Artemis escrita por Camélia Bardon


Capítulo 19
016. La voglia, la pazzia


Notas iniciais do capítulo

oie! Tardamos mas não falhamos com o encontrinho desses dois fofuxos ♥ o título do capítulo vem de uma música, que em tradução livre significa "O Desejo, A Loucura". Espero que vocês gostem!



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Uma?, questionaram-me as faias. Por acaso se esqueceu da primeira vez que o tocou? Naquele momento, o sol se calou. Eu não o julgava. Ele havia sido criado daquela maneira. Repeti para mim mesma: é uma questão de adaptação. Se eu pedisse ao sol que não me queimasse, ele o faria. Porque ele precisava tanto de mim quanto eu dele. Não era?

Fui embora de coração arrasado. Como as faias poderiam dizer algo tão terrível sobre o meu sol?

───── 16 ─────

— A gente acha um lugar, Diana. Fique tranquila.

Elio disse a mesma frase três vezes. Na quarta, também conhecida como essa acima, fui obrigada a colocar minha mão sobre seu braço como pedido de socorro. Ele resmungou um pedido de desculpas, e não pude deixar de me compadecer de sua pilha de nervos. Por isso, com toda minha tranquilidade interior, escrevi a solução no meu bloco de notas. “Vamos pegar um quarto e dividir o valor”. Simples assim. Elio me olha de esguelha enquanto banco minha melhor versão de quem mora em Las Vegas e sabe manusear um cartão de crédito. Em duas horas, temos um quarto e Veneza vira um aguaceiro daqueles. Parece o fim do mundo. O lanche que comi se revira no estômago, e fico torcendo para que ele fique bem quietinho onde está sem incomodar ninguém.

— Bem... A gente encontrou um lugar — Elio ri sem graça, espreguiçando-se na cama. Nossos quartos são vizinhos, então me permito ficar um pouco mais no dele enquanto a chuva castiga a cidade do lado de fora. Graças a Deus, a pensão não tem goteiras. Encontramos um lugar bem afastado do centro por uma pechincha. — Nossa, se eu... Soubesse que isso ia acontecer nunca sugeriria uma coisa dessas... Sinto muito, de verdade...

Calma. Tudo bem. Foi um ótimo dia. Está sendo, ainda.

Ele assente com a cabeça, distraído com questões que não estão ao meu alcance contemplar. Talvez ele esteja pensando sobre a pensão e em como planeja continuar na Itália, talvez esteja pensando sobre me decepcionar com a chuva, talvez ainda esteja pensando sobre o livro que não começou. Não posso ler sua mente, mas não hesito em fazer o que posso; repouso uma mão sobre a sua e abro meu melhor sorriso solidário. Diferentemente de pena, tento transmitir minha melhor energia de “estou aqui para o que der e vier”. Captando a essência do gesto, Elio sorri de volta com doçura. Sinto todos os cabelos do meu braço se eriçarem. Decididamente, é a minha perdição.

— Bem... Eles servem o jantar às 18h, se não faltar luz nem nada... A gente se vê no jantar?

Aquiesço, agradecendo mentalmente pela oportunidade de voltar a respirar.

Eu bato na porta.

— Vou tentar não te acertar.

Já pedi desculpas mil vezes por isso...

Elio gargalha, abrindo um sorriso que orna muito bem com o sol de seu nome.

Seus sorrisos significam “está tudo bem”.

Naquele instante, desejo vê-los a todo o momento.

 

Eu bato na porta e ninguém acerta o nariz alheio, apesar da nostalgia de nosso primeiro encontro informal estar presente mesmo sem um desastre. Ainda bem! Eu e ele caminhamos de braços dados para o “refeitório” da pensão, que não passa de uma extensão com mesas e bancos na cozinha. Ainda assim, a dona – que é uma senhorinha que me lembra duma versão feminina de Paolo – nos deixa muito à vontade. A maioria dos hóspedes não é italiana, então parece que estamos numa Torre de Babel hermeticamente vedada em Veneza. O que nos une é o olhar desconfiado que todos lançam ao teto quando as luzes piscam após um trovão. Elio parece notar meu desconforto, porque se aproxima um pouco para murmurar:

— Está tudo bem? Parece tensa...

