Força escrita por MoniLovely


Capítulo 1
Inspira, expira, segue em frente.




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Os homens não são criados iguais. Eu descobri isso com quatro anos.

Era para ser mais um dia normal na nossa época de jardim de infância, nosso grupinho de amigos - dos quais o único que eu realmente considerava um amigo era Kacchan - estava caminhando pela região e fingindo que fazíamos parte da agência do Kacchan, o que era só uma brincadeira boba de crianças em que o resto de nós deveria segui-lo enquanto ele andava na frente, já que, segundo ele, era assim que as coisas deveriam ser, com o líder na frente e os seguidores atrás.

Bom, até aí tudo bem, era só um bando de crianças brincando e se divertindo, nenhum problema nisso, não é?

Eu também achava, até que tivemos que passar por cima de um tronco para atravessar um riozinho. O tronco era alto para crianças da nossa idade, para um adulto aquilo não seria nada, mas combinado com a profundidade do rio, que não devia passar de dez centímetros, seria uma coisa bem feia se alguém caísse de lá.

E foi exatamente o que aconteceu com Kacchan.

Enquanto passávamos por cima tranquilamente, ele deve ter escorregado e caiu direto na água. Diferente de meus colegas, eu desci imediatamente na direção do corpo do meu amigo para ver se ele precisava de ajuda enquanto os outros ficavam olhando de cima.

— Você está bem? - eu lembro de ouvir um deles perguntar, mas sem mexer nenhum músculo para descer.

— Ele tá bem, cara, relaxa! - o de boné disse. - O Kacchan é forte, ele vai ficar bem.

Sendo sincero, eu não estava prestando atenção direito no que eles estavam falando, só estava preocupado com o Kacchan e queria muito ver se ele estava bem e ainda mais o fato de ele ainda não ter se levantado da água não era menos preocupante.

— Kacchan…? - eu o chamei, me aproximando de onde ele tinha caído, mas não recebi nenhuma resposta. - Kacchan? - cutuquei uma parte de sua blusa que estava exposta para fora da água, mas ainda nada. - Kacchan!

O desespero tomou conta completa de mim naquela hora, eu nem lembro direito como consegui tirar ele da água, mas a imagem daquele garoto de quatro anos deitado na grama, completamente inconsciente e com sangue escorrendo do nariz, boca e testa é algo que eu nunca vou esquecer.

Parecia algo de um filme de terror. Meu melhor amigo, não reagindo a nada do que a gente fazia para tentar acordá-lo, não se mexia, não reagia, eu não tinha nem certeza se ele estava respirando quando tiramos ele da água. Até quando chegamos os adultos, ele continuava com a mesma expressão no rosto: olhos vazios, sem reação, corpo mole, não havia um único indício de que ele estaria se mexendo, nem mesmo seu peito para confirmar se estava respirando. O olhar no rosto dos adultos também era uma facada no peito, eles pareciam horrorizados, como se estivessem vendo um monstro em suas mãos, alguns até desviavam o olhar, se recusando a ver a forma que Kacchan estava sofrendo em seu estado.

Depois que levaram ele pro hospital, eu não tive mais notícias suas por oito meses, que foi o tempo que levou pra ele voltar pra escola.

Ninguém entendia o que estava acontecendo. Era uma nova moda? Algum efeito do quirk dele? Ele se cansou dele?

Por que Kacchan tinha um braço faltando?

A professora tinha pedido pra não enchermos o Kacchan de perguntas naquele dia, mas quando chegou o intervalo, foi a única coisa que aconteceu e, com tanta gente junta, eu nem tive chance de chegar perto dele, só consegui ouvir algumas das perguntas que fizeram pra ele.

“Cadê o seu braço?”

“Você perdeu em algum lugar?”

“Como você vai usar seu quirk agora?”

“Você não precisa dos dois braços pra usar seu quirk?”

“Não dá mais pra usar seu quirk nesse braço?”

“Você virou quirkless?”

