Beijo ou Bala escrita por Bibelo


Capítulo 1
Mama, I'm in love with a criminal


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite amores!

É, outra one, mas desta vez uma de comédia Narusasu que eu comecei a viciar no casal, ai ai como faz? To com uma long pra terminar e fico fazendo ones ruehrueheru desculpe, é mais forte do que eu.

Enfim, postaram no grupo aquele vídeo do assaltante que recebeu um beijo do balconista da loja que estava assaltando e ai eu ia MORRER se não escrevesse algo assim.

Tá comédia, menos ladrão e mais idiotices a lá Naruto, e segue o bonde. Vou deixar o link do vídeo nas notas finais se você não viu ♥

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787724/chapter/1

― 1 ―

Ú N I C O

 

:: Mama, I'm in love with a criminal ::

Eu sou uma pessoa que se apaixona com muita facilidade.

Já cheguei a passar vários pontos do ônibus somente para ficar mais tempo perto de um crush que estava duas cadeiras sentado na minha frente. Ele sempre pegava a mesma linha que eu, e sempre nos mesmos horários ― bom, horários dele, não tenho horário fixo de nada, aprendi sua rotina em poucos dias.

Durou um pouco mais de um mês antes dessa paixonite morrer e acabar ficando encantado por um garoto que trabalhava em uma loja no centro. Não era meu caminho, mas passou a ser depois de duas trocas de olhares e sorrisinhos. Ah, eu estava condenado e sabia.

Cheguei a passar várias vezes em frente a loja, olhar algumas roupas ― femininas, por sinal ―, até trocamos altos papos. Nunca pedi seu número, sequer saímos, mas aqueles quinze dias foram ótimos.

Devo dizer que me apaixonar assim rápido nunca foi um problema, sempre me ajuda a conhecer lugares novos e pessoas novas ― e algumas manias estranhas que desenvolvo por causa delas ― além de sempre me aquecer o coração quando alguma dessas pessoas desperta minha curiosidade.

Mas de todas essas pessoas, esses pequenos crushes que fazem parte da nossa rotina diária, só teve um que me afundou até os joelhos de tão fundo que caí. O caixa da loja de conveniências perto da Universidade. Ele era lindo, o cabelo negro e comprido na altura do ombro, olhos escuros e uma aura tranquila de quem não se importa com o que acontece ao redor.

Trabalhava no turno da noite durante minhas aulas, e sempre que podia descia para a loja comprar alguma porcaria que com certeza é umas dez vezes mais barata que dentro da Universidade. Fazia das minhas visitas frequentes, comprava em alguns dias, em outros entrava para olhar os produtos e saia tentando fazer contato visual com ele, mas o máximo que consegui tirar do rapaz foi um resmungo desinteressado e seu nome no crachá: Sasuke.

Estou apaixonado já tem quase três meses, frequento a loja o tempo todo e até agora ele nem notou minha presença; sequer faz contato visual com os clientes enquanto passa os produtos no caixa.

Eu não sei se ele se faz de sonso, ou é realmente lerdinho porque eu dei todo tipo de dica para esse homem e nada parece funcionar. Já até comprei uma revista de pornô gay para ver se tirava alguma reação dele, mas sequer piscou ― e a revista me custou várias encaradas tortas das pessoas na fila.

É, minha vida amorosa estava estagnada e eu encalhado.

― Já pensou em ir lá diretamente e falar com ele? Não só comprar coisas? ― sugeriu Shikamaru do outro lado da mesa do refeitório, enquanto me afundava na mesa.

Grunhi irritado: ― Eu já tentei! Puxei assunto sobre o tempo, os produtos, fofocas da semana. Merda, até perguntei se ele não achava a Sakura-chan gostosa! Ele nem se deu ao trabalho de respirar mais forte.

Shikamaru suspirou, massageando a têmpora cansado.

― Está fazendo tempestade em copo d’água, Naruto. É só um crush, já vi você mudar de paixonite três vezes numa mesma semana. ― Shikamaru falou um tanto grosseiro, mas ele tinha um ponto: ― Não vai durar nada até que ache outro pobre coitado para seguir por aí.

Ergui a cabeça dos braços, a cara fechada.

