Chance || Seth Clearwater escrita por Katherine


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Louise.

 

 

— Louise – Edward murmurou ao se aproximar.

Eu estava realmente mexida com o que estava acontecendo e tenho certeza que ele havia lido meus pensamentos. Não estava certa se queria verbalizar. Ainda mais em uma casa com vários outros ouvidos superpoderosos. Noite passada, quando chegamos de La Push, Ness contou todas as novidades e como havia sido o nosso dia, enquanto eu fui para o quarto que os Cullen haviam preparado pra mim e descansei – em partes. Não conseguia tirar a ideia do Imprinting da minha cabeça. E não havia ninguém, além de Edward que pudesse esclarecer minhas dúvidas mais do que o próprio Clearwater.

Já era tarde quando aceitei que precisava sair do quarto no dia seguinte. Então tomei café acompanhada de Renesmee e recusei todos os convites que cada membro da família me fez. Eu tive medo de parecer ingratidão, mas não conseguiria me concentrar em outra coisa no momento. Então preferi ficar sozinha no lindo jardim de Esme. Me sentindo livre para pensar no que eu bem entendia.

— Nenhum deles pensou isso de você – o leitor de mentes garantiu, sentando ao meu lado na grama – Estão preocupados. Acham que pode ter se arrependido de sair de Volterra.

O olhei em choque.

— Por Deus! Não. Edward eu juro... – ele me calou.

— Eu sei, não precisa jurar. Sei que está feliz aqui.

— Jamais vou me arrepender de ter aceitado. Vocês me deram liberdade, me deram uma família e amor. Eu nunca vou agradecê-los o suficiente.

— Você é da nossa família, Louise Cullen. Entendo que é complicado, mas eu realmente torço para que se sinta parte dela em breve.

— Obrigada, Edward.

— Vem dar uma volta comigo? – ele levantou e estendeu a mão em minha direção.

Concordei e aceitei sua mão.

— Onde vamos? – perguntei assim que adentramos na floresta.

— Longe o suficiente para que não nos escutem.

Continuei o seguindo, mas o vampiro era muito rápido, mesmo não querendo.

Quando estávamos a uma distancia segura ele parou, encostando-se a uma arvore. Eu percebi que havia um tronco no chão, então me sentei, esperando que ele iniciasse a conversa.

— Por que você não inicia a conversa? – ele sugeriu.

— Você vai responder as minhas perguntas?

— O que eu puder responder – garantiu.

Suspirei.

— Acho que isso basta.

— Então pergunte.

— Você sabe, Edward – choraminguei, escondi meu rosto entre as mãos – Não me faça verbalizar.

Ele riu.

— É o seu primeiro amor.

Mordi minha bochecha quando tirei as mãos do rosto para encará-lo.

— Como pode saber se é amor? Eu não sei disso ainda. Sinto-me estranha e nervosa quando ele fica perto. E tudo é tão intenso. Estou em Forks a três dias. Como é possível eu estar apaixonada se a quatro dias atrás minha mão pertencia a outro homem?

— Sua mão pertencia a Alec, o seu coração nunca foi dele – Edward sentou ao meu lado – Você não precisa dizer, talvez nem tenha assumido isso para si mesma ainda, mas sei que em um determinado momento da sua vida achou que Alec Volturi seria a salvação para os seus problemas e que poderia ser feliz ao lado dele...

— Alec nunca me deu esperanças.  

— Mas você pensou.

— Eu queria – o corrigi – Eu torci por isso. Mas não quer dizer que eu gostava dele.

— Você estava confusa... está confusa agora. Mas posso lhe garantir que está encantada. Que gosta da presença de Seth...

Choraminguei novamente.

— Não diga o nome dele em voz alta, por favor.

— Louise, encare a verdade! – ele me encorajou.

— A verdade pode machucar, não pode?

— Ou pode fazê-la feliz.

— Mas estou feliz assim.

— Está com medo – ele me puxou para um abraço – Estou treinando para quando for a vez de Renesmee.

Eu ri e ele me acompanhou.

Fiquei em silencio por um momento, buscando coragem para falar.

