Décimo terceiro beijo

3 de maio de 1998

Precisava esquecer a guerra. Já havia acabado, não tinha porque manter isso em sua cabeça agora. Estava em uma festa trouxa, havia música alta e muita bebida. Beijou uma moça que tinha a lateral da cabeça raspada e os cachos coloridos de azul escuro. Ela tinha um piercing no lábio inferior que Draco gostou de sentir enquanto a beijava. Era uns bons centímetros mais baixa do que ele e tinha um corpo magro, sem grandes volumes. Vestia uma saia jeans escuro muito curta que parecia desafiá-la a andar sem revelar a cor de sua calcinha.

— Eu não sou gay? — resmungou baixinho enquanto sentia a menina morder o lóbulo de sua orelha esquerda, o que lhe fez arrepiar.

Ela riu baixinho e seu hálito mentolado contar o pescoço de Draco o fez arrepiar novamente: — Você gosta disso? — ela indagou enquanto sua mão pequena apertava o pênis dele sobre o tecido fino da calça que usava. Ele soltou um gemido surpreso bem baixinho, que não escapou dos ouvidos atentos da garota, mesmo com a música alta que ressoava no ambiente.

— Gosto.

— Você não parece ser gay, loiro — ela disse, começando a massagear o local em que sua mão havia parado —, talvez você seja bi.

— Bi? — indagou franzindo o cenho e, em seguida, soltando novamente um gemido ao sentir a mão da mulher invadir a sua cueca no meio da festa lotada.

— Gosta tanto de homens quanto de mulheres. Como eu.

— É, isso faz sentido — Draco disse a puxando para um beijo desesperado. Agora foi a vez dele tocar a intimidade da garota, passando a mão por baixo da saia. Sem perder mais tempo, a garota o puxou pela mão até o banheiro feminino da balada que, por sorte, estava vazio. Trancaram-se em uma das cabines e ali ela o transformou em um homem que agora era se conhecia melhor do que poucos minutos antes.