Como sei que ele não vai entender se eu disser com as minhas palavras, resgato o bloco de notas e registro lá minhas queixas. “Não me sinto confortável com barulhos muito altos. Tipo os de raios e trovões e muita gente conversando em tom alto. Mas tá tudo bem, não precisa se preocupar e nem se culpar.” Daí, ele assente com a cabeça e come outra garfada de seu macarrão ao sugo. Atenho-me aos meus brócolis nadando no molho e sinto bem melhor.

— Posso fazer uma pergunta pessoal? — Elio indaga, e eu confirmo com a cabeça com uma olhada de esguelha. — Você... Nasceu muda ou ficou assim depois de algo?

Mordo o lábio um tanto pensativa. É um período longo até que consiga escrever tudo com calma. Ao menos, problemas de dicção não me atrapalham. “Tive meningite fortíssima quando era criança. A bactéria afetou bem mais a minha Área de Broca do que a de Wernicke, o que me deixou com a condição de afasia não fluente e uma leve sensibilidade auditiva. Eu compreendo muito bem o que falam ou o que leio, são os meus neurônios da Broca que não conseguem planificar as palavras para eu as produzir e dizer. Não é como um surdo que se comunica por meio de grunhidos. Eu já tentei, mas... Não vai. É impossível. A informação para no meio e eu continuo esperando por ela, mas não vem nada”.

— Entendi... Sinto muito...

Não precisa. Ainda tenho a oportunidade de ouvir. Não vou chorar pelo que não tenho. Estou bem assim.

Elio abre um sorriso que me faz agradecer pela dádiva da visão em igual quantidade. Mais um trovão ribomba lá fora, me provocando um estremecer pouco heroico. Trato de me apressar em comer o macarrão, porque tudo que quero fazer é me enfiar debaixo dos lençóis. Antes de sair correndo, porém, tenho o cuidado de avisar Nora do meu paradeiro. Ela parece já estar ciente da pancada de chuva, porque quando abro sua aba de mensagens já há uma lá perguntando se estou bem e se preciso de algo. Garanto que estamos bem e que já temos onde passar a noite, e obviamente isso não a impede de me mandar um emoji malicioso. Eu a amo tanto que só isso me impede de enchê-la de socos.

Terminamos de comer um tanto apressados para fugir da barulheira, porém Elio ainda assim faz questão de agradecer à dona e à cozinheira pela refeição e estadia. Penso que, assim como eu, elas tenham se derretido com a boa educação. Como o prédio não tem elevador, subimos as escadas para o terceiro andar degrau por degrau. Já estamos acostumados com o ritmo de nosso conjunto em Florença, mas o cansaço e a chuva nos deixam mais cautelosos. No corredor de nossos quartos, damos boa noite um para o outro e entramos para descansar um pouco.

Eu, pelo menos, não descanso em nada. Assim que deito minha cabeça no travesseiro, minha cabeça parece ligar na tomada e superaquecer. Sinto vontade de chorar. É de encher o coração de ódio quando precisamos de um descanso e a agitação se recusa a colaborar. A cada trovão que corta o céu, me reviro na cama. O pior é que nem posso aproveitar da agitação para escrever, porque meu notebook ficou em casa e não faço a mínima ideia de onde parei a narrativa. Resmungo ao me espreguiçar, decidindo que a melhor opção é pegar um copo de água na cozinha para ver se apago o fogo que se ateou sozinho dentro de mim.

Primeiro, um banho. Aproveito que o encanamento por aqui é todo a gás, para tomar um banho morno. Afundo-me na banheira sem molhar os cabelos, ignorando os lampejos de luz que passam pela janela sem cortinas. Não sei com exatidão quando é que foi que o meu medo de tempestades começou, mas lembro do episódio mais desgastante envolvendo esse problema. E mais gratificante, no entanto.

