Entre Extremos escrita por Bella P


Capítulo 3
Capítulo 2




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Foi o som da porta da cabine abrindo que fez Dallas erguer os olhos de Hogwarts, Uma História em seu colo para o menino que estava parado à porta, com uma expressão indecisa e abrindo e fechando a boca como se quisesse dizer algo, mas mudando de ideia a cada segundo, até que ele tomou uma decisão:

— Eu posso me sentar aqui? As outras cabines estão cheias. — Dallas arqueou as sobrancelhas para o garoto. Ele era do seu tamanho, de cabelo e olhos castanhos, rosto redondo e rechonchudo e levemente acima do peso. Se Amélia o visse torceria o rosto consideravelmente em desagrado. Um Winford sempre tinha que estar apresentável e em forma, independente da idade. Alimentação saudável e exercícios eram o lema dela, era o que a mantinha jovem em seus sessenta e poucos anos, era o que a fazia atrair olhares pelos salões da alta sociedade, e ela insistia que tal filosofia fosse repassada para o restante da família. 

O menino à porta tinha uma mancha de chocolate no canto da boca, e outra mancha na barra da blusa. A sua calça estava amarrotada e o seu sapato empoeirado e o cabelo despenteado, como se tivesse corrido contra o vento, e o seu olhar foi para o chão, incomodado com o fato da outra integrante da cabine o estar mirando por longos segundos sem dizer nada. 

— Então? — por fim soltou, sem muita coisa a mais a dizer, e Dallas piscou e meneou a cabeça em direção ao assento na sua frente. O garoto abriu um grande sorriso, entrou na cabine, fechou a porta e largou-se no assento almofadado. — Patrick Gordon. — apresentou-se com um estender de mão na direção dela. A mão também estava suja de chocolate e Dallas apenas mirou o membro melecado e em seguida o rosto do garoto que sorriu sem graça e recolheu a mão. 

— Dallas Winford. — ofereceu e os ombros de Patrick claramente relaxaram. 

— Winford? Parece nome antigo. Sua família é da Inglaterra? — Dallas franziu as sobrancelhas, ainda mais que os olhos castanhos de Patrick a percorreram da cabeça aos pés, avaliando as claras diferenças entre eles. O vestido de renda e cetim estava impecável, o sapato estava lustrado e brilhando, as meias eram brancas, o seu cabelo estava bem penteado e preso em um intricado de tranças e caindo sobre o ombro esquerdo, o seu casaco de algodão era de um rosa claríssimo, com grande botões negros e tinha o mesmo comprimento do vestido e o tecido tinha um tom nude. Era claro que as roupas e a postura dela indicavam alguém nascido em berço de ouro mas, ainda sim, a pergunta de Patrick não fez sentido algum para Dallas.

Tecnicamente os Winford eram escoceses, migrados para a França durante o reinado de Mary e retornaram para a Escócia após a morte dela. Na árvore genealógica da família estava um Duque que casou-se com uma dama de companhia da própria Rainha Mary e os seus filhos juraram lealdade à Rainha Elizabeth I e foram recompensados com títulos de nobreza ou de cavaleiros da coroa.

— É que Winford não é o nome de nenhuma família tradicional bruxa que eu conheça. E eu conheço todas. — Patrick disse com orgulho e Dallas não entendeu qual a razão para se orgulhar. Ela também poderia nomear todos os duques, duquesas e lordes do parlamento inglês e isto não era grande coisa para ela. Era informação irrelevante. 

— Não há bruxos em minha família… Acho. — o comentário de Amélia vez ou outra voltava para a sua mente, sobre como a sua avó não surpreendeu-se por Dallas ser uma bruxa por causa de sua mãe. 

Patrick não comentou nada, somente deu um relance para a capa do livro que Dallas lia. 

— Já chegou ao capítulo sobre as casas? — Dallas assentiu para ele. — Já sabe em qual gostaria de ficar? — a resposta dela foi um dar de ombros e ambos viraram-se quando a porta da cabine abriu mais uma vez e três meninos surgiram no batente. Um baixo, magro, de cabelo loiro claríssimo e rosto afilado, enquanto os outros dois eram anormalmente altos para crianças de onze anos, troncudos e de cara amarradas. 

