15 anos atrás.

Lia se assustou por ele desejar o mesmo que seu íntimo e logo enrubescida, anuiu pegando a mão direita dele. Shura levou seu tronco encurtando a distância. Com os olhos fixos aos dela, logo encontrou os delicados lábios. Primeiro, um beijo tímido, envolvendo-a em seu abraço. Sensações quentes se apossam de ambos e o beijo se torna algo mais envolvente. O ar se acaba, forçando a separação que deveria ser eterna. Silêncio e uns poucos segundos de olhares trocados e Lia retirou o lenço rubro que envolvia seu pescoço, depositando nas mãos de Shura. O jovem cavaleiro cerrou o punho e levou até o peito sorrindo, soltando aos poucos a mão dela. Deu as costas e com passos pesados, não se virou, logo sumindo noite a dentro.

—___

 De olhos fechados, Lia percebe que teve o mesmo sonho, outra vez! Sempre acordava com o rosto molhado. Era inevitável! Sonhar com ele, sempre a desperta assim. O dia era de festa. Sua tia levou em consideração a data e não a chamou nos afazeres do Refúgio. Lia completava 30 anos. Levava sua vida da melhor maneira, mesmo solteira. Não é que nunca tenha recebido nenhuma proposta, mas seu coração jazia em outro país, com um certo espanhol. 

—___

Acordar tarde, desjejum na porta e o dia livre. O que mais uma aniversariante poderia querer? Desceu uns poucos lances de escadas e entrou na cozinha, para preparar uma xícara de cappuccino bem quente e logo se direcionou até a entrada, onde havia duas mesas coloniais e escolhendo uma, sentou-se desgustando cada gole. A mente continuava repassando o sonho. Distraída, observando as montanhas que cercavam toda a paisagem, olhava para algumas montanhas mais distantes e tinha certeza de que o treino de Shura teria ocorrido no Monte Perdido. Descia o monte para se alimentar e ninguém mais o via. Era a montanha mais alta. Não pretendia fazer tal caminhada. Se a fizesse, só seria uma ferida a mais, estar onde ele esteve... Não faria sentido. terminou seu café e procurou manter a mente ocupada.

—___

Com a pouca opção que deu de divertimento para si mesma, Lia decidiu se apresentar dançando flamenco.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

O DESTINO ESTÁ COLOCANDO CADA PEÇA EM SEU DEVIDO LUGAR.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

O véu da noite já se apoderou do céu do Santuário.

Os dias que anteciparam esse, foram meio agitados para o décimo cavaleiro de ouro. Sua agitação não passou despercebida, mas não conseguia abrir-se com ninguém... Logo após um dos treinos com Aioros, ele confidenciou suas preocupações mentais. O amigo sagitariano riu da situação, mas não fazendo pouco e sim, tentando entender. Ressuscitados e livres para viver vida de homens. A armadura não diminuia a masculinidade, nem retirava seus sentimentos e desejos. Caso fosse da vontade de algum deles, poderiam se casar. Shura, não tinha o que temer. As doze casas eram muito bem guardadas, e a dele, nem se fala! O que temia?

Aioros: -O que falta?

Shura: -Será que me têm em seus pensamentos? Eu meio que... a abandonei! Não pedi que esperasse por mim.

Aioros: - Não seja tolo! Vá verificar. Não sofra por antecedência. Creia que te espera. Eu creio! Está sendo injusto e dessa vez, com você!

A conversa deu o alívio necessário, mas restava confirma sua expectativa. Seria um presente de aniversário para os dois. Dois capricornianos, com diferença de 2 anos e um dia.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Monte Pirineus
Como o dia era especial, Lia pôde escolher a vestimenta para sua apresentação. Optou por um belo vestido sem alças vermelho, duas mechas soltas e o restante dos cabelos presos num rabo de cavalo. Sapatos de flamenco e um batom vermelho vibrante para arrematar. Linda!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