Equinócio escrita por Isa Devaylli


Capítulo 16
Tic-Tac


Notas iniciais do capítulo

Ei, oi, olha so quem resolveu aparecer kkkkk.. Peço mil desculpas pelo sumiço, mas eu tive uns motivos pessoais. Porem voltei com tudo. Bom antes da leitura, não sei se repararam, mas troquei a capa, queria opinião de uma maior quantidade de leitores que puderem dar opinião comentando se essa está boa, ou preferem de antes, se eu tiver uma quantidade boa de comentários posto outro cap. ate quarta, porque já esta pronto. Bem vindos aos novos leitores e ei oi aos antigos, obrigada pelos comentários nos caps. anteriores eu amei todos. Boa leitura.

Ps: espero vocês nas notas finais.



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Tic- Tac Tic-Tac pensar no barulho do relógio fazia meu sangue bombear mais forte e rápido 3 minhas veias, fazendo meu coração acelerar e quase entrar em colapso, era um barulho desesperador, desestabilizador, era o som que anunciava cada vez mais perto minha despedida, nossa partida, e uma coisa com a qual eu literalmente não estava preparada. Tic- Tac  estive tempo demais durante esses um mês e uma semana tentando me convencer do contrário, tentando ser forte, por minha família, por Jake, para manter a aparência da nossa grande mentira para mantê-lo intacto, para que ele não desconfiasse de nada, para fazê-lo feliz e tentar ser feliz no processo.  

Mas foi como tentar fazer um castelo de cartas, era bonito, porém instável, como se a qualquer segundo tudo fosse desmoronar diante dos meus olhos. Tentei me agarrar a toda esperança que eu tinha, montando meu próprio castelo de cartas, onde as cartas eram as mentiras que eu contava e as que eu criava para mim mesma, para me manter intacta, mas o tempo era o um sopro ou uma brisa, me desmoronando a cada segundo, me desestabilizando, fazendo minha ficha cair literalmente Tic- Tac. Mas a quem eu estava querendo enganar? Como Alec mesmo disse eu não tinha escolha, e não adiantava eu colocar aquilo como uma, porque não dava para escolher entre a vida de Jacob ou a nossa partida, então eu apenas precisava lidar com isso.  

Fecho meus olhos e suspiro apenas para abri-los depois e olhar o céu, faço uma prece para o Deus que eu sei que existia lá em cima, mas será que ele intercederia por nós? Ou ele já estava fazendo isso e eu estava pedindo demais, Tic- Tac. Também não queria ser egoísta, tinham pessoas abrindo mão de muitas coisas além de mim, a começar em Leah que abriu mão da sua transformação para esconder nosso segredo, depois que ela se foi e me deixou nos braços frios de Alec desacordada, eu acordei no chalé, com minha família toda em cima de mim, preocupados, e depois disso eu fiquei remoendo nossa morte, a morte de Jacob que viria primeiro, nossa, da matilha, de Charlie.  

E não foi fácil, quando ele pareceu na minha frente com a expressão impassível, e logo depois foi a pessoa mais especial e compreensível do mundo, eu fiquei aliviada e frustrada ao mesmo tempo, porque no fundo eu queria que ele soubesse, que ele tivesse descoberto, quem sabe com Leah contando o final poderia ser diferente? Tic- Tac. Porque Alice não conseguiu prever o futuro através das ações de Leah, as imagens eram desfocadas, borrões o que acarretou em uma bela dor de cabeça nela. Mas no final de tudo Leah foi complacente, deixou sua forma lupina de lado para se juntar ao nosso pequeno fardo, de manter esse segredo e salvar todos.  

E depois disso eu comecei a evita-la, não que ela já não fizesse isso antes e agora estava se esforçando muito mais para isso. Bufo, mas era que apesar disso tinha o casamento de Charlie e estávamos infelizmente de dama juntas, e tínhamos hoje a prova do vestido para irmos, só que não seria tão fácil encara-la, se já estava sendo difícil fazer isso com Seth que não sabia de nada, e eu também nunca escondi nada dele, imagina com ela que sabia de tudo, de todas as mentiras com detalhes. Tic- Tac. 

—Eu queria que você não sofresse tanto. - Edward se senta ao meu lado e me encara, colocando o indicador sobre as rugas em minha testa. Respiro fundo, sentindo seu dedo gelado causar um impacto sobre minhas preocupações.  

—Não sei se consigo. - dou de ombros unindo minhas mãos e as olhando, depois levo meus olhos até ele, que concorda e suspira.  

—Te entendo, foi assim para mim também no começo, com sua mãe, claro que a situação era diferente, porque eu era a única coisa que a deixava em perigo. - ele ri de forma amarga, fitando uma árvore a sua frente, parecendo remoer as lembranças. Tic- Tac. 

—Mas eu sou o perigo pai. Sou o perigo de todos. - falo sorrindo seco e ele me fita negando veemente.  

—Não seja tão dura com você mesma, fomos impostos a isso! - afirma e eu mordo o lábio incerta, “se eu não tivesse nascido”. Ele bufa e eu ergo as sobrancelhas, “sabe que seria mais fácil” penso, ele nega – Nunca mais repita isso, não se culpe, a culpa nunca será sua Nessie, os Volturi achariam outra desculpa para nos colocar sobre seus olhos de novo, sobre suas vontades. E o que seria de nós sem você? Provavelmente nem estaríamos juntos agora, Rose estaria com Emmett longe em alguma de suas inúmeras lua de mel, sua mãe e eu também, junto com Alice e Jasper, porque Rose e sua mãe não teriam se acertado tão fácil sem você, Esme estaria despedaçada sem sua família juntas e Carlisle desapontado com todos nos.  - Tic- Tac. 

Suspiro e fecho os olhos tentando não pensar nisso tudo, e sinto um vento frio me lamber, me arrepiando, congelando meus pensamentos, estremeço e sorrio gratificada. Escuto Edward se mover ao meu lado e passar sua mão por meu braço, é quase possível não sentir o contrates em nossas peles, eu ainda estava agarrada ao frio, a sua ajuda constante, então tinha abdicado do casaco. 

