Libertinamente Marotos - HIATUS escrita por Lady Anna


Capítulo 7
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Voltei meus consagradxs! ~Palmas para a autora que está cumprindo a meta de postar todos os sábados~
Enfim,capítulo imortante que mostra o início da interação dos nossos queridos casais!
Kiss, Anna.



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"E sei que estou apenas no início de um largo caminho de amor, que começa aqui dentro e exala cheiro de flores e confusões." Caio Fernando Abreu

 

Dorcas olhava fixamente para o chão da carruagem de Remus e segurava o casaco com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos.

—Está tudo bem com a senhorita? –Dorcas levantou a cabeça e observou Remus. Sentado no outro banco da carruagem, sua pose era completamente descontraída . Alguns fios de seu cabelo caiam desgrenhadamente na testa, a gravata estava solto no pescoço e o colarinho da camisa aberto, na mão segurava um copo de whisky pela metade. Como ele conseguia estar tão calmo depois daquela situação deplorável?

—Sim.

—Tem certeza? –Remus não costumava insistir com as pessoas, mas Dorcas claramente não estava bem. Seu rosto estava pálido, as bochechas vermelhas demais, o corpo encolhido no banco e a respiração descompassada.

—Eu já disse que está tudo bem. –O tom raivoso de Dorcas deixou claro para Remus: ela não estava nada bem.

—Ok. Tudo bem. –Remus decidiu lidar com aquela situação como lidava com os homens mais ricos que iam a seu clube: eles sempre tinham razão. Bastava concordar com eles e lhes dar o que queriam que ficavam satisfeito. Mas, o que Dorcas queria? Talvez uma bebida. –Tome.

Dorcas olhou de olhos cerrados para o copo que Remus a ofereceu. Um homem nunca tinha oferecido whisky para ela.

—Não, obrigada. Eu nunca tomei isso. Não é uma bebida de damas. –Apesar da resposta programada de Dorcas, era evidente a vontade dela de beber.

—Bem, eu não me importo com as regras sociais, pelo menos não agora. Beba. –Remus disse com um sorriso encantador.

—Obrigada. –Dorcas pegou o copo e começou a virá-lo.

—Calma aí. –Remus chegou perto de Dorcas e pegou o copo da mão dela. Ela tossia descompassadamente –Isso é forte. Se você beber de uma vez vai engasgar.

—Acho que eu percebi isso da pior forma possível. –Apesar das lágrimas nos olhos, Dorcas tinha um sorriso amigável no rosto e Remus teve certeza que ela era linda de qualquer forma.

—Sim. Melhor?

—Claro, obrigada. –Remus percebeu que ela estava realmente sendo sincera. –E me desculpe por fazê-lo ir para casa antes do programado.

—Sem problemas, senhorita. Não foi sua culpa, a Srta. Vance ficou deveras descontrolada.

—Bem, sim. Mas, você sabe que o que ela disse sobre meu vestido e joias é verdade. Até está me cortejando. –Diante da expressão de surpresa de Remus, Dorcas revirou os olhos. –Não finja que há outros motivos para querer casar comigo além do meu sangue azul.

—A senhorita é sincera. Gosto disso. –Remus fez uma pausa para organizar as ideias. –Realmente, estou te cortejando porque quero uma noiva de sangue azul, mas esse não é o único motivo. Há coisas mais importantes.

—Como o quê? –A curiosidade de Dorcas sempre vencia sobre sua discrição.

A carruagem parou e o cocheiro avisou-lhes que haviam chegado a mansão Meadowes.

—Posso lhe dizer amanhã em um passeio pelo parque. O quê acha?

Dorcas abriu a boca, mas voltou a fechá-la, afinal não sabia o que responder. Ela precisava se casar o mais rápido possível e o Sr. Lupin não lhe parecia mais um homem desqualificado e deplorável como a alta sociedade, às vezes, o classificava.

—Bem ...eu...

—Ora vamos, não pode ser tão ruim um passeio comigo.

—Somente porque o senhor me ajudou hoje eu aceito. – Remus abriu a porta e saiu para oferecer sua mão a Dorcas. –Eu... hã... terei de ficar com o seu paletó.

Remus sorriu com a vermelhidão das bochechas de Dorcas.

—Sem problemas, Srta. Meadowes. Eu voltarei ao baile e pedirei para algum dos empregados dizer a seus pais que viu a senhorita vir para casa em um coche de aluguel.

—Muito obrigada, Sr. Lupin.

