Filhos da noite 3 – Ascensão escrita por CM Winchester


Capítulo 5
Capítulo 4 - NÃO SOU BEM-VINDO AQUI




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Fiquei encarando Ben. Não sabia o que dizer.
Fechei a porta do quarto por que Blyte não poderia vê-lo.
— Quem é você?
— Sou Nicolle. - Respondi indo até ele. - Sou sua... Amiga.
— Eu não lembro de você... Na verdade não lembro nem quem eu sou.
— Benjamin. Esse é o seu nome. - Respondi e ele ficou me encarando.
— Benjamin. - Repetiu. - O que mais você pode me dizer?
— Hum... Você é... Um cara legal, divertido... Olha, vou arrumar seus papéis e te levar para casa.
— Onde está a minha família?
— Eu... Sou sua família. - Respondi antes de sair do quarto.
No corredor respirei fundo.
Dois desmemoriados. Era ridículo aquilo.
Fui falar com o médico do hospital e tive que usar minha magia para influencia-los a liberar Benjamin para ir para casa.
Depois liguei para Tyler.
— Preciso da sua ajuda.
— Fala.
— Encontrei Ben no hospital. Vou leva-lo para casa da fazenda.
— Vai traze-lo para cá?
— Sim. - Respondi como se fosse o óbvio.
A casa era minha.
— Ok. Vou avisar meu pai. Já falou com o seu?
— Ainda não, Tyler. Uma coisa de cada vez. Minha cabeça está dando pane. Nora não lembra nada desde abril. Ben não lembra de nada nem de si mesmo.
— Nora está sem memória?
— Sim.
Me despedi de Nora e Blyte antes de levar Ben para a casa da fazenda. Dirigi sempre olhando para a frente enquanto ele me encarava abertamente. Meu rosto estava vermelho e minhas mãos estavam suadas.
Estacionei e desci do carro já fazendo a volta. Ben abriu a porta e desceu olhando para a casa.
— É aqui que eu morava?
— Não. Essa é a minha casa. E será a sua até você recuperar a memória. - Respondi. - Preciso comprar roupas para você.
Subi os degraus da casa com ele me seguindo e entramos.
Encontramos com Viktor, Tyler e Nico. Ben os encarou.
— Viktor é o caseiro daqui e Tyler é o filho dele. - Apontei. - Aquele outro é Nico, meu irmão.
Encarei os 3 com uma expressão de "digam alguma coisa".
— É bom tê-lo aqui. - Nico falou sorrindo. - Já separamos um quarto para você. E roupas também.
Ele fez sinal para Ben o seguir e ambos subiram as escadas.
— Você não pode deixa-lo aqui. - Viktor respondeu.
— Ele não tem onde ir. Nem lembra quem é ou que é. - Respondi.
— Ele ainda tem a ligação com os céus?
— Não sei. Não senti nada quando o vi, nem mesmo vi suas asas. Mas não toquei nele. E nem vi suas costas sem camiseta. Se ele for Anjo caído terá uma cicatriz nas costas.
— Eu sei como isso funciona. - Viktor retrucou.
— Então me explica um jeito de fazer ele lembrar das coisas.
— Posso bater a cabeça dele na parede. - Tyler resmungou.
— Ok. Escuta aqui vocês dois. A casa é minha e Ben vai ficar aqui vocês querendo ou não.
— E seu pai o que vai dizer disso?
— E desde quando me importo com o que meu pai diz? - Perguntei.
— É bom saber disso, Srta. Nicolle. - Virei para papai que havia chegado.
— Não estou aberta a negociações. Benjamin fica.
— Eu aceito isso. - Falou.
Isso deixou não só eu surpresa como Tyler e Viktor também.
— Sr... - Viktor começou.
— A casa é de Nicolle, ela tem o direito de trazer quem quiser para cá. - Meu pai respondeu. - E é melhor ele ficar aqui escondido do que por ai. Até onde sei, a um monte de gente que o quer morto.
— Por que a minha vida não poderia ser mais simples? - Perguntei.
— Por que todos temos uma missão. - Papai respondeu.
— Nossa que esclarecedor. Parece até livro de alto ajuda. - Debochei. - Patético!
Fui em direção ao porão. Desci as escadas de dois em dois degraus. Me dediquei a achar algum livro que me ajudasse a quebrar bloqueios da mente.
Blyte impôs que ninguém fosse visitar Nora enquanto estava no hospital.  Então fiquei na casa da fazenda. Depois de tudo o que tinha acontecido eu não queria voltar para lá.
— Você tem que voltar par lá e ficar com Nora. - Patch falou.
Estávamos na frente da casa da fazenda.
— Preciso ficar com Ben também. - Respondi. - E não me faça voltar lá e ter que mentir para a minha melhor amiga.
— Você já mentiu para ela
— Não assim. Não desse jeito. Nunca contei a ela sobre o que eu era. Só que nem sabia o que era até ela sumir.
— Vai ser pouco tempo, até Hank e Blyte se assumirem. Preciso que fique com ela e cuide dela.
— Ninguém realmente quer Ben aqui. - Respondi. - Aceitaram por que a casa é minha. Como é que posso sair e deixa-lo aqui?
— Nenhum deles vai atingir Ben. Ninguém quer a sua fúria sobre eles. E vou ficar aqui dando uma ajuda.