— Quando encostei em você outro dia, eu li sobre os pensamentos de Jacob sobre Renesmee.

— Sobre o Imprinting.

— Sim, sobre o Imprinting. Bom, você deve saber... eu perguntei a ele ontem.

— Diga o nome – Edward me provocou.

Rolei os olhos.

— Você não está ajudando, irmãozinho.

— Diga o nome, irmãzinha.

— Ok – bufei – Eu perguntei a Seth sobre o Imprinting. E ele me disse que não poderia falar muito, certo? Então acredito que você também não pode falar.

— Qual é o seu medo afinal?

— Você sabe, Edward.

— Vejo muitos no seu pensamento.

Direcionei meu olhar para as minhas mãos que não conseguiam se manter paradas em meu colo.

— Tenho medo de que ele tenha alguém – houve um pigarro de sua parte – Infernos, Edward! Você entendeu. Eu, Louise Cullen, tenho medo de que Seth tenha alguém!

Fiquei de pé.

Um tanto quanto emburrada.

Que espécie de leitor de mentes é você que precisa que verbalizem tudo, afinal?

— Eu ouvi isso – riu – Estou feliz por você se auto intitular como Louise Cullen, em primeiro lugar. Você está finalmente entendendo que faz parte da nossa família como qualquer outro. Em segundo lugar... Louise Cullen, não há outra.

Franzi o cenho.

— Como assim?

— Não há – ele deu de ombros.

— Mas pode haver. Bom... talvez não tenha nascido ainda. Renesmee e Claire aparentam ter dez anos no momento.

— Você se prende demais a Renesmee e Claire – ele também ficou de pé.

— Edward, Seth já teve um Imprintig? – perguntei, querendo que de uma vez por todas ele me dissesse.

Mas o Cullen beijou a minha testa e afagou o meu braço.

— Não há outro alguém.

Deixem meus ombros caírem.

— Essa não é a resposta que eu preciso.

Ele sorriu fraco.

— Mas é a resposta que eu posso te dar. Terá que descobrir sozinha, querida – Edward continuou acariciando o meu braço, enquanto eu pensava – Vamos voltar?

Neguei.

— Posso ir até a reserva?

Ele franziu o cenho, pensando.

— Pode ligar para Seth, ou Jacob e então se toparem tudo bem. Fale com Carlisle ou Esme antes, é claro.

— Ah, não. Não quero ver Jacob ou Seth. Quero visitar Emily. Ela pediu que eu voltasse.

— A esposa de Sam – ele murmurou – Não sei se é uma boa ideia. Estarão sozinhas e desprotegidas.

Dei de ombros.

— Tudo bem. Então me leve ao mercado. Posso fazer compras ou fingir fazê-las. Não quero voltar para casa agora, ainda preciso pensar.

— Mercado? – ele riu, negando – Ligue para Esme e pergunte se autoriza que vá até a reserva. Se ela deixar eu posso pedir que algum dos lobos deixe-a na casa de Emily.

Sorri satisfeita e fiz o que ele pediu, discando o número de Esme.

— Querida, tudo bem? — perguntou, parecendo aflita – Edward está com você?

— Oi, Esme. Sim! Edward está aqui e estamos bem – lhe assegurei – Eu queria saber se posso ir até a reserva quileute.

— Oh! Sim... pode, Louise. Seth buscará você?

— Na verdade, sem lobos dessa vez. Eu queria ir visitar Emily. Ela é uma boa pessoa. Esposa de Sam e prima de Seth. Você a conhece?

— Renesmee fala muito de Emily. Mas, querida, eu não sei. Estarão desprotegidas e se algo acontecer não poderemos interferir na reserva quileute. Temos um tratado a cumprir.

Fechei os olhos.

Perdendo a esperança.

Edward tirou o telefone da minha mão, levando ao seu ouvido.

— Esme? E se pudéssemos garantir que ela terá proteção?

Forcei minha audição para ouvir o que ela dizia no outro lado da linha.

— Podemos garantir?

— Posso falar com Leah.

— A irmã de Seth? – indaguei – Não, Edward. Deixe todos os Clearwater fora disso.

— Talvez — Esme disse.

