Still Loving You More escrita por MisuhoTita


Capítulo 7
O Recado Dado Por Andrea


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!

E eis que chegamos a mais um capítulo repleto de surpresas para vocês.

Gostaria de agradecer a Monirubi2009, TommySan, Sally Yagami, Ana Virgínia e Bruna Chan pelos comentários nos capítulos anteriores. Muito obrigada, de coração.

E se leu, deixe um comentário me dizendo o que está achando da história, vou adorar saber a sua opinião.

Boa leitura e enjoy❣



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Durante todo o trajeto até o trabalho de Maria Flor, Andrea vai conversando animadamente com a jovem, perguntando muito sobre o netinho recém-descoberto e também pela jovem, a quem, desde o primeiro instante, ela achou uma simpatia de pessoa.

― Então, Maria. – Andrea fala de forma animada – Não vai me contar como você e Arthur se conheceram e como foi a relação de vocês? Confesso que estou muito curiosa com relação a isso.

― Não há muito o que contar, Andrea. – fala Maria, dando de ombros – Sei que Arthur é seu filho e que é um desrespeito de minha parte falar mal dele, principalmente porque a senhora tem sido muito gentil comigo, mas a verdade é que seu filho me enganou.

― Você não tem nada para se desculpar, Maria. – Andrea fala com um carinho maternal – Até porque, conheço bem o filho que tenho e por isso mesmo sei que ele não é nenhum santo. Então, apenas me conte a história de vocês, está bem?

Ante as palavras de Andrea, Maria apenas sorri e, faz o que ela lhe pede, contando toda a sua vida desde que o seu caminho se cruzou com o Arthur Montenegro em Riachão do Dantas, quase dois meses atrás.

Conta como ele a embebedou apenas para leva-la para a cama, em como simplesmente voltou para a sua vidinha de rico como se ela não fosse nada, apenas mais uma de suas conquistas. Contou ainda como ela se viu sozinha e, quando descobriu a gravidez, o desespero que tomou conta de si.

Seus olhos se enchem de lágrimas quando ela narra o momento em que contou aos pais que estava grávida e que não fazia ideia de onde o pai da criança poderia estar, e de como o pai ficou furioso ao descobrir sua gravidez e a expulsara de casa, alegando que ela desonrou a família. Conta também como sua mãe tentou defende-la para que ela não fosse embora, mas que, infelizmente, não adiantou nada.

Narra como a mãe pegou todas as economias para que ela comprasse uma passagem de ônibus para o Rio de Janeiro e ter um dinheirinho para sobreviver por alguns meses, até conseguir um emprego.

― E então você veio para o Rio? – questiona Andrea.

― Sim. – responde Maria, ainda com lágrimas nos olhos – Eu não conhecia esta cidade, quando desembarquei na rodoviária, me senti completamente perdida, sozinha e abandonada. Perguntei para as pessoas se elas não conheciam alguma pensão barata onde eu pudesse me hospedar e, graças a uma senhora que me ajudou, encontrei uma pensão para passar os próximos dias. Aquela senhora foi um anjo em minha vida, pois, dois dias depois, ela chegou a pensão me procurando e, me perguntando se eu não queria trabalhar para ela, não pensei duas vezes em aceitar o emprego e, com isso, eu consegui alugar uma casinha e comprar os móveis que seriam minha primeira necessidade, além de ter como me preparar para o nascimento do Sadrak.

― E o parto, como foi, quem estava com você?

― Não havia ninguém para estar comigo. – maria dá de ombros – Eu estava sozinha, como sempre estive desde que cheguei a esta cidade.

Ante as palavras de Maria Flor, o coração de Andrea se penaliza, mas, ela também sente uma admiração muito grande por aquela jovem, que, mesmo sozinha, vem lutando para criar o filho da melhor forma possível.

― Agora você não está mais sozinha, Maria Flor. – Andrea fala com sinceridade – E, pode ter certeza de que você terá em mim uma segunda mãe. Sei que acabamos de nos conhecer, mas, minha afeição por você é sincera, e quero que saiba que pode contar comigo para o que precisar.

Ao ouvir as palavras sinceras de Andrea, Maria sente um aconchego muito grande tomar conta de seu coração e, ela apenas sorri para a mulher a seu lado no carro, incapaz de dizer qualquer coisa, a emoção tomando conta de si.

Nunca pensou que Arthur, com toda a sua arrogância e prepotência, pudesse ser filho de uma mulher como Andrea. Muito provavelmente ele deve ter puxado aquele temperamento do pai, pois, decididamente, não foi da mãe.