― Eu não sigo as pessoas por aí. ― me defendi emburrado. Shikamaru somente ergueu a sobrancelha, cético. Cedi então, mal humorado: ― Olha, foi só uma vez e eu queria saber qual estação ele descia, ok?

― Você foi parar em Suna. ― rebateu Shikamaru bufando.

Resmunguei alto, mas não disse nada, era a mais pura verdade. Bom, ele era realmente gatinho e poderia ser uma oportunidade de uma companhia todos os dias na volta para casa. Como eu ia saber que ele estava de viagem? Não tinha mala alguma!

― Olha, vou indo pra sala que já estou estourando de faltas. Te vejo na saída. ― me despedi acenando para Shikamaru enquanto subia para a torturante aula do Kakashi-sensei sobre História da Arte.

Amo a matéria, adoro o professor, mas ele é melhor companhia quando sai com a gente para beber do que dando aula.

Sentei na cadeira esperando a boa graça do professor aparecer ― ou resolver matar o dia e não avisar a gente, como sempre. Me afundei na cadeira conversando com a Sakura-chan sobre minha situação com o Sasuke. As dicas dela eram mais excitantes como roubar um objeto da loja para ser pego, ou segurar seu queixo e dizer um “hey, você não é aeroporto, mas estou morrendo de vontade de pousar em você.”

Claro que nenhuma de suas dicas deram certo ― principalmente quando ela sugeriu que eu seguisse o gatinho ruivo de Suna ―, mas sempre me arrancava boas risadas. Quem sabe um dia eu faça algo doido assim, mas preciso manter minha ficha na polícia limpa ou minha mãe me mata à tapa.

― Oe, Naruto! ― Kiba entrou na sala com Shino, Lee e Ino. Acenei para eles: ― Temos uma proposta de boas-vindas para os calouros deste ano.

― Ah é? E envolve tinta? Da última vez fiquei a semana toda com o cabelo verde, dattebayo. ― comentei relembrando o desastre do semestre passado. Eu era um imã para desastres.

― Nada disso! Pensamos em algo mais radical. ― Kiba complementou olhando para Ino com olhar cúmplice.

É, não gostei disso.

― Hm, olha só, não posso ser preso. ― relembrei um tanto nervoso. Ino revirou os olhos.

― Ninguém vai ser preso, vai ser na verdade um trote. Vamos pedir para eles irem comprar bebidas para nós na lojinha de conveniência que você vive enfurnado. E enquanto compram um de nós entra e simula um assalto. ― resumiu Ino, sorrindo daquela forma toda errada.

― Isso dá cadeia, dattebayo!! ― exclamei horrorizado: ― E o pobre atendente que trabalha lá? Como fica?

Como Sasuke reagiria à uma situação dessas?!

― A gente avisa ele da pegadinha, só deixamos os calouros sem saber de nada. ― garantiu Lee empolgado: ― Nunca irão esquecer o primeiro dia.

― Olha só―

― Vamos Naruto! Precisamos do nosso ladrão, e quem melhor do que você? ― insistiu Ino animada.

― AAAH? EU?! O kiba tem mais cara de bandido do que eu!

― Hey, tá querendo briga? ― ralhou Kiba cruzando os braços.

― Você também assusta quando quer, não seja hipócrita. ― rebateu Ino: ― Agora vamos, sim? Temos ao todo quinze calouros esse ano e precisamos que eles mijem nas calças.

― Vocês vão pro inferno, sabem disso né? ― suspirei, mas já me levantando.

― E você também por cumplicidade. ― Ino sorriu odiosamente. Me contentei em lhe mostrar o dedo só porque posso: ― Kakashi-sensei não vem mais, mandou mensagem no grupo, então vamos fazer esses calouros se borrarem inteiros.

Ah, que bosta de vida.

Eu retiro o que disse, que vida de filho da puta eu tenho! Devo ter atirado pedra na cruz, cuspido nela, chamado Maria de puta, porque não tem o que explique o que eu estou fazendo aqui com uma arma de brinquedo que solta água, roupa toda preta e uma maquiagem escura nos olhos!

Eu odeio a Ino, odeio do fundo do meu coração.

― Está ótimo, Naruto! Agora vai lá e assalta a loja! ― Kiba falou me empurrando pelos ombros.