—Por nada, milady. –Remus pegou a mão de Dorcas e a levou a boca, deixando um beijo singelo sobre o dorso. O gesto, apesar de normal, deixou Dorcas vermelha novamente. –A vejo amanhã, Srta. Meadowes.

 

 

Se Marlene achou Lorde Black gentil por ajudá-la, ela já o odiava de novo e tudo devido à duquesa de Secorfly, mãe do duque. A mulher era simplesmente insuportável e implicara com Marlene assim que ela botara os pés na mansão.

—Quem é essa Sirius? –Resmungara a duquesa. –Já lhe disse que não quero que traga suas companheiras sexuais para minha casa. Você decaiu demais Sirius, ela nem ao menos sabe se vestir apropriadamente.

Marlene ficara estupefata com a declaração da mulher, mas Lorde Black apenas revirara os olhos.

—Não fale assim com a Srta. McKinnon, ela é uma dama de companhia que provavelmente trabalhará com a senhora. Não quero que a trate como nada menos que uma igual, entendido? Além disso essa casa é minha e eu posso fazer o que quiser nela.

—Sim, Lorde Black. –Disse a duquesa amargamente. – Sua Graça pode fazer o que quiser, mas nunca será um duque melhor que seu irmão. Ele sabia ser um duque de verdade.

Marlene teve certeza que viu tristeza nos olhos de Lorde Black, mas ela sumiu tão rápido quanto apareceu.

—Eu não ligo para sua opinião, Sua Graça. –Respondeu acidamente Sirius–Seja gentil com Marlene ou irá morar em uma de nossas propriedades rurais isoladas.

A duquesa se levantou da cadeira onde estava sentada e se dirigiu à porta, mas antes de sair disse:

—Marlene? Já está a chamando pelo primeiro nome? Apenas uma dama de companhia, é claro. Que Deus nos ajude.

Quando a mãe saiu da sala, Sirius suspirou pesadamente e se jogou na cadeira enquanto pegava uma garrafa de whisky e a abria.

—Me desculpe pela minha mãe, ela não é muito...sociável.

—Tudo bem, já estou acostumada a receber o ódio de velhas carrancudas. –Marlene aceitou o copo de whisky que Sirius ofereceu e o virou em um só gole. –A Sra. Evans também não gosta de mim.

—Bem, minha mãe não gosta de ninguém e pelo que percebi a Sra. Evans somente se importa com casar a Srta. Evans comigo. E você estava ajudando. –Acusou Sirius.

—Realmente. –Marlene se sentou em uma poltrona e serviu-se de mais um copo de whisky. –Mas não fiz isso porque queria prejudicá-lo, eu preciso do salário.

—Tudo bem, você não fez nada que várias damas já fizeram.

—Mas Lily também não concorda com esse plano.

—Isso eu percebi. –Sirius deu uma risada que soou como um latido. –Aquela garota é formidável, uma alma livre.

Marlene e Sirius riram como se alguém tivesse contado uma piada e em seguida se encararam até Marlene desviar os olhos.

—Bem, acho melhor eu me deitar. Amanhã será um longo dia acompanhando a duquesa. –Sirius concordou sorrindo, mas abaixou a cabeça com a menção da mãe. –Não fique assim, você sabe que nada que ela disse é verdade.

—Eu sei, é? –Sirius se levantou e ficou frente a frente com Marlene. –Meu irmão era um hipócrita que escondia da família todos os erros e por isso todos o amavam, mas eu sou somente um libertino inescrupuloso, como a senhorita disse.

—Você não é um libertino inescrupuloso, apenas aparenta ser. –Marlene o encarava de braços cruzados–  Sabe por quê? Porque se fosse um homem inescrupuloso não teria me ajudado.

—Então a senhorita não me considera inescrupuloso, apenas libertino? –Sirius se aproximou mais de Marlene e segurou seu queixo na mão, desenhando o contorno dos lábios dela com um dedo. –Você é muito esperta e ousada Marlene.

—Você nem imagina o quanto Sirius. –Dizendo isso, Marlene mordeu de leve o dedo de Sirius fazendo-o arregalar os olhos com a provocação. –Boa noite.

E Sirius sorriu ao vê-la subir as escadas as pressas, mesmo antes que alguém lhe dissesse onde era seu quarto.

—Elise! –Sirius chamou uma das criadas da mansão. –Arrume um quarto para a Srta. McKinnon.

—Qual, Sua Graça?

—O quarto de hóspedes ao lado do meu.