Não mesmo!

Maria então volta a atenção para as ruas a sua frente, e, vendo que está em frente ao prédio em que trabalha, ela diz:

― É aqui.

Andrea então não perde tempo e, estaciona o carro, para então se despedir de Maria e do neto, e, assim que Maria deixa o carro, Andrea engata a marcha ré e se prepara para fazer o retorno, para voltar ao apartamento do filho e ter uma conversa bastante séria com ele.

Faz a manobra de retorno e começa a dirigir de volta, seus pensamentos absorvendo toda a história que aquela jovem lhe contou. Seu coração se penalizando ante todo o sofrimento pelo qual ela passou e, boa parte da culpa deste sofrimento se deve a seu filho e, por isso mesmo é que não deixará que ele faça mais mal a esta jovem do que ela já fez.

A vida dela fora toda prejudicada por conta de seu filho, e, durante quase dois anos, ela viveu sozinha. Mas agora, não será mais assim, fará o que puder por Maria Flor e pelo neto e, se tiver de brigar com o cavalo do filho para defende-la, ela assim o fará. Só não deixará que Arthur faça mais mal a esta jovem do que o que ele já fez.

Como já passou do horário de pico, não pega muito trânsito na volta para casa, e, por isso mesmo, não demora nada a estacionar o carro em frente ao prédio em que o filho reside. E, após estacionar, deixa o carro, liga o alarme e adentra o elegante prédio, pegando o elevador até a cobertura e, ali chegando, toca a campainha, não demorando nada a ser atendida por seu filho.

― Ainda bem que ainda está aí. – fala Andrea, adentrando o apartamento de forma casual.

― Lembro-me da senhora ter me pedido para espera-la. – fala Arthur, dando de ombros.

― Ahá sim, e, se bem lhe conheço, você não costuma dar muita atenção a meus pedidos.

― De fato, mas, diante da situação, creio que seja pertinente conversamos. Mas não aqui, não em pé. Vamos para a sala, mãe, lá nós poderemos conversar um pouco mais à vontade.

Mãe e filho seguem então para a sala, onde Andrea não perde tempo e senta-se em uma poltrona, enquanto Arthur se acomoda confortavelmente em um sofá de três lugares.

― Estou ouvindo. – fala Arthur, de forma totalmente displicente.

Andrea simplesmente não dá atenção ao descaso de seu filho e, apenas o encara séria, para então voltar a dizer:

― Vou ser bem direta com você, Arthur. Não se atreva a fazer qualquer coisa que venha a prejudicar aquela menina, fui clara?

― E o que eu faria que poderia prejudica-la? – Arthur arqueia uma sobrancelha.

― Tentar tirar-lhe a guarda do Sadrak, por exemplo.

Ante o silêncio que Arthur faz, Andrea tem certeza de que atingiu o alvo.

― Eu sabia! – fala a mulher – Sabia que você estava pensando em algo assim. Mas eu volto a repetir, Arthur, não se atreva a fazer isso! Não se atreva a fazer qualquer coisa que venha a prejudicar esta menina, ou, você irá se ver comigo!

― Posso saber por que tanto interesse assim na Maria Flor? Deveria me agradecer por eu querer dar uma vida de fartura para o seu neto.

― Respondendo a sua pergunta, porque eu ouvi um pouco da história daquela jovem e vi o tamanho do estrago que você fez a vida dela.

― Isso não é problema seu.

― Mas é seu! Todos os infortúnios que ela passou são sua responsabilidade, e, ao invés de pensar em tirar o Sadrak dela, deveria pensar em protegê-la, se importar com ela, pois, ao contrário de sua noiva, que não vale o chão que pisa, é uma moça de um valor imensurável.

― E a senhora fala isso com apenas uma hora de conversa com a menina?

― Sim, falo isso com apenas uma hora de conversa com a menina, pois, como você bem sabe, eu sou muito boa em avaliar as pessoas. Mas, não mude assunto, Arthur, pois não vou deixar que você me distraia do que eu quero lhe dizer.

― Pensei que já tinha dito. – Arthur dá de ombros, com total indiferença.

― Sempre é bom reforçar. Ainda mais em se tratando de você.

― Se já terminou, eu preciso ir. Estou bem mais do que atrasado para o meu trabalho.

― Já terminei, mas, acho bom que não se esqueça, Arthur. Não se atreva a fazer qualquer coisa que prejudique a Maria Flor, ou, você irá se ver comigo.