― Não, espera isso não vai dar certo­― tentei dar meia volta, mas ele me jogou na calçada em frente à loja.

Respirei fundo jogando o cabelo para trás. Certo, eu consigo fazer isso, só tenho que parecer mal e assustar os calouros. Fácil, quem não se assusta com pessoas armadas? Eu tô me borrando todo e a arma é minha. Respirei mais uma vez, bem fundo, e então entrei no impulso ― sem pensar demais no assunto, ou no fato de Sasuke poder se assustar com ele ―, abrindo a porta com força a colidindo contra o batente.

Os calouros pularam no lugar, paralisados. Andei diretamente para o caixa puxando Sasuke pela gola e apontando a arma.

― Me passe todo o dinheiro, docinho. ― ordenei, encarando finalmente aqueles olhos que eu tanto ansiava ver direcionados à mim nesses últimos meses. Urgh, meu estômago embrulhou só com aquele apelido nojento, alguém me mata!

Ouvi resmungos assustados atrás de mim e vi vários deles se abaixando enquanto entravam em estado de pânico. Soltei Sasuke que concordou com a cabeça lentamente sem desviar os olhos de mim, ficando rubro a cada momento que passava. Não entendi, mas me virei para os calouros gesticulando com a arma.

― Se chorar leva bala. ― zombei tirando vários gritinhos das meninas.

Cara, isso era perverso, horrível! Eu vou pro inferno demais, a garota deve ter dezessete anos e está chorando copiosamente, isso está passando do limite. Abaixei a arma prestes a abandonar o personagem e admitir que éramos veteranos de merda e que merecíamos punição cruel, mas Sasuke chamou minha atenção outra vez ao retirar o dinheiro do caixa e colocar em uma sacola.

Segurei pelas alças me afastando, mas senti sua mão em minha nuca antes que virasse totalmente. Voltei a encarar seus olhos ônix, o rubor em seu rosto e por fim deixei que me puxasse para frente, selando nossos lábios em um beijo.

Sentia meu sangue pulsar em meus ouvidos e sequer conseguia ouvir o que acontecia ao meu redor, só a sensação de seus lábios contra os meus se movendo de forma intensa, pressionando a base de minha cabeça, puxando-me para perto. Suspirei em seus lábios aceitando aquele beijo com tudo que tinha.

Sonhava com esse momento há tantos meses que o simples toque dele me arrepiava inteiramente, sua outra mão contra minha roupa me mantendo no lugar. Tomei seu rosto em minhas mãos controlando o beijo, roubando outro e mais outro, com mais vontade, mais força; até sentir meu mundo girar.

Nos afastamos não muito depois, ofegantes e apoiados no balcão que nos separava. Respirei profundamente encarando seu rosto em minhas mãos, o rubor lindo junto do sorriso pequeno, um repuxar de lábios tão singelo que só o vi mostrar quando falando no telefone com alguém conhecido.

Sorri de volta, afastando minhas mãos assim que a vergonha do momento começou a cair no ambiente. Olhei em volta. A loja estava vazia, Kiba e Ino não estavam mais na frente da loja e tudo o que eu ouvia era o som da música ambiente e a respiração ainda alta de Sasuke.

― Bom, er... ― não sabia o que dizer, coçando a cabeça desconcertado.

Sasuke desviou o olhar, naquele silêncio angustiante de sempre. Suspirei o encarando mais uma vez, observando suas atitudes comedidas. Ah, como fui otário, deveria ter recusado essa brincadeira idiota! Não só pelos calouros, mas pelo meu crush ― que à essa altura já passou de paixonite e virou minha sina ―, que me beijou para causar uma cena que a Ino deve ter sugerido e provavelmente está me amaldiçoando nesse momento.

Adeus futuro relacionamento imaginário.

― Acho melhor eu ir, bem, desculpe por tudo, Sasuke. ― falei baixo indo para a porta. Senti a manga de minha blusa ser segurada me puxando para trás e Sasuke repentinamente estava bem perto.

― Não foi problema algum. ― respondeu a voz melodiosa de Sasuke que amava de coração quando a ouvia quando passava meus produtos. Um leve toque rouco arrastado em seu tom. Era sexy, me arrepiava inteiro. Sorri para ele.

