Prometo-lhe escrita por vitto


Capítulo 1
Capítulo único — Lembre-se


Notas iniciais do capítulo

Olá! ⏜▾⏜
Essa fanfic foi postada há muito tempo e foi escrita para o desafio do Mês do Yaoi, em que o máximo de palavras era 3.000. Acho que por causa disso ⧼ e também porque Alice mexe com a minha cabeça ⧽ ela é um pouco confusa. Mesmo assim, nunca pensei em reescrevê-la.
Estou postando novamente ⌈ pois apaguei a conta antiga ('haru') ⌋ lembrando dos comentários que recebi nessa fanfic com todo carinho.
Espero que gostem, de verdade.
Deem amor ao Vince e ao Cheshire ⁀‿ ⁀

⨯ v i t t o ⨯



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786812/chapter/1

Já falavam daquilo há uma semana ou mais, então finalmente chegara o dia. Novembro, dia 14, ano 1922.

Pensei que teria algo mais rentável para ouvir além do som de minha histérica mãe falando do casamento da irmã, mas tudo o que meus ouvidos captaram foram coisas mais banais do que aquelas que ecoavam nas paredes da minha enorme casa. Ainda me restavam a biblioteca e o jardim, ao menos isso!

— Vincent, querido! – Gritou minha mãe do andar de cima. – Venha provar seu terno!

Não dei-me ao trabalho de responder, apenas corri escada acima, querendo que aquilo tudo parasse de vez. Tudo. O tempo, minha mãe, seus gritos e meu cansaço. Mas cansado de quê? De toda a ladainha do dia-a-dia e da falta de novas coisas. Não que fosse acontecer, que algo fosse mudar...

Balancei a cabeça, tentando livrar-me dos pensamentos que tinha, e abri a porta do quarto.

— Aqui estou. – Olhei a costureira, que sorria para minha mãe com uma gentileza forçada. Talvez ela estivesse querendo-a jogar da janela. Andei em direção ao banquinho e subi no mesmo, esperando que tudo começasse e acabasse o mais rápido possível, apenas para eu poder ler mais um livro fantástico que encontraria provavelmente perdido em meio às estantes da biblioteca.

— Pode começar a tirar as medidas, querida. Quero esse terno maravilhoso! – Mamãe bateu palminhas e sorriu animada. Dei um riso baixo, sentido a pequena costureira começar a apertar coisas aqui, acolá, anotar outras coisinhas ali e colocar alfinetes em algumas partes do terno.

Eu era bem magro, sejamos sinceros. Mas não magérrimo, magro, e só. Não tinha músculos nem muita massa, pouca gordura e falta de sol. Com certeza falta de sol. Mas mamãe era branquíssima também, então isso contribuía generosamente para o fato de eu ser claro. E também a junção de cabelos loiros com meus olhos em verde-escuro.

Finalmente – mesmo pouco tempo tendo passado – eu pude sair do quarto, livre de provas e ajustes de roupa.

— Vince. – Ouvi uma voz melodiosa, porém grossa, sussurrar perto ao meu ouvido. Quase gritei. Quase, se não estivesse tão acostumado com aquilo.

— Pai. Olá. – Virei-me, erguendo um pouco o rosto e o encarando. Ele tinha um sorriso pequeno nos lábios e os olhos brilhantes.

— Uma pena que não se assuste mais... Antes você gritava e saía correndo. – Ele disse, bagunçando-me os cabelos e andando. – Quer ler algo? – E logo eu estava correndo para acompanhá-lo até a sala cheia de livros.

Ele leu para mim, como fazia sempre que tinha tempo. O livro era sobre uma garota que acordou e descobriu que era estátua, mas talvez ela não tivesse sido sempre uma estátua. Enfim, era muito bom.

Estava ficando tarde, tinha de dormir, mas não estava com um pingo de sono.

— Pai? – Chamei, ouvindo um “hn?” como resposta. – Um dia desses eu tive aquele sonho novamente.

— O do gato? – Indagou num murmuro.

— Sim. E o do moço com o chapéu estranho. – Porém mais do gato. Ele era o mais vivo naquele sonho louco.

— E o que aconteceu?