 

Eu tinha uns dezesseis anos. Donna deveria estar com os seus vinte. Ela chegava do trabalho depois das 22h, caixa de supermercado. Nunca fomos próximas como irmãs de alma, mas eu gostava de ficar acordada esperando até ela voltar. Era o meu jeito de dizer que eu a amava, e acredito que ela apreciava meus pequenos gestos. Em troca de eu esperá-la acordada, Donna me trazia algum salgadinho ou um chocolate. Daí ia tomar banho e deitava na cama ao lado com um projeto de jantar.

Naquele dia, entretanto, tivemos uma tempestade daquelas. Sedona tinha tempestades de verão terríveis, daquelas que te deixam com o cabelo em pé. Então, eu estava escondida debaixo das cobertas num duplo ataque de pânico – meu coração disparava a cada raio e a cada vez que eu lembrava que Donna ainda estava na rua sujeita a eles. Quando Donna chegou, encharcada dos pés à cabeça, a primeira coisa que fez não foi tomar banho. Ao ver o emaranhado de gente que eu estava debaixo das cobertas, ela veio me ver feito um monstro do lago.

Ei, Di, tudo bem aí? sua mão repousou em meu ombro com cuidado. Eu me lembro de estar tremendo dos pés à cabeça. Calma, é só água... Não vai entrar aqui.

Assenti com a cabeça, saindo de debaixo das cobertas para lhe dar um abraço apertado. Não liguei para a água que molhou meu pijama e nem com a sua falta de reação de início. Eu precisava daquilo. Meu coração batia tão forte contra o peito que eu tinha medo de que fosse rasgar minha caixa torácica e roubar meu ar. A chuva que pingava dela iria lavar meu coração, eu já estava vendo.

Calma repetiu ela, com mais delicadeza. Já estou aqui. Trouxe chocolate... Tudo bem...

Naquele dia, eu a amei com a força que meu coração batia contra o peito. E tenho meus palpites de que Donna amou ser necessária, mesmo que isso envolvesse ter que apaziguar a pirralha que estava atrasando seu sono. Ficamos abraçadas ali, enquanto minhas lágrimas se misturavam à água da chuva em seu uniforme. Ninguém mais poderia dizer que as irmãs Davies nunca foram unidas, porque a partir daquele dia sempre teríamos um olhar cúmplice a compartilhar.

 

Infelizmente, não há Donna agora. Só eu e a banheira. E a chuva.

E o copo d’água que disse que iria pegar.

Enrolo-me na toalha para alcançar o vestido de margaridas. Meu Deus, que coisa desconfortável para dormir. Tudo bem, a cavalo dado não se olha os dentes. Ao menos estou usando tênis. É claro que estou pisando por cima do solado, porque não tenho ânimo suficiente para calçar meias e afins. Respiro fundo, girando a maçaneta após hesitar por mais cinco minutos.

Toda a hesitação para eu me bater de costas com um corpo.

Grande noite.

Francamente, eu já estou farta.

— Isso é algum tipo de ritual ou o quê?

Para piorar, no susto acabo pisando no pé do meu interlocutor nada misterioso. Fecho os olhos e fico encarando o vazio sabendo que, mesmo que Elio esteja ali para me segurar – e por que ele tem de estar aqui bem agora? –, eu sempre vou ser esse desastre. Não sou atraente. Não consigo sequer me expressar com todo aquele jogo de cintura que as mulheres nos livros e filmes fazem com tanta maestria. É por isso que não escrevo romances: eu jamais faria parte de um. Não sei a que momento Elio coloca suas palmas das mãos em meus ombros, mas o contato me arrepia a ponto de eu sentir uma brisa gelada. Já não sei mais se o ar que solto pelos lábios trêmulos é medo e desconforto ou se há algo mais.

— Olá — ele sorri de lado. — Aparentemente pensamos na mesma coisa.

A quem estou tentando enganar? Eu sei exatamente o que acontece. E vou ficar louca.

— Ei, tá tudo bem...?

