele volta rapidamente para sua pose impecável de soldado fiel com os braços cruzados atrás das costas, e enquanto o elevador não chega permito meus olhos percorrerem sobre ele por um momento,  ele é absurdamente lindo, quando foi transformado parecia ser mais velho que Jane, com seus vinte e dois a vinte e cinco anos, seu rosto possui um maxilar quadrado e o queixo fino parecido com os de Jane, porem as maçãs de seu rosto não são tão saltadas como as dela, seu nariz fino adornam seu rosto até delinear seus lábios pequenos e seus olhos penetrantes tem sobre ele a sombra de sua sobrancelha marcada dando a ele um olhar um pouco mais duro e assustador. Ele está vestido em um terno implacavelmente passado e seu cabelo está também impecavelmente penteado para trás sem um fio fora do lugar.  

Quando o elevador chega a formação a nossa frente abre passagem para entrarmos primeiro e eu passo do lado dele o olhando pelo canto dos olhos, e é ali seus olhos encontram os meus e brotam neles uma sombra que não consigo decifrar ou explicar, na sua testa um vinco se forma e se vai tão rápido junto com seus olhos, que fico com dúvidas se ele realmente me olhou, ou foi apenas um deslumbre da minha cabeça. 

Flashback off 

—Nessie, tudo bem? – ouço a voz de Rose atrás de mim e sinto a ponta de seus dedos gelados tocando meu braço, foco ela na minha piscando os olhos.  

—Desculpa o que disse? – pergunto e um sorriso confundo brota em seu rosto.  

—Perguntei se está bem, estou te chamando a um tempo lá da porta, vim conferir porque não me respondia. – nego sorrindo sem graça.  

—Eu estou bem só estava pensando, lembrando. – falo pegando outra lingerie na gaveta e a fechando depressa, escondendo o vermelho que contém ali das minhas vistas. Ela me olha avaliativa enquanto ando pelo closet procurando uma roupa.  

—Você está estranha, desde o momento em que pisou naquele avião. – ela fala e eu levo meus olhos para ela.  

—É porque está tudo de cabeça para baixo, desde que eu pisei naquele avião. – falo meio triste e fito um cabide para não vacilar e chorar de novo. Ela se aproxima devagar.  

—O meu amor, eu sei que está mal, mas não pode ficar assim. Vamos concertar as coisas. – não deixo ela se aproximar um pouco exasperada.  

—Como concertar as coisas tia Rose? Como vamos concertar as coisas se já estamos sentenciados a isso? Meu coração está em mil pedaços. – digo segurando meu peito contendo meu coração furioso lá dentro e solto um soluço alto que estava preso na minha garganta.  

—Minha linda não chore. Não posso te ver assim. – ela fala me abraçando.  

—Tia Rose, eu me sinto controlada, sinto que sou um fantoche nas mãos das pessoas que não querem me ver feliz. – suspiro.  

—Vamos dar um jeito ok? – ela fala e eu limpo minhas lagrimas teimosas que rolam por meu rosto – Bella está chamando você para irem até o chalé conversarem.  

Concordo e me troco, quando desço as escadas Edward e Bella estão na porta me esperando, ela me olha de forma carinhosa abrindo um meio sorriso e Edward está ostentando uma carranca contida, onde seus olhos não são direcionados a mim. Vou até eles e logo saímos em direção ao chalé, o caminho é rápido e silencioso, um silêncio torturante onde nossas cabeças borbulhavam coisas que pareciam aumentar a tenção entre nós, tio Jaspes fazia falta naquelas horas, a cada passo que dávamos era como se a tenção formasse um escudo pesado sobre nós.  

Quando pisamos no chalé um milhão de imagens invadem minha cabeça de todos os incríveis momentos que vivi ali, eu não estava preparada para o que viria, e então me lembro de Jacob, meu Jacob. Um pequeno sorriso quer brotar em minha boca, ele era meu, mas por quanto tempo, precisávamos de tempo, um tempo que não tínhamos a contagem regressiva já tinha começado e eu não fazia a mínima ideia de como administrar aquilo.  

Edward suspira a minha frente, sei que lendo alguma coisa na minha mente, mas não ligo todos já sabiam mesmo, ele abre a porta entrando, e eu e Bella o seguimos, me afundo no sofá de forma impaciente e Edward se senta no sofá oposto, Bella vai de um lado para o outro olhando de mim para ele e dele para mim.  