— O de sempre. – Mas não contei para ele que o gato virou um garoto. Quem em sã consciência diria isso? Ninguém, ainda mais porque era um sonho. E de uma ‘criança’. (Deus do céu, eu não tenho mais 13 anos!)

— Certo... – Ele olhou o relógio. – Hora de dormir, mocinho.

Acenei positivamente e levantei da confortável poltrona, esperando-o levantar para começar a andar em direção ao quarto. Ele abriu a porta e esperou-me deitar na cama para me cobrir.

— Acha que estou louco? Doido de pedra? – Perguntei baixo.

— Acho. – Ele murmurou de volta. – Mas isso não é problema. Olhe pra mim, eu sou insano, mas eu tenho você, meu bem. Só não se importe com isso.

— Certo. – Ele ajeitou minha coberta mais uma vez, como se eu ainda fosse uma criança.

— Pessoas insanas são a melhor companhia. – Ele riu baixo, antes de me beijar a testa e sair do quarto. E eu dormi extremamente rápido para quem estava sem um pingo de sono...

 

Alice!

 

Meus olhos se abriram rapidamente, arregalados, a respiração um pouco alterada e as mãos agarrando a coberta. Eu reprimi um grito baixo, deixando-o entalado na garganta e olhando ao redor. Não tinha ninguém me perseguindo. Ninguém, pare com isso Vincent.

— Acho que estou mesmo louco. – Murmurei para o nada. Mas parecia tão real! Aquele cara estranho correndo atrás de mim, tentando me levar junto a ele, foi extremamente real.

Olhei o relógio na mesinha de cabeceira. Ainda eram 5:47 da manhã! Me virei na cama, largando o corpo de qualquer jeito e tentando dormir de novo; até consegui, mas acordei de novo, quando eram mais ou menos umas seis e pouco, então decidi levantar, já que o maldito sono tinha ido embora de vez. Sentei na beirada da cama e tentei encontrar meus sapatos com os pés, e assim que o fiz, andei até a janela, empurrando as cortinas um pouco para os lados.

O tempo estava nublado, como sempre era no outono. Uma chuva fina caía lá fora, molhando as flores do jardim que a mamãe mantinha com tanto assíduo. Não lembrava quais eram as aulas do dia... Talvez história, inglês.... Não sei.

Dei um suspiro longo, que saiu acompanhado da típica fumacinha engraçada causada pelo frio. Puxei uma blusa de mangas que estava jogada na cadeira da escrivaninha por algum milagre, coloquei-a rápido e desci para a cozinha.

— Já acordado? – Ouvi falarem de dentro do cômodo.

— Perdi o sono. – Respondi simplista enquanto sentava numa das cadeiras. – E você? Não costuma acordar cedo, não é?

Ele riu, balançando a cabeça e sentando a minha frente. – Café?

— Aham, obrigado. – Ele me estendeu uma xícara e colocou café na mesma assim que a segurei. – Obrigado de novo... Mas não me respondeu ainda.

Mais um riso baixo.

— Só não consegui dormir direito. – Apoiou o rosto na palma da mão. – Nada demais, meu bem.

— Aconteceu algo? – Tomei um gole do café morno. – Sabe que pode conversar comigo, não sabe pai?

— Sei...

— E então? – Mais um gole.

— Estou cansado. – Deu de ombros. – Sua mãe está me enchendo desde a semana passada. Você sabe...

Concordei mais uma vez, deixando a xícara na mesa e segurando suas mãos. – E o que está pensando em fazer?

— Não sei, meu bem. – Adorava o jeito carinhoso que o papai conseguia me chamar. – Mas não vou deixar você, certo? Não se preocupe com essas coisas.

— Eu sei... – Olhei o relógio no canto da cozinha. – Hn, acho que vou me arrumar para a escola.

Ele assentiu, pegando minha xícara já vazia, enquanto eu subia correndo as escadas para o quarto. Abri a porta e escancarei o guarda-roupas, procurando o uniforme estranho da London Academy. Bem, não é que o uniforme fosse feio, só que ficava feio quando eu vestia. Aquilo não combinava comigo, mas isso não importa mesmo... Algo capturou minha total atenção. Um movimento na janela, andei até a mesma e encarei o jardim.