— Caiam fora. — o menor dos três ordenou em um tom arrastado e Patrick sobressaltou-se no banco, ficando com o rosto vermelho. Era óbvio, pela miríade de emoções passando em seu rosto, que ele queria dar uma resposta a altura da grosseria do recém-chegado, mas não sabia nem por onde começar. 

— Não. — Dallas respondeu pelo garoto ainda embaraçado com as palavras. O seu “não” foi seco e direto ao ponto. Ela não arredaria os pés dali. 

— Você sabe com quem está falando, garota? — o menino loiro resmungou e o olhar de Dallas o percorreu da cabeça aos pés de forma lenta.

— Deveria? — respondeu com descaso e o garoto ficou vermelho como um tomate maduro. 

— Eu sou Draco Malfoy! — disse com uma importância que para Dallas não fazia a menor diferença porque o nome dele não significava nada e ela conhecia bem o tipo de Draco. Estudou com muitos em sua antiga escola. Filho único, mimado e rico, portanto achava-se melhor do que tudo e todos.  

Dallas voltou a atenção para o livro em seu colo, em um claro gesto de dispensa. Patrick engoliu uma risada diante da expressão apoplética que Draco fez e surpreendeu-se que, ao invés de ir embora humilhado e com o rabo entre as pernas, Draco sentou ao lado de Dallas enquanto os seus lacaios quase esmagaram Patrick contra a janela ao acomodarem as suas formas avantajadas no banco, ao lado dele. 

— É uma sangue-ruim? — Draco desdenhou ao finalmente identificar o livro no colo da garota. Bruxos de sangue-puro não liam Hogwarts, Uma História em idade tão tardia, provavelmente porque já ouviram histórias o suficiente dos pais sobre a escola, ou de irmãos mais velhos. 

Patrick, obviamente, empertigou-se diante da ofensa racista de Draco, mas Dallas somente mirou o garoto ao seu lado com uma expressão curiosa. 

— Sangue-ruim? — ela perguntou. 

— É uma ofensa. — Patrick apressou-se em explicar antes que Dallas reproduzisse a palavra em público de forma inocente, porque não tinha conhecimento do que esta significava. — Diz que bruxos nascidos de famílias trouxas, não mágicas, são indignos de exercerem magia porque a sua herança não é pura, seu sangue é ruim. — Dallas soltou uma risada de escárnio. 

— Isto não faz sentido algum. — ela respondeu, ainda inabalada, mesmo após saber o que significava a ofensa.

— Claro que faz! — Draco exclamou ultrajado e Dallas fechou o livro sobre o seu colo em um gesto comedido e focou toda a sua atenção no garoto ao seu lado. 

— É mesmo? Então me explique até que faça sentido para mim. — Draco hesitou, abriu a boca, hesitou de novo e a demora em dar uma explicação gerou outra risada de escárnio pela parte de Dallas. — Foi o que eu pensei. O seu discurso é completamente reproduzido. Você nem sabe do que está falando. — ela reabriu o livro exatamente na página que havia parado e voltou a ler, Patrick desta vez não se segurou e riu da cara embasbacada de Draco, e o resto da viagem seguiu-se em silêncio. 

 

oOo

 

Dallas admitia, as descrições de Hogwarts, Uma História não chegavam nem perto do que era ver a silhueta do castelo contra a luz da lua cheia, as suas centenas de janelas iluminadas, ou cruzar os seus corredores e topar com quadros falantes e escadas que moviam-se. Durante todo o percurso, curiosamente ela foi acompanhada de perto por Patrick, Draco, Crabbe e Goyle, cujos nomes ela só veio descobrir quando o trem chegou à Hogsmeade e eles quatro embarcaram no mesmo barco e ela cansou de referir-se à eles como grandalhão #1 e  grandalhão #2 e perguntou-lhe os nomes. 

