Paradoxo Temporal 2: O Projeto K1 escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 4
O Projeto K1




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Hijikata encarava surpreso o grupo que acabava de chegar ao local onde ele estava com os demais. O que aquele quatro-olhos estava fazendo, vestindo o uniforme preto do Shinsengumi? E onde estava Kondo-san?

― Yo, Comandante Quatro-Olhos! – o Gintoki mais velho o saudou.

Hijikata deduziu que a saudação era para a sua contraparte do futuro, o que o fez se lembrar de um encontro meses atrás com o Yorozuya, que estranhamente lhe recomendou fazer um exame de vista. Ou seja, fora quando eles haviam retornado da primeira viagem no tempo.

“Ei, Mayora. Melhor fazer exame de vista de vez em quando.”

Então ele fora promovido a Comandante do Shinsengumi, no lugar de Kondo-san?

Suas deduções caíram por terra logo em seguida.

― Olá, Gin-san! – o Shinpachi fardado respondeu e viu algumas bandagens no amigo. – Você está bem?

“O QUÊ?! COMO ELE ASSUMIU O POSTO DO KONDO-SAN?!”

Não acreditara quando aquele garoto havia lhe contado essa parte, até ver com seus próprios olhos! E não conseguia conjecturar como o quatro-olhos poderia ter conseguido a ascensão até o comando do Shinsengumi. Tudo bem que a diferença entre as duas épocas era de vinte anos, mas olhando para a cara daquele moleque irritante que andava com aquele idiota de cabelo ruim, não conseguia imaginá-lo com capacidade suficiente para liderar todos os homens de preto... E para liderá-lo.

A lógica óbvia e natural era que o Vice-Comandante assumisse o posto de Comandante na ausência ou impedimento do mesmo. Não que o cargo fosse vitalício por alguém ter queimado etapas.

― MAS QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? COMO É QUE ESSE MOLEQUE QUATRO-OLHOS SE TORNOU COMANDANTE?!

Sua contraparte mais velha tinha no rosto uma expressão conformada, enquanto o Comandante Shimura respondeu:

― É a mesma pergunta que me faço todos os dias há dez anos, Hijikata-san...

O Hijikata mais velho emendou:

― O Shimura-san salvou a vida do Kondo-san em batalha, dez anos atrás. Abdicou do comando do Shinsengumi e botou o cunhado no lugar. – acendeu um cigarro. – Vai entender.

O Gintoki de sua linha temporal parecia se divertir com a expressão de choque do Mayora. Já que ele viera como passageiro clandestino na viagem pelo tempo, era justo que recebesse sua cota de choques, tal como ele recebera na primeira vez.

― Eu te entendo, cara...! – disse em tom de troça.

O moreno nada disse, por mais que tivesse uma grande vontade de dar uns sopapos naquele cara de cabelo ruim, que o encarava com uma expressão debochada. Queria muito, muito mesmo dar um soco no meio da cara do Yorozuya e tirar da cara dele aquele sorriso irônico e, ao mesmo tempo, sádico.

Sim, embora Sougo fosse abertamente sádico, conhecia bem o Yorozuya para saber que ele também adorava umas boas doses de sadismo e trollagem. Ah, mas tinha uma vontade imensa de voar para cima daquele idiota... Porém, o choque com aquelas revelações o deixara sem condições de ter uma reação física de desembainhar a katana e lhe cortar o pescoço.

― Ora, ora... – a inconfundível voz monocórdica de Okita vinha acompanhada do som da bazuca prestes a ser disparada. – Que ótima oportunidade para apagar a existência do Hijikata-san da História...

― SOUGO!! – os dois Vice-Comandantes gritaram ao mesmo tempo. – ABAIXA ESSA BAZUCA!

― NINGUÉM VAI APAGAR NINGUÉM AQUI DA HISTÓRIA, OKITA-SAN! – o Comandante Shimura esbravejou à maneira de sua contraparte do passado.