—Isso também me preocupa. Sei que não quer pensar muito, mas isso realmente pode prejudicar seu lado humana, você está quase da minha temperatura Ness. - sua voz soa preocupada, abro meus olhos para encontrar nos seus o que sua voz denúncia.  

—Pai, o que eu vou... - engulo seco o bolo na garganta – Jacob, eu... - respiro fundo e engulo de novo, mas dessa vez as lagrimas são traidoras, elas escorrem por meus olhos. Ele me puxa para seus braços e suspira, esfrega a mão em meu braço direito me acalentando e beija o alto da minha cabeça. Tic- Tac. 

—Não sabe como é doloroso estar na sua cabeça agora. Poço ver o quanto está despedaçada e confusa, queria mesmo estar no seu lugar. Admiro você meu bem, sou realmente o pai mais orgulhoso de toda a eternidade de ter você como filha, e fico grato de ter puxado todas as coisas boas de sua mãe, a bondade, o altruísmo, a capacidade de colocar a sua felicidade em jogo pela dos outros, a forma como você quer cuidar de todos, e vê-los felizes independente da sua felicidade, sua determinação e teimosa... - suspira e eu o encaro, seu sorriso perfeito de lado – A sua capacidade de sofrer em silencio, para não magoar ninguém. - sorrio e ele me puxa para um abraço de novo – Eu daria a minha vida para que você não precisasse fazer isso, porque de todas as partes prejudicadas, você e Jacob são a maior delas. E eu sinto tanto. - Tic- Tac . Sua voz engasga e se ele fosse humano, tenho certeza que estaria chorando agora. Ele me aperta contra seu peito.  

—Eu te amo pai. - digo aninhada em seu peito.  

—Eu também te amo Nessie, e não importa como e nem quando, quero que seja o mais rápido o possível, vamos dar um jeito. - me puxa para olhar nos seus olhos, que agora estão profundos – Daremos um jeito nessa bagunça, ok? - vejo tanta sinceridade em seus olhos, que mesmo achando impossível dar um jeito nisso não consigo descordar. Balanço a cabeça em concordância - Agora vamos Alice está nos esperando.  

Ele se levanta e me ajuda a levantar, depois estende para mim uma jaqueta, que eu ainda não tinha visto que ele tinha trago e nego fazendo a boca em uma linha.  

—Pai eu não q...  

—Não estou contestando suas vontades, é apenas para manter as aparências para Charlie e os humanos. - suspiro e apanho a blusa colocando.  

—Certo, vamos. - digo disparando o caminho de casa, deixando a clareira para trás, apelativa e vazia sem Jacob ali. E Edward logo me apanha, sem esforço algum.  

Chegamos à mansão em poucos minutos, e Bella logo me alcança me puxando para seus braços. Tic- Tac. 

—Queria colocar você segura dentro de mim de novo. - rio.  

—Iria ser uma monstruosidade o tamanho da sua barriga. - ela revira os olhos.  

—Você entendeu!  

—Claro, claro. - a vejo revirar os olhos e beijar meu rosto, para logo me aninhar em seus braços.  

—Vamos dar um jeito. - repete o que pai falou a pouco e eu concordo – Eu prometo. - Tic- Tac, sorrio e transmito “amo você” - Também amo você.  

Me separo de seu abraço e ela sorri para mim, subimos as escadas do Hall juntas e entramos em casa encontrando apenas Alice e meu pai. Esme estava fora a uma semana, ocupada com a reforma da casa no Alaska e Emmett estava lá, dando uma força, não que ela precisasse, mas com ele lá seria mais rápido, Tic- Tac. Tio Jass tinha ido finalizar os detalhes dos nossos documentos, e também dos nossos históricos escolares e toda essa burocracia, porque já iriamos chegar estudando. Eu não estava nem um pouco satisfeita, claro, sempre quis isso, mas nunca dessa forma. Carlisle estava providenciando a transferência para o hospital de lá, e com o currículo impecável não seria tão difícil, Alice e Rose estavam encarregadas do casamento de Charlie, e Edward e Bella de não me deixar desmoronar. Tic- Tac. 

E estava descido, iriamos para Palmer, uma cidade pequena no Alaska, e fria, onde o ano todo o sol não era quase presente, e a neve e a temperatura negativa eram o clima quase predominante, então seria fácil para nós nos adaptarmos, e mais fácil para mim devido a minha nova paixão pelo frio, mas além disso com nossas peles pálidas, seria mais fácil nos misturarmos. Antes estávamos divididos entre Palmer e Barrow, mas Palmer tinha ganhado de lavada, porque apesar do número relativamente relevante de população de – sete mil trezentos e seis – Palmer tinha a vegetação, sempre presente, o que nos facilitaria caçar, ao contrário de Barrow que não tinha vegetação, quase uma cidade no meio do deserto e precisaríamos sempre viajar para caçar. Tic- Tac. 

Não que fosse um problema, mas agora que Alec “moraria” com a gente e por ele não ser um vegetariano, ficaria difícil ter que viajar sempre para que ele sacie sua vontade, e bom ele não estava muito disposto a enfrentar nossa dieta também, o que mudava muita coisa. Tic- Tac. 

—Nessie, já está pronta? - Alice pergunta e eu me viro, a tempo de ver ela descendo as escadas e me alcançando. Seus braços me rodeiam e ela levanta o rosto para encontrar meus olhos, tinha passado Alice alguns centímetros.  

—Não, mas vamos lá. - declaro e ela revira os olhos.  

—Não gosto de te ver assim, prefiro você sendo a teimosia que herdou de Bella e a aversão a eventos. - dá de ombros e eu gargalho.  

—Está me elogiando ou ofendendo? - ela faz uma careta graciosa.  

—Acho que um pouco dos dois. - reviro os olhos e suspiro.  

—Pareceu mais reprovativa. - digo me separando dela e me jogando no sofá. Ela ri.  

—É, eu reprovo muito sua aversão a eventos. - fala me puxando pela mão, para que eu levante.  

—E a minha capacidade de te dizer não e não mudar de ideia. - digo me deixando ser guiada por ela, até seu Porsche.  

