Quando os Opostos se Atraem escrita por Line Lustosa


Capítulo 4
Capítulo 3




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Sexta feira...

Crystal Narrando: 

Hoje era o dia da festa na praia, confesso que não estava nada animada, mais Alec me fez ficar um pouco ansiosa, confesso de o fato de ele ir me fez ficar mais animada. Nos últimos dias, ficamos mais próximos como nunca, quer dizer, eu acho que ficamos. Na escola sempre que dava a gente se falava, agora pelo celular, conversávamos sempre, não achava que tínhamos tantas coisas em comuns.

Assim que sai do banho, fui escolher a roupa que eu iria, optei por um vestidinho básico, uma botinha que era minha companheira fiel, e um casaquinho, a noite estava um pouco fria, antes de me arrumar resolvi secar meu cabelo, quando vejo o Samuel entrando no meu quarto.

— Pelo visto, alguém resolveu sair da toca. – Disse rindo se encostando na porta.

— Pois é, não custa se divertir um pouco. – Disse indiferente.

— Olha Crystal, sobre segunda, eu peço desculpas por ter sido um grosso com você. – Disse se aproximando – Eu estava estressado, acabei descontando em você.

— Pelo visto as drogas não estão fazendo mais o efeito de relaxar não é ? – Falo virando para ele e cruzando os braços.

— Olha pega leve, já foi suficiente o gelo que você deu em mim a semana toda.

— E eu vou dar mais gelos quantas vezes forem preciso para fazer você acordar pra vida Samuel! – Falo irritada – Você só tem 16 anos, e já se drogou mais que qualquer garoto da cidade, só perde para a Savana, eu sei que quando você começou a andar com ela, você mudou seu comportamento e suas atitudes. Você acha que nossos pais ficariam orgulhosos de você ?

— Crystal você não entende. Não tem sido fácil para mim também, sabe como a morte deles me afetou.

— Me afetou do mesmo jeito Samuel, mais eu soube viver o luto, já você, na primeira oportunidade já descontou tudo nas drogas, tudo por medo de sentir a dor.

— Talvez você tenha razão. – Disse olhando para o chão.

— Me deixa eu te ajudar. Samuel, só sobraram nós dois aqui, até a vovó a Paola conseguiu afastar da gente, se você não se comportar e causar mais problemas, eu vou ficar sozinha, porque você sabe que quando a Paola parar num hospital ou na delegacia por sua causa, ela vai fazer questão de te internar num lugar que ninguém vai saber aonde é, e ainda pode ser capaz de nunca tirar você de lá. – Falo com nó na garganta.

— Eu sei, eu sei disso tudo. Me desculpa. – Fala me abraçando – Eu vou mudar, te garanto.

— Por favor, não me decepciona. – Disse saindo do abraço – Eu te amo pirralho.

— Eu também te amo rabugenta – Ri– Agora vou deixar você se arrumar, sei que seu novo amiguinho vai vim buscar você. Te vejo na festa.

Ele sai do quarto me deixando aliviada, parece que finalmente vou ter meu irmão de volta. Começo a colocar meu vestido, daqui alguns minutos Alec já estará aqui. Logo termino tudo, roupa, cabelo e maquiagem, até que eu estava bonitinha, antes de descer peguei meu medalhão que minha mãe me deu antes do acidente.

Desço até a sala para esperar o Alec, porém, tenho o desprazer de ver Paola vadia, minha noite estava ótima antes de ver ela.

— Ora, ora, ora, pelo visto alguém tem algo para fazer hoje. – Disse bebendo seu whisky e fumando seu cigarro fedorento – Achei que Crystal fosse sonsa demais para sair nos ares noturnos.

— Pois é né Paola, não é só você que pode sair de noite. – Disse pegando minha bolsa – Pelo menos não vou nos lugares de quinta categoria que você vai ou me encontrar com homens casados.

— Você me respeite garota, sou sua tia e até você ir para faculdade, você me deve respeito. – Disse irritada.

— Você não merece respeito Paola, e nunca vai merecer, mulheres como você não merecem. – Digo irônica.

