Beloved escrita por Temo Zz


Capítulo 2
Abandono




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Segundo Capítulo: Abandono.

Um mês se passou, e eu já não sabia mais como esconder a minha decadência de todos ali presente. O conde Uchiha havia partido, e eu não sabia nada sobre a sua volta. Nem quando... Nem se voltaria. Isso me deixava pior. Talvez o que me deixava assim era o fato de começar a achar que ele só tinha abusado de mim... Que só era um caso de uma noite.

Na noite de Sexta-feira vou ao banheiro dos funcionários, que para mim era um dos lugares mais confortáveis da mansão. De lá dá para ver cada estrela do céu nessa época do ano.

Eu sempre achei estranho que nenhum servo tivesse a curiosidade de conhecer cada canto dessa mansão, principalmente esse banheiro que era vasto e vago. Ninguém entrava nele, todos achava ele muito escuro. Mas eu não, a Lua cheia iluminava cada canto do cômodo. Iluminava meu débil corpo nu que se banhava com a água gelada.

Aquele tipo de banho era abençoado. Eu sentia cada dor de meu peito se esvaziando lentamente, nunca plenamente, mas servia para acalmar meu coração e minha alma. Servia para esquecer dos acontecimentos arrebatadores que eu começava a encarar como um sonho inexistente.

Após o banho vou ao meu quarto, meu dia havia sido de muito trabalho.

Deito na minha cama e pego as matérias da escola, procuro lições para fazer, havia apenas uma pequena redação da matéria de história, eu caprichei em cada detalhe impedindo erros ortográficos. Eu me esforçava em tudo na escola, eu não tinha amigo, era debochado, mas eu era tão estudioso que consegui uma bolsa integral. Eu cursava a faculdade com apenas 17 anos, e era reconhecido por isso apenas pelos professores.

— Acho que já passou da hora do mocinho ir dormir... – apareceu minha mãe na porta de meu quarto. - Você merece descanso, e eu também.

— Tivemos muito que limpar hoje não é? – sorriu um pouco.

— Sim, tivemos. – ela se aproximou e sentou-se ao meu lado na cama. – Naru-chan. Diga-me o porquê de estar assim... Estranho? Todos estão preocupados...

— Estão? – perguntei surpreso. - Ninguém nunca chegou a mim para uma conversa mãe... – confessei um pouco triste.

— Eu sei que se sente solitário, mas você sabe que ter interação entre os servos é contra a regra estabelecida pelo mordomo. – disse ela me abraçando.

— Mas se a interação com os outros servos é proibida... Como você sabe que eles estão preocupados comigo?

— Não é só porque é uma regra que eu não posso quebrá-la de vez em quando, não é? – ela deu uma piscada marota em minha direção, enquanto me abraçava mais forte.

— É sim... – sorri de volta para ela e retribui o abraço.

Ela me beijou na testa e levantou-se.

— Bom... Tenha uma boa noite. – ela se virou ao chegar à porta. – Mude rápido esse seu humor. Viu?

Eu balancei a cabeça positivamente e bocejei. Deitei-me na cama e permiti-me descansar, afinal... Amanhã a quantia de trabalho seria a mesma.

Eu estava mais feliz e contente comigo mesmo até receber a pior noticia. Eu teria que limpar o quarto do Conde Sasuke. E aqui estou eu... De frente para a porta do quarto sem coragem alguma adentrar. Mas eu tinha, era a minha responsabilidade, minha 'missão'.

Eu suspirei e tomei coragem.

A porta robusta de madeira maciça era pesada e quando eu a abri... Um vento forte veio em minha direção e trouxe o cheiro do cômodo para mim, e eu o aspirei. Era o cheiro do conde que estava instalado em cada canto do cômodo. Era agonizante e confortante. Mas aquele sentimento me acendeu o desespero... Eu senti vontade de limpar tudo o mais breve possível. Estar naquele quarto, já era uma grande tortura.

Naquela suíte não demorou muito até tudo ficar pronto. Eu já tinha limpado cada canto e já estava me acalmando com o fato de eu finalmente poder sair dali.

De repente um barulho de porta pesada se abrindo me faz mudar a minha atenção. Alguém havia entrado no quarto, e eu achava que devia ser o mordomo querendo brigar comigo, dizendo que eu estava demorando demais. Mas não, não era o mordomo. Era uma outra pessoa... Era Sasuke.

