As aventuras do Titio Flash - III escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 1
Tudo começa com uma bisbilhotada




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― Ora essa... – um jovem ruivo examinava uma amostra no microscópio. – Foi como eu pensei, o luminol encontrou uma mancha de sangue nas roupas dele. Parece que o assassino foi descoberto...

Wally West concluiu sua tarefa de análise, anotando as observações que fizera naquela camiseta com luminol, a qual revelava manchas de sangue que foram lavadas após o crime investigado pela polícia em Central City. Guardou em um saco plástico a peça e a entregou a um colega, que repassaria tudo aos detetives encarregados do caso.

Aquela fora a sua última tarefa do dia em seu trabalho como cientista forense. Tirou o jaleco branco, se despediu de seus colegas e saiu da sala. Olhou para um lado, olhou para o outro e entrou na sala de cópias. Ativou seu comunicador auricular e disse:

― J’onn, subida pra um!

Não demorou muito para que Wally se materializasse na Torre da Liga. Acionou seu anel e, em fração de segundos, já estava com seu inconfundível uniforme vermelho de Flash, o Velocista Escarlate. A fome começou a apertar e ele correu rapidamente até o refeitório, onde recebeu sua refeição e, em seguida, foi até sua mesa.

Começou a comer sua refeição, pois logo iria começar a sua vigília na Torre, conforme sua escala. Certas coisas poderiam ser feitas sem pressa, e comer era uma delas, principalmente quando o conteúdo do bandejão estava muito apetitoso.

Nisso, Batman e Mulher Maravilha tomaram seus lugares em outra mesa, mais distante da sua. Começavam a conversar sobre algum assunto, o que lhe despertou curiosidade. Quanto mais confidencial era o tom da conversa deles, mais Wally ficava curioso.

Tentou ler os lábios de ambos, mas estava longe o suficiente para não conseguir fazê-lo como queria.

“Se eu tivesse a superaudição do Super ou a telepatia do J’onn...” pensou enquanto levava mais um garfo de comida à boca. “Eu saberia o que eles estariam falando. Será que precisam de uma babá?”

Começou a comer mais rápido, para terminar a refeição e levar embora o bandejão para repetir a comida, como uma desculpa para passar perto da mesa do casal.

Precisava saber se a conversa tinha a ver com sua sobrinha favorita!

Flash se levantou e suspirou aliviado ao ver que teria que enfrentar uma fila para repetir sua refeição. Ter uma grande equipe de heróis além dos sete membros fundadores tinha suas vantagens, e essa fila onde ele ficaria aguardando sua vez estrategicamente perto da mesa onde estavam Bruce e Diana tinha realmente vindo a calhar.

Como quem não queria nada, Wally tomou seu lugar na fila. “Aja naturalmente, Wally!”, pensou.

―... e precisamos de uma festa inesquecível! – Diana dizia a Bruce enquanto mantinha um olhar pensativo.

― Infelizmente o cerimonial que sempre contrato para as festas não terá agenda para o dia que queremos.

― Deve ter outros cerimoniais que devem organizar tão bem quanto esse, não?

― Sim, há outros cerimoniais e farei contato com eles.

Enquanto a conversa entre o casal continuava, Flash tentava se conter, mas estava impossível. Ele não conseguia disfarçar a curiosidade com o assunto na mesa ao lado da fila. Se alguém o encarava, ele rapidamente desviava o olhar, mas de forma nada discreta.

Nisso, sentiu que alguém lhe tocava o ombro:

― Flash, a fila já andou... E bastante.

― Ops! – o velocista fora surpreendido pelo Gladiador Dourado. – Pode passar na minha frente, Gladiador!

― Valeu... Eu acho!

Entretanto, o Gladiador Dourado não foi o único a quem Flash cedera lugar na fila. Cedeu para Rapina, Columba, Vigilante, Arqueiro Verde e Canário Negro. Tudo para ouvir a conversa, desviando o olhar sempre que precisasse, mas...

