Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 10
Arquivos e Despedida


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Oi, pessoinhas!
Hoje teremos um pouquinho de tristeza vindo aí -q
Boa leitura!



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— Eu peguei um trabalho para esse fim de semana — comentei com Viktor, enquanto tomávamos café na copa da empresa. — Um aniversário de dezoito anos. É aqui perto.

— Pediram qual pacote? — Ele perguntou antes de enfiar um pãozinho na boca.

— O grande. — Nós dois sorrimos ao mesmo tempo.

— Uau. Está feita por um mês.

— Bem isso, mas acho que vou usar esse dinheiro para comprar algumas lentes novas, é sempre bom renovar o equipamento.

— Verdade...

Ouvimos conversas se aproximando, e logo Ambre e Peggy entraram no cômodo, indo para a cafeteira. Segundos depois, Armin também apareceu, vindo sentar-se ao meu lado na mesa, puxando os cabelos escuros para trás.

— Cansei de ficar sentado — resmungou.

— E você veio pra cá sentar? — ironizei, comendo um nozinho de canela.

— Essa cadeira não está com o formato da minha bunda, então é diferente... Vou esperar as bonitas saírem daí pra pegar um café — acrescentou sussurrando.

Olhamos para a frente com um novo visitante, e vimos Bonnet. Pelo jeito, estava me procurando.

— Ju, queria falar com você.

— Agora?

— Pode terminar de comer, acho que vou pegar um café também.

— Eu tô na fila — avisou Armin.

Ele sorriu. — Ok.

— Tem algum problema? — Ambre aproximou-se com seu copo de capuccino.

— Não, o mesmo que eu falei sobre os arquivos da minha sala.

— Eu falei pra você...

— Eu sei, mas quero saber a opinião da fotógrafa chefe, afinal, são fotos. — Bonnet me encarou.

— Ah... O que você quer fazer? — perguntei assim que o clima pesado se instalou ali. Armin rapidamente foi pegar seu café assim que Peggy saiu de lá.

— Tirar os arquivos de lá. Minha estante está lotada e eu não tenho mais lugar para por meus próprios arquivos. Temos que arranjar um lugar só para por aquilo tudo.

— Mas não temos mais lugar aqui... A menos que você contrate um serviço, ou alugue um self storage...

— Eu falei a mesma coisa — cochichou Ambre, contrariada.

Bonnet pensou por alguns segundos. — Depois conversamos sobre isso. — E ele foi pegar um copo de papel e preparar sua cápsula.

Observei meu café quase no fim, sentindo aquele silêncio estranho, e logo Viktor suspirou, e eu notei que Ambre e Peggy haviam saído dali. Armin voltou ao seu lugar, e assim que Bonnet pegou seu café, também saiu.

— Eu, hein. — Armin sussurrou. — Vocês viram a cara que a Ambre fez?

— A mesma de sempre, não? — retrucou Viktor, segurando o riso.

— É, mas um pouco pior.

— Não precisava desse clima todo... — falei, tomando o último gole da bebida já fria.

— Todo mundo sabe que a Ambre quer ser efetivada para um cargo maior — comentou Armin. — Afinal, ela está aqui desde o começo da agência.

— Mas ela já tem um cargo importante, não? Se ela sair, quem vai ser a professora dos modelos?

— Eu acho que ela não quer sair do cargo, só quer ter mais coisas pra fazer. Ouvi ela comentando uma vez com a Peggy que queria ajudar na administração.

— Então ela fica brava porque a Ju ajuda mais do que ela...? — Viktor finalizou seu café.

— Provavelmente.

— Bom, é melhor eu ir falar com o Bonnet logo. — Levantei, joguei meu copo no lixo certo e fui para a sala do diretor, batendo levemente na porta, até ser chamada para entrar.

— Oi, Ju. — Bonnet estava na frente da estante, talvez pensando nas possibilidades.

— Oi, chefe. — Entrei, fechando a porta e cumprimentando Melody com um aceno rápido de cabeça. Me aproximei. — E aí? Resolveu?

— Acho que vou alugar um box mesmo. Tenho algumas caixas em casa e vou trazê-las pra guardar esses arquivos. Noventa por cento disso tem mais de cinco anos e ninguém veio buscar, então acho que não tem problema tirar daqui.

— É, acho que não. Quer ajuda pra arrumar tudo?

— Seria bom, mas não quero que você perca aula. Podemos fazer isso amanhã. Você tem fotos pra fazer?

— De manhã e no começo da tarde, acho que depois da uma eu fico livre.

— Então é melhor.

— Tudo bem, assim que eu acabar venho pra cá.

— Obrigado, Ju. — Ele sorriu.

— Por nada.

Voltei para a minha sala, tive que resumir a conversa para os curiosos daminha mesa, e voltei ao trabalho de separar e editar rapidamente as fotografias. Após o período, fui para casa, comi, peguei minhas coisas e fui para a aula. Quando cheguei em casa, tive que escutar a Mari, mais uma vez, falando do ensaio da Charles Mlain e o Castiel de cueca, enquanto eu imaginava ela naquele estúdio com o rosto em chamas e os olhos brilhando.