Respondendo um “Tá bom”, Okita abaixou a bazuca, o que mostrou que Shimura Shinpachi, Comandante em exercício do Shinsengumi, tinha conquistado certo respeito. Ele pigarreou de leve, porque ainda havia se encarregado pessoalmente de dar respostas, ainda mais após o que ocorrera em Kabuki.

― Até agora, não conseguimos descobrir o paradeiro do Ginmaru-san. – disse. – Mas estamos tentando encontra-lo... E sei que farei uma manobra arriscada, mas mobilizei uma parte dos nossos homens para se infiltrarem em Kabuki para continuarem a investigar e eventualmente proteger o distrito de um novo ataque. Temos poucas pessoas que ficaram no Distrito Kabuki após a última batalha, então creio que o Shinsengumi pode ajudar a reforçar essas defesas.

― E sobre o “Projeto K1”? – Tsukuyo questionou. – O que mais já foi descoberto?

― Como o pessoal do passado também está aqui, acho que é melhor a gente explicar tudo de uma vez. – seu olhar recaiu sobre o Trio Yorozuya do passado, mais Hijikata e se deteve em Kagura. – Yamazaki-san continua nos enviando relatórios sobre o que foi descoberto até agora a respeito desse projeto. Ele tem um contato em meio aos aliados dos darkenianos e diz que o projeto é mantido com o máximo possível de sigilo. Tudo o que apuramos é que, antes mesmo que houvesse a invasão enjiliana, um pequeno grupo de darkenianos estava entre nós. Até mesmo antes de Ginmaru nascer.

― Então poderia ser quando a Kagura-chan estava viva nesta linha de tempo? – o Shinpachi do passado indagou.

― Com certeza. – o outro Shimura respondeu. – Em algum momento eles coletaram o DNA Yato e estão usando isso para o projeto deles. O contato de Yamazaki-san lhe disse que suspeita que estão usando esse DNA para poder fazer um exército de Yatos artificiais.

― Ei, e onde a Kagura entra? – o Gintoki do passado perguntou.

― Já sei! – a garota Yato se entusiasmou, mostrando mais uma vez seu muque. – Nós vamos invadir o laboratório deles e quebrar tudo, e aí vai precisar da minha força!

Gintoki aplicou-lhe um sonoro cascudo:

― Larga a mão de ser besta, Kagura!! Deixa o Comandante Quatro-Olhos terminar!

O Comandante Quatro-Olh... Digo, o Comandante Shimura, finalizou:

― Na verdade, precisamos de um Yato para desativar o projeto. Yamazaki-san disse que só o DNA de um Yato pode fazer isso. E aí chegamos até a Kagura-chan.

Kagura ainda esfregava o cocuruto dolorido pelo cascudo que recebera, mas entendia a situação. Sabia que queriam sua ajuda, e ela se disporia a tal, assim como seus companheiros certamente lhe dariam o maior apoio. E sentia-se, de certo modo, muito importante, porque a procuraram para ajudar.

E ela era da Yorozuya, uma faz-tudo, assim como Gin-chan e Shinpachi. Adorava o que fazia, ajudar pessoas... Além de viver aventuras insanas – como aquela – com seus outros dois companheiros.

E mais... Naquela linha temporal eles não a tinham, então se sentia única!

― Topo o serviço – ela disse com um largo sorriso no rosto. – Mas quero comida no capricho!

Desta vez, não houve cascudo, mas cafunés de Shinpachi e Gintoki, que acrescentou:

― Minha parte na comida pode ser de parfaits e outros doces!

O breve “momento família” do Trio Yorozuya foi interrompido por um toque de celular. Era o smartphone de Ginmaru, que o Gintoki daquela linha temporal atendeu:

― Alô. Sim, é o Yorozuya. Hã? Ginmaru? Onde? Como posso confiar em você?  Tá.

Após o contato encerrado, informou:

― Alguém está com o Ginmaru.


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