—Nessie, Nahuel vai embora essa semana. – Bella fala e eu deixo de fitar o tapete para encara-la.  

—Como assim? Mas porquê? – ela suspira.  

—Meu amor, sabe que é necessário. – ela fala e parasse que a cada vez que eu escutava aquilo meu coração perdia um pedaço – Nahuel precisa voltar para o Brasil o quanto antes, se estabelecer lá. Vai ser melhor assim. – concordo.  

—Vou perder a maioria das coisas mesmo, uma a mais, uma a menos, não vai fazer diferença. – Edward bufa ao meu lado, o olho com uma sobrancelha arqueada querendo saber qual piada eu perdi ali.  

—Não haja como uma criança mimada Renesmee, se não gosta de ser tratada como uma criança de sete anos e então não haja como uma. – olho para ele com um misto de raiva e tristeza nos olhos. Não podia ser possível Edward estar me castigando assim, ele não podia. 

—Está assim pelo beijo que eu e Jacob demos? Não posso acreditar. – ele me encara dessa vez.  

—Quero você longe dele. Ele não pode saber de nada. – fala mandão e um turbilhão de coisas invadem minha cabeça, nego repedidas vezes com a cabeça e me levanto. 

—A partir do momento que pisei para fora daquele maldito castelo sei o que devo fazer, não contar para ele e vocês continuam repetindo isso um milhão de vezes depois disso, eu já sei o que tenho que fazer. Não precisam me lembrar a cada segundo. – ele me olha com tédio.  

—Ótimo. – o fito incrédula, depois olho para Bella e para ele de novo. 

—Quer saber pai ótimo mesmo, e ao contrário do que você pensa não vou ficar longe de Jacob, você não vai tirar de mim o pouco de felicidade que me resta, não é justo. – digo já com lágrimas nos olhos, as limpo com raiva – Você sabe o que está por vir e depois eu não, eu não... – um soluço fica preso na minha garganta e Bella ameaça se aproximar, estendo a mão aberta para ela a prendendo no lugar e limpo as lágrimas novamente – Eu tenho pouco para poder controlar a minha vida da forma que eu quiser, porque depois tenho certeza que não serei mais feliz, não serei mais eu. Eu amo você, é uma das pessoas que mais respeito, mas durante esse tempo ninguém vai controlar minha vida por mim a não ser eu. Eu preciso ser feliz durante essa contagem regressiva ou pelo menos tentar ser. – falo cansada, ele me olha por alguns minutos e depois desvia o olhar.  

Me sinto sufocada presa ali e de repente chalé parece muito pequeno, me encaminho para a porta e a abro saindo, puxo o ar pelos meu pulmões e sinto que ainda não consigo ar suficiente para me preencher, as lágrimas estão fortes agora e eu me pergunto como ainda as tenho depois de chorar tanto durante aquela viagem de volta. Quando sinto minhas pernas doerem me dou conta de que estou correndo, paro abruptamente e me situo percebendo que estou tomando o caminho da clareira, não me refreio, pelo contrário me permito ir para lá.  

Quando piso na borda uma leve brisa bate sobre mim mandando o cheiro de Jacob para meu olfato, aspiro o ar e uma calma me invade de maneira instantânea de uma forma que nem Jasper conseguia tal feito, ele esteve ali a pouco tempo. Me encaminho para o meio da clareira e me deito lá, bem onde Jacob estava, bem onde seu cheiro é mais forte, misturado com o cheiro das flores, e me permito chorar mais um pouco. Eu queria tanto voltar no tempo, uma semana, uma mísera semana e tudo que eu queria era que os Volturi esquecessem que eu existisse nesse tempo.  

Olho o céu nublado acima de mim e respiro fundo tentando controlar os pequenos tremores causados pelo choro, e vou me controlando aos poucos, eu não queria voltar para casa, não queria ter que encarar Edward, não depois de ele ser tão frio e egoísta. Admiro o céu acima de mim e reparo que o mesmo está adquirindo um tom leve de cinza escuro, indicando que uma pequena pancada de chuva cairia a qualquer momento e junto com ela o crepúsculo. Me levanto e saio da clareira seguindo rumo até um pequeno refúgio onde eu sabia que ninguém me julgaria.  