No outro dia, como combinado, assim que terminei a última sessão de fotos e as passei para o computador, fui para a sala do Bonnet. Melody não estava ali, e em sua mesa haviam as caixas de papelão ainda planas. Bonnet estava digitando em seu teclado, então fui abrindo uma das caixas e começando a guardar os arquivos. Alguns minutos depois, ele se juntou ao trabalho.

Assim que guardamos metade dos arquivos, fizemos uma pausa e sentamos no chão, encostados na parede.

Estávamos em silêncio, mas não aquele silêncio constrangedor. Aquele silêncio confortável entre duas pessoas que se conhecem e se confiam.

Senti Bonnet me observando, e só depois o encarei de volta.

— E as aulas? Está gostando?

— Estou. Eu nem sabia que a área da fotografia era tão profunda como estou aprendendo, isso porque trabalho e estudei um pouco sobre na graduação.

Ele riu. — É fascinante quando nos aprofundamos em uma área específica... Fez amigos?

— Fiz alguns colegas, sim.

Bonnet continuava me olhando, e percebi o cantinho direito dos seus lábios erguendo. Virei o rosto, começando a rir.

— Pergunta logo.

— Perguntar o quê? — Ele se fingiu de inocente.

— Você não me engana.

— E nem você. Só pela cara que fez já percebi que tem coisa.

— Você viaja muito, menino.

— Quem é? — insistiu.

— Não tem ninguém. — Como ele não disse mais nada, voltei a encará-lo. Ele parecia considerar algo.

— Eu não acredito, mas tudo bem. Eu... conheci alguém.

— Hm. Alguém, é? — Dei risada.

— É. Alguém interessante.

— Que ótimo. Fico feliz por você.

Nos olhamos de forma cúmplice, e Bonnet segurou minha mão, cruzando nossos dedos. Voltamos a olhar para a estante, apenas sentindo a presença um do outro.

Aquela era uma despedida. Não triste, não feliz. Só uma despedida.

Claro que eu estava triste, quem eu queria enganar. Mesmo que eu não estivesse apaixonada por ele, nossa relação sempre foi boa. Nossos momentos nessa sala e no estúdio sempre foram divertidos... Mas uma hora chegaria ao fim, só não sabíamos quem seria o primeiro a se apaixonar por outra pessoa.

Suspirei. — Vamos?

— Vamos.

Levantamos e voltamos ao trabalho.

Algumas horas depois, terminamos de colocar tudo nas caixas, e pedimos ajuda de Armin e Viktor para levá-las até o carro de Bonnet. Ele nos liberou um pouco mais cedo, então voltei para casa tranquilamente.

Fiquei largada no sofá um tempinho com a Marimar, que estava tão entretida no filme que passava que não percebeu que eu estava meio pra baixo, felizmente. No horário, peguei minha bolsa e a bicicleta e tomei rumo para a aula. Acabei chegando mais cedo do que o normal, então tomei meu lugar e me debrucei sobre a mesa, me deixando levar pelo sentimento triste.

Cheguei a cochilar, mas um barulho de coisas sendo colocadas na mesa me despertou, e eu rapidamente ergui a cabeça, encontrando Rayan ali.

— Desculpe por te acordar.

— Não tem problema.

— Dia cansativo? — Ele sentou em sua cadeira, abrindo a bolsa e pegando seus materiais.

— É, até que sim.

Rayan ligou seu notebook e ficou nele alguns segundos, logo começou a me observar, coisa que eu notei um tempinho depois, mesmo estando com o olhar sobre a mesa dele.

— Você me parece triste... Está tudo bem?

— Sim, está, só... Eu... Bom, são coisas da vida. Eu tinha alguém e esse alguém conheceu outro alguém. Não que eu estivesse envolvida, era algo... sem compromisso. — Dei de ombros.

— Mas era legal. — Rayan finalizou por mim.

— Era. — Minha visão desfocou, lembrando de algumas cenas.

— Vocês pararam o contato?

— Não, nós somos amigos, não vai mudar muita coisa entre nós. Mas, acaba sendo um pouco triste.

— Eu entendo. — Ele levantou, e eu só percebi sua aproximação quando ele parou na minha frente e deixou algo sobre a mesa. — Sei que não posso ajudar, mas acho que um chocolate cai bem nessas horas. — E voltou.

Olhei o bombom que ganhei e sorri. — Obrigada. — Prontamente abri a embalagem e mordi, me deliciando com os pedaços de avelã e o chocolate meio amargo. — Isso é muito bom.

— Comprei em uma cafeteria aqui perto. Eles têm os melhores bombons do mundo.

— Depois me fala onde é, preciso comprar um estoque.

Ele riu. — Pode deixar.

Comi a outra metade observando o professor voltar ao seu computador, e nossos olhares se encontraram. Ao mesmo tempo, demos um sorrisinho sem jeito e desviamos o olhar.

O que foi isso, gente... Agora eu que estou viajando.


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Notas finais do capítulo

Bia:
Tadinha da Ju. O que acharam da reação dela?
Até mais o/

Ester:
All by myseeeeellf, don't wanna be all by myseeeelllf... É, meus caros, Júlia e Bonnet (qual quer que fosse o nome do ship) acabou :c Mas será que vamos ter novo ship com dona Júlia por aí? Hummm
Até mais, povo o/



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