Kacchan não respondeu nenhuma pergunta. Ele sequer falou com ninguém o dia todo, só ficou no cantinho dele e ignorou todos que tentaram falar com ele sobre seu braço. Imaginei que ele não estava confortável ou com vontade de conversar, então não tentei me aproximar dele, esperando que ele se acalmasse primeiro antes de conversar.

Kacchan não falou com ninguém, não andou com ninguém e nem olhou pra ninguém por duas semanas. Sempre ficou no cantinho dele, prestando atenção na aula e nunca dizendo uma palavra sequer.

Quando voltou a falar com aqueles que considerava seus amigos, não demorou nem cinco minutos para que o assunto de seu braço voltasse e eles começarem a bombardeá-lo com perguntas do mesmo tipo do primeiro dia que voltou à escola.

“Cadê o seu braço?”

— Os médicos jogaram fora.

“Não doeu quando cortaram fora?”

— Eu não senti nada quando acordei.

“Quando toca aqui dói?”

— Não dá pra sentir nada.

“Você ainda consegue escrever?”

— Uhum. Eu não perdi o braço que escreve, esse é o direito, o que foi embora é o esquerdo.

“Não dá pra fazer explosões saírem desse cotoco?”

— Não.

“Você consegue usar seu quirk desse lado?”

— Não.

“Mas você ainda consegue usar o quirk do outro lado, né?”

— … Não.

O silêncio que se fez no nosso grupinho de amigos era sufocante, e eu tenho certeza de que o Kacchan sentia o mesmo. Os três meninos que andavam com a gente se entreolharam com umas caretas no rosto que faziam o estômago se contorcer todo.

— Kacchan… Você perdeu seu quirk?

Foi a primeira vez que eu vi Kacchan chorar na frente de outras pessoas. Claro, eu já tinha visto ele chorar antes, mas era quando estávamos sozinhos ou aquela vez que ele teve que espantar uns bullys que estavam incomodando ele, mas ele nunca tinha chorado aberto desse jeito.

Quando eu era mais novo, achava que ele tinha assustado os meninos, porque eles saíram correndo da sala e nem olharam pra trás, mas hoje eu entendo que eles só não queriam que alguém entrasse na sala e pensasse que eles tinham ferido os sentimentos do “garoto aleijado da sala”.

Não demorou para as pessoas pararem de falar com ele, deixando-o isolado em seu cantinho. Os meninos não vieram mais falar com a gente, os professores não falavam com ele sobre lição de casa, não deixavam ele participar de trabalhos em grupo com os outros alunos e deixavam ele sozinho na classe na hora do lanche.

Eu achava que Kacchan queria o espaço dele, que a tia Mitsuki tinha pedido pra deixarem ele sozinho ou que tinha deixado ele de castigo, porque ele parou de falar comigo também, mas só depois que estávamos acabando o ensino fundamental que eu olhei para trás e percebi que aquilo não era algo que a tia Mitsuki tinha pedido ou alguma medida da escola.

Eles o estavam excluindo.

Os professores não sabiam como lidar com uma situação como aquela, então tentaram o afastar das outras crianças para se certificar de que ele estava seguro e que não ia cair de cabeça em mais nenhum rio, enquanto o resto das crianças da escola simplesmente não queriam ser amigas do garoto esquisito que não tinha nem quirk nem braço, só um cotoco pra fora da manga.

Eu acabei me afastando do Kacchan não por nenhuma dessas razões, mas porque ele me pediu.

No mesmo dia que os outros garotos saíram correndo dele e eu vi meu melhor amigo desabar desamparado no chão, eu tentei me aproximar. Me agachei do lado dele e o abracei, disse que estava tudo bem, que não importava se ele não tinha um quirk ou se tinha perdido o braço, mas sim que estava bem, mas ele não gostou muito do que eu falei e me empurrou. Disse que eu não sabia de nada e me mandou ir embora, então foi o que eu fiz.

Eu nunca quis ficar longe do Kacchan, mas, considerando tudo que ele estava passando, achei que ele precisava de espaço, então resolvi fazer esse sacrifício.

