Still Loving You More escrita por MisuhoTita


Capítulo 16
O Desespero de Arthur




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Completamente mortificado pela cena que está bem diante de seus olhos, Arthur cai de joelhos no chão, seus olhos fixos no corpo ensanguentado e inconsciente de Maria, ao mesmo tempo em que lágrimas de um profundo e genuíno desespero começam a inundar a sua face.

― Maria...! – ele simplesmente não consegue deixar de exclamar, ao mesmo tempo em que, ainda de joelhos, abraça o corpo dela, sem se importar com o sangue que suja sua camisa – Maria...! Por favor, abra os olhos, Maria...! Maria...! Abre os olhos, Maria...! Maria...! Não me deixa...! Eu te amo, Maria...! Não me deixa, por favor...! Eu te amo...! Eu te amo...!

Rapidamente, o lugar começa a se encher de curiosos e, um deles não perde tempo em ligar para a emergência, a fim de avisar o que acaba de acontecer. Não demora muito e, o porteiro do prédio de Andrea aparece ali, e, tão logo ele reconhece Arthur, não perde tempo em voltar para a cabine da portaria e interfonar para Andrea, contando rapidamente para ela o que aconteceu.

E, enquanto tudo isso se desenrola, Arthur continua abraçado completamente desesperado ao corpo de Maria, chorando em um desespero tão profundo como ele nunca havia chorado em sua vida.

Sente o seu coração ser transpassado por uma dor tão grande como ele nunca havia sentido em sua vida e, é exatamente por isso que simplesmente não consegue controlar as lágrimas que simplesmente insistem em continuar caindo por seus olhos e, tudo o que ele quer, tudo o que deseja, é continuar ali com Maria, abraçado a ela, enquanto continua a colocar para fora em forma de lágrimas toda esta dor que o toma por inteiro.

Tudo o que ele consegue fazer é chorar e, está tão preso em seu sofrimento que simplesmente não nota a chegada de Andrea, que, pede ao porteiro para que ele segure Sadrak em seus braços, e, assim que ele o faz, ela se aproxima de seu filho, segurando-o pela camisa e, tentando fazer força para que ele se levante.

― Arthur! – a voz de Andrea é severa – levante-se, meu filho! Se desesperar desta forma não vai ajudar em nada a Maria. Você é inteligente e por isso mesmo sabe disso tão bem quanto eu.

E, enquanto profere estas palavras, ela continua puxando o filho. No começo, ela não tem resultado nenhum em seus esforços, mas então, ao ouvir o barulho de uma sirene se aproximando, Arthur se levanta de forma abrupta.

Não demora muito para que a ambulância estacione e, os paramédicos cheguem com uma maca e equipamento de emergência e, enquanto uns começam a remover Maria para a maca, um dos médicos da equipe, ao pousar seu olhar sobre Arthur e ver a camisa do homem totalmente suja de sangue, se aproxima dele, e, não perde tempo em perguntar:

― Com licença, senhor, mas, será que poderia me explicar o que houve? Por um acaso o senhor tem algum parentesco com a vítima?

― Nós moramos juntos e temos um filho. – Arthur não perde tempo em dizer – Estávamos indo jantar na casa de minha mãe quando fomos assaltados e, um dos assaltantes covardemente atirou em Maria, mesmo eu tendo cooperado e estava entregando a eles tudo o que eu tinha naquele momento.

― Precisará repetir o seu depoimento para a polícia, senhor. – continua o médico.

― Não me importo. – responde Arthur, de forma mecânica – Tudo o que eu quero é que encontrem o maldito marginal que fez isso e que a Maria fique bem.

O médico não diz mais nada, ao invés disso, começa a se dirigir até a ambulância, onde Maria já foi colocada.

― Espere! – chama Arthur – Eu posso ir com vocês na ambulância? Eu não quero ficar longe da Maria.

― É claro. – responde o médico, sentindo pena do homem a sua frente, pois, o sofrimento está estampado em seu olhar.

Arthur não perde tempo e entrega a chave de seu carro para a sua mãe, dizendo:

― Vai no meu carro, assim a senhora não perde tempo em tirar o seu da garagem.

― Pode deixar, meu filho. – responde Andrea.

E, após ouvir a resposta da mãe, Arthur segue com o médico para a ambulância e, tão logo ele entra no carro, as portas dela se fecham e, o motor do carro é ligado, dando a partida em seguida.