Ele estava ali, todo desarrumado, retirando suas pesas de roupa. Abrasei-me imaginando aqueles braços nus em minha cintura. Deu para perceber que estava cansado, pálido. Ele parecia doente, eu queria correr em sua direção e ajuda-lo. Mesmo o meu instinto protetor aflorando, eu não resistiria a essa tentação. Eu não iria voltar para os braços dele, não depois do abandono.

Eu resolvo me esconder atrás da parede do banheiro, eu não queria que ele me visse. Queria-me esquecer de tudo que tinha passado, mas era tão difícil. Eu esperava pacientemente a hora em que ele saísse do quarto para eu sair logo em seguida, só que para o meu desespero ele tira a camiseta e se deita na cama para ler um livro.

Eu já não podia mais esperar, eu tinha que limpar outros lugares também. Então em um ato impulsivo, eu atravesso o quarto em direção à porta na máxima velocidade, esperando que assim ele não me veja.

Engano meu...

Não... Não venha atrás de mim...

Desespero-me ao sentir uma presença atrás de mim.

— Pare! – ordenou ele.

Eu fingi não escutar e continue apertando os passos, quando de repente sinto um aperto forte em meu pulso.

— Eu mandei parar! – disse o conde nervoso. Ele apertou muito forte meu pulso e começou a me puxar para seu quarto novamente. – Ande! Venha!

Não podia compreender a mim mesmo, meu coração disparou. Apesar da brutalidade do mais velho, eu queria ouvir tudo o que ele tinha a dizer... Queria saber o motivo do abandono.

Sasuke fechou a porta atrás de si e suspirou cansado.

— Lamento não ter te avisado da necessidade de eu ter que viajar. – disse sério.

— O senhor não tem que me dar explicações, Conde. – eu estava magoado, mas não estava rancoroso.

— Devo sim. – ele colou o livro que estava lendo na estante. - Eu havia transado com você na noite anterior ao meu sumiço.

Eu não tinha nada o que comentar. Mas eu estava com medo, com muito medo. Eu não queria sofrer eu queria ir embora, mas ele não deixaria e isso me entristeceria...

Eu quero ir...

— Conde, será que posso me retirar agora? – perguntei com a voz e cabeça baixa.

O conde se virou para me fitar novamente. Só que ele pareceu ignorar minha pergunta, pois seu olhar era cativado. Ele começou a se aproximar... Que nem daquela vez, só que ele não tinha uma rosa para me entregar.

— Deixe-me possuí-lo todos os dias de minha vida. – ele colocou uma mão em meu rosto e fez leves caricias com seus dedos gelados.

De novo... Eu...

—Eu—

Tentei dizer algo, mas ele me impediu.

— Olhe meu estado. Meu corpo está mais gélido e pálido... E você é o culpado. Meu corpo entrou em estado de desuso e esta assim... Sem vida. Eu preciso do seu calor para voltar a sentir as batidas de meu coração... Para me sentir quente novamente. – ele me olhou com seu olhar negro, e me deixou impune novamente... Com aqueles olhos com aquelas palavras... – E se eu disser que te amo?

Amor?Então era isso? Ele... Ele, o amor. O amor que é o grande culpado por tudo isso?

Por todo esse sentimento? Por esse sofrimento?

Ele me beijou... Molhado, gelado e sufocante. Era um veneno que passava por meus lábios e voltava para os dele. E ao mesmo tempo. Era um Selo. Um selo que o comprometia ele a mim, e eu a ele. Esse selo nos casava e diferenciava do primeiro beijo, pois ele não era um beijo imaturo. Nós estávamos arquivando nossos sentimentos nesse belo e inflamável selo.

Isso é o amor...

Ele me puxou e colocou-me na cama, tirou minhas roupas delicadamente e sem pressa. Sasuke queria me transmitir à confiança que me faltava, que me matinha encolhido embaixo de seu corpo.

O moreno olhou para meu corpo admirando cada detalhe, me deixando tímido e avermelhado.

— Aceita fazer amor comigo pelo resto do dia?

Eu estava quente e sem controle, me encolhi ainda mais em mim mesmo.

—... Sim. – quase inauditivel.

Se me ama... Pode fazer o que quiser de mim, meu senhor...

Permitir-me perder-me em gemidos na cama de meu dominador, do meu senhor, de meu conde, de meu amante. Porque eu sabia que ele estaria ao meu lado no amanhecer.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Atualização em dois dias! :D



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