Oitavo beijo

30 de dezembro de 1994

Estava namorando com Marion Flandre. Havia a pedido em namoro logo após o terrível beijo. Draco não gostava dela, mas não podia negar que era uma garota muita bonita, podia imaginar seus filhos, altos, loiros e com olhos muito claros, correndo pela mansão Malfoy. Sim, os dois fariam belos herdeiros. Poderiam ter um belo casamento nos Alpes Franceses, em meio à neve, apenas com um feitiço de aquecimento os protegendo do frio, os cabelos quase brancos disfarçados pela nevasca. Ou poderiam se casar em um país tropical, como o Caribe, nus sob a água, onde concretizariam seu matrimônio. Talvez no Japão. Ou na Noruega. Ou na Nova Zelândia. 

Em meio a tantos pensamentos, Draco viu sua nova namorada do outro lado do corredor, abriu um sorriso imenso e resolveu lhe fazer uma surpresa, dando-lhe um selinho demorado nos lábios macios. Qual foi sua surpresa, no entanto, quando sentiu a forte mão da namorada na lateral de seu rosto.

— Êtes-vous dégoûtant! — a menina sibilou irritada. A pouca noção de francês que Draco possuía o possibilitou entender algo como “nojento”.

— Sua maluca! Por que fez isso? — gritou, atraindo ainda mais a atenção de alguns colegas que passavam por ali, inclusive a atenção de Marion Flandre. Ao notar a namorada o encarando extremamente irritada com o ocorrido, fitou a garota que havia beijado a poucos segundos. Eram exatamente iguais.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Draco descobriu que a família Flandre era famosa por ter filhos gêmeos e descobriu que havia beijado naquele dia Manon Flandre, a gêmea idêntica da garota que estava namorando. Após algum tempo de reflexão, concluiu que havia passado duas semanas paquerando as duas irmãs, que agora o odiavam e nunca entenderiam a confusão de Draco. Cinco dias depois ele recebeu uma carta de seu pai dando-lhe uma enorme bronca e dizendo que, graças a sua desatenção, os Flandre haviam cortado relações com os Malfoy.