Enquanto a ambulância segue a toda velocidade para o hospital mais próximo, os olhos de Arthur simplesmente não desgrudam do corpo inconsciente de maria Flor e em como um dos médicos da equipe de primeiros socorros usa com habilidade um respirador manual ambu, a fim de tentar mandar um pouco de ar para os pulmões da jovem e assim manter a sua oxigenação.

Rapidamente chegam ao hospital Copa D’or, pois, Arthur ainda tivera cabeça para pedir que Maria fosse levada para lá, já que ele não a quer em um hospital público onde, infelizmente, há falta de leitos e de profissionais.

Assim que a ambulância para no estacionamento do hospital, as portas se abrem e os médicos não perdem tempo em tirar a maca de Maria do carro, levando-a rapidamente para o interior hospitalar, Arthur segue os médicos mas, quando ele está para adentrar a ala de emergência é barrado por um dos médicos, que diz:

― Sinto muito, mas, o senhor terá de esperar aqui.

Sem muita alternativa, Arthur fica ali, seus olhos totalmente fixos nas portas que dão acesso a ala de emergência, enquanto o medo de perder Maria simplesmente não sai de seu coração.

Não demora muito e, um policial se aproxima de Arthur, dizendo:

― Senhor, será que podemos dar uma palavrinha?

Ao ver que o policial está falando com ele, Arthur volta a atenção para ele, dizendo em seguida:

― Sim, senhor.

― Seu nome, por favor.

― Arthur Montenegro.

― Senhor Montenegro, poderia me narrar em detalhes o que aconteceu?

E, ante o pedido do policial, Arthur não perde tempo e começa a contar para ele tudo o que aconteceu desde o momento em que ele e Maria desceram do carro em frente ao prédio residencial de sua mãe.

Enquanto Arthur faz a sua narrativa, o policial faz várias perguntas a ele, as quais Arthur vai respondendo conforme vai se lembrando melhor dos acontecimentos. A verdade é que infelizmente a sua mente ainda está um caos e Maria simplesmente não sai de sua mente, só consegue pensar nela e no medo que está sentindo de perde-la.

O policial termina de fazer as suas perguntas e vai até a recepção, e, Arthur sabe que ele irá pedir para falar com os médicos que estão cuidando de Maria.

A recepcionista chama Arthur, a fim de que ele possa preencher a ficha médica de Maria e, sem perder tempo, ele começa a fornecer as informações a ela a fim de que ela possa preencher a ficha de entrada no hospital.

Rapidamente a recepcionista termina de preencher a ficha e Arthur volta o seu olhar para as portas duplas que dão acesso a emergência, e, com isso, a dor que sente volta a inundá-lo por completo, bem como o medo de perder a mulher que mudou a sua vida de cabeça para baixo, mas que, agora ele percebe, simplesmente já não é capaz de viver sem ela!

 

 

*****

 

 

Danielly está na sala de televisão de seu luxuoso apartamento assistindo a um filme com uma taça de vinho em suas mãos quando escuta o interfone tocar. Sem perder tempo, ela pausa o filme e caminha até o interfone, o tirando do gancho para em seguida dizer:

― Sim?

― Senhorita Danielly. – a voz do porteiro soa através do interfone – Está na portaria um homem chamado Sebastian. Posso autorizar a entrada dele?

― Pode sim.

E, após dizer estas palavras, Danielly desliga o interfone, e, não perde tempo em se dirigir até o hall de entrada e abrir a porta de seu apartamento, a fim de esperar por sua inesperada visita.

Alguns minutos se passam e, o elevador finalmente para em seu andar, as portas dele se abrindo e Sebastian aparecendo ali, com o seu típico sorriso de deboche em seus lábios.

Danielly não perde tempo e faz sinal para que ele adentre o seu apartamento, o que ele faz no mesmo instante, e, tão logo ele entra, a mulher fecha a porta atrás de si, para em seguida dizer:

― Espero que tenha vindo até aqui para me dar boas notícias.

Ante as palavras de Danielly, Sebastian nada responde, apenas caminha até a sala, indo até a pequena adega e se servindo de uma dose de tequila, para em seguida caminhar até um dos sofás e sentar-se, para só então começar a dizer:

― Eu não teria todo o trabalho de me deslocar até aqui se não fosse para lhe trazer alguma boa notícia.

Ouvir as palavras de Sebastian faz com que um sorriso de orelha a orelha surja nos lábios de Danielly, pois, para ele dizer algo assim, isso só pode significar que...