—Há, com certeza, isso é o que mais me irrita. Mas isso você puxou de Edward, sem sombra de dúvidas. - declara rindo, eu rio também.  

—Eu fico feliz, mais alguém da família tinha que falar não para você. - Edward murmura surgindo ao nosso lado com Bella. Alice mostra língua para ele e entra no carro.  

—Tomem cuidado com as roupas, não os amassem aí atrás. - Ali fala já entrando no carro e sorri pelo retrovisor quando entramos.  

—Onde está tia Rose? - sinto falta dela e Edward faz a boca em uma linha, fechando a porta do carona. Ele olha para Bella e depois Alice. Ergo as sobrancelhas indagativas e passo pelo meu dom para eles “não mintam pra mim”. 

—Amor ouça, é muito difícil para ela vê-la sofrer dessa forma. - Bella começa e eu suspiro, minha culpa de novo.  

—Não é sua culpa, ela só te ama incondicionalmente e não quer te ver assim. Por isso, ela foi hoje de manhã, enquanto você estava na clareira, para o Alaska, ajudar Esme e Emmett na casa. - Edward se vira no baco de trás para me olhar, quando termina sua explicação, concordo relutante, mas era melhor a verdade. Tic- Tac. 

Alice liga o carro e dá a partida, usando o Porsche apenas por falta de opção, porque Esme e Emmett estavam com o Volvo para não o chama atenção desnecessária no Alaska, para os novos moradores, e Carlisle com a Mercedes, os dois carros mais discretos. Tic- Tac. Em minutos estávamos na casa de Charlie que não ficaria muito orgulhoso, se descobrisse que Alice tinha passado do limite de velocidade dentro da cidade, mas provavelmente cederia uns minutos depois, quando ela sorrisse para ele ou fosse apenas ela mesmo. Rolo os olhos, ela deixava todos na mão dela.  

Desço do carro já ouvindo quatro corações lá dentro, dois calmos de dois trotando rapidamente, Charlie, Sue, Leah e Seth provavelmente, um sorriso lampeja em meu rosto por pensar em Seth. Alcanço a porta da casa de Charlie fugindo da chuva que começara quando Alice chegou no centro de Forks, e bato na porta já com Edward e Bella ao meu lado e Alice um passo atrás, segurando nossas roupas, como se fossem as coisas mais preciosas do mundo. Charlie abre a porta e olha para nós sorrindo, meu coração se aquece eu sorrio já logo o abraçando, seria difícil me despedir dele também.  

—Oi garota, também estava com saudades. - Charlei fala no meu ouvido passando a mão nas minhas costas. Me separo e sorrio para ele beijando seu rosto logo em seguida. Porque tudo agora sempre parecia uma despedida? 

Tic-Tac.  

Oi vô. - cumprimento e me separo dele que sede espaço para entrarmos. Mal entro na casa e já pulo em Seth que parecia preparado para isso.  

—Eu sei, eu sei. Você me ama. - se gaba rindo e me girando, gargalho na curva do seu pescoço.  

—Não tem medo de ser convencido? - pergunto baixo para que só os bons ouvidos ouçam - Estou com as minhas presas próximas a sua jugular. - aviso e ele gargalha.  

—Você pode até tentar baixinha, mas não vai conseguir. - dá de ombros e eu o encaro de cenho franzido.  

—Isso é um desafio Clearwather? - pergunto já calculando meu próximo movimento, o encarando e ele me retribui o olhar desafiador.  

—Pode apostar que sim Cullen.  

—Os pés Seth. - Edward avisa no segundo seguinte e Seth se abaixa de forma ágil, me levantando apenas pelo tornozelo. Mal tenho tempo de respirar.  

—Isso é um ultraje. Você é meu pai, tinha que estar no meu lado. - reclamo e todos gargalham, menos Charlie que está nos olhando chocado. Acho que foi demonstração demais por um dia.  

—Só te desafiei, não falei com faria para ganhar. - Seth dá de ombros convencido, ainda me segurando pelo tornozelo, me debato.  

—Meu pai é seu puxa saco. - cruzo os braços e faço bico. Eles riem mais ainda.  

—Tá ok garoto, estou ficando desesperado vendo minha neta de ponta cabeça. - Charlie intervém, sorrio, e apenas com um movimento rápido, estou nos braços de Seth. Charlie parece mais chocado ainda. Para tentar acalma-lo me desvencilho dos braços de Seth que parece orgulhoso com seu feito e vou até ele.  

—Por isso que eu te amo vô, o único que ficou do meu lado. - coloco meu braço direito na sua cintura o abraçando de lado e ele leva o dele até meu ombro, ele me olha orgulhoso, até deslumbrado, Charlie nunca foi muito racional quando se tratava de mim, ele era realmente um avô babão. Tic- Tac. 

—Vamos experimentar os vestidos? - Alice chama nossa atenção e então me lembro de Leah, vasculho a sala discretamente com os olhos e fito Edward, balança a cabeça de forma imperceptível até a escada, informando que ela estava lá em cima – Charlie, pode ir com Edward fazer seja lá o que estiverem em mente, Sue vai experimentar o dela também. - Alice exige com uma voz doce. Edward pega a chaves do carro e Charlie solta de mim, dando um beijo na minha testa e eles saem juntos. 

—Eu também já vou. - Seth fala e Alice leva os olhos até ele.  

—Acha que me esqueci de você? - pergunta e estende o terno, com a capa protetora para ele, que faz uma careta. 

—Confio em você Alice, vai ficar perfeito. - argumenta tentando escapar, ela sorri dando de ombros.  

—Eu sei bobinho, mas quero ver com os meus próprios olhos. - ele bufa e eu gargalho.  

—Não sei porque está rindo, a próxima é você. - fala para mim e eu dou de ombros e me sento no sofá.  

—Já estou acostumada. - desdenho suspirando e ele nega subindo as escadas, igual a uma criança birrenta.  

Alice se encaminha saltitante até minha mãe, que já está perto de Sue conversando animadamente, me sinto uma grossa, nem tinha falado com ela, me levanto e sigo até a cozinha, sorrio e aceno para Sue.  

—Me desculpe não falar antes é que... - tento me explicar e ela abana a mão.  