Depois de andar um tempo avisto os fundos da casa de Charlie, dou a volta na casa e paro em frente a porta, fico quieta um momento e escuto a pequena movimentação lá dentro, olho para trás me dando conta que a viatura não está lá, mas com a pequena movimentação lá dentro Sue estava. Bato na porta e passos leves seguem o caminho até mim e logo a porta é aberta por Sue que me sorri simpático ao me ver.  

—Oi querida. Já chegaram de viajem. - ela conclui me abraçando. Sorrio sem mostrar os dentes.  

—Sim, chegamos essa madrugada! - digo e ela concorda me dando passagem.  

—Que bom, fizeram uma boa viagem? - ela pergunta e eu endureço levemente querendo dizer que não, que tudo não passou de um grande desastre, um enorme show de horrores. Mas apenas maneio a cabeça em concordância.  

—Sim. - ela sorri.  

—Que bom! Aproposito, feliz aniversário. Sei que estou atrasada a quatro dias, mas vocês viajaram e não deu tempo. - me parabeniza e se justifica, sorrio para ela.  

—Sem problema Sue, eu entendo. - ela suspira sorrindo e me dá passagem.  

—Entre, Charlie não deve demorar. - dou um passo à frente e ela fecha a porta atrás de mim – Ele vai ficar radiante quando te ver, disse que estava morrendo de saudades e não ficou muito contente quando você viajou na data do seu aniversário. - sorrio sincero.  

—Eu também estou com muitas saudades dele. - ela sorri e vai até a cozinha, a acompanho.  

O cheiro de bolo invade meu olfato e me atinge quase que como uma reação em cadeia fazendo meu esmago revirar, eu estava com fome, Sue ao ouvir o barulho audível até para os ouvidos humanos, pois parecia que um rinoceronte tinha rugido de dentro de mim, ri e eu a acompanho.  

—Sente, os bolos já estão quase ficando prontos. - ela fala e eu ergo uma sobrancelha.  

—Bolos? - questiono, Charlie não comia tanto assim, mas ela me olha como se u tivesse deixando passar alguma coisa óbvia.  

—Leah e Seth. - reviro os olhos rindo e dou um tapa na minha testa. 

—Claro, claro. - digo.  

Ficamos em silêncio por uns minutos, enquanto Sue termina de assar os bolos, e alguns minutos depois a viatura de Charlie para na garagem ao lado da casa, escuto seu porta bater e depois outra porta é batida, aguço meus sentidos para ouvir quem acompanha Charlie e escuto a risada de Seth do outro lado da porta, meu coração aperta dentro do peito e eu me lembro do beijo de Jacob ,sinto meu corpo esquentar e logo minhas bochechas. Será se Seth sabia de alguma coisa? Levo instantaneamente os dedos aos meus lábios e sorrio, mas meu sorriso vacila um segundo quando me lembro que isso não duraria muito tempo, ignoro aqueles pensamentos por hora, não podia ser dominada por aquilo. Me levanto determinada e caminho até a porta que é aberta por Seth, meu sorriso se alarga junto com o dele ao nos vermos e eu pulo sobre seus quase dois metros de músculo e altura.  

—Oi baixinha. - ele fala me recebendo em um abraço, sorrio e ele me coloca no chão - Que bom que está de volta. - fala bagunçando meu cabelo. Dou um tapa em sua mão rindo. 

—É bom estar de volta. - ele concorda. 

—Jake já sabe que voltou? – pergunta e eu coro concordando, pelo menos ele não sabia do beijo, ele ri.  

—Fui ver ele assim que cheguei. – sorrio sem graça, ele estala os dedos apontando para mim. 

—Então por isso ele sumiu hoje. – reviro os olhos e ele ergue uma sobrancelha, rio dele.  

—Ei, também estou aqui. - Charlie reclama e coloco meus olhos nele o vendo de cara feia, quase rio. Vou até ele e pulo sobre o mesmo também, ele gargalha.  

—Oi vozinho. - beijo seu rosto e ele me afasta levemente.  

—Vai com Calma querida, o velhote aqui não está forte como esses garotos da reserva. - sorrio para ele e nego.  