 

 

*****

 

 

Já passa das cinco horas da tarde quando maria Flor encerra o seu expediente de trabalho e, com o filho nos braços, deixa o prédio de sua patroa. E, assim que ela coloca os pés na rua, uma tristeza sem tamanho começa a tomar conta de si.

Se antigamente ela adorava terminar o dia de trabalho para voltar à sua casa, agora esse prazer lhe fora roubado, pois, está indo para uma casa que não é sua, para um lugar que não pode chamar de lar, e, muito provavelmente para ter mais brigas com o homem que, infelizmente, é o pai de seu filho.

Segue para o ponto de ônibus e, não demora muito para pegar um coletivo e, como o ônibus está lotado, uma pessoa oferece o lugar para ela, por estar com um bebê. Maria senta-se no banco e, durante todo o percurso, está pensativa, pois, não sabe o que fazer para melhorar a sua situação.

As horas passam sem que ela nem se dê conta do tempo passando e, com isso, percebe que já chegou ao seu destino.

Desce do ônibus, mas, não está nem um pouco inclinada a ir para a casa de Arthur, não ainda, então, ela decide ir até uma pracinha na esquina, onde se senta em um balanço com o filho e permanece ali, olhando para o nada e, apenas deixando que as lágrimas caiam por sua face.

 

 

*****

 

 

Arthur está em seu escritório, apenas esperando sua secretária trazer um contrato para que ele possa dar uma olhada, para voltar à sua casa.

Durante todo o dia, a conversa com sua mãe não lhe saiu da mente, de tal forma que, ele não conseguia pensar em nada direito, a não ser nas palavras dela.

Perguntara a mãe o que Maria lhe contara que mexera tanto com ela, mas, a mãe nada lhe dissera sobre isso, deixando-o completamente curioso. E, além disso, tinha o fato de que ela lhe negara a ajuda que pedira, com relação as coisas do filho, dizendo que isso deveria ser feito com Maria Flor, e não com ela.

Tentara, de todas as formas, argumentar com a sua mãe, dizendo que Maria não deve saber o que ele pode comprar para o filho, mas, a mãe foi simplesmente irredutível ao dizer que ele deve ir com Maria as compras, e, ele não teve escolha a não ser parar de pedir a mãe que o acompanhe, pois, toda a sua insistência, no final das contas, não deu em nada. Então, não terá alternativa a não ser ir com Maria as compras.

A secretária adentra a sua sala e, lhe entrega o contrato. Imediatamente, Arthur começa a lê-lo e, pega um bloquinho e uma caneta, começando a fazer anotações que ele julga pertinente.

Lê o contrato com bastante atenção, pois, é relativo a um investimento importante que ele quer fazer e, precisa ter todos os pontos bem claros antes de mandar ele para que seus advogados possam analisa-lo.

Termina de ler o contrato e, após fazer as suas anotações finais, coloca o contrato, bem como as suas anotações, em um envelope e coloca o envelope em uma gaveta e, após ele fazer isso, levanta-se, pega as chaves de seu carro e, se prepara para deixar o escritório.

Despede-se da secretária e segue para o elevador que, por sorte, já está parado em seu andar. Então, ele aperta o botão para a garagem e apenas espera que o elevador chegue a seu destino, o que não demora muito para acontecer. Ali chegando, ele vai direto para a vaga de seu carro, onde, não perde tempo em destravar o alarme e abre a porta do motorista, para então adentrar o veículo.

Não perde tempo e, liga o rádio, colocando uma playlist de MPB e, em seguida, coloca a chave na ignição, liga o carro e espera o motor dar uma aquecida. E, assim que o carro aquece, ele coloca a primeira marcha e dá a partida no carro, deixando o prédio rapidamente e começando a dirigir pelas ruas da cidade.

O trânsito está bastante tranquilo, algo pelo qual ele é muito mais do que grato, e, com isso, apenas vai conduzindo o veículo, deixando que a música que escuta o preencha por completo, fazendo com que se esqueça completamente dos estresses que teve durante o dia.

Para ele, a música é algo sagrado pois, faz com que se acalme, principalmente após o trabalho, pois, mesmo que ame o que faça, não dá para negar que é algo, as vezes, demasiado estressante.

Continua dirigindo e, em menos de uma hora, chega ao Leblon, continua a dirigir para o seu prédio quando passa por uma pracinha e, algo chama a sua atenção. Imediatamente, ele procura um lugar para estacionar e assim que o faz, desce do carro, apenas para observar, de longe, a jovem sentada naquele balanço, com o filho no colo e um olhar muito distante.

