Não sabia o que esperar por aceitar ir na casa do seu chefe, porque este estaria doente. Ainda mais por nutrir um sentimento pelo homem, desde o dia que beijou ele numa barraca há dois anos, nem imaginava que trabalharia para o ruivo tempos depois.

Já faziam sete dias que Gaara permanecia com febre alta e dores de cabeça. O doutor havia recomendado repouso, coisa difícil para um ruivo hiperativo, mesmo quase não conseguindo falar ditava ordens aos funcionários. Insistiu em comparecer na empresa, ficou horas no escritório averiguando papeladas, depois de um tempo sentiu-se tonto e caiu ali mesmo, Temari veio buscá-lo irritada por ele desobedecer as prescrições médicas.

Quando chegaram no apartamento, sentou numa cadeira estofada mal se aguentando, escutava a loira reclamar do motivo dele ser tão teimoso afinal não havia a mínima necessidade daquele esforço. Pagava pessoas especialmente para cuidar da firma, mas claro que a genialidade difícil herdada do pai se sobressaía nessas horas, fazendo seu irmão não pensar direito.

Ele analisava uma lista, odiava ficar parado, então resolveu ver quais projetos de destaque estavam saindo. Chamou sua atenção o progresso do novato Rock Lee, com resultados acima da média seria um bom candidato para trabalhar em conjunto nesses dias que estava doente, já conversou antes com ele, sujeito simpático e sempre tagarela, entretanto gostava dele.

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Paralisado com os dedos envolta da maçaneta, decidiu bater após um tempo, logo Gaara veio atender enrolado num cobertor. Lee entrou notando os papéis jogados na mesa, os dois começaram a agir separando tudo, conforme as horas foram passando escutava o chefe tossir.

— Gostaria de um café? Eu posso fazer – indagou Rock Lee.

— Por mim seria bom.

  Será que ele lembra daquele dia? Basta eu me aproximar dele e ver seus olhos verdes encarando intensamente para mexer comigo, refletiu.

O ruivo observou ele colocar uma xícara na sua frente, quando foi pegar encostou nos dedos de Lee ocasionando em ondas calorosas passando pelas mãos do homem.

— Seus projetos tem sido muito promissores – disse desviando-se da tensão formada.

— Obrigada, me empenhei muito.

Ele digitou no notebook olhando de cima da tela o patrão, achava fofo o jeito descontraído e um pouco sério, definia a personalidade contraditória dele.

— Merda! – praguejou o ruivo derrubando café na mão.

— Deixe-me ajudar – expressou pegando os pulsos dele.

Sem pensar lambeu as pontas dos dedos dele, não conseguiu se controlar afinal ele era sua cara metade, nunca esqueceu os lábios do chefe após aquele dia. Surpreso escutou gemidos do outro que retribuiu colando a boca no moreno, curiosamente havia gostado e queria sentir mais daquele desejo.

 Os dois foram para o quarto dando risadas por Gaara estar doente e querer um dia quente com seu funcionário. Lee sempre se perguntou “será ele mesmo minha metade?”. Deveria haver um sentido para ter as lembranças tão vivas de um beijo e algo dizia que iria descobrir isso naquela tarde.