― A Mortinha de Fome está morta? – Danielly verbaliza os seus pensamentos.

― O que você acha? – Sebastian devolve a pergunta, sem deixar de sorrir ironicamente – O tiro foi certeiro, e, acredite, tive que calcular muito bem tudo para que seu precioso Arthur não fosse atingido. Então, a não ser que a Florzinha Vitorinha tenha sete vidas, a esta altura do campeonato ela já deve estar morta.

As palavras de Sebastian causam uma felicidade muito grande em Danielly, de tal modo que, ela simplesmente não consegue evitar sorrir de orelha a orelha, tão grande o contentamento que toma conta de si.

Finalmente!

Finalmente aquela maldita Retirante está fora de seu caminho e, com isso, Arthur será novamente só seu!

Esta, sem a menor sombra de dúvidas, foi a melhor notícia que recebeu nos últimos tempos, a notícia pela qual ela vem esperando desde que aquela maldita Mortinha de Fome entrou em sua vida!

E agora, saber que aquela maldita está finalmente fora de seu caminho, faz com que ela se sinta muito bem! A vontade que tem é a de ir atrás de Arthur neste exato momento, mas, ela tem de conter sua euforia e agir com calma.

Deixe que Arthur enterre a maldita Retirante e, depois disso é que ela irá aparecer para dar todo o seu apoio e sua amizade a ele. E, a partir daí, uma reaproximação entre os dois será bem mais do que certa e, com isso, será apenas questão de tempo até que eles reatem o compromisso rompido.

E, ela tem certeza de que sem a presença daquela maldita Nordestina, não vai demorar nada para isso realmente acontecer, já que, antes da chegada dela e daquele bebê imundo, o relacionamento dela e de Arthur estava indo muito bem e, agora que ela está definitivamente fora do caminho, não irá demorar para que o relacionamento dos dois volte a ser o que era antes.

Enquanto continua a tomar a sua dose de tequila, Sebastian continua a encarar Danielly, já imaginando os tipos de pensamentos que ela deve estar tendo agora, e, simplesmente não consegue deixar de rir, pois, ele viu como Arthur Montenegro estava envolvido com a garota nordestina, e por isso mesmo, é que ele tem certeza de que ele jamais irá olhar para Danielly com desejo ou qualquer outro tipo de sentimento. Ele viu, naquele dia no shopping, o quanto Arthur gosta e se importa com a Florzinha e, um sentimento deste tamanho a morte simplesmente não leva embora, não é assim que as coisas funcionam.

Mas, isso simplesmente não é mais problema dele, e, se Danielly acha que irá reconquistar Arthur, isso simplesmente é problema dela, não dele. Aliás, está ali por um motivo bem mais específico e, não irá embora sem conseguir o que veio buscar ali.

― Aliás, Danielly. – Sebastian simplesmente não perde tempo em dizer, sem deixar de sorrir ironicamente – Eu não vim aqui apenas para lhe informar da morte da Florzinha Karininha e você sabe bem disso. Acho que você está me devendo algo, querida.

Ante as palavras de Sebastian, Danielly não perde tempo e pega o seu I Phone, destravando a tela do aparelho e em seguida abrindo o aplicativo do seu bando, a fim de fazer uma transferência em dinheiro para a conta corrente de Sebastian.

― Feito. – a voz de Danielly se faz ouvir.

Sebastian não perde tempo e, tira o seu I Phone do bolso, desbloqueia a tela e abre o aplicativo de sua conta corrente, e, ao ver que a quantia estipulada já caiu em sua conta, ele volta a sorrir, para então guardar o aparelho no bolso de sua calça, se levantar e dar o copo de tequila vazio nas mãos de Danielly.

― Foi um prazer fazer negócios com você, querida.

E, após dizer estas palavras, Sebastian deixa o apartamento da mulher.

Danielly não perde tempo e fecha a porta, em seguida, ela se dirige até a adega e se serve de uma taça de vinho, brindando, sozinha, a morte daquela maldita retirante!

E, agora que ela finalmente está fora de seu caminho, será apenas questão de tempo para que Arthur volte a ser dela!

Somente dela!

E, se tudo ocorrer de acordo com os seus planos, dentro de poucos meses ela será a nova senhora Montenegro e, com isso, a sua maior ambição de se casar com um homem rico e bem sucedido irá se tornar realidade!