— Não vou perder meu tempo com um ser insignificante como você, só espero que não traga problemas como o sonso do seu irmão. – Diz indo em direção a escada – Afinal, sabe o que pode acontecer com ele, caso continue nesse estado. Imagine a manchete, Paola Carter, a tia dedicada e amorosa que tentou tirar o sobrinho do mundo das drogas, mais sem muitas escolhas, teve que interna – lo antes que pudesse se prejudicar mais ainda. – Disse rindo.

— Você não presta Paola, agora sei porque até minha vó tem repúdio por você. – Falo saindo de dentro de casa.

Me sento na escada da varanda e espero Alec. Essas provocações que eu e Paola fazemos uma para a outra são sempre frequentes, mesmo estando esgotada com isso tudo, tenho que aguentar durante mais um tempo. Alec não demorou muito para chegar, assim que ele estaciona seu carro me levanto e vou até ele para entrar.

— Por que essa carinha triste ? – Perguntou preocupado.

— Nada demais, só uma dose diária de provocações com Paola vadia. – Falo colocando o sinto.

— Ainda acho engraçado esse jeito que você chama sua tia, ela é tão horrível assim ?

— Ela é o terror em pessoa pode acreditar. – Rio.

Logo ele liga o carro e vamos em direção a praia. Fomos o caminho todo conversando sobre varias coisas, as vezes ficava impressionada como não faltava assunto entre nós dois. Alec podia ter essa áurea de garoto encrenca, e acho que por isso muita gente não quis se aproximar dele na primeira semana, quer dizer, pessoas do sexo masculino, no final das contas, ele era legal.

Logo chegamos, achamos uma vaga para o carro e descemos. Vimos que praticamente todos da escola estavam aqui, claro ninguém perderia a festa da Bianca que normalmente eram sempre as mais animadas. Ela sempre conseguia tudo o que pedia para o xerife.

— Olha eu vou pegar uma cerveja, você quer ? – Perguntou Alec no meu ouvido, por causa da musica super alta.

— Claro, eu aceito. – Sorrio.

Ele sorri de volta e logo vai na parte das bebidas, em seguida, avisto a Moana vindo até mim.

— Olha quem realmente apareceu, Crystal Trajano, a garota mais caseira da cidade. – Disse rindo.

— Bom, Alec foi bem convincente falando que poderia ser legal.

— Você e Alec estão bem próximos. – Disse ela bebendo.

— Ele até é legal. – Sorrio – Me distrai um pouco.

— Fico feliz amiga, quem sabe mais pra frente vocês não virem algo a mais. – Disse maliciosa.

— Não viaja Moana. – Rio batendo em seu ombro.

Ficamos conversando durante alguns minutos quando Alec volta com as bebidas.

— Me desculpe atrapalhar essas lindas Garotas. – Ri – Aqui está Crystal, uma cerveja gelada para senhorita.

— Muito obrigada. – Disse rindo.

— Bom vou deixar vocês a sós. – Disse Moana saindo e indo até um grupo com outras pessoas.

— Por que parece que Moana é mais, digamos, conhecida do que você ? – Pergunta Alec curioso.

— Ela sempre foi a mais simpática, as pessoas normalmente me tratam com pena, então aprendi a ser um pouquinho antipática. – Rio.

— Sei como é, ser antipático as vezes é a melhor solução. – Disse bebendo sua cerveja.

— E o que você sabe sobre antipatia ?

— Bom, usei isso como forma de defesa. É útil na cidade grande.

— Eu imagino. – Rio.

A festa foi correndo normalmente, Alec e eu ficamos conversando e fazendo piada de algumas pessoas já caindo de bêbadas, hora ou outra via se meu irmão estava por aqui, e nas vezes que eu vi, ele estava com os mesmos amigos de sempre, até com aquela garota Savana, desconfiava que os dois se gostavam mais isso era assunto para outra hora, o importante era que eu ainda não vi ele usando nenhuma droga, e isso me aliviou. Logo vejo Scott se aproximando de mim e Alec, isso me cheirava a encrenca.

