Borderline escrita por max


Capítulo 1
Expresso Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Casal nada convencional, mas eu tive um sonho gigantesco sobre eles e quis escrever, até porque é fora da minha zona de conforto.

Não será uma história longa, no máximo dez capítulos.



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Snape bufou pelo que parecia a sexta vez naquela manhã nublada. Seu pai era incompetente o suficiente para levá-lo até a estação, então não se surpreendeu ao ver os vagões já cheios de crianças falantes e irritantes.

Procurou a cabeleira vermelha dentre elas, mas desistiu ao ver que perderia muito tempo.

Continuou caminhando pelos corredores dos vagões, com sua capa arrastando-se pelo chão e seu olhar duro a procura de uma cabine solitária.

Por fim, ao final do último vagão, encontrou o que poderia melhor se adequar às suas expectativas. Havia um garoto dormindo no canto, mas fora isso, era o lugar perfeito para não ser perturbado.

Observou melhor o outro, antes de tirar seu livro de poções da bolsa. Embora fosse alto, era franzino demais para ser um secundarista, ainda que o rosto abatido e com algumas cicatrizes pudesse envelhecê-lo para quem olhasse rapidamente.

Eliminou-o como ameaça e voltou-se para o livro, os olhos brilhavam de excitação ao voarem pelas palavras escritas por Zygmunt Budge, enquanto uma leve garoa ameaçava cair lá fora.

A leitura tornou-se menos prazerosa à medida que seus olhos ora focava no menino, ora no livro. A tremedeira do outro já estava lhe irritando, era uma péssima distração, embora Snape fosse bom em se isolar em sua leitura. Compadeceu-se ao retirar sua capa e cobri-lo, sem acordá-lo. Não era de seu feitio, mas a expressão pálida e as mãos trêmulas já estavam lhe dando nos nervos.

De repente, a leitura havia perdido a graça. Divagou sobre o garoto, perguntando-se se ele estava condicionado a alguma doença. Depois, perguntou-se porque se importava? E, por fim, vagueou tempo demais, sem ao menos perceber que os olhos castanhos lhe encaravam com curiosidade.

— Obrigado — Remus o tirou de seus devaneios, com o tom baixo e doce. 

Snape apenas arqueou uma sobrancelha, dando de ombros. Estava pronto para colocar o livro ao rosto e esquecer que tinha companhia, quando o garoto lhe ofereceu um pedaço de chocolate.

Detestava doces, mas algo no olhar do colega brilhava como um cachorrinho pidão, e embora não gostasse de deixar entrelinhas para uma possível amizade, aceitou de bom grado. Primeiro porque havia se atrasado ao ponto de não poder tomar café da manhã e, também, porque não queria chateá-lo ao ponto de quebrá-lo. Afinal, o garoto parecia que a qualquer momento desabaria sobre si, seja de exaustão ou desconsolo, e no momento procurava tranquilidade.

O menino parecia ter entendido seu objetivo, pois não falou mais nada durante a viagem. Para Snape, aquele fora um dos poucos dias em que teve a tranquilidade que tanto almejava. Para Remus, fora só mais um dia silencioso, porém, surpreendentemente agradável.


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