—Pois eu não concordo, acho que você está inteirão vô. - digo e ele fica vermelho como um pimentão, eu e Seth rimos - Não é Sue? - pergunto deixando ele com mais vergonha ainda.  

—Um gato. - ela fala e ele nega indo em direção a cozinha. 

—Que bom que sou uma piada para vocês. - ele fala e nós rimos – Há. - fala chamando nossa atenção, vai até a lareira e pega sobre ela um embrulho com um laço m cima - Já ia quase em esquecendo, meus parabéns. - me estende o presente e eu pego, beijo seu rosto e sorrio.  

—Obrigada. Sabe que não precisava. - ele abana a mão. 

—Dixe de bobagem, espero que goste. - concordo e mordo o lábio de forma nervosa retirando o embrulho e vislumbro sobre minha mão o porta retratos da nossa foto no natal, todos estavam ali, foi um ano passado, sempre comemorávamos aqui na casa de Charlie, mas dessa vez a já pequena casa estava mais pequena ainda com alguns lobos ali e minha família. Sorrio feliz e abraço Charlie forte.  

—Eu amei, muito obrigada. - ele passa as mão por minhas costas.  

—Não a de que querida. - sorrio para ele que se encaminha para a cozinha, admiro mais uma vez a foto e a coloco sobre a lareira para pegar novamente quando for embora.  

 Me encaminho para a cozinha e o processo, Seth me puxa para perto dele, colocando o braço sobre meus ombros. E fala baixo para que só eu escute.  

—Depois quero saber como foi no covil. - estremeço sobe seu braço, mas concordo.  

Alcançamos a cozinha com Sue terminando de colocar a mesa de café, encaro a mesa posta e paraliso levemente olhando a fumaça sair da chaleira.  

Flashback on 

Entramos no elevador e logo depois Heide e Demitri entram a nossa frente ficando de costas para nós, no fundo do elevador Bella me olha sorrindo e fala por cima da música irritante que está tocando de fundo.   

—Tudo bem? – ela pergunta e eu sorrio para ela concordando.  

—Estou ótima. – falo respirando.  

Edward me olha de lado e sorri também e logo depois o elevador se abre, mostrando para nós uma decoração bem diferente da que deixamos no subsolo. A nossa frente os pisos são de ladrilhos bem antigos, com desenhos em pequenos arabescos lindamente desenhados como se tivessem cada um sido pintados à mão, nas paredes as pedras cinzas e rustica contém quadros enormes decorando-as, a nossa frente um móvel antigo como um aparador está encostado em uma parede com castiçais em ouro vivo apoiando velas acesas por sobre eles, somos guiados por um outro extenso corredor e logo paramos em frente a uma enorme porta dupla.  

—Este quarto foi preparado para Alice e Jasper. - Heide fala, e antes de continuar Carlisle toma a fala.  

—Preferimos ficar todos juntos. – ela olha para ele por cima do ombro.  

—Aro deu ordens para dar um quarto por casal, e outro para Edward, Bella e a pequena aberração. – ela fala me encarando por uns segundos com desdém. Ergo uma sobrancelha ofendida.  

—Prefiro ser uma aberração livre, do que uma morta viva presa algo que não pode nunca mais escapar. – falo com desdém e ela rosna para mim e Bella para na minha frente rosnando para ela.  

Ao mesmo tempo todos estão em suas poses de luta e sou levada para o fundo da formação da minha família como uma forma de proteção, porem a nossa frente Alec corta o corredor com Félix que olha para nós e sorrindo.  

—Gente, acho que o clima está muito tenso, qual é, temos uma festa para encararmos daqui a algumas horas. – ele fala se divertindo com a tensão entre nós, e logo Heide sai de sua posição me encarando.  

—Foi a aberração que provocou. – ela fala passando as mãos na roupa tentando se recompor.  

—Conta outra Heide, sabemos que está com inveja porque Aro em todos esses anos nunca te tratou de forma especial como vem tratando e preparando esse evento para essa preciosidade aí. – ele fala encostando na parede e me encarando malicioso, bufo.  

—Eu não estou.. – ela começa, mas Alec a corta.  

—Ninguém se importa Heide. – ela o emarou incrédula dessa vez – Pode ir embora, já causou muito alvoroço e sabe que é isso que Aro não quer. – ele manda e ela me encara de forma mortal e depois some rapidamente sumindo de nossas vistas. Alec volta seus olhos para nós e fala sem termos chance de protestarmos. 