— Mas... o quê? – Que diabos. Tinha um coelho no jardim! Deus, um coelho! – Não Vincent. Óbvio que não. Por que teria um coelho no jardim da sua mãe?

Balancei a cabeça mais uma vez, voltando minha atenção ao uniforme (estranho) do colégio e jogando-o em cima da cama. Puxei as mangas da minha blusa, tremendo de frio assim que a tirei. Estava um pouco frio, e meu corpo estava quente, era reação natural... Coloquei a blusa da escola o mais rápido que pude e logo depois um casaco meio fino. Depois a calça, os sapatos e puxei o cachecol, enrolando-o no pescoço. Peguei a mochila e saí do quarto, começando a descer as escadas.

— Pai! – Chamei, esperando até que ele estivesse do meu lado, ele iria me levar à escola. Continuava chovendo fraco. Não tinha nenhum coelho. Nenhum.

 

Alice!

 

De novo. Acordei ofegante, apertando as cobertas. Dessa vez foi mais intenso. Ele correu até me alcançar, me puxou e....só. ? Aquilo era totalmente sem sentido. Ainda mais o fato de eu ficar tão aterrorizado.

— Esse negócio todo tem que parar. – Murmurei para mim mesmo. Eu nem mesmo tinha ideia do porquê daqueles sonhos estranhos. Agradecia antes de dormir, como mamãe tinha ensinado, só esquecia algumas vezes, e mesmo assim.... aqueles sonhos malditos não faziam sentido! Que tipo de pessoa sonha com gatos que viram humanos? Não alguém normal.

 

O relógio marcava 8:34, e era um sábado, nublado e chuvoso (Londres parecia nunca ter sol), mas ainda um sábado! Joguei a coberta de lado, escondendo um longo bocejo com uma das mãos, e sentando na beira da cama como sempre fazia antes de levantar totalmente. Meus olhos pararam na porta, sem realmente vê-la, apenas pensava... Os sonhos, o gato-humano e um coelho no jardim. Devia estar realmente louco.

Balancei a cabeça, por fim levantando e pegando um robe preto estendido na poltrona, vestindo-o para sair do quarto. A luz da cozinha estava acesa e barulhos vinham do cômodo. Senti cheiro de café. Papai, eu deduzi, ele amava café e sempre acordava cedo para fazer.

— Bom dia. – Disse, entrando na cozinha e aspirando com vontade o cheiro forte e delicioso do café.

— Dia. – Ele respondeu, sorrindo e erguendo a xícara dele como um cumprimento. – Café?

E eu concordei com a cabeça. – Claro. – Ele estendeu uma xícara para mim, indicando o pote de açúcar com a cabeça. – Mamãe está dormindo?

— Sim.

— Hm... – Tomei um gole de café antes de voltar a falar. – Vou para a varanda.

— Está chovendo.

— Eu sei. – Sorri para ele.

— Não fique gripado ou sua mãe brigará comigo. – Ele sorriu de volta.

Meneei a cabeça, assentindo, e saí da cozinha em direção à varanda. Era bonita e profunda, com dois bancos de madeira largos encostados na parede da casa. Sentei num dos bancos, dobrando as pernas contra o corpo e apoiando os punhos no joelho enquanto tomava outro gole de café.

Barulho de folhas. Olhei ao redor, procurando algo que tivesse ocasionado o som. Lá estava de novo. Ah, agora você não me escapa. E eu corri atrás daquele maldito coelho. Acabei derramando café no meu robe e molhei minha roupa, larguei a xícara no chão gramado do jardim e continuei correndo atrás do coelho.

Quase parei para gargalhar quando percebi a coisa mais estranha da minha vida: o coelho estava com um colete azul e um terno cinza. E mexia a boca como se realmente pudesse falar. O quão louco eu estava? O pior foi quando eu o ouvi!

Ele se jogou dentro de um buraco de árvore e eu acabei escorregando, e, sem fazer a mínima ideia de como ou por que, eu acabei caindo dentro do buraco também. Tudo estava escuro, e eu sentia coisas batendo em mim. Até que uma lamparina resolveu flutuar ao meu lado e começou a iluminar algumas coisas, tipo um piano e um relógio de bolso que também flutuavam perto de mim. Não sei se flutuavam mesmo, talvez estivéssemos tudo e todos caindo por aquele buraco de coelho esquisito.