Engulo em seco, me desemaranhando da cama de gato que são nossas pernas. Acabamos rindo um pouco, mas isso não me impede de me sentir com o coração na garganta com minhas inseguranças. Sei que estou perdida. Seus olhos castanhos tão gentis e tão sinceros me mantêm numa rede magnética poderosíssima. Mais poderosa do que o medo que sinto. Meu coração bate forte, mas não mais de medo. Logo eu, que tanto odiava ser olhada, não fiz nada a não ser olhá-lo de volta. Muito bem, ele não era nenhum galã, porém quem me defenderia daqueles cabelos úmidos e encaracolados e daquelas sobrancelhas grossas unidas em compenetração apenas para me olhar?

Desvio o olhar para seu braço. Apoiado firme no batente da porta. As veias saltadas do esforço de...

De quê, meu Deus?

Volto a olhar seu rosto. E assinto.

Sim, está tudo bem.

Mas poderia ficar melhor.

Ah, Elio, tenha nascido com telepatia...

Felizmente, não preciso desejar que ele leia meus pensamentos, pois eles estão em harmonia com os meus. Não tento me desvencilhar de seus braços, e ele também não tenta fazer com que eu saia dali. Seus olhos castanhos desviam-se do meu para baixo... Mais para baixo... Até que eu os perca de vista, porque os meus olhos já não querem mais estudar os seus. Movo minhas pernas o suficiente para me erguer alguns centímetros mais próximo de seu rosto, ao passo que ele move seu braço apenas o suficiente para puxar-me mais para perto pela cintura. Fecho meus olhos e permito que ele me beije com delicadeza.

Não sei se foi o silêncio que agravou a descarga elétrica de emoções ou se foi o suspiro que compartilhamos assim que aprofundamos o beijo. Desta vez consigo determinar o porquê meu coração está tentando sair pela boca. Trato de fazer isso mesmo ao usar minhas mãos para acariciar sua nuca. Com a proximidade, todo meu corpo está esmagado contra ele e a porta. Algo no gesto fez com que ele se desconcertasse, porque sinto seu braço estremecer e perder o apoio firme que está no batente. Sem abrir os olhos, alcanço a maçaneta com minha mão livre e o “aviso” que estou prestes a abrir descendo a outra mão até a cintura. Aperto-a de leve, obtendo um arquejo sufocado como resposta.

Giro a maçaneta e automaticamente tropeçamos tanto nos móveis que estão no caminho quanto em nós mesmos. Tento fechar a porta com sutileza, mas quase escorrego no processo. Elio interrompe o beijo apenas para gargalhar abafado, o que respondo com uma erguida de sobrancelha. Ele ergue as mãos em defensiva ao se sentar na ponta da cama, enquanto eu me encosto-me à porta com um sorriso ladino. Nunca me senti tão ousada na vida. E tão apavorada.

— O que foi? — ele ri com um tom de voz rouca.

Mordo o lábio caminhando até ele com cuidado. Não vou tropeçar em nada e nem dar um vexame. Por favor, que eu não seja a estabanada de sempre.

— Ah, é. Eu... É. Eu não esperava que você respondesse e nem...

Antes que ele continue a falar, coloco um dedo sobre seus lábios. Apesar de sua pele ser tom de oliva, não posso deixar de notar o rubor adorável que preenche suas bochechas. Apesar da vergonha, aprecio sua atitude de afastar meu dedo com a ponta do nariz e beijar a palma da minha mão. Não sei o que está acontecendo comigo, porém sento em seus joelhos e seguro suas bochechas com a ponta dos dedos, aproveitando que ele já está ali.

— Tem toda razão — Elio sorri bem no momento em que um clarão ilumina seu rosto. Estremeço com o conjunto da obra, e isso não passa despercebido aos seus olhos. — Eu só... Preciso dizer que estive pensando em vir aqui desde que subimos do jantar... E, antes disso, a cada dia depois de quando assistimos ao filme juntos e... Eu não achei que você fosse retribuir. Não queria ser pretensioso. Acha que estou sendo pretensioso?

Rio para dentro, assentindo com a cabeça de maneira bem atrevida.

— Ah, acha? — ele me ajeita em seu colo, rindo com maldade. Se não estava com falta de ar, agora estou. Inclinando-se para beijar meu pescoço, ele murmura: — Eu acho... Que quem foi pretensioso primeiro foi essa chuva. Já pensou se não chove e somos obrigados a voltar para Florença? Onde é que eu colocaria minha vontade de beijá-la, Diana Davies?