— Crystal eu posso falar com você ? – Pergunta, ignorando a presença de Alec.

— Scott a gente não tem mais nada para conversar, só volta pro seu grupo. – Falo indiferente a ele, se Scott acha que ainda gosto dele, está muito enganado.

— Crystal, por favor. – Implorou ele.

— Cara ela já disse que não está afim. – Disse Alec – Dá um fora daqui.

— E deis de quando você fala por ela ? – Perguntou Scott – Crystal quando foi que você começou a andar com esse cara ?

— Scott isso não é da sua conta, eu e você não temos mais nada, você definiu isso quando pegou a minha tia. – Falo apontando o dedo pra ele – Então para de se meter na minha vida. Vem Alec, vamos sair daqui, o ar não está um dos melhores.

Puxo Alec pelo braço antes que ele e Scott se desentendesem e saímos dali, com os dois se encarando sem parar. Vamos até uma parte mais afastada da festa, e começamos a caminhar um pouco.

— Me desculpa pelo Scott, ele é muito idiota. – Falo sem graça.

— Não se desculpe, já lidei com muito caras como ele – Ri – Mais como uma garota legal como você, namorou esse cara ?

— Scott não era esse babaca quando eu o conheci, quer dizer, eu acho que eu achei que não era. – Sorrio fraco – A gente começou a namorar um tempo depois que os meus pais morreram, eu achei que era o certo na época. Mais, ele demonstrou não entender muito bem a situação que eu estava passando, era muita coisa que aconteceu ao mesmo tempo, a morte dos meus pais, a guarda integral minha e do meu irmão para a minha tia, ela afastando nossa vó da gente. – Suspiro – Então, um belo dia, flagrei a Paola Vadia e ele se pegando na nossa cozinha.

— Nossa, acho que nem eu faria isso com alguma garota, imagino como você tenha ficado.

— Até que eu não fiquei tão mal, me senti meio aliviada por ter me livrado dele confesso, mais peguei mais raiva ainda da minha tia.

— Sabe, acho que nossas vidas são bem confusas, cada um com sua dose de loucura. – Sorri se sentando na areia.

— Sabe, só eu tenho falado sobre a minha vida. – Digo me sentando do seu lado – Então garoto de San Diego, me fale um pouco da sua vida antes de parar aqui.

Alec suspirou e começou a olhar para o céu, que estava bem estrelado naquela noite, acho que ele ficou pensando se falava ou não.

— Minha vida não tem nada de interessante se quer saber. – Disse me olhando.

— A para de besteira e me diga logo. – Falo lhe dando um soquinho no ombro.

— Bom, antes de vim para cá, eu era um fudido literalmente – Rio – Meu pai era um alcoólatra, e minha mãe tentava ser a melhor pessoa que conseguia, eu aprontava todas, tipo o seu irmão, só que pior, eu também tive alguns problemas com drogas.

— Sério ? – Pergunto surpresa.

— Sim, o meu bairro era meio barra pesada, então quase todos os garotos se envolviam nisso.

— Eu acho que posso entender.

— Bom, minha mãe a cerca de quase dois meses atrás, descobriu que estava com câncer de mama avançado, e meu pai sendo o desgraçado que sempre foi, abandonou a gente por outra qualquer, uma louca para ser sincero, só sendo isso para querer ele. – Disse sorrindo de lado.

— Imagino que sua mãe tenha ficado arrasada. – Digo colocando minha mão em seu braço.

— Até que ela ficou, mais foi que nem você em relação ao Scott, ela ficou um pouco aliviada pelo casamento ter acabado. E então, como minha mãe tinha a casa da minha vó aqui como herança, resolvemos nos mudar para cá. Eu, ela e Gabriel, aqui parecia uma boa escolha, ela precisa de calma e tranquilidade, e nos mudarmos para cá, deu um recomeço para todos nós. – Sorriu.

— Bom, eu não curto tanto aqui, mais confesso que é um lugar agradável. – Sorrio.