—Esse quarto é de Alice e Jasper. Os próximos estão a frente. – continua caminhando pelo longo corredor e olhamos de Jasper para Alice que concordam para continuarmos, como um aviso que vai ficar tudo bem.  

O seguimos pelo extenso corredor e alguns metros depois Carlisle e Esme ficam para trás e logo Emmett e Rose. Ela me olha com dor nos olhos e eu mando um beijo a tranquilizando, me encaminho para a formação novamente ficando entre Bella e Edward, somos conduzidos até pararmos em frente também a enormes portas duplas, Alec para e olha para meus pais como se eu não estivesse ali.  

—Este quarto está reservado para vocês, Aro informou que qualquer coisa que precisarem ele está à disposição, dentro de uma hora eu volto para levá-los até ele. – fala e depois seus olhos se voltam para mim, como se ele finalmente tivesse notado minha presença, mas se vão novamente parando em Edward – Tem uma cama para ela aí, e comida humana será traga por um dos empregados. – ele fala com um pequeno vinco na sua testa, como que intrigado por minhas necessidades humanas, Edward concorda, então ele faz um aceno e volta pelo mesmo corredor que nos trouxe caminhando em sua pose impecável.  

Edward suspira e abre as grandes portas do quarto as empurrando, e a respiração fica presa em minha garganta encarando a linda decoração a nossa frente, quando entramos no quarto o vento que entra pela enorme janela vitoriana bate em nós, e eu me permito respirar novamente. As enormes e grossas cortinas azuis estavam abertas para não atrapalhar a entrada da luz do dia no quarto, me encaminho até ela e admiro a vista incrível que o quarto possui dali de cima, dava para ver toda Volterra, o sol já está alto no céu e algumas pessoas já caminhavam pelas pequenas vielas ali logo abaixo.  

O quarto não mantinha as paredes comuns de pedra como o resto do castelo, aqui as paredes eram pintadas de um cinza quase branco, e no teto bem alto acima de nós pinturas de um céu bem azul com anjos estava ali, e um enorme lustre de cristal pendurado, acho a pintura bem irônica, anjos no meio do inferno. No meio do quarto uma enorme cama estava posta combinando com o resto da decoração, a cabeceira de uma madeira de demolição adornada e a colcha era azul bebe de veludo molhado. No canto próximo a uma outra porta estava um pequeno guarda-roupas de madeira maciça também quase preto, assim como a cama igualmente adornado, e na outra parede tinha um móvel com suas gavetas e um jarro bonito em cima com flores, orquídeas recém colhidas, e um jarro de água bem bonito está ao lado.  

—Uau, esse quarto é incrível. – digo indo até a cama e me sentando devagar, eu estava bem cansada devido a viagem e não ter dormido na noite anterior então a cama parecia convidativa demais.  

—Pode dormir um pouco se quiser. Ainda temos um tempo até Alec voltar. – ele fala e eu nego prontamente.  

—Estou bem, posso esperar. – Bella suspira olhando para a vista lá embaixo, o sol brinca em seu rosto e o brilho de sua pele brinca no teto e nas paredes do quarto.  

—Eu odeio ter que estar aqui. – Edward vai até ela, e beija o alto de sua testa.  

—Infelizmente temos que fazer isso, fique tranquila, não vi nada que possa nos comprometer na mente deles, muito pelo contrário, Aro está fascinado por Renesmee e só quer vê-la de perto, conhece-la. – ele fala e eu faço uma careta.  

—Heide me odeia, as pessoas aqui me odeiam, e não me sinto confortável com essa adoração de Aro. – ele concorda me olhando. 

—Também não estamos confortáveis querida, mas precisamos engolir isso apenas hoje e amanhã estaremos a essa hora em um avião voltando para nossas vidas. – Bella suspira com a fala dele.  

—É o que eu mais quero. – ela fala e eu concordo.  

Eu também queria minha vida de volta, queria exatamente nesse momento estar com Jacob na clareira, ouvindo sua risada e sentindo seu toque quente sobre mim, seu abraço caloroso e seu sorriso gentil, toco o colar que ele me deu e suspiro, segundos depois o som oco de alguém batendo na porta inunda o quarto, Edward olha para nós e depois vai até lá a abrindo sem medo, ele já sabia quem era e o que queria.  

