O Vampiro - E a princesa da Torre. escrita por Maddox


Capítulo 4
02


Notas iniciais do capítulo

Narrado por Leonhardt.



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—  Casamentos são tão bonitos. —  Murmura a voz doce e infantil de Melody caminhando dentro da igreja com a saia de seu vestido longo arrastando ao chão.

Lá estava eu, em meus quinhetos anos de vida arrumando arranjos de flores ao lado de Salvati, dentro de uma igreja católica. Parece irônico um vampiro dentro de uma igreja, mas por nossa sorte o padre não era Fabian. Um padre de coração puro que não gostava de mim, obviamente por razões lógicas. Agora, o que um vampiro de quinhetos anos estaria fazendo em uma igreja católica ? Arrumando para casamento de sua filha adotiva.

Salvati veio até mim, me ajudando a formar um arranjo mais bonito. Ele era meu primo, por assim dizer. A quinze anos encontramos a garota que chamamos de filha, Uma pequena aldeia estava sendo invadida. geralmente não nos envolvemos mas ao notar que ela seria vítima de abuso, nós dois nos metemos matando os agressores. Os pais da menina já estavam mortos então o que me restou foi cuidar da criança. Que hoje se tornaria mulher de alguém.

Ah sim, o jovem rapaz Henry. Bom moço, de boa família e tinha a mesma idade que ela, vinte e dois anos. Não se importava com o fato dela não ter a idade que os humanos costumavam considerar ''ideal'' para se casar, ele a amava e ela também, embora ele tivesse feito o pedido formal de namoro e casamento, só aceitei por  ver que minha doce Angeline se sentia bem perto dele.

Angeline, esse não era o nome dela quando a conheci, porém em meio a tanto sangue, a tanta tragédia a criança ainda teve coragem de chamar a mim e a Salvati de anjos. Então, apenas a batizei com algo que lembrasse anjo.

Quando tudo arrumado para receber o casamento, as flores perfumando bem o ambiente, Salvati e eu fomos para casa, não era tão longe dali, fomos a pé mesmo pois a carruagem estaria em casa. Ao chegar e subirmos as escadas, lá estava ela. doce menina sentada em uma cadeira, com um vestido longo branco de frente para um espelho. Ela viu o meu reflexo e o de Salvati, nisso abriu um sorriso. Passei as mãos em minhas madeixas ruivas encaracoladas e em seguida cruzei meus braços. Já Salvati foí até uma cadeira cruzando as pernas, o homem mais alto e de aparência física mais forte que eu, pele bronzeada e olhos verdes, inclinou a cabeça e repousou sobre a mão com antebraço apoiado no braço da cadeira.

— Ainda não consigo acreditar que irei mesmo me casar.. — Dizia ela voltando a se olhar no espelho, então me sento em outro banco a observando.

— Você não precisa se desesperar, ainda dá tempo de desistir.

— Ah papai! — Ela se vira cruzando os braços para mim —Henry é um homem muito gentil, carinhoso e doce.

— Pra uma garota, é sim. — Digo abaixando um pouco o olhar, apenas sinto um soco do ombro vindo de Salvati.

— Você está linda Angeline, não ligue para Leonhardt, ele só está com ciume porque nunca irá se casar.

— Eu não ligo para o amor. Casamento só serve para uma coisa e essa coisa eu consigo com qualquer mulher.

Naquele pequeno instante Salvati suspirou e ficou me olhando com ar de reprovação.

— Tá mas, e vocês dois... vocês sempre foram muito proxímos... — Ela diz sorrateiramente enquanto se levanta. — Eu sempre vi vocês dois como uma mãe... e um pai.

— Hã? — Arqueio minha sobrancelha não entendendo o que a menina queria dizer.

— Sabe, é que eu sempre tive curiosidade para saber se, vocês dois... já que existem a mais de cem anos juntos... se já fizeram coisas de... homem e mulher.

— Não! — Digo erguendo a cabeça. — Pode parar com essa conversa, mocinha.

— Claro que não. — Diz Salvati passando a mão em meu ombro. — Leonhardt não aguentaria um minuto se quer comigo.

— Quer apostar? — Digo virando meu rosto para ele, e logo noto a situação.— Não, espera. ficou louco?

— Então dá mesmo para dois homens fazerem? — Ela questiona curiosa — Me digam, como? com detalhes.

Um silêncio brotou naquele comodo, e tudo que eu esperava era um milagre, e enfim ele veio após alguns segundos. Melody abriu a porta saltando de alegria segurando uma coroa de rosas sem espinhos.

— Aqui aqui aqui olha que eu fiz.

— Graças a Deus. — suspiro aliviado passando a mão sobre meu peito. 

— Agora sério papai. —Diz a jovem indo até Melody, se abaixando para receber a coroa de flores. mantenho meus braços cruzados enquanto observava a tal cena. 

— Sério o que? 

— Vocês dois não pretendem casar com nenhuma mulher, ou homem... ou juntar entre si? 

A menina parecia mesmo curiosa, mas eu realmente não tinha nenhu interesse romântico com nenhuma mulher ou até mesmo com Salvati, na realidade a única mulher com quem me envolvi por algum tempo foi Nefertari, sua irmã mais nova, porém a relação não dava certo. ela e Melody tinham uma relação de ódio que ainda não conseguia compreender bem.

— Angeline, para que eu tenha interesse em alguma mulher tem que ter haver duas coisas, Dinheiro envolvido ou no mínimo amor. Amor ''romântico'' eu nunca senti por nenhuma mulher. então eu... — Acabo olhando que estavam os três prestando atenção em cada palavra minha, o que me faz ficar com os olhos semi-serrados e um tanto chateado. Me levanto indo até a minha então filha a dando um leve penteleco na testa.

— Minha vida amorosa não é da sua conta, se um dia acontecer, vai acontecer.  

— O senhor tem medo, não tem? De ficar sozinho.

— Eu não tenho medo de ficar sozinho! — Digo me virando de costas indo até a porta. — Arrume-se, os convidados irão chegar na igreja em breve.

 


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