— Olha Crystal, não estou de falando isso porque quero que tenha pena ou compaixão de mim, acredite eu não preciso disso, estamos conseguindo nos virar muito bem, eu só te disse isso porque confio em você.

— Alec, eu seria a última pessoa daqui que teria pena ou compaixão de você e sua família, eu sei como é ruim isso. – Sorrio – Sou sua amiga, e acho legal você cuidar deles tão bem.

— É bom ter uma amiga assim como você, muito obrigado. – Sorri. – Eu nunca perguntei mais, como foi o acidente dos seus pais ? Não precisa me dizer se não quiser.

— Bom, os dois estavam voltando de uma festa beneficente que teve na cidade vizinha, eles estavam voltando da ponte e de repente o carro deslizou na estrada e capotou diversas vezes. – Disse triste – Minha mãe morreu na hora e o meu pai, morreu estando apenas 13 horas internado. Foi um baque pra gente, até hoje a gente não sabe se foi acidente mesmo, ou se foi criminoso.

— Você desconfia que foi proposital ? – Pergunta ele curioso.

— Bom, meu pai era um homem rico, e desconfio que tem dedo na minha tia nisso, mais não posso acusar ela sem provas.

— Entendo.

— Mais agora vamos parar de falar de coisas tristes. – Sorrio – O que achou da festa ?

— Olha, confesso que já fui em mais animadas. – Rio.

— Bom, não vale isso perto da Bianca, ela ficaria ofendida. – Rio junto.

Ficamos um tempo em silencio ouvindo o som do mar, isso me acalmava muito, resolvo então deitar minha cabeça no ombro do Alec e brinco com a situação.

— Sabe, se alguma garota da nossa turma nos visse assim, certamente iriam querer me matar, você se tornou o garoto mais desejado da escola. – Rio.

— Bom, nenhuma delas merecem minha verdadeira atenção. – Rio.

— Não ? – Pergunto levantando a cabeça.

— Não, elas não merecem minha atenção como você merece – Sorri – Você é a única que merece toda a  minha atenção.

— Qual é Alec tem garotas mais interessantes que eu. – Digo sem graça.

— Crystal, você é especial, e só você não enxerga isso. Olha se fosse em outros tempos, certamente já teria transado com você. – Ri.

— Credo Alec ! – Falo lhe batendo.

— Mais, você não me desperta só interesse físico, você me faz bem só de conversar comigo, não me julga – Ri – E é a pessoa mais interessante que já conheci. Acredite, você é a única garota que eu tive amizade.

— Bom fico lisonjeada. – Sorrio – Você também é um cara legal Alec, não deixa o rotulo de garoto encrenca te impedir de ser a nova pessoa que você deseja ser.

— E não duvide mais de si mesma. – Sorri.

— Ok. – Sorrio.

Alec coloca uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha, e coloca a mão na minha bochecha, fazendo eu sentir um calor bom.

— Você é a melhor coisa que me aconteceu nessa cidade Crystal, sua amizade é boa pra mim – Sorri – Espero que a minha também seja.

— É sim, estava cansada de ficar aturando só a Moana. – Falo Brincando.

Nós dois rimos e voltamos para a festa, Moana se juntou a nós e então ficamos os três juntos até irmos embora. Não vi mais meu irmão na festa, o que me deixou um pouco preocupada, mais tentei ficar tranquila, conforme nós íamos nos divertindo, sempre via Scott nos fuzilando com o olhar e Bianca a mesma coisa. Ela deve estar achando que eu roubei o garoto da cidade grande dela, se bem que Alec merece ficar com uma garota melhor.

Quando fomos embora, ele fez questão de me levar em casa, não demorou muito e logo chegamos, então me despedi dele.

— Você tinha razão, hoje foi mesmo divertido. – Rio.

— Quase sempre tenho razão. - Fala rindo.

— Convencido – Ri – Vou indo, estou morrendo de sono, até mais Alec, a gente vai se falando. Boa noite.

— Boa noite. – Sorri, me dando um beijo na testa de surpresa.


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