Mesmo com a distância que os separa, Arthur não deixa de notar a expressão de sofrimento naquele rosto, uma expressão bem diferente da expressão de fúria a qual ele está começando a se acostumar.

E, ao ver aquela expressão de tristeza naquele rosto, algo se revira dentro dele, que, ele simplesmente não sabe o que é. A única coisa que sabe é que lhe incomoda profundamente ver aquela expressão de tristeza na imensidão daqueles olhos tão cheios de vida e desafiadores.

Quando a conhecera, foram seus olhos e seus cabelos que lhe chamaram atenção. Olhos repletos de alegria e de uma coragem sem igual, um olhar muito diferente do que ela exibe agora.

De repente, se lembra da conversa que teve com sua mãe, e, fica se perguntando o que Maria pode ter passado esse tempo todo, para gerar a simpatia tão rápida de Andrea.

Tenta tirar estes pensamentos de sua mente, e, se aproxima da jovem, que, leva um grande susto ao notar a presença de Arthur.

― O que faz aqui? – questiona Maria Flor.

― Poderia fazer a mesma pergunta. – responde Arthur, dando de ombros.

― Vim trazer o Sadrak um pouco para passear. – ela responde – Mas acho que acabei perdendo a noção do tempo, já que você está aqui. Mas e quanto a você, o que faz aqui?

― Vi você aqui e fiquei curioso, por isso estacionei e resolvi vir aqui para ver o que estava fazendo.

― Se quer mesmo ser pai, vai ter que aprender as necessidades de uma criança e, mesmo um bebê precisa brincar. – Maria dá de ombros.

― Hum...! – é tudo o que Arthur consegue dizer.

Ele não quer dizer a ela o que viu, pois, por algum motivo que, ele nem ao menos sabe explicar, não quer que ela saiba que ele a viu de forma tão vulnerável e, que isso, de alguma forma, mexeu com ele.

― Vamos voltar? – ele simplesmente diz.

Maria nada responde, apenas dá de ombros e segue Arthur em direção ao carro, onde, ele abre a porta do carona para ela, que entra imediatamente, ele fecha a porta do carona em seguida e dá meia volta, a fim de adentrar no banco do motorista.

Liga o carro e dá a partida, e, em seguida, volta a dirigir. Não demora muito e chegam ao prédio, onde ele rapidamente estaciona em sua vaga na garagem. Os dois deixam o carro e seguem para o elevador, não demoram nem um pouco para chegar a cobertura, onde Arthur abre a porta e os dois adentram o apartamento.

― Se quiser tomar um banho eu tomo conta do Sadrak. – fala Arthur, como quem não quer nada.

― Você sendo gentil? – Maria Flor arqueia uma sobrancelha.

― Tudo é relativo. – Arthur dá de ombros.

― Eu agradeço a sua oferta, mas, antes de tomar um banho, eu preciso dar banho no Sadrak.

― Que seja. E, antes que eu me esqueça, amanhã de manhã nós dois vamos as compras.

― Que compras? – Maria Flor pergunta, confusa.

― As compras para o Sadrak, o que seria? Como você bem sabe, minha casa não tem nada para um bebê, e, precisamos mudar isso, e, como você tão lindamente não cansa de me lembrar, eu não entendo nada de bebês, logo, precisarei de sua ajuda nesta difícil tarefa.

Ante as palavras de Arthur, Maria se vê sorrindo e faz um aceno afirmativo com a cabeça, para, em seguida, ir com o filho até o quarto de hóspedes e começar a se preparar para dar banho nele.

Enquanto faz isso, ela não deixa de pensar em Arthur e, no quanto ele pareceu ligeiramente diferente ao encontrá-la no parque. Mentalmente se questiona sobre o que pode ter acontecido, mas, logo tira estes pensamentos de sua mente, pois, se concentra em tirar as roupas do filho e, após fazer isso, vai com ele até o banheiro de hóspedes onde, para a sua surpresa, Arthur já encheu a banheira para que ela possa dar banho no filho.

― Obrigada. – Maria Flor agradece com um sorriso sincero.

― Não há de que. – responde Arthur, e, sorri ao perceber que gostou de ver Maria sorrindo de forma sincera para ele, pois, tem a impressão de que, desde que se reencontraram, esta é a primeira vez que ela o faz – Posso ficar aqui vendo você dar banho em nosso filho?

― É claro. – responde Maria, sem deixar de sorrir.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...

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