Socorro! – eu não ouvi minha voz. Talvez não tivesse gritado; ou talvez o grito tivesse apenas se perdido naquela imensidão.

Tinham vezes que tudo parecia cair rapidamente, em outras, parecia estar flutuando junto com aquelas coisas, não tinha mais noção de tempo, do mesmo jeito que sentia estar ali há horas, pareciam ter passados poucos minutos. Muito confuso. Tudo estava bem confuso, principalmente meus pensamentos.

Até que eu finalmente caí; não consegui entender nem perceber quanto tempo tinha passado, mas não me importei com isso. No fim, eu estava deitado num chão de, aparentemente, terra e grama, o que acabou fazendo meu robe ficar ainda mais sujo, além de molhado.

— Senhor, levante-se.

— Ahn? – Abri os olhos com dificuldade, a luz do sol prejudicando na minha já falha tentativa de enxergar direito.

— Vamos logo, ele está te esperando. Vou acabar na masmorra por um dia se não o levar!

— Quem é você? – Consegui focar na pessoa a minha frente. Os cabelos brancos, mesmo ele aparentando ser jovem, e uma tiara engraçada com orelhas de coelho, além de o garoto vestir um colete azul bonito com uma camisa branca social por baixo, em conjunto com uma calça cinza, e segurar um relógio de bolso dourado. Ele balançava a cabeça, as orelhinhas de coelho indo de um lado ao outro de maneira engraçada.

— Não importa. Temos que ir. Já adiantei sua chegada te livrando da Sala das Portas.

— Sala do quê? Onde é que eu estou? – Ele começou a andar e tudo que eu pude fazer foi segui-lo.

— Rápido! – Ele continuou andando e não me respondeu.

— Pode me dizer seu nome, ao menos?

— Mihael.

— Mikael?

Mihael. – Respondeu irritado, puxando meu braço para andar mais rápido. Deixei-o me arrastar para onde quer que estivéssemos indo. 

— Certo. – Foi o que consegui murmurar.

Mihael balançou a cabeça e soltou meu braço, depois tocou na porta – que eu não tinha nem percebido – a nossa frente com a ponta dos dedos, fazendo algo como um sinal, uma senha. Ouvi ruídos baixinhos, como se engrenagens dentro da porta estivessem se movimentando. Eu não estava exatamente errado, afinal. O grande portal de madeira pareceu destravar e Mihael empurrou-o, abrindo as portas e me puxando para dentro.

— Pare de me puxar. – Reclamei.

— Não. – Respondeu simplista. Depois gritou para o nada: – Senhor, estamos aqui.

Era como se ele houvesse sempre estado ali, mas eu tinha a leve impressão de que aquela cadeira estivera vazia momentos atrás.

— Já era hora Mihael. – A voz do garoto era levemente grossa, mas ainda melodiosa.

— Desculpe.... Foi difícil fazê-lo vir.

Encarei o garoto de cabelos brancos sem entender exatamente do que estavam falando.

— Vincent. – Congelei no lugar. Como é que aquele cara sabia meu nome? Observei-o por um momento; tinha cabelos lilás com a raiz mais escura, os olhos pareciam ser da mesma cor e aparentemente ele era alto. E sabia meu nome.

— Sim.... – Realmente esperava que meu tom de voz não tivesse denunciado a pequena porção de medo que sentia. Agarrei a manga da camisa de Mihael. Que ele não me deixe aqui sozinho com esse maluco, pensei.

— Saia, Coelho. – Olhou para o garoto ao meu lado. Ele continuava com aquela tiara engraçada.

Mihael nem ao menos disse algo, apenas se soltou do meu aperto – quase agarrei-o e gritei para que não me deixasse ali – e saiu do cômodo.

— Desculpe... O que é que você quer comigo?

— Não lembra de mim? – Ele levantou da cadeira quando neguei com a cabeça. – Vincent, não se lembra?!

— Eu não o conheço, me desculpe. Deve estar... me confundindo. – Óbvio que não! Ele sabia meu nome!