Quando chegaram a uma larga escadaria, a comitiva que consistia deles quatro e mais outra dezenas de novatos foi parada por uma mulher que apresentou-se como Professora Minerva McGonagall e Dallas lembrou-se que este foi o nome que assinou a sua carta de admissão.

McGonagall explicou as regras da escola, sobre a cerimônia de seleção, regras das casas e então os guiou para uma ante sala, onde eles esperaram por alguns minutos antes de serem levados para o salão principal que era tão deslumbrante quanto o restante do castelo. A cerimônia de seleção deu-se início com o recém apresentado Chapéu Seletor, velho, puído e pontudo sobre um banco de três pés, recitando alguma coisa sobre virtudes e fundadores, e então a vice-diretora desenrolou um longo pergaminho e começou a recitar nomes. Dallas quase grunhiu. O seu nome era Winford, logo era claro que ela estaria no final da lista e sob a atenção de todos visto que até chegarem nela, mais da metade dos alunos já teriam sido sorteados. 

Crabbe foi para a Sonserina, Patrick demorou uns dois minutos sob o Chapéu antes deste gritar “Corvinal!”, Goyle foi para a Sonserina. Em Draco o Chapéu mal lhe tocou os fios do cabelo e gritou “Sonserina!”. Harry Potter, o menino dos marcantes olhos verdes com quem ela cruzou duas vezes no Beco Diagonal, passou um tempo considerável sob o chapéu e pelo modo como os lábios dele moviam-se sem emitir som algum, ele parecia estar discutindo algo com o mesmo. No fim o Chapéu finalmente gritou “Grifinória!” e ele correu para a mesa de sua nova casa sob intensa ovação de seus novos colegas. 

Quando chegou a vez de Dallas e o Chapéu foi posto sobre a sua cabeça, tapando a sua visão do restante do salão, ela surpreendeu-se ao ouvir a voz do objeto mágico ecoar dentro de suas orelhas ao invés de ao seu redor. 

— Oh, interessante, muito interessante. — o Chapéu murmurou e Dallas não fazia ideia o que ele achava tão interessante. A sua mente usualmente turbulenta de tantos pensamentos estava estranhamente vazia naquele momento. — Você tem várias qualidades a serem exploradas e vários defeitos a serem consertados, sua inteligência a encaixaria perfeitamente na Corvinal, mas a sua audácia a faria uma perfeita grifinória, mas tradições existem para serem mantidas. 

— Tradição? Que tradição?

— Oras, a tradição de que todos de sua família foram para a Sonserina. 

— Família? Não há nenhum Winford antes de mim que tenha sido bruxo. — não que ela tenha conhecimento. Se houvesse, Amélia jamais permitiria que Dallas permanecesse ignorante sobre esta sociedade ao ver os primeiros sinais de magia manifestarem-se nela. 

O Chapéu riu.

— Ah criança, quem disse que eu me refiro aos Winford? — e então gritou:

— SONSERINA! 

— Não! — Dallas praticamente gritou quando o Chapéu foi retirado de sua cabeça. Queria que ele voltasse para lá, a explicasse do que falava, mas o olhar duro de McGonagall sobre ela a fez calar a boca e seguir para a mesa de sua nova casa e observar o discurso do Diretor Dumbledore e os seus avisos com extremo desinteresse. 

O jantar seguiu regado de conversas e quando o relógio badalou nove da noite, todos seguiram os seus respectivos monitores para os seus salões comunais. 

— Ei! — Dallas exclamou quando sentiu-se ser puxada pelo braço quando o seu grupo alcançou o nível das masmorras. Todos pararam diante de seu grito e viraram para ver o que acontecia. Quem a havia puxado tinha sido Draco e os seus olhos cinzentos tinham um brilho de fúria iluminando as íris claras..

— Malfoy, algum problema? — o monitor chamou. 