 

 

*****

 

 

Horas se passam e, no hospital Copa D’or, Arthur anda em círculos pela recepção, totalmente preocupado e sem conseguir para de pensar em Maria.

Sua Maria Flor!

O medo de que ela não resista e venha a falecer simplesmente não sai de seu coração e, isso faz com que ele se sinta cada vez pior!

A dor que toma conta de seu coração é tão intensa como ele nunca havia sentido em toda a sua vida, e, isso faz com que ele se sinta cada vez pior.

A cena de Maria Flor sendo baleada bem diante de seus olhos sem que ele pudesse fazer nada a respeito se repete sem parar em sua mente, como em um filme de terror, só que, infelizmente, o que aconteceu não foi uma cena de ficção. Foi real! Muito real, e, o medo que ele sente dela não resistir aquela bala também é muito real!

O medo que sente de perder Maria é tão grande que, ele simplesmente não consegue nem pensar na possibilidade de ela não resistir a esta bala e, todas as vezes que estes pensamentos tentam invadir a sua mente, ele tenta expulsá-los e pensar no melhor, que Maria irá ficar bem e se recuperar. E, ele não medirá esforços para que isso aconteça, e, se precisar gastar toda a sua fortuna em tratamentos para que Maria não venha a falecer, ele o fará sem nem ao menos pensar duas vezes, pois, infelizmente foi preciso esta terrível tragédia acontecer para que ele se desse conta de que simplesmente não pode viver sem ela!

Que Maria é simplesmente tudo para ele!

Simplesmente tudo!

Em uma das cadeiras da recepção, Andrea está sentada com Sadrak, que dorme tranquilamente nos braços da avó sem nem imaginar o perigo de morte que sua mãe corre neste momento.  A mulher olha para a expressão totalmente agoniada de seu filho e, simplesmente não consegue deixar de sentir pena dele, pois, a expressão de Arthur é tudo o que ela precisa para saber que seu filho ama Maria, mesmo que ele mesmo não tenha se dado conta deste sentimento.

E, saber que Maria pode não sobreviver para ser feliz ao lado de seu filho faz com que uma tristeza muito grande tome conta de si, pois, além de seu filho amá-la, tem Sadrak, que é apenas um bebê e precisa muito da mãe. Além disso, ela também se afeiçoou muito a Maria e a ama como a uma verdadeira filha. Em alguns meses de convivência, Maria simplesmente se tornou para ela a filha que nunca teve, nenhuma das namoradas de Arthur despertou nela tal sentimento, somente Maria.

― Arthur. – Andrea tenta chamar a atenção do filho – Meu querido, não adianta você ficar assim, sei que está preocupado com Maria, mas, ficar andando de um lado para o outro simplesmente não vai ajudar em nada a situação, meu filho.

― Eu sei, mãe. – responde Arthur, cada palavra proferida por ele carregada de uma dor imensurável – Mas acontece que eu simplesmente não consigo ficar parado! Não consigo simplesmente sentar e esperar sem saber o que está acontecendo com a Maria! Simplesmente não dá!

As palavras de Arthur fazem com que Andrea sinta o seu coração se transpassar de pena por seu filho, pois é nítido o tamanho do sofrimento dele, e, o pior é que ficar sem qualquer tipo de notícias é simplesmente agoniante e, por isso mesmo é que, por mais que ela queira tentar acalmá-lo de alguma forma, entende totalmente as razões para ele estar desta forma e simplesmente não tem argumentos para refutar os que ele lhe apresentara.

Porém, infelizmente, neste momento, eles nada podem fazer por Maria, a não ser sentar e esperar que algum médico apareça para das a eles alguma notícia, e, torcer para que ela venha a ficar bem.

Infelizmente, ela não sabe em que região ela fora atingida por este tiro e, tudo o que ela pode fazer é rezar para que ele não tenha sido fatal.

Neste momento, as portas que dão acesso a emergência se abrem e, um médico surge, dizendo:

― Algum parente da moça que foi baleada?

No mesmo instante, Arthur se aproxima dele e não perde tempo em dizer:

―  Nós moramos juntos.

― Algum familiar dela? – o médico volta a questionar.

― A família dela toda está no Nordeste. – Arthur volta a falar – Mas eu já disse, doutor, nós moramos juntos e temos um filho. Eu e minha mãe somos a única família que ela tem aqui no Rio de Janeiro. Agora por favor, me diga, a Maria vai ficar bem? Ela não morreu, não é mesmo?


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