Tinha sido uma idéia de jerico ter saído sozinha para passear em Seoul às 16h. Agora eram 16h40, a noite já havia caído e ela estava perdida em um lugar totalmente estranho e potencialmente perigoso.

Viu dois rapazes sentados em frente a um portão, apesar do frio que fazia, e pensou em pedir ajuda, mas ao fitar os olhos deles começou a ficar com medo. Eles então se levantaram e começaram a caminhar na sua direção, Mila então deu as costas a eles e começou a caminhar rapidamente pelo caminho por onde tinha vindo, mas os rapazes começaram a andar também mais rápido, claramente seguindo-a. Ela então começou a correr, virando a esquerda no fim da rua. Era por aqui que eu tinha vindo? Ela pensou rapidamente, mas não reconhecia nada naquela rua deserta. Olhou para trás e viu os homens também correndo atrás dela.

Com o coração agora saindo pela boca, ela virou a direita em uma rua estreita, mas os homens a alcançaram e um deles a puxou pelo capuz da blusa, quase a fazendo cair.

Se reequilibrando, ela empurrou o braço do homem, fazendo-o soltar seu casaco. Andando de costas e olhando para os homens, ela acabou encostando na vitrine de uma cafeteria, que parecia fechada.

—- O que vocês querem? -- Mila perguntou em coreano.

—- Calma gatinha, a gente só quer te ajudar. Você parece perdida. -- Um deles respondeu, enquanto o outro soltava uma risada de escárnio.

Os dois começaram a se aproximar ameaçadoramente dela que não tinha pra onde fugir e ela só pensava que o mínimo que eles fariam com ela seria rouba-la, mas não tinha esperança que eles fizessem só isso.

O som de uma porta se abrindo e fechando logo em seguida, chamou a atenção de todos que viraram a cabeça em direção aos sons.

Era uma mulher baixa, na casa dos 40 anos, que havia saído da cafeteria. Parecia inofensiva, não fosse pelo taco de baseball que segurava.

—- Posso ajudar os cavalheiros? -- Ela disse, batendo o taco em uma das mãos de forma ameaçadora.

—- Não é nada com você tia. Não se mete. -- Um dos homens respondeu.

—- Primeiro, que eu não tenho sobrinhos, então não sou sua tia. Segundo, que acabei de ligar pra polícia e eles estão vindo pra cá, além das câmeras de segurança estarem apontadas bem pra vocês dois, tanto essa de fora. -- Ela apontou com o taco pra uma câmera onde piscava uma luz vermelha. -- Quanto a de dentro da loja, que inclusive grava muito bem com pouca luz. O que vai ser?

Os dois homens se entreolharam e nesse momento ouviu-se ao longe uma sirene de Polícia. Os dois saíram correndo dali, deixando Mila e a mulher sozinha.

—- Você está bem querida? --  A mulher se aproximou dela.

Mila queria responder que sim, mas ainda estava bem abalada. Foi tentar dar um passo em direção a mulher, mas as pernas bambas a fizeram tropeçar e cair. De repente, tudo em volta começou a se fechar em um túnel escuro.

Ela desmaiou.

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Sentindo um cheiro forte perto do nariz, Mila foi recuperando os sentidos.

—- Tia, acho que ela está acordando! -- Pode ouvir uma voz masculina próximo dela.

Tia? Ela lembrou instantaneamente dos rapazes que a estavam ameaçando a pouco e, em um instinto protetor, abraçou -se tentando se proteger, antes mesmo de abrir os olhos.

—- Calma moça. Ta tudo bem. Ninguém vai te machucar aqui. -- a voz num tom calmo disse, agora ainda mais próximo.

Mila foi abrindo os olhos devagar e se deparou com um sorriso muito brilhante, sorrindo muito de perto.

—- Onde eu estou? Que-que-quem é você? -- Perguntou ainda com a voz trêmula.

—- Você está na cafeteria da tia. E eu? Eu sou Jung Hoseok, muito prazer.