Abro um sorriso ladino, ajeitando minhas pernas ao redor de sua cintura. Sinto que meu vestido está um pouco acima do que deveria, mas não acredito que isso tenha relevância se continuarmos assim por mais cinco minutos.

— Sabe de uma coisa? — ele acaricia minha bochecha com o polegar. Seu tom de voz é baixo, o que me provoca arrepios na espinha. Estou perdida: Elio já me tem nas mãos. Seus dedos me guiam para onde ele deseja beijar, e sequer cogito reclamar. O que eu faria? Resfolegaria? Seria no mínimo patético. — Quando Reid disse sobre coisas que valiam a pena deveriam ser escritas com os olhos e o coração... Eu só conseguia pensar em você.

Meu Deus. Eu disse cinco minutos? Correção: três minutos.

Seus dedos percorrem toda a extensão do meu braço. Fecho os olhos, aproveitando a sensação até que ele encontre a bainha do vestido. Ainda que eu pudesse falar, iria preferir passar horas apenas o ouvindo.

— Melhor dizendo... — ele mantém aquele tom de voz eletrizante enquanto passa a ponta dos dedos pelo vestido. O roçar de sua pele na minha é breve, mas não me impede de buscar mais ar. Ao menos, posso fazer isso enquanto ele passa a peça pela minha cabeça. Torço para que ele não perceba meus braços trêmulos. — Eu desejei escrevê-la com os olhos e o coração. Mas, como já sabe, não faço poesia... Só me restaram as mãos sem a caneta. Acha que se importaria?

Neguei com a cabeça, abrindo os olhos o suficiente para admirar o que é que estivesse fazendo comigo. Naquele estado de espírito, eu já não sabia quem eu era. Elio apenas sorriu, dando-me um beijo delicado nos lábios. Ele me conhece tanto – ou, ao menos, me aprende tão bem – que chego a sentir meu coração comprimindo um tanto dentro do peito.

— Fanny tinha razão... Entre princesa e deusa, precisamos achar outro adjetivo que seja maior que esses.

Então, eu sei.

Eu o amo. O amo muito. Como a lua amaria o sol se pudesse tocá-lo. Mas, afinal... Eu já sou a lua e ele é o sol bem em frente de mim. Por que eu não o amaria tendo a oportunidade?

É exatamente isso que faço. A próxima vez que ele se inclina para me dar um beijo, eu o beijo primeiro. Já falamos o suficiente. Estava na hora de escrever. La voglia, la pazzia.

 

Acordo com a vibração do celular na cômoda. Lembro-me de tê-lo deixado programado para o horário que a dona da pensão indicou para o café da manhã, porém com a moleza que meu corpo está, duvido que tenha disposição para isso. Elio não se incomoda em abrir os olhos, apesar de eu notar certo movimento através de suas pálpebras. Tudo indica que esteja sonhando, e pensar nisso me faz querer lhe dar um beijo em seus cabelos. Apesar de estarem um tanto suados, sorrio sozinha. Eu poderia enchê-lo de beijos, mas ao fazer isso correria o risco de explodir de amores. Se eu explodisse de amores, não poderia fazer mais nada.

Estendo a mão para alcançar o celular e desligar o despertador, me esforçando para não atrapalhar seu sono pacífico. A brisa gelada do clima pós-tempestade arrepia meu corpo, fazendo com que eu me refugie no calor de seus braços novamente. Desbloqueio o celular e abro as mensagens pendentes – vulgo, uma, de Nora. Quem mais me mandaria mensagens, afinal de contas? – e esfrego os olhos antes de ler a mensagem.

“Preciso dizer algo sério, Di.”

“Reid sabe que eu não sou Artemis. Mas eu não faço ideia de como ele descobriu isso.”

“O que fazemos agora?”

Mas que merda...?


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Notas finais do capítulo

pra quem quiser ouvir a música: https://youtu.be/ije2b2gMXQE
vou nem falar nada. Postei o capítulo e saí correndo hihi até o próximo!



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