— Você pode ser seguido a qualquer hora pelos homens de Hank.
— Sim, mas sou ótimo em me esconder. Cuide dela e cuidarei dele.
— Ok. Mas não me peça para ter uma convivência pacífica como Hank. - Patch sorriu.
— Não pedirei. - Respondeu e entrei na casa.
Subi as escadas em direção ao quarto e vi Ben parado perto da janela. Ele se virou para mim quando entrei em seu quarto.
— Algum problema?
— Quem é o cara?
— Patch? É um amigo.
— Você tem muitos amigos.
— De certa forma sim.
— Tem algo entre vocês?
— Entre Patch e eu? - Ele assentiu com os braços cruzados e sorri com isso. - Não. Claro que não. Ele gosta da minha melhor amiga. Há uma lei sobre isso sabia. Não se pega namorado ou ex de amiga ou irmã. E não o vejo desse jeito. O vejo só como um amigo.
— Mas esse que mora aqui não te vê só como uma amiga.
— Tyler? - Ben assentiu. - Como você pode ver isso?
— O jeito que ele te olha. É mais que uma amizade. Ele te deseja.
— Acho que já deixei bem claro meus sentimentos quanto a isso a ele. - Respondi colocando as mãos nos bolsos da calça de moletom.
Estava com uma calça de moletom cinza, camiseta gola v rosa e chinelo preto.
— Parece que ele não entendeu isso ainda. Tem esperança demais. - Franzi a testa.
— Você está começando a entender bem das pessoas.
— Sim. Não sei. Mas parece que consigo ver melhor as coisas. A minha grande curiosidade é: Tyler me odeia e eu acho que 90% desse ódio todo é por causa de você. - Fiquei em silêncio. - O que você é minha afinal?
Meu celular tocou e olhei no visor. Era Blyte.
Mordi o lábio hesitando, mas atendi a chamada.
— Oi.
— Oi querida. Nora ganhou alta. Voltamos para casa hoje. Vai estar lá?
— Você quer que eu esteja?
— Acho melhor dar um tempo a ela por hoje pode ser?
— Pode. Amanhã vou ai falar com ela.
— Ok. Obrigada. - Falou antes de desligar.
— Então? - Ben perguntou ainda com seus braços cruzados.
— Por que quer saber isso?
— Por que sinto que tivemos algo. Sinto que você está escondendo muita coisa de mim.
— É verdade. Mas você não está pronto para saber.
— Por quê?
— Por que é loucura. - Respondi. - Vai achar que é loucura o que vou te falar. É melhor que continue assim.
— Mas se isso me ajudar a lembrar...
— Vou ficar fora por um tempo. Preciso voltar a minha rotina de antes. E vou voltar a dormir na casa de uma amiga...
— Quando você vai voltar?
— Passo aqui todos os dias de tarde para saber como você está.
— Nicolle...
— Me chame de Nikki. - Comentei.
— Aqui ninguém gosta de mim. Não sou bem-vindo aqui.
— Não se preocupe, ninguém fará nada a você.
— Escutei o que você estava conversando com esse tal de Patch.
A audição dele também estava avançada.
— Se você escutou então sabe que você ficará bem. Que ele vai te ajudar.
— Tem muita coisa que não entendo. Aparece flashes na minha cabeça. Eu conheço ele.
— Patch? Vocês são melhores amigos.
— Por que ele não veio conversar comigo então?
— Acho que ele não sabe como chegar e conversar com você. Acredite, não é nenhum pouco fácil.
— Vocês só precisam me contar a verdade.
Fui até ele e agarrei seu pulso, uma corrente elétrica passou pelo meu corpo e ele se afastou.
A corrente elétrica era boa. Me dava um sentimento bom.
Claro, desejava Ben. Devia ser por isso.
Seus olhos verdes me encaravam com um misto de sentimentos.
— Sente-se. - Pedi e ele sentou na cama.
Coloquei minhas mãos perto de sua cabeça e senti a magia saindo delas.
Ben recuou.
— Se você quer a verdade vai ter que saber que não existe só humanos nesse mundo. Você não era humano. Precisa saber que para vencer seus demônios precisa enfrenta-los.
Ben ficou parado e eu conduzi minha magia para sua cabeça.
Só consegui faze-lo ver as minhas lembranças. As lembranças desta vida.
Não poderia fazer mais que isso já que mal lembrava das outras vidas. E acho que ele não gostaria de saber que por sua causa eu morri nas outras duas vezes.
Me afastei dele.
— Isso é o tempo em que ficamos juntos. Você tem milênios. Você tem que quebrar isso. - Me afastei. - Eu preciso ir.  Amanhã passo aqui para ver você.


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Notas finais do capítulo

N.B.: Ainda tentando entender a perda de memória, e muito bolada porque literalmente não lembro nada de nada da história original. Estou adorando ler sua versão. Bjs, bjs. Fhany Malfoy.
N.A.: Sou um gênio eu sei kkkkk Brincadeira. Mais para frente vem mais respostas. E devia ler os livros de novo amiga. Sempre é bom se apaixonar pelo Patch de novo! Bjs. CM Winchester



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