Quando a porta e aberta nos deparamos com um senhor, muito velho e frágil aparentando estar na casa dos noventa ou noventa e cinco anos, sua aparência frágil se vai no momento em que reparo seus olhos igualmente vermelhos ao todos os outros, na sua mão nossas malas e atrás dele uma mulher na faixa de uns cinquenta anos está trazendo um carrinho contendo pequeno baquete posto sobre ele. Edward os cumprimenta e depois da passagem para eles que entram no quarto deixando as coisas lá, seus olhos vão para Bella e depois voltam para mim com curiosidade. Coro e me viro para a janela fugindo de seus olhos questionadores e logo depois eles saem com um agradecimento de Edward.  

Olho para a bandeja avaliando as coisas que tem ali, torta, croissant, bolos, bolachas, café e chá, um enorme banquete para mim, mas eu não estava com fome, na verdade estava enjoada com aquele tanto de olhos vermelhos curiosos sobre mim.  

—Para nós não, mas aqui o que você é novidade, é diferente, é especial. Não se julgue por isso, eles nunca viram nada parecido com você com os próprios olhos, então não serão os últimos olharem assim que vai encontrar. – Edward fala respondendo meus pensamentos, concordo relutante.  

—Você devia comer meu amor, não come desde ontem. – nego.  

—Ainda não tenho fome. – ela ri seco.  

—E pelo visto, nem sono. – sorrio para ela.  

—Nem sono.  

—Vi na cabeça de Félix que ele não esperava te ver assim, ninguém esperava. – Edward fala e eu levanto uma sobrancelha questionativa.  

—E o que esperavam? Um pequeno monstrinho? – pergunto irônica e ele ri pelo nariz.  

—Acho que sim. Parece que as irmãs de Nahuel não foram uma experiência muito bem sucedida, já que Johan usou ovulo de uma vampira e seu esperma para fecundar uma humana, dando vidas a hibridas bem peculiares, apesar de elas apresentarem a mesma quantidade de cromossomos que você e também não serem venenosas, serem feitas com ovulo de uma vampira as tornaram alguma coisa meio incompleta. Porem inofensivas. – ele fez uma cara como se repugnasse aquilo e Bella o ouvia em silêncio.  

—Mas Nahuel é perfeito. – digo e vejo Edward concordar.  

—Ele foi o primeiro “acidente” de Johan e quando ele viu o que tinha feito acabou por começar a fazer experiências, ele concluiu que Nahuel era fraco, apesar de ter um lado vampiro, então começou a fazer experiências, porque ele queria criar um trunfo que tivesse a força de um recém criado eternamente. Acarretando nas irmãs de Nahuel. – uma careta retorcida em nojo está na cara de Bella.  

—Esse homem é grotesco. – ele concorda.  

—E é o que mais me preocupa, precisamos manter Nessie longe dele, pelo que parece ele também está interessado nela, uma meia vampira que não saiu como as filhas dele e ainda que tem um poder. – minha respiração para na metade do caminho com aquela constatação – Fique tranquila ele não chegara perto de você. – Edward fala firme chamando minha atenção.  E eu concordo tentando colocar minha máscara de indiferença e superioridade novamente.  

—Será que eu podia tomar um banho antes de irmos? – pergunto para ele que concorda sorrindo de lado. Eu precisava dos meus minutos como humana.  

—É claro meu amor, ainda temos um tempo. – ele fala e vem até mim, beija meu rosto e eu abro a porta próxima ao guarda roupa deduzindo ser ali o banheiro.  

A decoração lá dentro não combina com a cor do quarto azul, o piso de mármore marfim na parede em contrapartida com o azul, dão um toque totalmente aristocrático ao banheiro misturado com o dourado do ouro na decoração, as torneiras, a maçaneta, a armação da pequena janela na parede oposta ao chuveiro e banheira. Na parede que dá para a banheira e o chuveiro possui três pinturas de mulheres semi nuas e nuvens também pairam sobre elas, a banheira é quadrada, de mármore azul deita da altura do chão o dá impressão de uma pequena cova.  