Por onze longos anos, tudo que eu fiz por ele foi observá-lo de longe para ter certeza de que tudo estava bem. Eu me preocupava por ele, mesmo que ele dissesse que não precisava de ajuda. Kacchan era meu melhor amigo, a única pessoa que eu realmente considerava um amigo durante toda minha vida, a primeira pessoa que entendia meus gostos e compartilhava do sentimento de querer ser um herói igual o All Might, a primeira pessoa que me deu um apelido, mesmo que não dos melhores, a primeira pessoa por quem eu me apaixonei, eu não podia simplesmente deixar uma pessoa incrível dessas partir da minha vida. Eu nunca me perdoaria.

Então, todos os dias, eu via ele escrevendo as coisas que os professores anotavam na lousa, via ele usar a mão em conjunto com a boca para fechar o estojo e guardar o material na mochila e o acompanhava com o olhar até que ele saísse da escola. Eu não sabia pra onde ele ia, mas também não era da minha conta.

Até que um dia eu finalmente descobri enquanto fazia uma caminhada para clarear a mente. Acabei passando por aquele rio novamente e o encontrei sentado perto da margem com os cadernos abertos do lado, provavelmente fazendo a lição de casa. Ele não estava nem diante de que tinha alguém atrás dele.

Embora eu tivesse prometido que ia respeitar o espaço dele e o deixar em paz, mas eu não consegui me conter.

— Kacchan?

Ele virou a cabeça na minha direção e me encarou com seus olhos carmim como se eu fosse um fantasma, mas não fez nenhum movimento para sair dali.

— O que você quer, Izuku?

Não vou mentir, meu corpo estremeceu todo quando o ouvi me chamar pelo nome. Ele não me chamava assim há tantos anos…

— A-ah! N-nada! Eu só te vi aqui e fiquei curioso pra ver o que você estava fazendo.

Ele fez um barulho e voltou a encarar a apostila em seu colo. Eu sei que eu não devia ter tomado essa decisão e invadido o espaço dele, mas meu cérebro estava completamente em branco, então eu devo ter tomado aquilo como um sinal para me aproximar e me sentar ao lado dele, afastando algumas apostilas.

Ambos ficamos encarando a frente, observando a cerca que colocaram ao redor do fim do chão, que dava para o rio. O tronco não estava mais lá, a única coisa que permanecia era a água que corria pelo caminho que havia construído. O silêncio nos cercava como se fosse um carnívoro caçando sua presa, era muito incomodante, mas ele não parecia se importar.

Como se fosse automático, desviei meu olhar para a manga vazia do casaco que ele mantinha jogado sobre seu braço cortado com um pouco de remorso. Não conseguia imaginar o quanto devia doer ter que lidar com a falta de um membro todos os dias e ainda ser constantemente julgado por causa disso. Eu queria tanto poder abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, que ele podia contar comigo para o que precisasse, mas eu sabia que Kacchan não é do tipo que gosta de receber ajuda, então fiquei quieto.

Quando ele puxou a blusa mais para cima do ombro, foi quando eu percebi que ele estava me encarando. Minhas bochechas coraram e eu dei um pulo para trás.

— D-d-desculpa! E-eu não queria ficar encarando!

Ele franziu o cenho por meio segundo e voltou a virar a cara.

— Tanto faz.

Engoli em seco e voltei a me aproximar dele, tentando criar coragem e pensar em algo para conversar.

— E… Como você está? - que bela pergunta, hein, Izuku.

— Bem.

— Hum…

O silêncio pairou novamente. Aquilo já estava ficando incômodo até demais, eu não conseguia pensar em nada para puxar assunto com a pessoa que eu mais deveria saber sobre e isso estava me deixando louco, embora eu não estivesse expressando isso.

Minha mente começou a listar tudo que eu podia perguntar para ele. Como está a escola? Não, esse é um tópico muito idiota. Como está a tia Mitsuki? Não, muito íntimo, nós não nos falamos há onze anos. O seu braço está bem?

