Como Se Livrar de Um Naruto Apaixonado escrita por Sammy_Youko


Capítulo 1
Não esbarre com ele no corredor




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Quando somos pequenas, nos rodeamos de belas histórias com princesas presas em torres de marfim a espera do belo príncipe em um cavalo branco e uma armadura brilhante para nos salvar do maldoso dragão com a ferocidade de sua espada. Quando somo adolescentes, nos iludimos com histórias de filmes românticos onde o bad boy se apaixona pela garota patricinha, o garoto popular cai de amores pela nerd esquisita, a introvertida finalmente é notada pelo capitão do time de futebol. Mas naquele momento, enquanto coletava seus livros do chão e suas mãos se tocaram, e seus olhares se encontraram em um momento mágico onde todo o mundo pareceu desaparecer, onde ela viu claramente os olhos dele brilharem para ela, tudo que Hinata Hyuuga conseguiu pensar foi:
Ah Não.


♥ ♥ ♥


Cinco minutos antes


— Você sabe que esses romances adolescentes só servem para perpetuar a ideia de um relacionamento abusivo como romântico e forçar jovens a aceitarem comportamentos tóxicos de seus parceiros com a ilusão de que é completamente normal, não sabe? - Disse ela segurando o livro de Hanabi com a ponta dos dedos como se estivesse contaminado. A mais nova revirou os olhos e pegou seu livro guardando-o em seu armário.
— Como é que você sabe? Você nunca lê romance... - Retrucou fechando a porta de metal com certa força.
— Eu não preciso, são todos a mesma coisa – A voz de Hinata soou desdenhosa enquanto caminhavam pelo corredor apinhado de estudantes. - Aliás, eu nem sei porque você lê essas coisas, não é como se você se encaixasse no papel de mocinha sem sal – Hanabi suspirou, já tiveram aquela conversa pelo menos uma dúzia de vezes e sabia perfeitamente que a lista de reclamações sobre suas preferências literárias só estava começando.
— Nem toda personagem principal é uma mocinha sem sal, realmente, alguma vez você já se deu ao trabalho de ler Jane Austen? - Retrucou enquanto viravam o corredor e relaxou os ombros, aliviada, quando avistou a cabeleira alaranjada de Moegi que a esperava em frente a sua sala – Adoraria continuar o papo mas, olha só que pena, tão me esperando, tchaumanabeijoboaaula— Disse depressa correndo até a amiga e deixando a irmã mais velha sozinha, sem dar-lhe chance de recitar todos os problemas que tinha com Orgulho e Preconceito, o que a deixou um tanto desgostosa. Resignada, ajeitou os livros em seus braços e seguiu seu caminho até sua própria sala que ainda ficava a uns três corredores de distância.
Virou mais um corredor e deu um brusco passo para trás, quase fora atropelada pela Barbie que sequer se deu ao trabalho de lhe pedir desculpas. Shion era a típica vilãzinha de filme adolescente. Capitã das líderes de torcida, loira, corpão de modelo, cabelo sedoso, maquiagem perfeita, sempre impecável e absurdamente arrogante. Se tinha algo que odiava mais que livros de romance, eram os próprios personagens na vida real. Bufou fazendo uma careta para as costas da loira que rebolava para longe, mas no segundo seguinte todo o sangue de seu rosto sumiu quando viu o rosto pálido emergindo da multidão. A boca entreabriu-se em um “o” assustado enquanto via Toneri andar em sua direção, as mãos nos bolsos, o olhar indecifrável, a postura displicente. O pânico tomou conta de Hinata, definitivamente não estava pronta pra falar com ele. A garganta fechou, o coração acelerou e ela girou os calcanhares sem olhar por onde andava, apertou o passo quase a ponto de correr.

Quase lá.

Pensou, avistando a porta de sua sala a alguns passos de distância. Espiou para trás para ver se ele se aproximava, mas não o viu. Suspirou aliviada e já virava a cabeça para frente quando colidiu com algo duro. Seu corpo ricocheteou para trás, os braços abriram-se em um movimento involuntário, seus livros voaram para todos os lados e ela caiu de bunda no chão.
Gracioso. Pensou, irônica.
— Oe, desculpa’ttebayo— Ouviu uma voz conhecida dizer e um par de mãos começou a recolher os livros espalhados pelo corredor a sua frente. Hinata engoliu as lágrimas que já ameaçavam em cair com a dor aguda em seu cóccix machucado e ajeitou-se no chão para recolher seus pertences. Esticou a mão para pegar seu livro de história e foi nesse momento que seus dedos se tocaram. Sentiu uma pequena corrente de eletricidade atravessar-lhe o corpo e franziu o cenho, incomodada. Olhou para cima instintivamente e deu de cara com um par de olhos muito azuis encarando-a. Ele a observava com aquele brilho no olhar e algo dentro dela se remexeu.
Ah não.
Pensou com desgosto. Não, não, não, não e não. Não era possível que ela estava participando da cena mais clichê da história de todos os clichês. O loiro ainda a olhava, a mão congelada em cima do livro, as bochechas rosadas, e ela sabia, simplesmente sabia o que se passava na cabeça dele naquele momento.

Aquilo só podia ser brincadeira.

O sinal tocou um tanto alto demais para seus ouvidos e ela xingou mentalmente com o susto. Desviou o olhar e apanhou o livro com pressa bem como o restante de seu material escolar. Levantou-se de supetão sendo imitada pelo garoto que ainda a encarava com uma expressão abobada no rosto e ela suprimiu o desejo de estapeá-lo para que voltasse ao mundo real. Olhou para os lados, desconcertada pela atenção indesejada, o corredor já vazio pelo horário, com sorte ninguém presenciou a cena. Jogou os ombros para trás e o queixo para frente e saiu a passos largos sem dizer-lhe palavra, mas ainda sentindo o olhar do loiro a suas costas até que desaparecesse dentro sala.
— Porcaria – Murmurou jogando-se em sua cadeira usual, atrás de Tenten. Para sua sorte, Gai-sensei estava atrasado hoje.
— Tá tudo bem Hina? - Tenten perguntou, preocupada, virando-se para ela.
— Tudo – Disse forçando um sorriso mas não convenceu a amiga, que já abria a boca para insistir no assunto quando a figura alta com os cabelos pretos em um horrendo corte de tigela apareceu na porta da sala mais animado do que seria permitido numa manhã de segunda-feira. A morena virou-se para frente com a entrada do professor e Hinata soltou os ombros. Abriu seu livro de história no automático, próximo onde tinham parado na última aula e arregalou os olhos para os rabiscos obscenos que encontrou nas margens da página. Fechou o livro com brusquidão sentindo as bochechas corarem e olhou para os lados para ter certeza de que ninguém estava espiando sua mesa. Cerrou os olhos e respirou bem fundo.

Aquilo não podia ser verdade.

Abriu os olhos devagar e calmamente levantou a capa do livro mentalizando seu nome escrito em tinta azul com uma caligrafia caprichada, mas o que encontrou ali foi tinta preta, com um nome escrito em letras de imprensa tão relaxadas que eram quase ilegíveis, e ela sabia muito bem que nome era aquele.
Merda.
Por engano, tinha pego o livro de Naruto Uzumaki.


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Notas finais do capítulo

Entoooooon, eu tô com essa ideia a um bom tempo e eu SEI que é mto clichê e tals mas preciso tirar do meu sistema, sorry.



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