Into the Potterverse escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 13
Capítulo 12




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Astoria se perguntou se ela tinha aparecido em um brechó no meio do mundo trouxa.

Parecia que tinha aparatado direto no porão abandonado de casa. Tinha de tudo por ali: armários, livros, roupas, uma peruca muito brega com uma tiara em cima, tudo jogado e às vezes até mesmo danificado.

Demorou para conseguir encontrar a porta, pois a sala era imensa, mas assim que saiu, reconheceu o corredor de Hogwarts.

Que sala era aquela?

Assim que virou-se, a porta foi desaparecendo, parecendo fundir-se à parede de pedra. Observou aquilo acontecer abismada.

A magia era mesmo algo inexplicável.

Os corredores estavam vazios. Poucos alunos ficavam para o recesso natalino, e os que ficavam não estariam caminhando por aquele corredor sem saída àquela hora sem propósito.

Assim que encontrou-se, foi fácil encontrar o caminho para o escritório do diretor. Dumbledore morava no castelo, até onde sabia, assim como outros professores solteiros. Os que tinham família moravam em Hogsmeade, onde estariam perto da escola para atender a qualquer demanda.

— Preciso falar com o professor Dumbledore.

A gárgula não moveu-se, esperando que ela ditasse a senha.

— Francamente, como esperam que chamemos por ajuda se o escritório do diretor é protegido por senha e poucos a sabem? — Astoria resmungou para si mesma.

— Para que não incomodem o diretor com assuntos levianos.

Ela olhou para a esquerda, vendo Snape surgir pelo corredor, as suas vestes se balançando como se ele fosse um morcego.

— Professor Snape — o cumprimentou.

— Delícia gasosa — o diretor de sua casa dirigiu-se à gárgula, que finalmente moveu-se — Vamos, senhorita Greengrass.

Foi o professor quem adiantou-se a abrir a porta do escritório sem bater antes, onde podia-se escutar duas vozes discutirem, uma alterada e a outra serena.

— Astoria! — o seu pai foi o primeiro a notar a sua presença.

Alderamin afastou a cadeira, que estava próxima da mesa de mogno do diretor, e foi em sua direção para abraçá-la. Ela ficou estática, já que não era fã de abraços, e muito menos agora.

— Tem certeza de que é esse o meu nome? — ela perguntou.

Ele afastou-se para olhar em seu rosto, mostrando confusão.

— Filha?

Dumbledore arrastou a sua cadeira alguns graus para o lado para poder ter um melhor ponto de vista.

— Obrigado, Severus — disse o diretor ao professor — Poderia nos deixar a sós?

— É claro.

Snape quase não moveu os lábios para responder antes de se retirar.

Queria ser uma fortaleza impenetrável como o diretor de sua casa.

— Sentem-se — Dumbledore indicou as duas cadeiras à sua frente.

— Não gosto de enrolações, então vamos direto ao ponto — Astoria disse, assim que sentou-se — Qual é o meu nome? Eu estou falando do meu nome verdadeiro, e não desse que me deram.

— Asty, eu não sei do que você... — o seu pai tentou dizer.

— Eu sei que você não é o meu pai. Eu sei que eu sou uma Potter.

Os dois adultos ficaram em silêncio. Os ex-diretores dos quadros empertigaram-se em suas molduras, interessados em escutar o desfecho daquela conversa, como se fosse um episódio de uma novela mexicana.

— De onde tirou isso? — perguntou Alderamin.

— Ele me disse — ela indicou o diretor.

Sentiu-o forçar caminho por entre as suas memórias e reuniu as suas forças para impedi-lo, apertando com força o braço da cadeira.

— Tenho certeza de que há alguma norma no regulamento da escola que impeça os professores desta escola de usarem legilimência em seus estudantes, violando a sua privacidade — Astoria disse em voz alta com tranquilidade.

Dumbledore não respondeu à sua ameaça.

— Não há nada pra me dizerem? Ótimo — ela empurrou a sua cadeira para trás, levantando-se.

— Querida, espere — o seu pai estendeu a mão para pegar a dela.

— Não. Eu não vou ficar para ouvir as suas mentiras. Eu quero a verdade.

Foi só quando girou a maçaneta da porta que ele voltou a falar.

— Heather.

As meninas eram verdadeiras videntes.

— Eu sinto muito — continuou Alderamin.

— O que aconteceu com a Astoria? — perguntou Heather.

Então ele a contou tudo.

Sobre como Astoria nasceu com uma doença hereditária, que sua mãe também tinha, mas que diferente dela não resistiu por tanto tempo.

Como Dumbledore precisava que alguém cuidasse de Heather, já que os Dursleys não aceitariam cuidar de duas crianças bruxas já tendo um filho, e McGonagall o convenceu de que levá-la a um orfanato não poderia ser a primeira opção.

Considerando o que aconteceu com Scarlet e Dianella, de fato o orfanato não era uma boa ideia.