— Meu braço está ótimo, obrigado. - pela segunda vez, pulei para trás e quase caí de costas no chão. Encarei Kacchan com um olhar confuso e envergonhado ao mesmo tempo, pedindo em um ato mudo para que ele me explicasse o que estava acontecendo e como leu minha mente. - Você estava murmurando. Mesmo depois de onze anos continua com esse hábito irritante, hein, Izuku?

— Hum… Uhum.

— O que foi? Por que essa timidez toda?

Minhas bochechas coraram e eu desviei levemente o olhar. Não conseguia encará-lo e dizer essas coisas ao mesmo tempo, era embaraçoso!

— É-é que faz tempo que você não me chama de Izuku. Pelo primeiro nome, eu quis dizer.

Ele soltou um murmúrio e desviou levemente o olhar, seus lábios se curvando em um sorriso fraco.

— Acho que agora não faz muito sentido te chamar de Deku, né? É meio hipócrita.

Ele voltou a olhar pra frente e eu mais uma vez desviei o olhar para seu braço coberto. Imaginava como deveria ser para mexer o que havia sobrado dele. Incomodava? Será que se alguém tocasse ele sentiria cócegas? Eu queria muito tentar, mas é muita intimidade pra um encontro só.

— Então… Os exames da U.A. já vão abrir. Quando você vai se inscrever?

O meio sorriso em seu rosto desapareceu e percebi que ele abaixou um pouco a cabeça, deixando o cabelo loiro esconder seus olhos de mim.

— Eu não vou.

Meus pelos se arrepiaram todos e meus olhos abriram igual pratos. Parecia que meu coração tinha parado por um instante.

— C-como assim você não vai? Achei que nós íamos entrar na escola de heróis juntos!

— Isso foi há doze anos, Izuku. Nós não somos mais crianças e esse não é mais o mundo em que vivíamos. Além do mais, só gente forte consegue entrar.

O que ele disse, a forma como ele disse, pareceu me cortar como nenhuma faca jamais cortou. A franqueza em sua voz, a forma como seus olhos não desviavam do horizonte, parecia até que ele estava desistindo de si mesmo.

— M-mas você é forte, Kacchan! Você é a pessoa mais forte que eu conheço.

— Mente pra mim que eu gosto, Izuku. Desde quando eu sou forte? Com certeza não desde que eu bati com a cabeça.

— Kacchan… Isso não é verdade.

— É CLARO QUE É! VOCÊ ACHA QUE EU NÃO TENHO AMIGOS PORQUÊ? - eu encolhi ao ouvi-lo gritar comigo, minha mente voltando à conversa de onze anos atrás. - AS PESSOAS NÃO QUEREM SER VISTAS COM ALGUÉM QUE NEM CONSEGUE BATER A CABEÇA SEM TER UM AVC! E MUITO MENOS A ESCOLA DE HERÓIS MAIS PRESTIGIADA DO PAÍS! VOCÊ REALMENTE ACHA QUE ALGUÉM ASSIM TEM ALGUM LUGAR NA U.A.?

Ele puxou com força a manga do casaco enquanto se levantava. Embora eu entenda que ele queria que eu olhasse para o estado do seu braço, eu só conseguia ver a forma como seu olhos carmim se inundavam de água contra a luz.

Acho que ele deve ter reparado que eu estava notando seus olhos lacrimejando, pois começou a esfregá-los com força e a ranger os dentes.

— Acorda, Izuku. Se você não tem chance nenhuma de entrar na U.A. então eu muito menos. Pelo menos braço você tem!

— Kacchan… Mas você nunca vai saber se não tentar. M-muitos heróis passam por acidentes assim, mas eles continuam trabalhando normalmente. Não é porque você não tem um braço que você também não consegue.

Deu uma risada vazia, oca, que mais parecia um choro por ajuda, mas tudo que eu pude fazer foi ouvir.

