A Lenda da Estrela Apaixonada - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único - A Lenda da Estrela Apaixonada




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— Mãe, eu não to com sono. — Disse Karen na porta do escritório de Esther lá pelas oito, quase nove da noite. — Se eu pegar um livro, não vou conseguir parar de ler e amanhã tem prova. Pode me contar uma história pra dormir?

— Claro, meu amor. — Respondeu tirando os óculos e esfregou os olhos. — Deita lá que a mamãe só vai guardar as coisas aqui e já vai.

— Oba. — A menina de nove anos saiu correndo animada, fazendo Esther sorrir.

E pensar que apenas alguns meses antes, elas nem ao menos se falavam.

Não demorou mais que alguns minutos para entrar no quarto da filha, puxando a cadeira da escrivaninha para perto da cama. — Pronta?

— To. — Karen bateu palmas e abriu um sorriso enorme.

Esther retribuiu e começou a contar. — Imagine que a cada 73 anos um conjunto de estrelas pode reunir seus poderes e realizar um desejo, um único desejo. Um que venha do fundo do coração de um humano. Um desses casos aconteceu no ano de 1920. Lin Beifong, uma jovem de 17 anos, humilde e sofrida, se ajoelhou no chão de terra, olhando para o céu em uma noite fria e pediu que a fazenda de seus pais voltasse a ser produtiva para que pudessem ter uma vida decente de novo depois da primeira guerra mundial. Como nós, seres humanos, costumamos surtar quando não compreendemos como algo aconteceu, a estrela mais nova da constelação foi mandada a Terra para explicar o que tinha acontecido.

“Seu nome era Korra e em sua forma humana, ela tinha cabelos longos e escuros como a noite mais densa, o que contrastava com os olhos azuis como o dia mais limpo. E sua pele era cor de oliva, parecendo reluzir de leve. Logo a primeira vista, Lin já se encantou de maneira inexplicável por ela.

“E igualmente a estrela se apaixonou pelos olhos verdes e brilhantes que pareciam duas pedras de esmeralda, os cabelos negros com balançar jovial e a pele bronzeada de quem trabalhava duro sob o sol todos os dias. Se apaixonou por cada detalhe daquela humana.

“Infelizmente, Korra não podia tocar Lin sem causar muito desconforto ou até mesmo queimaduras de primeiro grau, pois tinha a temperatura muito mais alta que um ser humano de verdade.

“E também, ficar na forma humana por mais de duas horas era muito doloroso para a estrela. Além do que, não era recomendado descer a Terra mais de uma vez por mês, porque a gravidade mexia com sua estrutura e ela poderia explodir, levando consigo metade no planeta.

— Mãe, mãe. — Karen interrompeu. — Era uma história pra eu relaxar e dormir, não pra chorar até dormir.

— Você devia ter especificado antes, minha pequena. — Esther balançou os ombros e riu. — Se quiser, eu paro de contar.

— Não! Agora eu quero saber o que aconteceu com a Korra e a Lin.

— Então vou continuar. — Parou um segundo para lembrar onde estava e retomar a história. — O amor delas parecia impossível, mas estavam tão perdidamente apaixonadas que não desistiram. O plano era esperar os 73 anos passarem e se tivessem sorte, seria o desejo da humana realizado mais uma vez. Korra dizia "Quando chegar a próxima grande noite, você tem que desejar com todo o seu coração que eu seja humana" ao que Lin respondia "exatamente como todos os dias, meu amor".

“A segunda guerra mundial começou e foi um período de muito sofrimento. Lin dormia todas as noites sem saber se acordaria viva para ver o sol mais uma vez. Korra era um ser místico, nem ao menos deveria acreditar em Deus, mas rogava o tempo todo à qualquer ser da galáxia mais poderoso que ela para proteger sua amada.

“E durante as visitas nem ao menos podiam se abraçar. Mas elas foram fortes até que a grande noite chegou, e Lin desejou com todo o seu coração que Korra se tornasse humana para poder finalmente tocá-la. E seu pedido foi atendido.

“Porém, Lin já estava bem velhinha e muito debilitada. Apenas tiveram tempo para um primeiro beijo e um último "eu te amo", então ela morreu com um sorriso no rosto.

“Já Korra, agora humana, era jovem. E teve que viver o resto da vida sem sua amada.

“Por isso não existe amor mais verdadeiro, tampouco mais triste, que o de uma estrela apaixonada.

“Fim.

— Ok, mãe. Agora eu posso chorar até dormir, obrigada.

— É, eu peguei um pouco pesado. — Esther produziu um pequeno estalo com a língua e esticou a mão para acariciar o cabelo da filha. — Mas não veja assim tão mal. Tenho certeza que pra Korra, todo o resto valeu a pena pra poder ficar um pouquinho com a Lin.

— A senhora se sente assim sobre a mammy? — Questionou Karen bocejando e piscando os olhos devagar, demonstrando seu sono.

A resposta veio alguns segundos depois, o tempo necessário para prender o choro. — Sim. Eu amei demais a sua mammy e ela me fez muito feliz.

— E agora a senhora tá amando de novo, né? A Korra também pode.

Esther sentiu o calor nas bochechas quando começou a corar. — Não sei se to amando de novo. Estamos nos conhecendo. Ela é bonita, inteligente... Potterhead.

— Espero que sim. Seu sorriso fica lindo quando tá com ela. — Karen se aconchegou mais nos lençóis e deixou as pálpebras pesadas se fecharem de uma vez. — E ela me dá livros de presente, vocês tem que casar.

A mãe riu e beijou a testa da filha antes de sair do quarto para poder dormir também.


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