—Não se preocupe meu bem, sei como você e Seth são amigos. - fala de forma terna e eu sorrio agradecida.  

—Bom, finalizamos os últimos detalhes do vestido, e eu já vi você vai adorar. - Alice se intromete e falando com Sue, ela sorri e seus olhos brilham, radiantes, realmente muito feliz. E elas começam a conversar animadamente sobre os últimos detalhes. Tic- Tac. 

Me perco na conversa e volto ao plano quando escuto os passos de Seth na escada, o cheiro de camomila me toma, mais forte, dou um passo para trás, para fitar Seth descendo elegante as escadas, em um Smolking de um azul escuro, quase preto parecendo o tom exato do mar de La Push, um terno feito sob medidas o deixando mais bonito e com cara de homem de negócios, a não ser pelos pés descalços Seth, sorrio com isso, mas ele está realmente um gato. Me pergunto se um dia, a garota que ele tiver um impriting vai ter noção de o quanto é sortuda, porque além da beleza, Seth era a pessoa mais doce que conheci, compreensível, amável, amiga, inocente tinha um sorriso fácil de menino que nunca mudaria, Edward sempre fala, que Seth tem uma das mentes mais pura que já leu, e que é como um balsamo estar na sua cabeça. De repente desejei que ele conhecesse uma pessoa que valesse toda a bondade que ele era. Ele merece. Tic- Tac. 

Ele me olha parecendo envergonhado, quando chega no final da escada e eu assobio para ele, que ruboriza levemente.  

—Você é cruel. - fala me ignorando na porta e parando em frente à mesa, que estão Bella, Sue e Alice. Elas o fitam em silêncio.  

—Filho você está lindo, meu Deus já é um homem. - Sue fala um pouco chorosa, olhando Seth, ele sorri de lado.  

—Obrigada mãe. Tudo por você! - declara de forma afetuosa para ela, Sue sorri e concorda. Então ele olha para Alice que gira o dedo para que ele de uma voltinha, gargalho. Ele me olha de rabo de olho e bufa, mas faz o que ela manda.  

—Um gato. - elogio e bato palmas. Ele nega parecendo enrubescer e eu rio mais. Fita Alice novamente parecendo ansioso e ela se aproxima dele, batendo no meio do peito em comparação à altura, com as mãos no queixo, o avalia milimetricamente, o fazendo levantar os braços e as pernas, caminhar um pouco a nossa frente e ele parece envergonhado, mas faz tudo sem reclamar. Ela suspira o encarando ainda.  

—Sim, sim. Confirmou o que eu já sabia. - ela faz a boca em uma linha e continua - Eu nunca erro. - bate no peito de Seth duas vezes, ele olha para ela chocado. Explodo em uma gargalhada e ele suspira.  

—Se já sabia porque me fez vestir? - pergunta parecendo um pouco aborrecido, mas com a voz gentil.  

—Ora e perder você desfilando para nós? - dá de ombros, como se fosse obvio e ele nega, eu rio mais.  

—Sou uma piada para vocês. - ele fala engraçado fazendo Sue e Bella rirem também.  

—Ficou lindo Seth. - Bella elogia e ele sorri.  

—Obrigada.  

—Pode subir e se trocar, depois está liberado, vou querer apenas mulheres nessa casa! - Alice argumenta mandona e ele bate continência.  

—Sim senhora, capitã. - ela ri e Seth logo se vira passando por mim rindo, mando um beijo para ele.  

Segundos depois elas estão falando sobre o casamento de novo, Ali vai até a sala e pega catálogos colocando sobre a mesa, portfólios de casamento e Sue concorda e discorda com algumas coisas. Minutos depois escuto os passos de Seth novamente descer a cozinha, me viro para ele quando se prostra perto de mim, ele me puxa para uma abraço meio desajeitado de lado e sorri radiante para mim, beija o topo da minha cabeça e eu sorrio agradecida com seu carinho.  

—Boa sorte aí com elas. - deseja no meu ouvido e eu rio “obrigada” mando pelo meu dom. Ele balança a cabeça e logo caminha até Sue, beija o rosto dela e abraça minha tia e mãe, muito à vontade com a temperatura. Caminha ate a porta, abre ela e se vira para mim, como se tivesse esquecido algo.  

—Te vejo mais tarde. - afirma sorrindo. Se referindo ao aniversário de Emrby, eu estava tão alheia a toda essa loucura que tinha me esquecido, até Jacob me lembrar no meio da semana passada, três dias após o ocorrido de Alec, quando ele me salvou.  Tic- Tac. 

—Claro, claro. – ele anui com a cabeça e sai nos deixando a sós.  

—Ufa, agora que estamos só nos, garotas, é hora da prova dos vestidos. – Alice saltita graciosamente até nossos vestidos, pendurados sobre o gancho de casacos e estende o braço pegando o que identifico como sendo o de Sue, por debaixo da capa preta protetora, ela o trás até Sue e o estende – Onde está Leah? – pergunta quando Sue toma o vestido nas mãos, mordo o lábio inferior e tomo consciência do coração forte batendo no andar de cima, que até agora eu estava tentando ignorar veemente.  

—Está lá em cima. – responde afetuosa e se levanta com o vestido em mãos – Lee, pode descer por favor? – Sue chama, aumentando apenas uma oitava o tom de voz, porque sabíamos da sua bela audição. 

 Quase posso escutar um silvio baixo no andar de cima, como uma recusa, e depois passos, meu coração começa a bater descompassado, eu estava desestabilizada. Tic- Tac. Ouço o caminhar alcançar o corredor e logo as escadas, e nesse momento Bella segura minhas mãos me acalentando. E então o cheiro de canela de Leah se torna predominante, canela e pinheiro, de canto de olho posso ver ela pisar do último degrau para o térreo, suspiro e me viro para ela tentando ser cordial, a observo incomodada acenar com a cabeça para Alice e Bella e depois trazer os olhos para mim, sustenta meu encarar por um segundo e cumprimenta relutante. Se tio Jasper estivesse aqui, com certeza ele tocaria a tensão que se formou no ar.  