— Ela é uma sangue-ruim! — Draco declarou de forma imperiosa e a reação que esta declaração causou foi em cadeia. Os rostos jovens contorceram-se de nojo e todos deram um passo para trás, alargando o círculo ao redor deles como se Dallas tivesse alguma doença altamente contagiosa e fatal. 

— Malfoy. — Dallas disse com uma calma estrangeira em sua voz. — Você gosta dos seus dentes? — Draco piscou repetidamente diante da pergunta curiosa. 

— Claro que sim!

— Quer mantê-los? — a ameaça foi mais do que clara e Draco soltou o braço de Dallas como se ela tivesse lhe dado um choque, o que era uma possibilidade. Ela já deu choques em um colega antes, um que a tocou sem permissão para começar uma briga. Na época consideraram que foi estática misturado ao atrito que causou o choque, pura Física. Hoje Dallas não tinha tanta certeza que teve somente Física envolvida naquele cenário. 

— O que está acontecendo aqui? — um homem alto, magro, de rosto cansado, macilento e cabelos, olhos e vestes negras, surgiu na ponta do corredor. 

— Professor Severus Snape, crianças, diretor da Sonserina. — o monitor apresentou. 

— Repito a pergunta: o que está acontecendo aqui? 

— Ela é uma sangue-ruim! — Draco prontamente respondeu ao professor e pelo modo com que ele não parecia intimidado com a presença do homem, era óbvio que havia intimidade ali. Estava claro que Severus Snape era conhecido e próximo da família Malfoy. 

Os olhos de Snape percorreram o grupo e então foram para a jovem que Draco apontava. 

— Ela foi selecionada para a Sonserina. — a sua voz grave ecoou no corredor com a mesma severidade que fazia parte de seu nome. — Portanto será tratada com o respeito que lhe é digno. A nossa casa já não tem a melhor das famas e não podemos nos dar ao luxo de cultivar picuinhas internas, fui claro?

Silêncio. 

— Fui claro? — ele repetiu em um tom de ordem.

— Sim, professor Snape. — e todos o responderam em coro. 

O grupo continuou o caminho pelas masmorras, até chegarem à sala comunal decorada com o verde e prata que eram as cores da casa. O monitor apontou para onde ficavam os dormitórios e meninos e meninas separaram-se e tomaram os seus rumos.

— Você é mesmo uma sangue-ruim? — Dallas desviou o olhar de seu malão ao pé da cama mais ao fundo do dormitório dos primeiros anistas, para a garota que teceu o comentário. Dallas lembrava dela da cerimônia de seleção, ela tinha um nome curioso que misturava uma flor com uma doença. 

— Onde está Osíris? — perguntou ao invés de responder a menina do nome curioso do qual ela não lembrava. No quarto estava o seu malão, o seu material escolar sobre este e o seu uniforme com o brasão da Sonserina e nas cores da casa, mas não estava a gaiola de sua coruja parda. 

— Quem? — perguntou Pansy, este era o nome dela. Pansy Parkinson. 

— Minha coruja.

— Ela deve ter sido levada para o Corujal. Mas é verdade o que Draco disse? Você é uma sangue-ruim? — quem perguntou havia sido uma garota que Dallas lembrava vagamente de ter um nome parecido com buldogue e se não fosse isto, deveria ser, porque ela tinha a cara parecida com a de um. 

— Sim… — respondeu distraída. — Quero dizer, acho que sim. — completou ao abrir a mala com dois cliques das trancas. 

— Como assim? — foi a vez de Daphne perguntar e desta Dallas lembrava o nome só porque começava com D, como o dela. 

— Acho que a minha mãe era bruxa, mas eu nunca a conheci, então não tem como confirmar. — deixou a meia verdade pairando no ar. Era certo que Draco havia dito aquilo no meio do corredor, para todos ouvirem, por puro despeito e com este tipinho de gente ela estava acostumada também, pois era a mesma fôrma que gerou os gêmeos. Então uma meia verdade, porque realmente havia a possibilidade de a sua mãe desconhecida ser uma bruxa, e o Chapéu Seletor enfatizou isto na cerimônia com aquela coisa misteriosa de “seguir a tradição”, seria a melhor saída pela tangente no momento. 

