Sobrenatural 2 - Escuridão escrita por CM Winchester


Capítulo 6
Capitulo 5 - Aniversario




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Depois de tomar um banho vesti uma calça jeans marrom, uma camisa xadrez de roxo e cinza e calcei meu tenis all star. Desci as escadas enquanto fazia um coque e encontrei com Alexandre, Allan e Isaac tomando café.
— Feliz aniversario! - Alexandre gritou e veio me abraçar.
Fiquei meio sem jeito. Apesar de tudo ainda não era muito chegada a essas coisas.
Allan se limitou a apertar a minha mão. Sentei ao lado de Isaac e peguei uma panqueca. Meu lobisomem sorriu para mim.
O dia passou como qualquer outro dia de sábado. Só que desta vez Alexandre pagou uma mulher para limpar e organizar toda a casa e contratou um buffet para a festa e tudo mais.
Eu achava aquilo um pouco demais afinal eu não tinha amigos. Mas eu estava aceitando para deixa-lo feliz. Isaac estava animado andando de um lado para o outro arrumando as coisas. Sorria sem parar. Ate mesmo conversava com Allan que tinha aceitado o lobisomem em casa.
Meu único trabalho do dia era ir comprar um vestido, me arrumar e estar pronta para a festa as 8 horas da noite. Eu ainda tinha o plano B que era sumir do mapa ate amanhã. Mas Isaac era um ótimo rastreador graças ao seu super faro de lobisomem.
Sentei na areia da praia enquanto conversava com Jesse pelo celular e escrevia em meu caderno.
— Qual o problema com a festa?
— Você sabe.
— Olha você precisa esquecer esse trauma que você tem. Eu odeio admitir, mas eles gostam de você. Principalmente o lobisomem. - Ele suspirou. - Esta aceitando isso para deixa-los felizes?
— Você me conhece como a palma da mão.
— Sim. Quer um concelho?
— Não sei se quero. Concelho se fosse bom não seria dado, seria cobrado. - Ele riu.
— Ai vai: Aproveite e me diga amanha se gostou ou não.
Suspirei deixando a caneta de lado e olhei para as ondas do mar.
— Sinto sua falta Jesse.
— Eu também. Mas você quis assim.
— Não é uma questão de querer Jesse e você sabe bem disso. Sinto sua falta como companhia. Você é meu único amigo. Sinto falta do nosso companheirismo caçando.
— Você sente mais falta da caçada do que de mim, Katrina. Quer outro concelho?
— Não!
— Só por que você não faz mais parte da Caçada não quer dizer que não possa caçar. Você é uma ótima caçadora. Uma das melhores. Pode explorar isso caçando sozinha. Sei que você ama isso. E não pode deixar isso de lado ate mesmo Alexandre caça as vezes.
— Obrigada.
— De nada. E... Feliz Aniversario, Katrina. - Ele desligou.
Joguei meu celular na bolsa e voltei a olhar as ondas.
O problema de querer caçar é que isso vai atrapalhar as coisas com Isaac e eu realmente não quero isso. Não quero estragar algo que esta maravilhoso.
Senti os braços de Isaac me envolverem enquanto ele sentava atrás de mim e me deixava entre as suas pernas. Me encostei no seu peito.
— Tudo bem?
— Tudo sim.
— Estava falando com Jesse?
— Sim. Você escutou?
— Não escutei. Resolvi confiar em você e deixar você ter uma privacidade com o ex.
— Falando desse jeito parece horrível.
— Por que é horrível.
— Só acha isso por que sua ex esta morta. - Lancei um olhar para ele por cima do ombro.
— O que ele queria?
— Conversar. Dizer "feliz aniversario".
— Contou sobre ele da festa?
— Contei.
— E ele o que disse? - Voltei a olhar para o mar.
— Ele sabe todos os meus medos Isaac. - Falei passando os dedos pela palma de sua mão.
— Qual o seu medo?
— Não é tecnicamente um medo. É um trauma.
— Vai me contar?
— Sim. Você mais do que ninguém merece saber tudo sobre mim. Quando Kate veio me procurar para fazer as experiências comigo foi no meu aniversario. Ela disse que era uma surpresa. Que me daria um presente. Francamente eu não estava interessada no presente. Eu estava interessada nela. Ela era minha mãe. Eu queria saber tudo sobre ela. Estava feliz que ela tivesse ido me procurar. Mas eu a odeio!
— Você não era essa muralha antes?