Toalhas grossas e brancas estão sobre um pequeno armário abaixo da janela, vou até ali, pego uma e depois me encaminho para a ducha, a água quente bate em meu corpo relaxando os músculos tensos de meus ombros, mas não me deixo ser relaxada, eu estava com medo de baixar a guarda e não conseguir levantar mais, me deixar levar pelo medo e insegurança que estar naquele lugar me causavam.  

Termino o banho e saio do quarto enrolada na toalha, encontro Bella sentada na cama me olhando avaliativa.  

—Onde está meu pai? – pergunto temerosa quando não o acho ali. Ela sorri de canto antes de responder.  

—Do outro lado da porta, para te dar privacidade ao se trocar. – concordo e vou até a grande mala que Alice tinha feito para mim, e a coloco sobre a cama abrindo. Bella ainda está com os olhos sobre mim, parecendo estar em um impasse. Estranho aquilo.  

—Mãe aconteceu alguma coisa? – pergunto temerosa novamente. Ela suspira.  

—Não aconteceu nada Nessie. – responde com o vindo se formando em sua testa, nego rindo seco.  

—Você ainda é uma péssima mentirosa. – ela rola os olhos e fita o móvel atrás de mim antes de falar.  

—Jacob mandou mensagem, perguntando como estamos. – quando ela fala o nome dele, meu coração perde uma batida para logo bater mais forte castigando meu peito, fecho os olhos ressentida e a imagem dele vem a minha cabeça.  

—O que você disse. – ela nega.  

—Nada, estava pensando se.., Bom se você não mandava mensagem para ele. – suspiro e vou até ela, as lagrimas nublando um pouco minha visão, mas não as derramo e engulo o nó que quer se formar na minha garganta.  

—Mãe, você acha que fui cruel demais não me despedindo dele? – me sento na frente dela agora cansada, ela passa a mão no meu rosto e nega.  

—Claro que não meu amor, entendo que não considera uma despedida. – eu olho para a janela e depois para ela.  

—Mas então porque parece tão errado? Porque parece que eu pedaço meu foi arrancado de mim brutalmente no momento em que entrei naquele avião? – ela não fala por um tempo, parecendo encontrar as palavras certas antes de colocá-las para fora.  

—Vocês sempre foram muito ligados Nessie, sempre estão juntos e nunca se separam, pode ser por isso. – conclui. Quero rebatar e falar que não parece ser por isso, que sempre parece ter uma força que me puxa para Jacob como se estivéssemos ligados a cabos de aços grossos e inquebráveis. Mas não falo, apenas concordo e volto para minha mala. Olho para fora e admiro o sol forte que nasceu das colinas não combinando nada com aquele castelo frio e escuro a não ser por nosso quarto.  

E olho para a mala pensando que queria uma roupa assim, que não combinasse nada com aquele castelo, que mostraria só de me olhar que eu não era dali que eu não pertencia ali, então me dou ao pequeno luxo de usar um vestido, peça que eu não usava muito em Forks pelo motivo de raramente termos sol lá. O vestido e de um verde claro quase pastel, com pequenas flores brancas com miolos amarelos por ele todo, o vestido é fechado por botões na frente, e não é apertado ao corpo, mas o modela, nos seios ele faz o desenho certo e tem pequenas mangas princesa ombro a ombro. Nos pés não querendo parecer tão inofensiva coloco os scarpin nude com o fundo vermelho, arrumo meus cachos os deixando cair soltos cobrindo minhas costas, e vou para frente do espelho encostado entre duas paredes no canto do quarto, me admiro por alguns segundos e penso que Alice ficara orgulhosa quando me ver. Logo depois Bella chama Edward para entrar e eles vão para o banho me deixando sozinha no quarto, pego meu celular dentro da bolsa que está sobre o mezanino próximo ao jarro de água, desbloqueio vendo a mensagem com o nome de Jacob lá. Me sento na cama e abro a mesma lendo o que ele escreveu.  

Eu encontrei o seu bilhete, debaixo da pedra na nossa clareira, não fiquei muito feliz em saber que foi sem me dar pelo menos um abraço, mas respeito sua opinião, depois me informe se chegou bem e se está bem. Porque por enquanto, para mim é só isso que importa.  

Beijos seu Jake.  

