...e depois você morre. É, tivesse eu essa sorte. 

 Stephenie Meyer.

A droga da frase de um dos livros que sua namorada – quer dizer, ex-namorada – tinha lido ecoava em seu cérebro, enquanto estavam sentados na praça de alimentação daquele shopping. Mesmo com toda a sua “carapaça”, ou armadura, qualquer uma das formas que gostavam de falar sobre ele, Sasuke não achou que iria conseguir falar sobre sua descoberta, porém ele a interrompeu quando falou:

 – Eu mexi no seu celular – ele confessou –, e eu vi as suas conversas com outros caras.  

Ele esperou que ela inventasse algo, ou se levantasse, porém quando a ouviu justificar que era só flerte, que nunca iria passar daquilo, seu interior pareceu que ficou seco por um instante, pesado e, por Kami, ele queria chorar. Ele queria quebrar algo, mas precisava se controlar. O melhor foi quando ela perguntou quais eram as exigências dele para que não terminassem que ela o amava muito e não queria perde-lo.

Ele só cruzou os dedos e apoiou o queixo nos polegares. Ele não conseguia pensar, ele só conseguia sentir. Quase ria do drama que estava vivendo, mas não conseguia ser frio e grosso, não com ela.  Sua vida era sem graça, mas conseguia ainda ter alguma cor com a presença da Haruno nela.

Sasuke abriu a carteira, pagou a conta e foi embora, porém quando chegou do lado de fora, ele parou, mas não pelo chamado da Haruno, mas pela chuva pesada que estava caindo e ele só lembrava que estava sem um guarda-chuva.

— Sasuke-kun, se quiser, eu te empresto o meu. – A voz dela ainda o abalava, mas naquele instante, ele não sabia como ainda não tinha gritado e a mandado embora para longe dele.

— Não será necessário.

E ele saiu andando na chuva. Colocou as mãos nos bolsos e saiu andando. Inclinava um pouco o rosto para frente, para tentar proteger os olhos da chuva e só andava para casa. Sabia que tinha uma boa caminhada, então dava tempo para organizar seus pensamentos enquanto caminhava.

Por quê? Era só o que ele se perguntava. Tentava ver onde ele poderia ter errado quase que sua mente criava desculpas para os atos dela e ele só ria, pensando que sua reação estava sendo irracional demais. Não se lembrava de ter andando tão rápido, pois quando ergueu seu rosto, ele já estava subindo as escadas do seu prédio. Preferiu subir os quatro lances de escadas do que encarar algum vizinho, e ele não estava afim de ser educado hoje. Quando foi abrir a porta do seu apartamento, sua vizinha, uma senhora que tinha doze gatos, decidiu lhe cumprimentar:

— Jovem Sasuke! Como vai?

— Eu vou bem, Vessalius-sama.

— E cadê a sua bela namorada?

Aquela foi a deixa para ele entrar no próprio apartamento e bater a porta. Ele trancou a porta e  as lagrimas já escorriam pela sua face; a dor que sentia era tão intensa que ele caiu ajoelhado e gritando. Seu único pensamento era quando aquilo ia acabar.