 

 

—Você terá de se arrumar sozinha amanhã Lily. –Disse a Sra. Evans assim que os Evans chegaram em casa. –A imprestável da minha camareira não conseguirá arrumar nós duas, mas fique tranquila que amanhã mesmo eu contratarei outra acompanhante para você.

Lily revirou os olhos e ignorou a mãe, afinal ela já estava cansada de discutir. Depois que eles haviam deixado Marlene tudo piorara e sua única salvação foi Lorde Potter, mas ela não sabia como agir sabendo que ele estava sendo gentil apenas devido a situação desastrosa que haviam se envolvido. Pensando bem, quase podia-se dizer que eles se tornaram amigos.

Flashback on

—Ora Sr. Potter, sua visão econômica é muito diferente da maioria da realeza. –Disse o Sr. Evans. –Fico feliz que não pense que somente o título baste.

Lily suspirou entediada. Pela décima vez. Aparentemente o nariz de Lorde Potter não havia quebrado  e após aquele evento catastrófico, ele e o Sr. Evans haviam engatado uma entediante conversa sobre economia e como a visão de Lorde Potter era incrível. Insuportável.

Ela e a Sra. Evans estavam escutando a conversa e sua mãe parecia nas nuvens por eles estarem recebendo atenção do magnífico conde de Rynnor, mas Lily sabia que ele estava lá somente para que Sirius pudesse ajudar Marlene (Lily percebeu a troca de olhares entre eles) e que após aquele baile ele nunca mais falaria com sua família.

Lily poderia estar em casa e se estivesse com certeza já teria acabado o romance que estava lendo e saberia se a mocinha conseguia...

—Lily! –Chamou sua mãe com a voz esganiçada. –Lorde Potter está falando com você!

—Oh! Sim? –Lily se voltou para Lorde Potter que parecia segurar o riso.

—Eu disse que como a senhorita está, evidentemente, entediada nós poderíamos dar uma volta pelo salão e quem sabe dançar uma valsa depois.

—Ah, eu...

—Ela adoraria! –Disse sua mãe batendo palmas inapropriadamente, mas Lorde Potter não se mexeu e manteve o olhar fixo em Lily esperando sua resposta. No fim, era a resposta dela que importaria para ele e Lily o admirou por isso.

—Ok. Tudo bem, vamos.

James sorriu com a resposta da garota e ofereceu seu braço a ela. Eles foram para a ala leste do salão e a Srta. Evans estava andando mais rápido do que o apropriado para aquele momento.

—Srta. Evans deve andar um pouco mais devagar. –James disse pomposamente, mas segurava o riso. Aquela garota parecia viver em um mundo só dela, onde bailes, danças, cavalheiros e suas conversas inexpressivas eram irrelevantes.

—Desculpe, estou um pouco...energética com os acontecimentos dessa noite. –Ela olhou para James e viu que ele segurava o riso. –Está zombando de mim Sr. Potter? Esta situação deve estar divertidíssima para o senhor!

—Ah sim, isso é muito divertido. –Quando James a convidou para dar uma volta percebeu que ela estava perdida em devaneios e então associou todas as ações da garota naquela noite: a Srta. Evans não havia sido treinada para aquilo a vida toda e estava fazendo o seu melhor em um ambiente estranho à ela. Ao conversar com Remus mais cedo James soubera que o Sr. Evans queria um título de nobreza na família e esse era o único motivo para que ela estivesse ali. –Diga-me: o que estava pensando mais cedo quando não me ouviu falar com a senhorita?

—Por que quer saber?

—Somente curiosidade. –James a puxou para a valsa que estava começando. –Parecia mais interessante que todo o baile.

—E é. Estava pensando no livro que estou lendo, ele é fantástico! A heroína é uma garota independente e que não espera ser salva, entende? E além disso, a história... –Ela estava tão sonhadora falando sobre o livro que perdeu o compasso da dança e pisou no pé de James. –Oh! Me desculpe.

—Tudo bem, eu não ligo. –Disse James concertando a postura de ambos. –Você estava dizendo que...

—Ah sim! A história! É envolvente, mas estou apenas na metade do livro e quando chegar em casa vou ter que virar a noite lendo porque não posso esperar até amanhã para saber se...

A partir daquela dança Lily não achou mais o baile tão chato e tudo devido ao Lorde Potter. Talvez, só talvez, ele não fosse tão ruim assim.

Flashback off


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Notas finais do capítulo

Bem meus queridos leitores é isso!
No capítulo que vem teremos beijo!!! De qual casal você acha que é?
Comentem e me contem a opinião de vocês.
Kiss, Anna.



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