— Você não entende mesmo, não é? Realmente acha que as pessoas podem contar com alguém que não consegue nem cuidar de si mesmo? Não é assim que as coisas funcionam, Izuku. Nesse mundo, você precisa ser forte para conseguir alguma coisa e eu não quero viver de farelos e migalhas. Eu não quero viver dos restos que a sociedade joga pra mim porque tem pena do que aconteceu comigo. Eu quero poder viver da minha própria força, mas não é isso que vai acontecer! Eu não sou forte o bastante pra fazer isso acontecer. Nesse estado, eu não sou forte pra nada! - quando as lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas, as minhas já tinham começado faz tempo. - Droga. Nem falar dessa porcaria sem chorar eu consigo. - seus olhos ergueram-se do chão e prenderam-se nos meus. Naquele momento, eu consegui ver tudo que ele estava passando, toda a dor que ele sentiu ao longo dos anos, o quanto ele sofreu, e estava sofrendo, por pensar que havia perdido seu valor. Era sufocante e eu só estava tendo uma única gota de compreensão, não conseguia nem imaginar o quanto ele sofreu durante esses anos. - Viu? Eu não sou forte coisa nenhuma.

Eu não aguentei. Não conseguia mais ficar parado ouvindo-o falar essas besteiras em voz alta e acreditando fielmente nelas. Nada daquilo era verdade! Nada! Eu só precisava de uma chance para mostrar isso pra ele.

Me coloquei em pé e me lancei contra ele, envolvendo-o fortemente em meus braços e escondi meu rosto em seu pescoço, tentando controlar meu choro.

— Para. Por favor, para com isso. - minhas lágrimas continuavam a escorrer por minhas bochechas, por mais que eu tentasse contê-las, mas a esse ponto eu já nem sabia se ele estava se importando ou não. - Esse não é o Kacchan que eu conheço! Você não é o meu Kacchan! Me devolve ele, agora! Eu quero meu Kacchan de volta! O meu Kacchan nunca desiste daquilo que ele quer, ele continua insistindo até o fim, mesmo que as pessoas achem que ele não consegue! Ele sempre segue adiante, até quando o mundo duvida dele. O meu Kacchan nunca faria isso. O Kacchan que eu amo nunca se daria por vencido, nem por causa de um braço bobo, nem por nada! Eu não quero esse Kacchan! Eu quero o meu Kacchan!

Eu não sei por quanto tempo eu fiquei grudado nele, apenas chorando e murmurando essas coisas em seu ouvido, com a esperança de que ele me ouvisse, embora eu já estivesse praticamente convencido que era em vão, mas assim que eu senti seu braço envolver minhas costas, retribuindo o abraço, o mundo simplesmente desapareceu para mim.

Nenhuma palavra deixava sua boca, nenhum ruído ou grunhido, apenas lágrimas silenciosas que pingavam em meu ombro e eram absorvidas pelo tecido do meu uniforme. Kacchan nunca foi bom com palavras, mas eu entendi que aquele era seu jeito especial de agradecer.

— Kacchan, você é forte, essas cicatrizes só provam isso mais ainda. - deslizei meus dedos delicadamente sobre a pele de seu braço amputado, tomando cuidado para não tocar onde não deveria. - Você passou por tanta coisa nesses últimos anos e conseguiu sobreviver. Essas cicatrizes provam sua vitória. Você conseguiu sobreviver uma situação em que muitos não teriam conseguido e tudo isso só com quatro anos! Isso é incrível, Kacchan! Você é uma pessoa tão forte e não precisa de braço pra mostrar isso pro mundo. Você não precisa disso pra ser o que quer. Pode parecer difícil, eu sei, mas a gente não vai saber se consegue se não tentar.

Enquanto ouvia-o tentar controlar sua respiração, levei minha mão até seus cabelos loiro e os acariciei com carinho. Há quanto tempo Kacchan devia ter ficado sem sentir a sensação de ter um amigo com quem pode contar? Eu não sabia. O que eu sabia, no entanto, é que, não importava o que o mundo pensasse sobre ele, se ele era forte ou não, Kacchan sempre seria a pessoa mais importante para mim; meu melhor amigo, a pessoa que eu mais considero, alguém que eu amo mais do que qualquer um.

E isso nunca iria mudar, com ou sem braço.


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