— Não nem de longe. Eu era uma adolescente normal como qualquer outra so sabia atirar e bater melhor que muito homem por ai. Mas depois do que ela fez comigo eu passei a confiar menos nas pessoas. Fiquei mais seria. Mais focada. Coloquei meu trabalho em primeiro lugar e fiquei acomodada ao relacionamento com Jesse. Coloquei na cabeça que aquilo era tudo o que eu precisava e só. Mas eu te conheci e tudo mudou. Eu comecei a repensar as coisas.
— Mas você ainda é uma muralha.
— Quando a vida te fere tão fundo deixa marcas que nada pode apagar. São cicatrizes na alma, Isaac. E no corpo. - Peguei sua mão e passei na cicatriz da enorme agulha no meu braço e que eu tinha por todo o meu corpo. - Esse foi o presente da Kate.
Senti algo quente tocar meu ombro e virei o vendo chorar. Ele passou os dedos pela cicatriz e eu senti tanta dor vinda dali. Sua mão puxou a minha para dentro da sua camiseta e levou ate onde tinha uma cicatriz.
— Presente do meu pai. - Murmurou. - Somos iguais, Katrina. Mas não deixe que isso acabe com você. - Arrastou minha mão para o seu coração que batia tranquilamente, sua pele estava quente. - Ele é seu. Entreguei a você no momento em que abri meus olhos e encontrei seus olhos azuis. Eu amo você. E so um amor de verdade pode curar essas feridas.
O beijei depois o abracei fortemente. Ele era meu porto seguro. Aqueles braços era minha segurança.
— Tem mais uma coisa que eu tenho que te falar. - Isaac falou e eu o encarei. - Você anda deixando os moveis invisíveis enquanto dorme. Não somente seu corpo. Mas os moveis também. A boa noticia é que você evoluiu. A má noticia é que você precisa controlar isso.
— Eu deixo os moveis invisíveis?
— Sim. Acredite foi bem estranho. Eu já estava acostumado a senti-la nos meus braços, mas não vê-la. Mas acordar e não encontrar nada dentro do quarto foi bem assustador. E de repente tudo voltou a ficar visível.
— Quando isso aconteceu?
— Faz uma semana que isso vem acontecendo. Eu só não sabia como te contar.
— Mais essa agora.
— Eu acho legal. Você pode ficar invisível. E agora poderá deixar as coisas invisíveis. Na verdade eu acho incrível isso. Você é demais. Você sabe atirar e lutar.
— Lembre-se que você disse que eu te assustava. - Sorriu.
— Na verdade assusta um pouco. - Seus lábios vieram para os meus e eu retribui o beijo com vontade. - Já comprou seu vestido?
— Ainda não. - Respondi.
— Vamos.
Levantamos e eu limpei a areia da roupa depois juntei as minhas coisas. Isaac foi encontrar com Derek e eu fui para o shopping procurar um vestido. Escolhi um simples, busto apertado de couro preto sem alças e saia soltinha de tecido azul escuro. Alcançando minhas coxas.
Não olhei outros modelos. Tinha gostado desse e seria esse.
Voltei para casa a encontrando toda organizada para a festa. Tinha ate musica. Subi as escadas correndo e fui me trancar no quarto.
Tomei um banho, mas fiquei deitada terminando uma trabalho da faculdade. Quando estava na hora vesti meu vestido, passei um lápis preto no olho e um gloss vermelho. Fiz um coque baixo deixando meu cabelo meio solto na frente e ondulado.
Calcei uma sandália preta simples e desci as escadas. Alguns convidados já tinham chegado e todos me encararam. Fiquei desconfortável com toda atenção. Isaac parou nas escadas me esperando e eu sorri antes de descer.
Ganhei abraços e presentes. Forcei um sorriso para todos tentando parecer a pessoa mais feliz do mundo. Não que eu não estivesse feliz. Na verdade eu tinha gostado mais do que esperava daquilo tudo. Mas ainda assim me sentia desconfortável com tudo aquilo.
Alexandre trouxe um bolo enorme com velas em cima, cantaram "parabéns" e eu assoprei a vela. O pessoal aplaudiu e logo uma musica começou a tocar. Alexandre me tirou para dançar.
— Garanto que lá você nunca teve um baile de debutante.
— Não. - Respondi. - Tinha coisas mais importantes que baile, vestido e essas coisas. - Ele revirou os olhos.
— Típico. Esta gostando?
— Obrigada pela festa Alexandre.
— Repito: Me chamar de pai não vai doer!
— Não força. - Falei e ele riu.
Talvez um dia eu o chamasse de pai. Quando eu me sentisse mais a vontade com isso. Ainda era estranho saber que eu tinha algum parente que gostava de mim de verdade.


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