— Não estou te confundindo com ninguém, Vince!

Os olhos dele pararam nos meus. Era um sentimento estranho, como se eu o conhecesse mas as lembranças estivessem perdidas e fragmentadas.

— Você... me lembra o garoto do sonho. – Murmurei.

— Cheshire. Você me prometeu que lembraria. – Ele andou até mim. – Prometeu para mim.

— Desculpe. Queria lembrar. – Realmente queria.

Ele sorriu para mim, mas não parecia nada feliz. Depois, tocou meu rosto e, por fim, me abraçou. Não fiz nada, apenas por não conseguir. Sentia como se o calor do toque alheio me fosse comum e natural. Como se fizéssemos isso sempre.

— Vou fazer se lembrar. Ou ao menos fazer valer a pena tudo isso. – Puxou-me em direção ao jardim da casa, era parecido com o da minha própria, exceto algumas flores gigantes e outros absurdos que não conseguia explicar.

Cheshire forçou-me a sentar na grama verde e bem cuidada, para sentar ao meu lado logo em seguida.

— Você já esteve aqui antes. Mas era um pouco... menor que agora.

— Isso tudo é uma alucinação, certo? – Indaguei.

— Espero que não. – Ele sussurrou. – Não acho que isso seja uma alucinação.

A quentura nos lábios, meu corpo indo para trás por puro reflexo. Tudo muito rápido, e logo ele já estava por cima de mim enquanto eu tentava entender ao menos o que acontecia. Empurrei minhas mãos contra seus ombros, até ele sentar sobre minhas pernas.

— O que você está fazendo?! – Minha voz saiu mais alta e esganiçada que o esperado.

— Bem... – Ele apoiou os cotovelos na grama ao redor da minha cabeça, os lábios assustadoramente perto dos meus. – Quer mesmo que eu responda?

Antes mesmo de eu conseguir responder nossas bocas já estava uma contra a outra. O garoto rolou para o lado e me puxou junto, me fazendo parar por cima dele, suas mãos seguravam carinhosamente meus fios castanhos e seus lábios se encontravam com os meus da maneira mais maravilhosa possível. Eu sentia como se todo o ar tivesse me escapado, mas eu não estava precisando dele no momento.

Soltei-me de Chesire, os fios lilás dele estavam esparramados e bagunçados na grama, ambos estávamos ofegantes e eu o encarava com os olhos levemente arregalados.

— Por que fez isso?

— Não acho que se lembre, mas já fizemos isso algumas vezes. – Ele riu para mim, acariciando meus cabelos. – Estava tentando refrescar sua memória.

— É errado.

— Por quê?

— Vai contra Deus. Minha mãe me disse.

— Deus não liga para isso.

— Como você sabe?

— O que você sabe?

Meneei a cabeça, como dizendo “desisto”. Ele me abraçou mais uma vez, acariciando minha nuca.

— Sinto muito por lhe assustar.

— Ahn?

— Nos sonhos. Você sempre corria...

— Ah. – Eu suspirei. – Sempre gritavam ‘Alice’, por quê?

— Pergunte ao Absolem depois.

— Quem?

Ele não respondeu depois disso, mas girou o próprio corpo, fazendo-me ir parar na grama; não tinha me tocado daquilo.

— Volte logo. – Ouvi a voz de Cheshire ressoar na minha cabeça. 

 

Não me lembrava como nem por que, mas estava correndo. E estava muito escuro. Fechei os olhos, com medo, e senti a chuva caindo sobre mim. Minha xícara estava jogada no jardim, meu robe molhou-se ainda mais.

— Vincent! – Meu pai gritou da janela da cozinha. – O que está fazendo?

Eu o encarei. Quanto tempo havia passado? Ele me olhou da varanda.

— Acho que estou louco pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá de novo!
Espero que tenha gostado! Pode me contar o que achou aqui nos comentários.⏜▾⏜
Logo logo posto alguma fanfic nova aqui! Espero que nos encontremos novamente. ✿
Vince e Ches mandam beijinhos e agradecem por ter lido até aqui ☻
Até a próxima!
— v i t t o -



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prometo-lhe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.