Ela estudava um ano abaixo de Harry por causa da data de nascimento de Astoria, o que já imaginava. Porém tinha nascido no mesmo dia que o irmão, o que já sabia.

— O que aconteceu com a mãe dela? — ela perguntou.

— Eu não sei, e prefiro não saber — respondeu Alderamin com sinceridade.

— Agora que as coisas já foram esclarecidas — disse Dumbledore —, creio que deveríamos conversar sobre o que aconteceu.

— Professor, eu acho que... estou começando a me esquecer de algumas coisas.

Ela não estava se esquecendo de nada.

— Do que se lembra? — ele pareceu intrigado.

Ficou em silêncio por alguns segundos, fingindo.

— De estar no Ministério da Magia — ela respondeu — E os aurores me levarem para uma sala de interrogatórios.

— Se estivesse no Ministério, teríamos sido notificados — disse seu pai.

Ela deu de ombros, sem dar maiores explicações.

— Estou cansada, senhor — disse Heather — Eu só quero ir para casa.

Era uma sorte que Snape não estivesse lá, ou ele teria percebido o seu teatro no mesmo instante. Já tinha tentado uma vez e ele só deixou passar porque era uma oportunidade de tirar 10 pontos da Gryffindor, mas deixou bem claro que sabia o que ela estava fazendo.

— Senhorita Greengrass, antes de ir gostaria de pedir para que deixasse as coisas como estão — disse Dumbledore.

Ele era mesmo um manipulador filho da...

Será que Amber, Scarlet e Jilian estariam passando pela mesma coisa naquele instante?

— Eu não entendi, professor.

O diretor teve a decência de parecer constrangido.

— Sobre Harry Potter — ele disse — Eu não acho que ele deveria saber sobre seu parentesco.

— Por quê? — ela perguntou.

— Não acredito que seria bom, considerando que muitos de seus colegas de casa são filhos de Comensais da Morte.

Deveria ficar espantada com o seu preconceito escancarado com a Slytherin?

Ela já estava acostumada.

— Falsidade ideológica não é crime, professor? — perguntou Heather — Eu não posso me apresentar com documentos de outra pessoa, como tenho feito nos últimos anos. Eu poderia ser presa.

— Isso não vai acontecer — disse Dumbledore.

— Tenho a impressão de que não tem mantido uma boa relação com o ministro nos últimos tempos.

— Não se preocupe, a nossa família ainda tem uma reputação — Alderamin interviu.

"Cale a boca, pai".

— Corrupção? — ela retrucou — Essa é a solução? Até onde todos sabem, eu sou uma bastarda, valho tanto quanto uma sangue ruim.

Podia imaginar o tapa que as garotas lhe dariam por usar aquela palavra.

O diretor não a repreendeu. Os professores nunca repreendiam os seus estudantes por usarem aquele tipo de linguajar. Pelo menos ela nunca viu isso acontecer.

— As coisas não são bem assim, Asty — disse o seu pai — Você ainda seria sangue pura, independente de ter sido concebida fora do casamento. Acha que isso importa para essa gente? Sangue está sempre acima de tudo.

Eles sempre teriam uma palavra para retrucá-la.

Hora de lavar roupa suja.

— É por isso que você tem ido à casa dos Nott nos últimos tempos?

Alderamin não conseguiu fingir confusão com a sua acusação implícita.

— O retorno d'Aquele que não deve ser nomeado tem sido comentado por todas as partes — ele disse — Estou tentando proteger a você e a sua irmã.

— Com um contrato de casamento? — ela perguntou — É assim que vai me proteger, paizinho? Justo você que sempre me disse que não pôde casar-se com a mulher que amava por causa de seus pais?

Golpe baixo.

Não conseguiu sentir pena ou culpa pela expressão no rosto dele.

— Estou fazendo o que é melhor para você — ele murmurou.

— Não, não está. Se estivesse fazendo o que é melhor para mim, me deixaria falar com Harry — ela retrucou — Teria me contado a verdade, e não me deixado descobrir sozinha que mentiu para mim.

E então ela virou-se na direção do diretor.

— Mas é tudo pelo "bem maior", não é, senhor?

O silêncio na sala após suas palavras foi gritante.

— Não vou mudar os seus registros — disse Dumbledore, por fim.

— Não responderei a quem me chamar por "senhorita Greengrass" — Heather replicou — Seja professor, diretor, ministro da magia ou o raio que o parta.

Sabia que não duraria muito a sua rebeldia, infelizmente.

Em algum momento ela teria que responder aos seus professores.

Sabia que chegar e falar "chamem-me de senhorita Potter a partir de agora" não era prudente. Acabaria saindo como louca, mentirosa, entre outros adjetivos nada elogiosos.

— Espero lá fora — ela saiu do escritório, indicando que gostaria de ir embora.

Mas ela era uma sonserina, não era?

Heather descobriria uma forma de superar aquela dificuldade.

Ela sempre fazia isso.


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