— Tudo bem. Tchau Esme – ele disse e desligou o aparelho.

— Eu não quero, prefiro o mercado – fui sincera – Eu nem a conheço direito e você quer pedir que seja minha guarda costa?

— Quer ir ver sua amiga ou não?

Rolei os olhos e concordei, pensando que depois era só eu falar com Leah e libera-la desse castigo.

— Nem pense nisso – ele bufou, me puxando para suas costas.

Edward correu por cerca de meio minuto, parando perto de um riacho. Do outro lado, havia um lobo preto que rosnou ao nos ver.

— Sam – Edward cumprimentou – Louise gostaria de ver Emily.

Sam – ou melhor dizendo, o lobo – se escondeu entre as arvores e retornou em sua forma humana.

— Emily saiu – disse – Como vai Louise?

— Bem – murmurei cansada – Eu disse que o mercado era uma melhor opção. Está tudo dando errado.

— Precisa de algo? – Sam perguntou – Ou só ficou interessada nos bolinhos?

Eu ri.

— Não, era só interesse na companhia de sua esposa, Sam. Obrigada. Diga a Emily que quero vê-la, por favor.

— Eu direi – garantiu – Ela saiu com Sue, estão começando a abrir um negócio em La Push.

Sam sorriu orgulhoso e foi impossível não sorrir.

— Isso é ótimo – virei-me para o meu irmãozinho – Quantos mercados tem em Forks?

— Falou com Seth? – Sam perguntou, me forçando a olhá-lo.

— Deveria?

— Ah, não. Eu só perguntei – estirou as mãos pro ar em sinal de rendição e o Cullen ao meu lado sorriu com deboche – Está certa de que não precisa de nada?

— Você está sendo muito prestativo, Sam. Obrigada. Mas estou bem.

— Fazemos isso por os nossos.

Franzi o cenho mas meu doce irmão se meteu na conversa antes que eu pudesse falar algo.

— Louise está passando por uma crise existencial, Sam. Queria se distrair longe dos vampiros... Sim, longe dos lobos também.

— Já está querendo correr dos vampiros? – ele debochou – Você sabe que ela pode vir, Edward.

Ele deu ênfase no Ela.

— Ainda é tudo muito novo. Temo que não seja seguro. Louise não tem habilidades especiais como os outros. Ela não foi treinada.

Bufei.

— Obrigada – sussurrei para ele, ironicamente.

— Atravesse o riacho e estará em segurança. Posso deixa-la na praia se quiser. Ou minha casa, mas você sabe... lobos entram a todo momento naquele lugar, não vão deixa-la em paz.

— Deixa comigo, Sam – Leah surgiu de trás de uma das arvores, vestindo short jeans e uma blusa curta. O que me fez pensar se ela não sentia frio. Por que eu estava morrendo de frio!

Edward me perguntou com os olhos se eu queria ir e eu dei de ombros, atravessando o riacho da forma que consegui. Eu não era tão rápida quanto um vampiro e nem tão lerda como um humano.

— Seth vai matar você se fizer alguma besteira – Sam avisou.

— Seth que vá se lascar – ela bufou – Vamos?

Eu assenti e Sam fez sinal para que qualquer problema eu me escondesse na casa dele. Achei um exagero, mas deixei passar.

Leah se transformou em loba e correu até a reserva quileute comigo em seu encalço. Quando já podíamos ver as casas, ela novamente se transformou e apontou para uma casa de dois andares a alguns metros de nós.

— Eu moro ali.

Aproximamo-nos da casa e Leah abriu a porta deixando que eu entrasse. O ambiente era limpo e arejado, como a casa dos Black, a diferença era ser um pouco maior. Estávamos na sala de estar e uma porta indicava o caminho da cozinha. Havia também um pequeno corredor, da qual notei ter duas portas fechadas e uma escada. Ela seguiu em direção à cozinha e eu permaneci na sala, olhando ao redor do local. Próximo a televisão havia fotos. Várias fotos. Leah não estava por perto, então tomei a liberdade de me aproximar para ver um pouco melhor. Havia fotos de Sue, Leah, e Seth. Em algumas dessas fotos havia um senhor, mas esse eu não sabia quem era.

