Dezessete beijos escrita por birdiepoe


Capítulo 6
Sexto beijo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente um capítulo maiorzinho



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Sexto beijo

24 de dezembro de 1994

— Feliz Natal, Draco — Pansy resmungou, visivelmente irritada pelo baile de inverno não ter ocorrido da forma que ela esperava. Ele sabia que a garota esperava um pedido de namoro ou, no mínimo, uma declaração pública de amor, devido aos últimos meses que passaram se pegando nos armários de vassoura espalhados pelo castelo. 

— Boa noite, Pansy. — o garoto fitou-a dar as costas lentamente, como se esperasse que ele a chamasse novamente para uma outra dança, porém ele já estava cansado de ficar girando pelo salão enquanto procurava com os olhos qualquer outra garota mais bonita do que Parkinson. 

Suspirou pesadamente, enquanto se perguntava onde os amigos estariam naquele momento, porém não os encontrou, pois seus olhos pararam em uma Millicent Bulstrode com os olhos vermelhos e rosto mais inchado que o normal. Ele resmungou, quis ignorar isso e continuar procurando os amigos, mas quando os olhos de Bulstrode encontraram os seus, ele não conseguiu fazer outra coisa além de se aproximar dela.

— Por que você está chorando? — indagou baixinho, gentilmente, para que não chamasse a atenção das pessoas próximas.

— Não é nada… — a menina disse e, após isso, retomou um choro soluçante. 

— Olha, Millicent. Sei que não somos próximos, mas podemos conversar sobre o seu problema se você quiser.

A menina apenas procurou a mão de Draco, apertando-a com força. Malfoy retribuiu o aperto e compreendeu que a menina não queria falar, mas precisava de alguém ali. Ele estava disposto a ser aquela pessoa pelo tempo que precisasse, não iria lhe custar nada mesmo. Ela havia mudado muito nos últimos anos, seu rosto continuava redondo e rechonchudo, mas agora a tornava apenas fofa. Seus quadris eram largos e seu corpo era bastante volumoso, era uma garota gorda e curvilínea que atraía muitos olhares, mas Draco não se importava com isso naquele momento, ele queria apenas ser o amigo que a menina precisava.

Alguns minutos se passaram e uma música agitada começou a tocar. Ele notou os olhos de Bulstrode presos na pista de dança e os joelhos se mexendo levemente sob o vestido verde-musgo que usava.

— Quer dançar? — Draco perguntou gentilmente.

— É sério? 

— Claro.

Millicent abriu um sorriso imenso, mostrando as covinhas que possuía nas bochechas e formando ruguinhas na lateral de seus olhos. Soltou um alto e contente “Quero!” e então puxou Draco pela mão até a pista. Dançaram e riram durante quase vinte minutos todas as músicas que As Esquisitonas puderam tocar e após esse tempo a garota parecia muito mais feliz e animada, a ponto de até mesmo beijar Draco no meio de uma música. Ele retribuiu o beijo e puxou a garota mais para si enquanto seus pés continuavam no ritmo da música. 

Essa história, porém, não é sobre o segundo beijo de Malfoy e Bulstrode, mas sim sobre quem ele beijou após o final do baile.

Havia perdido Millicent de vista e resolveu voltar para seu dormitório minutos antes da meia-noite. No caminho, porém, ouviu novamente um choro agudo e intercalado por soluços e fungadas de um nariz congestionado. Ele revirou os olhos, já havia feito a sua boa ação de Natal ao consolar Bulstrode, mas não conseguiu continuar ignorando o choro por muito tempo, pois assim que virou à esquerda em um corredor, viu Ginevra Weasley sentada contra a parede com a cabeça entre os joelhos e tremendo excessivamente. Ele não disse nada, apenas respirou fundo e sentou-se ao lado da ruiva, passando o braço por seus ombros.

A garota não olhou para ele, apenas deixou-se ser abraçada e, poucos segundos depois, encostou a cabeça vermelha no peito de Draco e molhou a camisa branca com suas lágrimas grossas e quentes. Ele quis perguntar o porquê do choro, porém teve medo de fazê-lo e deixar a garota desconfortável, então apenas apertou levemente o ombro dela, tentando mostrar que estava ali caso precisasse. Alguns minutos depois, Ginny parou de chorar e ergueu os olhos escuros muito brilhantes para encarar Malfoy.

— Obrigada.

— Disponha.

Ginny abriu um sorriso que não chegou aos seus olhos, ajeitou o corpo e tocou levemente os lábios de Draco com os seus. Tão rápido que ele se questionou se realmente tinha acontecido. A garota se levantou logo após e sumiu pelo corredor, deixando Malfoy cheio de dúvidas para trás e torcendo para que ninguém tivesse os visto ali durante aqueles minutos.


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