—Leah, já vamos experimentar os vestidos. O meu ficou pronto, estou tão ansiosa. - Sue chama a atenção da filha e caminha lentamente até ela, sorrindo, e Leah sorri também, a expressão contraria do que deu para nós.  

—Fico feliz que esteja feliz. - Leah abraça a mãe sorrindo e suspira - Vamos logo com isso então. - finaliza e se vira fitando Alice, levo meus olhos até ela também.  

—Vamos começar logo, não temos uma ou duas horas até Edward e Charlie voltarem. Se Charlie conseguir ser paciente. Por isso, Sue você é a primeira.  

—Claro, vamos lá para o meu quarto. - oferece sorrindo e Alice concorda. E ambas começam a subir.  

—Bella, vou precisar de você. - Alice chama da metade da escada, olho Bella a tempo de vê-la revirando os olhos. Ela me olha impassível, ponderando se talvez não é uma boa opção, concordo com a cabeça a encorajando e ela suspira beijando o topo da minha cabeça - Bella, não temos muito tempo. - Alice chama de novo.  

—Ela consegue ser irritante quando quer. - Bella sibila e eu sorrio.  

—Ouvi isso. - Alice fala no topo da escada e sorrio mais ainda, Bella revira os olhos e me deixa sozinha com Leah.  

Suspiro a encarando por debaixo dos cílios e ela lampeja um olhar na minha direção para logo os levar para longe, no andar de cima posso ouvir o barulho de zíper e o arquejo de Seu, provavelmente feliz com o resultado do vestido pronto. 

Suspiro e dou passos calculados para me sentar na mesa, afastada de onde Leah está, ela me encara dessa vez e não desvia o olhar.  

—Tudo bem? - pergunto incomodada com a sua avaliação. Ela pisca duas vezes.  

—Poderia estar melhor, não tendo que manter esse segredinho de vocês. - cospe as palavras e que parecem navalhas me contanto. Tic- Tac. 

—Eu te entendo. - afirmo sincera e olho para a chuva torrencial, além da janela lá fora. Ela bufa.  

—Não parece despedaçada ou triste. - Leah me acusa e é minha vez de bufar. Tic- Tac. 

—Nem você. - afirmo levando meus olhos até ela. Dando duplo sentido na frase, porque eu me referia a outro assunto, ela me encara com ferocidade.  

—Você não me conhece.  - Tic- Tac. 

—E nem você me conhece Leah, nunca quis, e nunca me deixou te conhecer. - ela ri amargamente da minha fala.  

—Você não merece Jacob. - ela toca na minha ferida, suspiro engolindo um bolo pesado na garganta. Tic- Tac. 

—Você já disse isso, e antes de dizer não era nenhuma novidade para mim, mas não me arrependo de nada, colocaria minha vida em jogo para salvar a dele. Mesmo que ele me odeie depois disso. - falo sustentando seu olhar. Ela olha para a janela - Eu não queria tanto quanto você, ter que vê-la dividindo esse fardo, mas infelizmente aconteceu, eu sinto muito Leah, sinto mesmo, por ter que abrir mão de algumas coisas até partimos. - falo a palavra e ela parece me machucar, parecendo me partir no sentido literal, ela me olha de novo, suspiro - É por uma boa causa, olha, você vai ficar feliz, vamos embora, não vai precisar mais ter que conviver com os sangue sugas, todos vão ficar bem e vivos e eu já vou ser feliz por isso. - Tic- Tac. 

—É, mas Jacob não. - rebate minhas palavras e eu fecho os olhos, prendendo as lágrimas.  

—Vou dar um jeito, abrir mão dele, falar que estou feliz longe. Não é assim que a lenda funciona? O lobo só precisa ver seu alvo do imprinting feliz? E ficara feliz por isso? Vai dar certo. - me agarro ao meu fio de esperança, pensando em Jacob, na sua tristeza, se ele ficará tão despedaçado quanto eu e eu ainda nem tinha partido, estremeço. Tic- Tac. E pela primeira vez, vejo alguma compaixão em seus olhos.  

—Você parece desesperada para que de. - sussura, mais para ela do que para mim mesma e eu sorrio de lado seca. Tic- Tac. 

—E estou, estou desesperada para que dê certo, com amigos leais, uma ótima família e uma pessoa que o ame, da forma que ele é capaz de amar, eu vou ficar feliz. - meu coração pesa e parece em frangalhos, com cada palavra. Era como tentar engolir navalha atrás de navalha, só de imaginar Jacob com outra eu ficava dilacerada. Mas fito Leah ainda me encarando no canto da cozinha e sorrio limpando a lágrima. Suspiro me sentindo tão frágil, quero correr de dentro de mim. 

—Sabe que não e assim que funciona, ele não vê outras. - me relembra uma parte da lenda e eu rio fraco, e por um minuto tenho um lampejo se de tristeza, felicidade ou por puro egoísmo, mas eu não podia me dar ao luxo de ser egoísta, não com Jacob que sempre me deu tanto. Tic- Tac. 

—Ainda posso me dar o luxo de ter o mínimo de esperança. - dou de ombros.  

—Para mim se chama masoquismo. - Tic- Tac. 

—E para mim, se chama maturidade. - contraponho seu argumento, “ou apenas desespero” penso comigo mesma. Ela faz a boca em uma linha - Se não posso ser feliz com ele, o amo incondicionalmente, para abrir mão e vê-lo feliz, seja com outra ou não, mas vou ser feliz por isso. - sorrio para ela que fica séria por longos minutos me encarando, sua cabeça parece trabalhar de forma dura enquanto me encara.  

Mas não falamos mais nada, o silêncio perdura até escutarmos passos vindos do corredor, logo elas descem as escadas e Sue surge primeiro no nosso campo de visão, linda em um vestido simples porem elegante de noiva, o tom ficava perfeito junto a sua pele, na cor champagne quase creme , tem um recorte bonito, valorizando o corpo esbelto de Sue, solto da cintura para baixo e um recorte como um cinto da altura abaixo dos seios até a altura do quadril, onde começa a saia, as mangas são bufantes e tem um punho com bordados delicados, e também no recorte abaixo dos seios, na saia nas laterais do quadril. Os seios mantem um recorte com um decote em V delicado, valorizando o colo, botões impecavelmente envelopados decoram o meio do vestido, do começo do decote o final da saia. Sue estava linda, já podia imaginar a cara de bobo de Charlie quando a visse no altar. Tic- Tac. 