― Perdeu alguma coisa, Wally?

Era a voz do Homem-Morcego que, mesmo com um tom incomodado, não intimidava muito o homem mais rápido do mundo.

― Só queria saber o que vocês vão comemorar, porque do jeito que estão falando, parece que vai ser um festão daqueles!

― Isso não é da sua conta, Wally. – o Morcego respondeu secamente, como lhe era típico.

― Olha, Morcegão, quando você diz algo assim eu fico ainda mais curioso!

― A curiosidade matou o gato.

― Ah, Morcegão, o que custa me contar o que vocês vão comemorar?

― Não é da sua conta.

― Eu merecia um pouco mais de consideração de sua parte... Sou praticamente da família, e...

― Não.

― Conta aí, vai!

― A fila já andou – Batman desconversou e apontou para um monte de heróis atrás de Flash, que congestionava o caminho. – Está atrapalhando o fluxo.

― Ok – Wally disse aos demais que estavam logo atrás. – Podem passar na minha frente!

Passaram o Senhor Incrível, o Vigilante e tantos outros, que Wally precisou sair de perto da mesa. Quando todo o fluxo passou, voltou à mesa, mas já não havia ninguém.

― Eu não deveria me surpreender... – suspirou. – O Morcegão é mestre mesmo em desaparecer nas sombras!

Mas ele não era de desistir. A curiosidade consumia o Velocista Escarlate. Saiu da fila a toda velocidade, deixando no lugar certo o bandejão vazio e, por fim, deixando o refeitório. Não iria começar seu plantão noturno sem antes saber que tipo de festa fariam e por que tanto segredo.

Se soubesse onde o Morcegão e a Princesa estavam, seria uma procura bem mais rápida... Entretanto, restava começar a procurar pelos setores mais óbvios. Seria mais fácil ainda se pudesse contar com a visão de raios-x do Super, mas ele estava de folga, pois a última missão em Metropolis – um resgate de vítimas em um prédio que desmoronara – fora bastante exaustiva.

Adentrou o corredor onde ficavam os alojamentos e teve que parar bruscamente sua corrida, pois quase trombara com o Lanterna Verde.

― Ei, Wally! – John Stewart indagou. – Onde é o incêndio?

― Não é incêndio, não! Só estou procurando o Morcegão e a Princesa!

― Não os vi por aqui. Mas o que é tão urgente para ter que achar os dois?

― Depois te conto, Lanterna! Fui!

Wally seguiu sua corrida. Nos alojamentos não iria encontrar ninguém. Claro que não! Eles não ficariam sempre no lugar mais óbvio! Com isso em mente, correu por toda a Torre da Liga, procurando por algum vestígio de ambos, da sala de controle até o Javelin, que estava no hangar.

Levou aproximadamente cinco minutos em uma busca minuciosa em lugares que fossem menos óbvios, sem localizar o casal. A busca, infelizmente, fora infrutífera.

Onde aqueles dois teriam se metido? Até nos banheiros ele fora checar!

― Bom... – murmurou consigo mesmo. – Vou passar pela sala de reuniões pra pegar meu baralho e depois assumir meu posto na vigília. Espero que seja tranquila, mas que eu não precise jogar paciência...

Digitou sua senha para abrir a porta e entrar na sala de reuniões. A porta deslizou silenciosamente e Wally pôde ouvir duas vozes conversando de forma confidencial.

― Amanhã já começarei a fazer contatos com os cerimoniais. – Wally reconheceu a voz do Homem-Morcego.

― Ótimo – era a voz de Diana. – Sei que serão bastante competentes para fazer uma linda festa para a Dara!

― AHÁ!! – Flash abriu um sorrisão de orelha a orelha. – EU SABIA!!

Surpreendidos, Diana e Bruce não responderam nada, pareciam meio que em choque com a repentina aparição de Wally, que continuava a sorrir:

― Vocês não vão deixar o “Titio Flash” de fora dessa festa, vão?


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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