― Bom, menos mal. Foi maldade demais, mas pelo menos eles fugiram, né?

― Mandei eles fugirem enquanto te beijava. ― admitiu evitando meus olhos mais uma vez: ― Não pensei direito.

― Ino tem umas ideias idiotas, não esquenta com isso. ― garanti rapidamente, não querendo deixá-lo desconfortável. Sasuke tencionou.

― Não foi ideia dela. ― confessou estalando a língua, soltando minha manga: ― Eu evitei tanto tempo te encarar nas vezes que apareceu na loja, até de conversar porque eu sabia que se eu fizesse contato visual não iria conseguir me controlar.

Eu fiquei estático observando sua respiração se tornar irregular. Eh? O que ele disse? Se controlar? Estava me evitando?

― EHHH?! ― exclamei chocado. Isso era o que eu imaginava?!

Sasuke ruborizou ainda mais: ― E-eu não estava te espionando, só observando, você vem sempre aqui e não tem como não reparar nas suas investidas e eu precisava te evitar porque é meu local de trabalho...

― Eh?!

― Mas o beijo foi porque eu precisava, não consegui segurar. ― disse não sabendo onde se enfiar.

― Eh...?

Já eu queria conseguir dar um tapa na minha própria cabeça pra ver se aprendia a falar novamente! Sasuke gemeu em claro desespero.

― Não vai dizer nada além disso?! É sério? Tsk!

Não aguentei e comecei a rir, divertido de sua reação, mas aliviado. Ah, como era bom sentir essa reciprocidade tão gostosa. Sasuke da loja de conveniências, meu último crush-que-virou-paixão parecia que iria ter um ataque se eu não o respondesse ― ou não parasse de rir da sua cara.

Respirei fundo, me reorganizando.

― Bom... Desculpe eu... ― sorri apoiando o braço no balcão, aproximando mais do atendente: ― Fico contente que você sente o mesmo, dattebayo! ― exclamei animado, um sorriso se alargando em meu rosto enquanto Sasuke relaxou visivelmente: ― Não vou dizer que não te observava também porque ambos sabemos que é mentira, então vamos parar de dar voltas e repetir aquele beijo? E talvez um encontro depois do seu horário?

Sasuke me encarou, uma feição tranquila quando se aproximou.

― Eu saio em uma hora. ― disse me dando um beijo no canto dos meus lábios, provocativo: ― Aquele beijo foi uma fraqueza, não vai se repetir aqui dentro. Me busque em uma hora e repetimos a dose em outro lugar mais privado.

Meu rosto ardeu, fogo em brasa. Soltei um risinho, sentindo uma vergonha enorme daquele momento entre a gente. Sasuke se afastou pegando o dinheiro de volta e devolvendo para o caixa. Joguei o corpo para frente, roubando um beijo rápido.

― Vim assaltar sua loja, não posso sair sem roubar nada. ― zombei se afastando do balcão: ― Ah, meu nome é Naruto.

― Cai fora, imbecil. ― ralhou o moreno tapando a boca com as costas das mãos enquanto fechava a caixa registradora.

Deixei a loja com um sorriso enorme no rosto, sentindo uma felicidade inflamada no peito que toda a raiva daquele trote idiota passou na mesma hora. E daí se tinha um bando de calouros me esperando do lado de fora, putos, para tirar satisfação? Valeu a pena.

Ganhei um encontro, vários beijos e talvez um processo por perturbar a paz.

Bom, o pai da Ino é advogado e o mínimo que ela tem que fazer é lutar pelo meu caso. Até lá, vou aproveitar uma noite incrível com Sasuke e aquela vergonha mascarada que lhe caía tão bem e evitar ser surrado.

Ah, que vida mais bela!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Foi isso!

Ai, o que acharam? Naruto não era um assaltante de verdade (o do video talvez fosse? mas podia ser armação tbm), mas a cena toda foi produzida em cima do beijo, então dalhe!

Naruto se apaixona rapido, mas quem nunca se apaixonou por aquela pessoa gata no onibus/trem que durou uma estação? Ah, melhor coisa!

Enfim, obrigada por ler, espero que tenha se divertido lendo ♥

Link video: https://twitter.com/jeonflyy/status/1234582244578275331?s=20

Beijinhos~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beijo ou Bala" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.