—Mãe você está linda. - Leah elogia fraternalmente, Sue está com os olhos cristalinos.  

—Está mesmo, muito bonita. - murmuro sincera e ela sorri para nós.  

—Obrigada meninas.  

—Você gostou? - Alice pergunta agora, chamando atenção de Sue, ela sorri.  

—Gostei muito, obrigada Alice, sem você não sei se eu teria feito tudo isso. Está do jeito… Não, está melhor do que eu poderia sequer cogitar. - Sue sorri, emocionada.  

—Não precisa agradecer, amo você e Charlie, faria mil vezes se fosse preciso. - Ali dá de ombros e eu sorrio. 

—E sabemos que não seria um sacrifício, você ama deixar todo mundo louco com seus eventos. - debocho rindo e Bella com Sue me acompanham.  

—Você tinha que estragar o momento. - Alice acusa e eu gargalho - Mas agora vamos, temos menos de uma hora até Edward voltar com Charlie, Charlie não está muito feliz. - avisa e Bella franze o cenho.  

—Onde eles foram afinal? - externa minha dúvida.  

—Pescar acredita? Mas Charlie está impaciente, Edward parece espantar os peixes. - gargalho junto com elas e Leah quase ri também - Enfim, Sue para cima, pode tirar o vestido. Leah e Nessie podem pegar o de vocês para provar. - Alice manda e sigo até o local que está o vestido, vendo nossos nomes escrito com sua caligrafia perfeita na capa de proteção.  

Pego os dois e entrego o de Leah  para ela, que pega parecendo aborrecida e se vira subindo as escadas agilmente, me viro subindo também e alcanço a porta do quarto de Seth que está vazio o cheiro de camomila de Seth parece uma luz no fim do túnel, respiro e inspiro algumas vezes me lembrando de meu amigo, sorrio por fim. Tic- Tac.  

Fito a janela e a cama nostálgica, me lembrando da primeira e última vez que eu e Jacob dormimos ali juntos, fecho os olhos tentando trazer à tona todas as imagens e seguro firme o colar sobre meu pescoço, passo a ponta dos dedos no lobo no meio da clareira e abro os olhos me sentindo engasgada, eu tinha visto Jacob ontem e já estava morrendo de saudades, como será possível partir, para sempre? Tic- Tac, Tic- Tac. Balanço a cabeça tentando dispersar esses pensamentos ainda segurando o colar, vou até a janela e escancaro, sentindo o vento entrar como uma jarrada intrusa no quarto, aquiescido pelo calor de Seth, o frio me varre e eu sorrio, respirando fundo.  

—Assim está melhor. - murmuro para mim mesma.  

 Tiro minhas roupas e as dobro colocando sobre a cama, arrepio pela nova rodada de frio que entra pela janela, e depois abro o zíper da capa e apanho o vestido de seda pura no cabide, a cor é linda um terracota quase na cor telha, deslizo o vestido por entre meus braços e ele se ajusta sobre minhas curvas de acordo com meus movimentos, não era um vestido colado ao corpo, contém as alças finas e longas para fazer amarrações, vai até a altura da canela e possui um decote levemente drapeado. Era perfeito, não iriamos ofuscar Sue e a cor, o modelo combinavam bem com o estilo do casamento. Tic- Tac. 

Paço as alças pelo ombro e transpasso nas costas para logo dar voltas na cintura, a marcando levemente, dou um laço na lateral, olho no espelho no canto esquerdo e sorrio, então me dou por satisfeita e saio para o corredor, descalça como Seth, desço os degraus da escada. Posso ver que Leah já está lá, com os braços abertos na frente de Alice, suas mãos pálidas parecem vultos, onde ela faz uma infinidade combinações com as alças do vestido, para ver qual ela gosta mais. Caminho até elas e Alice sobe os olhos para mim, sem parar o que está fazendo.  

—Olha, eu não pensei nesse. - semicerra os olhos na minha direção e em um segundo Leah está com a mesma amarração. E então ela a solta – Vem aqui Nessie, fique do lado de Leah para que eu visualize. - pede e eu o faço. Mas antes não posso deixar de notar como o vestido ficou perfeito em Leah, parecendo desleal o contraste da cor do vestido, em sua pele acastanhada. O vestido molda seu corpo esbelto e Leah fica incrivelmente delicada vestida nele e linda.  

Depois de uma avaliação minuciosa de Alice e comentários de Bella e Sue somos liberadas, troco no quarto e coloco o vestido na capa de proteção, caminho até a janela e através da chuva olho para o lugar de onde Jacob tinha saído aquela noite, passo os dedos pelo colar de novo e fecho a janela depois, me obrigando a não pensar.  Desço e entrego o vestido para Alice que segura de fora protetora, como se fosse uma pedra preciosa.   

—Você ficou linda nele. Devia usar mais essa cor. - elogia e sugere, nego rindo.  

—Obrigada Tia Ali, eu amei, você realmente fez ótimas escolhas.  

—Eu sei.  

—Convencida, não sei porque ainda te elogio. - reviro os olhos ela gargalha com sua voz de sino, Bella vem para o meu lado e coloca um braço em minha cintura.  

—Estava linda, vai ficar linda no dia. - fala e eu concordo mordendo o lábio inferior, aspiro o ar devagar e pisco algumas vezes segurando as lagrimas. Tic-tac. Leah desce as escadas já vestida, com Sue ao seu lado e ela entrega o vestido para Alice.  

—Estou liberada? - ergue uma sobrancelha duvidosa e Alice acena com a cabeça. 

—No dia do casamento, vamos arrumar aqui na casa de Charlie e ele será lavado para a nossa casa. Então esteja aqui as duas, contando que o casamento vai ser as cinco, não podemos atrasar nada. - Alice cantarola animada e Leah pisca algumas vezes e concorda.  

—Tchau mãe. - se despede e Sue beija seu rosto, caminha até a porta e a abre, mas antes de sair corre seus olhos para mim e então fecha a porta atrás de si.  

