Parecia um cenário perfeito de cartão postal. Uma pequena casa com cerca branca, a caixa postal colorida com margaridas e rosas...

— Pegou tudo? – Penelope Alvez saiu com uma das filhas nos braços. – Luke!

— Oh, desculpe, faltou isso. – Ele apareceu com uma flor no cabelo e sorriu. – Eu achei que Emily havia dado o dia para você ficar em casa.

— Talvez eu quisesse ir trabalhar hoje. – Penelope deu de ombros. – Sério, Isabella e Antonella estão com quase quatro anos e eu só quero tentar voltar ao meu antigo ritmo.

Havia sido uma mistura de emoção nos últimos cinco anos. Tudo começou logo depois de Luke chamar Penelope para sair na despedida dela da BAU. Eles saíram, acabaram dormindo na praia e fizeram amor.

Não era preciso ser um gênio para descobrir que Penelope não ficou nem seis meses no novo emprego antes de pedir para voltar. A saudade de toda a equipe bateu muito mais fundo e ela acabou descobrindo que ela poderia fazer os dois trabalhos.

Luke, Penelope, Isabella e Antonella chegaram a BAU, com Emily e JJ felizes pelas garotas estarem por lá, mas Emily ergueu uma sobrancelha para Penelope.

— Eu achei que você aproveitaria o dia hoje, Penelope. – Emily abraçou a amiga. – Se eu não me engano o nosso arranjo de trabalho era esse.

— Bem, eu queria pegar algumas coisas no meu escritório e Luke aqui ainda trabalha. – Pen sorriu. – E como vai esse bebê?

— Querendo pular para fora da barriga. – Emily sorriu. – Pode ser o terceiro e pode ser a terceira garota, mas Hotch está convencido que ele foi feito para ser pai de garotas.

— Sim, e Emily disse que Hotch usa rosa e se vestiu de bailarina. – JJ disse. – Oi Spence.

— Oi, JJ. – Reid passou com a tabela de bebês da BAU. – Onde eu penduro isso?

— A tabela de bebês? – JJ olhou para o nome de Reid marcado em uma casinha. – Spence...

— Max e eu vamos ter um bebê. – Reid falou como se fosse a coisa mais normal.

— Tio Spencer, você vai ter um bebê? – Isabella foi pega por Reid. – Eu posso brincar com ele?

— Você sabe que bebês não são bonecos, não é? – Reid viu a cara da menina. – Sim, você pode brincar, mas quando nascer.

— Mãe. – Antonella puxou o vestido de Penelope. – Como os bebês nascem?

Pen e Luke se entreolharam, um pouco envergonhados e depois de pensar eles resolveram responder a única coisa que pensaram.

— Repolho. – Os dois sorriram e Penelope podia jurar que o mundo dela virou um pouco.

Depois de mais um dia de trabalho, Luke e Penelope finalmente chegaram em casa com as meninas. Com David Rossi finalmente aposentado, Spencer se tornou o segundo no comando.

JJ agora era a chefe da equipe, uma vez que Emily foi promovida a diretora do FBI.

— Primeiro de tudo, banho e escovar os dentes. – Penelope retirou a comida do jantar. – E aí? Quer ter outro filho? 

— Duas já são terríveis. – Luke brincou. – Quer acrescentar uma terceira?

— Se você quiser... – Penelope deu um olhar cheio de paixão para o marido.

Eles haviam se casado duas semanas depois de Penelope descobrir a gravidez e Luke não poderia estar mais feliz. Ele sempre quis ter filhos e ter filhos com a mulher que ele amava era um sonho que havia se concretizado.

— Mamãe! – Bella chegou com sua pasta de dentes sabor uva. – A minha pasta acabou.

— Aqui. – Luke abriu a gaveta e pegou uma nova. – Aproveite.

— Valeu, pai. – Isabella deu um beijo em seu pai. – Oi, Roxy.

— Acordou bebê? – A cachorrinha deu um latido. – Oh, vem com a mamãe.

— Você a mima demais, P. – Luke a abraçou. – Oi bebê do papai.

Sergio se fez de ciumento para ganhar um afago na barriga. Os dois estavam um pouco mais velhos do que quando se conheceram.

— Pai, conta uma história para mim? – Antonella pediu. – Aquela história do príncipe e da princesa?

— Certo, mas apenas se as duas pequenas borboletas estiverem na cama. – Luke viu as duas garotinhas se deitarem na cama. – Era uma vez um príncipe chamado Luke e uma princesa chamada Penelope. O príncipe Luke era apaixonado pela princesa Penelope, mas ela não gostava do príncipe, ou pelo menos deixava transparecer isso.

— Deixa que eu continuo. – Penelope se sentou ao lado da outra filha. – Um dia, a princesa e seu irmão foram raptados por um bando de homens maus e então, o príncipe percebeu que estava apaixonado pela princesa e a princesa pelo príncipe. Se passaram alguns meses e o príncipe finalmente teve coragem em pedir a princesa para jantar com ele.

— Eles combinaram como um bombom de licor e então, eles finalmente disseram um ao outro o quanto eram apaixonados um pelo outro. – Luke sorriu para Penelope.

— Os dois tiveram duas pequenas princesas de primeira. – Penelope continuou. – Se passou mais de quatro anos e a princesa se tornou a rainha do castelo e descobriu que logo teria um terceiro bebê com o seu marido que agora era rei.

Luke olhou para Penelope com total admiração. Ele já deveria imaginar que o motivo pelo qual ela brilhava era porque ela estava novamente grávida.

— E as princesinhas gostaram da novidade? – Isabella olhou para os pais.

— Bem, a rainha não sabia disso porque eles ainda não haviam discutido com as filhas sobre ter um irmãozinho ou irmãzinha. – Penelope olhou para as filhas dormindo. – Boa noite, princesa Bella. Boa noite, Princesa Antonella.

Luke e Penelope saíram para o corredor, desligando as luzes do quarto das filhas. Quando Penelope se virou, Luke a puxou carinhosamente para seus braços e sorriu. Ele não podia acreditar que sua Penelope estava grávida de novo.

— Quando iria me dizer, senhora Alvez? – Luke perguntou, feliz com a notícia. – Ou estava esperando eu descobrir?

— Bem, você é o profiler, Luke. – Penelope o beijou e sorriu. – Eu esperava que fizesse seu trabalho.

— Foi por isso que resolveu ir ao seu escritório hoje? – Luke não sabia se ria ou chorava de emoção. – Deixe-me ver.

— Anda está no começo, Luke. – Penelope levantou a blusa e já dava para ver o pequeno solavanco. – Esse é o seu filho ou filha.

— Perfeita. – Luke beijou Penelope e sorriu. – Pequeninha, eu sou seu papai. Eu vou ser tão superprotetor quanto com as suas irmãs.

— Como tem certeza que é outra garotinha? – Penelope perguntou. – Achei que fosse querer um menino para você ensinar a jogar futebol.

— E quem disse que eu não posso ensinar futebol a minhas filhas? – Luke sorriu, vendo Penelope entender. – Afinal, eu posso colocar nossas garotas no futebol e você no bale.

— E você vai vestir um tutu e dançar com elas. – Penelope provocou.

— Sem dúvida nenhuma. – Luke afirmou.

Aquela foi a última conversa da noite, antes que eles se entregassem a paixão.

Luke estava certa. A terceira herdeira também foi uma menina a qual chamaram de Anne.

Reid teve um menino alguns meses antes assim como Emily e Hotch tiveram outra menina.