Leah pigarreou, me fazendo desviar a atenção dos quadros para olhá-la.

— Sue e Seth moram com você? – perguntei.

— Seth sim. Sue se mudou tem algum tempo – ela se aproximou e sentou-se no sofá – Cullen, eu fui até a cozinha porque estou faminta, talvez você esteja também. Pedi pizza. Preciso dizer que Seth é um imprestável. Ele me prometeu que iria ao mercado hoje e se você abrir a geladeira só encontrará agua.

Eu ri.

— Eu gosto de ir ao mercado – sentei-me ao seu lado.

— Que bom, os filhos não vão passar fome – murmurou.

— Hum?

— Nada – sorriu falsamente.

— Então... você mora sozinha com o seu irmão porque sua mãe casou com o pai da Bella? – deduzi.

— Isso. Gostamos do Charlie e até ficamos na casa dele e de Sue às vezes, mas aqui é mais fácil. Por causa do bando. E também porque fomos criados aqui. Tem alguns anos que nosso pai faleceu. Essa casa trás lembranças demais de todos nós, não quis me desfazer dela.

— Sinto muito – murmurei, lamentando ter tocado nesse assunto – Eu não sabia.

— Seth não contou? – neguei com a cabeça – Ele me disse que você fazia parte do Clã de Sanguessugas que veio atrás de Renesmee. Quer dizer, ele não me disse, eu li em seus pensamentos.

— Não exatamente. Eu nasci ali. Meu pai biológico é um membro da guarda e a minha mãe faleceu na hora em que nasci, não faço ideia de quem seja – Leah ia dizer algo – Não me importo. Não sei como alguém bom pode se deixar levar por um monstro como Caius. Talvez ela nem fosse realmente boa.

— E agora você está com os Cullen.

— Estou.

— Você ia se casar, não é? – assenti – Queria?

— Não.

— Eu ia me casar também.

— Mesmo?

— Uhum – Leah sorriu – Com Sam.

Meu corpo paralisou.

O que ela estava dizendo?

— Sam? O Sam da Emily? – franzi o cenho – Quer dizer... Não sei como me referir a ele de outra forma.

— O Sam da Emily – ela repetiu – Eu ainda não era loba quando aconteceu. Então ele se apaixonou e terminamos.

— Ela é sua prima.

— Emily é a escolhida.

A escolhida.

— Emily também é alvo de um Imprinting? – perguntei. Não sabia que em minha cabeça pudessem caber mais perguntas, mas aparentemente cabiam um milhão delas.

— Você está surpresa?

— Muito. Leah... como você lidou com isso?

— Eu tive que aceitar – deu de ombros – O Imprinting é a maior das nossas leis, Louise. Depois que me transformei eu entendi tudo.

— Você nunca teve? – perguntei – Um Imprinting?

— Não... talvez seja privilegio dos homens. Não sei.

Pensei por um momento.

— Mas não são todos eles, não é?

Leah ia me responder, mas olhou com desconfiança para o meu rosto e sorriu em seguida.

— Muito esperta.

— O que? – me fiz de desentendida.

— Resolvam isso entre vocês. Meus pensamentos entraram em contatos com os de Seth hoje, eu vi as perguntas que fez a ele.

Senti meu rosto esquentar e em seguida uma gargalhada da loba. A campainha tocou e Leah foi receber a pizza.

Enquanto ela entregava o dinheiro ao homem, senti o cheiro de Seth se aproximando.

— Eu fui ao mercado, você não sabe esperar? – ele bufou.

— Você demorou – Leah entrou em casa, sendo acompanhada por ele – Comporte-se, estou recebendo visitas.

Ela caminhou para sentar ao meu lado e eu me senti inquieta no lugar, até que Seth aparecesse no meu campo de visão. Então o seu olhar passou de Leah para eu exatas quatro vezes.

— O que está havendo? – perguntou, enquanto sua irmã pegava o primeiro pedaço da pizza.

Sorri sem graça.

Como eu iria explicar o que estava fazendo em sua casa?

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu gosto dessa versão Leah um pouco mais "conformada", e vocês? Gostam de vê-la na fic?
XOXO.



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