Alice começa a arrumar suas coisas em velocidade humana, ainda mantendo uma conversa animada com Sue e já posso escutar o barulho do Porsche a um quilometro da casa de Charlie. Caminho até a janela e depois de mais um ou dois minutos o carro, amarelo, chamativo aparece no meu campo de visão.  Edward e Charlie, esse último que sustenta uma carranca desgostosa no rosto, descem do carro, nego e vou para a sala já prendendo o riso. Charlie entra meio desajeitado com alguns equipamentos, alguns muitos e Edward entra logo atrás dele “você é melhor caçando do que pescando, com certeza”, penso e ele revira os olhos.  

—Como foi a pesca? - Sue pergunta indo até Charlie, ela beija o rosto dele, que suspira.  

—Não sei o que é, mas hoje os peixes pareciam correr de nós, ao invés de vir para nós. - reclama fazendo uma careta, prendo um riso que sairia alto.  

—Não foi um dia bom vô, pode ter sido a chuva. - tento disfarçar, ele acena com a cabeça e olha Edward de esguelha.  

—É, pode ser. - dá de ombros e vai até o armário abaixo da escada – O lado bom foi ter ganhado novos utensílios de pesca, todos de ótima qualidade, obrigada Edward. - Charlie sorri animado e Edward sorri de lado.  

—Não a de que. - responde e Bella vai até ele, beija seus lábios rápido e sorri.  

—Pai, nós já vamos.   

—Tá ok, apenas voltem sem toda essa loucura.  

—Claro, até o final de semana voltaremos, precisamos conversar com você! Aquele assunto que viemos adiando, se lembra? - Bella tenta ser descontraída, mas falha miseravelmente. Charlie faz uma careta, franzindo as sobrancelhas por cima dos olhos, prendo um suspiro. Tic-tac. 

—Certo, vou ficar aguardando. - informa e beija o alto da cabeça de Sue, vou até eles e me despeço, e os outros fazem o mesmo.  

Quando estamos o carro penso em o quanto Charlie parece feliz e sorrio, iriamos embora, mas Charlie tinha alguém, o que me confortava, e tenho certeza que a minha mãe também, parecia irônica a forma como esse casamento tinha vindo no momento certo. O caminho até nossa casa é mais rápido que a ida até Charlie, o céu já tinha adquirido um tom de roxo acinzentado, anunciando o final da tarde e a chuva tinha parado, mas o que parecia que não duraria muito tempo. Saio do carro me sentindo ansiosa, penso em Jacob e em estar com os lobos daqui a pouco, sorrio. É instantâneo.  

Corro para dentro da mansão, e me encaminho direto para meu quarto afim de um banho e me arrumar, olho o elogio em cima do criado mudo, seis horas, o barulho incessante do mesmo parece grudado na minha cabeça, e me pergunto se não estou enlouquecendo ou se é apenas minha cabeça, em uma contagem regressiva torturante Tic-tac, Tic-tac, Tic-tac. Nego e pego uma toalha limpa no closet indo para o banheiro, pareço mais animada que eu estive durante o dia, e me deixo ser guiada por esse pequeno fio de felicidade que eu estava, sabendo que o mesmo tinha nome e sobrenome.  

Finalizo o banho e vou para o closet com uma toalha na cabeça e outra no corpo, escutando os toques do piano no andar de baixo, sorrio. Farejo uma calça de sarja preta que se ajusta em meu corpo e um suéter na cor creme, afinal não precisarei do frio agora, vou estar com Jacob. Coloco uma bota sem salto e seco meus cabelos tomando o cuidado de moldar meus cachos no processo. Quando finalizo me avalio no espelho e sorrio satisfeita com o resultado. Pego o presente de Embry em cima da cama, agradecendo mentalmente meu pai e Alice por não terem esquecido, enquanto eu o fiz, e caminho para o andar de baixo. Fito a sala quase vazia a não ser por Edward e Bella lá juntos, um silencio quase agourento ecoa por cima das notas do piano, que denota a falta de alguns integrantes da casa.  

Me pego afogada na culpa por uns segundos, será se não apenas Rosalie, mas os outros também se foram para não ver meu sofrimento? Me questiono e pela visão periférica vejo Edward virar a cabeça na minha direção, sorrio culpada pelo olhar de advertência que recebo, e me sinto mais culpada ainda por ele estar dentro da minha cabeça e eu estar nesse caos de confusão e culpa. Praguejo baixo quando chego nessa conclusão, mas não tenho tempo para mais nada quando escuto a moto de Jacob ecoar, parando em frente a mansão, caminho até a vidraça a tempo de vê-lo descendo da moto e seus olhos vem até mim, como se adivinhasse que eu estou lá.  

Prendo o folego para depois respirar mais forte e descompassadamente, eu sempre teria essa reação ao vê-lo? Me questiono e rio negando quando ele pisca para mim. Vou até o sofá e pego o presente.  

—Tchau mãe, tchau pai. - mando um beijo para eles e chego até Jacob em menos de cinco segundos. Um sorriso brilhante e lustroso se abre e seus lábios castos e o meu também de forma automática.  

—Oi. - digo corando, depois de uma análise de suas íris avaliativas.  

—Oi Primavera. Estava com saudades. - me puxa para um abraço e eu envolvo meus braços em torno de sua cintura, fico na ponta dos pés apenas para encaixar meu rosto na curva do seu pescoço e aspirar seu perfume amadeirado, uma descarga de tranquilizante toma meu corpo e posso ter certeza que morfina tem quase o mesmo efeito. Beijo seu pescoço quente, muito quente e absorvo seu calor, me sentindo segura em seus braços protetores, fecho os olhos, o mundo poderia desmoronar fora dali que eu não notaria.  

—Sogrão, sogrinha. - Jake fala rindo em meu ouvido e me viro apenas para fitar Edward e Bella na porta, nós olhando. Nego da careta de Edward e Jake parece satisfeito por isso.  