Releio a mensagem inúmeras vezes tentando achar alguma centelha de um Jacob possivelmente bravo comigo, porque eu merecia aquilo, mas não encontro nada, além de só o que parece ser uma pontada de ressentimento. Abro a caixa de respostas e inspiro antes de digitar minha mensagem.  

Jacob, sei que está com ressentimentos, mas eu precisava fazer isso, porque encarar isso como uma despedida e doloroso demais, mas mereço seus ressentimentos. Estamos bem, chegamos bem e vamos ficar bem.  

Beijos sua Nessie 

Termino de digitar a mensagem e leio algumas vezes me sentindo patética por ter escrito isso, então apago tudo e reformulo a frase.  

Chagamos bem, todos nós, estou bem também, vamos ficar bem.  

Beijos de sua Nessie 

E sem ter chance de ler envio de uma vez antes de desistir novamente, bloqueio o celular e o coloco dentro da bolsa não criando expectativas sobre sua resposta. Logo depois a porta do banheiro e aberta e por ela passam Edward e Bella devidamente vestidos e de banho tomado. Enquanto eles arrumam a mala e a fecham novamente, a colocando no canto onde estava ao lado da minha já pronta, fico na janela sentindo o sol e o vento quente sobre minha pele, meus olhos estão fechados e sobre minhas pálpebras um tom alaranjado pela luz do sol está presente cegando levemente minha visão. 

Alguns minutos depois alguém bate na porta e eu olho para lá rapidamente, Edward vai até lá a abrindo e Alec olha para ele como que pedindo ou um consentimento para entrar, Edward faz um aceno de cabeça, e ele dá um passo de forma calculada para dentro. Avalia todo o quarto como se quisesse encontrar algum erro ali, e seus olhos param sobre o carrinho de comida intocável ficando presos por alguns segundos, depois seus olhos vão de Edward, para Bella e logo procuram por mim, o vermelho vivo presente em suas íris ganham uma cor mais escura no mesmo momento, e por alguns segundo que pareceram incontáveis horas seu rosto adquiri uma expressão leve, ele parece reparar o sol que bate em meu rosto e logo depois meu vestido.  

—A comida não é do gosto dela? – ele pergunta olhando para mim projetando sua voz forte pelo quarto, mas como antes tão rápidos como vieram seus olhos me abandonam e ele encara Edward, que encara o carrinho, me olha e depois olha para Alec novamente. Fico com raiva por ele falar com Edward como se eu não estivesse ali, por que ele não perguntou para mim? Já que seus olhos estavam me avaliando segundos atrás. 

—Ela só não estava com fome. – meu pai responde e ele concorda com um aceno de cabeça e se vira saindo de forma elegante do quarto. 

Flashback off 

—Nessie? Está tudo bem? - Seth pergunta tocando meu ombro, balanço a cabeça e o foco na minha frente, o mesmo tem uma expressão preocupada no rosto, olho para Sue e Charlie e eles também tinham.  Sorrio tentando amenizar o clima.  

—Estou ótima, claro, porque não estaria? - pergunto tentando disfarçar e ele ergue uma sobrancelha.  

—Não sei, me diga você. - rebate eu reviro os olhos indo até uma cadeira, e me sentando.  

—Ficou louco garoto? Senta logo para comer que estou ouvindo seu estomago roncar daqui. - digo debochando, ele nega e se junta a mim, depois olho para Sue e Charlie que estão acompanhando nosso debate em silêncio - Não vão comer? - pergunto, eles logo se movimentam saindo de suas poses estáticas, se sentam a minha frente e Sue puxa um assunto tirando o foco de mim. Ela me serve o primeiro pedaço e eu logo coloco um pedaço grande na boca mastigando devagar fingindo acompanhar a conversa sorrindo vez ou outra.  

Mas o pensamento volta na minha cabeça de novo, e eu revivo os olhos de Alec em mim, aquelas enormes safiras vermelhas sangue. 


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham entendido a linha de raciocínio, cada Flashback que ela tiver um é encaixe do outro, ou seja, uma continuação. Criei um pequeno suspense sobre o que aconteceu lá, e vocês vão saber logo, logo. Não me matem kkk e entendam. Comentem muuuitoooooo quero saber a opinião de vocês, é muito importante para mim.
O próximo cap. já está sendo escrito e acredito que irão gostar bastante.
Comentem, favoritem, recomendem.
Bejú
By Isa Devailly



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