Houve um silêncio temporário ao redor de Dallas, que foi quebrado um minuto depois pelo som de malas sendo abertas, roupas reviradas, cobertas puxadas da cama, o som usual de pessoas que preparavam-se para dormir. Dallas olhou ao seu redor para aquelas meninas que seguiram as suas vidas, satisfeitas com uma única resposta. 

— É isto? Vocês não vão me contestar? — porque Draco parecia bem empenhado em arruinar a reputação dela em seu primeiro dia em Hogwarts, e a meia-mentira foi uma forma de contornar a situação. 

— Não. — Daphne explicou, sua voz abafada pelas cortinas fechadas da cama de dossel. Pelo movimento do tecido pesado, ela estava usando a mesma como vestiário.

— Por que não? — porque Dallas não estava acostumada a vencer argumentos de forma tão  rápida. 

Daphne abriu as cortinas da cama, trajando uma longa camisola de algodão e com o uniforme que usou embolado nas mãos.

— Sangue-ruins são praticamente um tabu na Sonserina. — ela explicou enquanto atochava as roupas de forma desajeitada no malão. — Mestiços? Aceitáveis. Sangue-ruins? Nem pensar. A nossa reação de mais cedo foi apenas surpresa diante da possibilidade, mas o fato de sua mãe ter sido uma bruxa faz sentido. 

— Faz?

— Na época do nosso nascimento a comunidade mágica estava em guerra contra Você-Sabe-Quem. — Pansy continuou a explicação. Dallas havia lido sobre a Guerra contra Você-Sabe-Quem que terminou no ano de seu nascimento. Curiosamente, exatamente no dia em que ela nasceu, graças a Harry Potter, o garoto que ficou uns cinco minutos discutindo com o Chapéu Seletor. — Então era comum bruxos que não tomavam partido de nenhum dos lados irem se esconder entre os trouxas aqui ou no continente, para então voltarem depois da guerra como se nada tivesse acontecido e largando tudo para trás. — esse era o perfil de sua mãe, com certeza, e Dallas ponderou muito antes de dizer as palavras a seguir:

— O Chapéu Seletor me disse algo curioso, disse que estava me colocando na Sonserina para manter uma tradição de família, porque todos antes de mim foram da Sonserina, mas eu sou  a primeira bruxa na família Winford.

— Família Winford, eu presumo, é sua família por parte de pai. — Millicent Bulstrode, este era o nome da garota com cara de buldogue, foi quem teceu o comentário.

— Sim. 

— Então presumo que a tradição que o Chapéu seguiu foi da família de sua mãe, que deve ser sangue-puro. — ela concluiu. 

— Como você pode ter tanta certeza de que a minha família materna é sangue-puro? — Dallas perguntou e Millicent deu de ombros.

— Pura lógica. Salazar Slytherin só aceitava sangue-puros sob a sua tutela e com o tempo abriu exceção para mestiços cujo um dos pais viesse de uma linhagem de sangue-puro,  e isto não mudou com o séculos.

— E quantas famílias sangue-puro existem? — Dallas soltou a pergunta no ar. A verdade era que ela nunca teve curiosidade em saber quem era a sua mãe, pois a existência da mulher em sua vida só era importante porque foi alguém que lhe deu a vida, mas agora que tinha a chance de descobrir quem ela era, Dallas confessava que estava levemente intrigada.

As suas companheiras de quarto entreolharam-se diante da pergunta.

— Isto depende. — Daphne respondeu. — Se falamos de famílias sem casamentos com trouxas ou sangue-ruins há algumas gerações, devemos ter por volta de umas cem na Inglaterra.  Mas se falamos de sangue-puros que casam-se apenas com mestiços ou sangue-puros, temos apenas vinte e oito famílias. 

Vinte e oito famílias. Dallas pensou enquanto preparava-se para dormir.

Vinte e oito famílias e em uma delas poderia estar a sua mãe.


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