—Vamos. - chamo e ele concorda, meu corpo protesta quando o solto, ele sobe na moto e eu em sua garupa segurando sua cintura firmemente, como se a qualquer minuto ele fosse virar fumaça nas minhas mãos. Aceno para meus pais e Jake acelera a moto saindo da estrada da mansão e alçando a rodovia.  

Chegamos à casa de Emily rápido demais para meu gosto, ouvindo as risadas altas dos lobos, as vozes grossas e as vozes das mulheres por baixo da deles que se sobressai, e Jacob faz o mesmo, para logo me puxar para seus braços.  

—Quase parei a moto no meio da estrada para fazer isso. - fala rouco próximo ao meu ouvido, um arrepio sobe a base da minha coluna e se instala no meu couro cabeludo. Jake me puxa para um beijo que começa lento, mas a minha ânsia é maior, fico na ponta dos pés e o puxo para mim, pedindo passagem com minha língua e ele cede passagem, rindo em minha boca. Se eu não estivesse tão desesperada por aquilo, teria parado o beijo, nossas línguas trabalham em sincronia e minha respiração fica entrecortada.  

—Estou com dúvida de quem é o lobo mal. - escuto a voz de Quil atrás de mim, ruborizo violentamente e escondo meu rosto no peito de Jake que ri baixo.  

—O Jacob que não, está claro que a Nessie quem estava devorando ele. - Embry debocha e os garotos caem na gargalhada, rio no peito de Jacob.  

—Vocês podiam encher o saco de outro por favor. - peço autoritária me virando e eles riem mais. E fito, Embry, Seth, Paul, Jared, Quil, Collin e Brady parado nos encarando, os outros lá dentro.  

—Ui, ela morde. - Seth brinca, reviro os olhos.  

—É, mas não nenhum de vocês. - Jake fala atrás de mim com um leve tom possessivo, me puxando pela cintura, os meninos riem e se acotovelam, coro e mordo o lábio inferior negando.  

—Nessie, tio Jake. - Clarrisa e Claire falam em unissom, segundos depois se apertando no meio dos meninos e correm até nos. Sorrio e abro os braços recebendo-as, beijo seus rostos e as abraço.  

—Oi garotas. - cumprimento as duas e elas beijam meu rosto.  

—O tio Jake também não ganha um beijo? - Jake pergunta atrás de mim, elas sorriem para ele e concordam, Jake se abaixa e pega as duas, uma em cada braço como se fossem nada e elas gargalham juntas. Beijam o rosto dele e depois ele as coloca no chão.  

—Depois que a Nessie chega, as meninas nem se lembram da gente. - Quil reclama brincando e rindo e acotovela Embry.  

—É, só tem olhos para a Neessie. - ele fala entrando na brincadeira, Clarissa nega com o dedinho e uma mão na cintura.  

—Não precisa ficar com ciúmes não Embry, bobinho. - gargalhamos de sua fala.  

—Isso Quil, tem Claire para todo mundo. - Claire fala sem vergonha alguma.  

—Aí não concordo não, Clairzita. - Quil fala emburrado e gargalhamos dele, os meninos tiram sarro.  

—Nessie depois você quer ver o nosso esconderijo? - Claire pergunta se virando para mim, sei que elas falam da casinha que os meninos fizeram para elas.  

—É igual à que o tio Jake fez para você. - Clarissa incentiva ansiosa, sorrio e concordo.  

—É claro que eu quero, estou super curiosa.  

—É melhor estar mesmo, você e Jacob ficam inventando moda e nos quem pagamos o pato. - Embry fala fazendo careta sorrio e mostro língua para ele, Claire e Clarissa riem e fazem o mesmo. Ele revira os olhos.  

—Vamos Nessie. - as meninas chamam e me puxam uma de cada lado pelas mãos.  

—Aonde vão? - escuto a voz de Emily chamar e me viro fitando-a, Rach e Kim paradas ao seu lado. As meninas param e olham para Emily.  

—Olá. - as cumprimento.  

—Vamos mostrar o esconderijo para Nessie. - Claire fala e Emily nega.  

—Deixem a Nessie entrar pelo menos, comer alguma coisa, depois vocês vão.  

—Mãe vai ser rapidinho. - Clarissa reclama e Emily nega.  

—Depois. - ela manda e as duas sobem amuadas as escadas, mas Quil e Embry tratam logo de adulá-las, Emily revira os olhos e nega vindo na minha direção - Assim fica difícil dar bronca. - rio – oi Nessie. - a abraço.  

—Oi. Tudo bem? - pergunto e ela sorri concordando. Rachel e Kim vem para perto.  

—Oi cunhada, fiquei sabendo que ganhou uma casa, na beira da praia. - Rachel fala maliciosa e eu rio envergonhada, Jake ainda atrás de nós.  

—Sim, fiquei sem reação com a surpresa, e muito feliz. - meu sorriso alarga no rosto e elas sorriem concordando.  

—E que surpresa, Paul podia aprender um pouco com o meu irmão. - Rachel fala sabendo que ele vai escutar.  

—Já te dei uma casa para ela, agora quer outra na praia, vou falir com essa mulher. - Paul reclama e rimos da reação dele.  

—Jacob tem que parar de inventar essas coisas, nem fez um ano de namoro e já deu uma casa, na praia, com escritura e tudo. - Jared gesticula para Jake, ele mantem um sorriso lindo no rosto.  

—É, quando fizer um ano então vai ser o que? Um jato? Uma viagem para a lua? - Sam aparece no meio deles, prendo o riso da brincadeira dos lobos e me pego imensamente feliz.  

Jake me puxa para seu peito e beija meu rosto carinhoso enquanto os meninos ainda brincam com ele, e me dou ao luxo de agradecer por cada sorriso que tem ali, feliz e agraciada, eu e Jake não tínhamos um ano, mas eu podia me dar o luxo de viver nossos dias um após o outro como se fossem os últimos da minha vida, eu me devia isso, e devia isso a ele também. Um dia de cada vez. 

 Tic- Tac


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Gente a Nessie está bem triste, mas não tem como ser diferente, mas deu para perdeber que ela quer mudar isso ate ir embora. O proximo cap. esta um amor e uma loucura kkkkkkk.. Comentem o que acharam da capa por favor. ♡♡

Bejú

By Isa Devaylli



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