A Mesa da Varanda escrita por Belle Desiree


Capítulo 1
Capítulo Único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786556/chapter/1

Aquele dia estava uma bela de uma loucura a mil por hora. Kaydel não tivera um momento de descanso, correndo para cima e para baixo na Mansão Organa. Os pais decidiram seguir enfrente com a ideia de um baile de Natal para o infortuno da jovem, sendo a mais nova e única filha, óbvio que foi cobrada a ajudar mais na organização do evento.

Machismo de merda. Mas ela sabia que não era completamente o caso, os bostas de seus irmãos fugiram, depois de anos de escravidão durante esses eventos na Mansão, finalmente aprenderam com a mais nova como fugir da enrascada. O problema é que os ingratos realizaram a fuga mais cedo, sendo impossível intercepta-los mas a pobre Kaydel Solo, agora Connix, não tivera chance de escapatória: recebeu o chamado da mãe e como boa filha que era, não conseguiu enrolar a Senadora Organa.

Pensando na mãe, puxou o celular, abrindo o aplicativo de ligações procurando o nome da senhora entre os favoritos enquanto se dirigia para seu carro. Mal ouviu a terceira chamada quando a mãe atendeu.

— Olá, minha filha, esta tudo certo ai na Mansão?

— Sim, já esta tudo no devido lugar, os por menores encaminhados e a comida sendo finalizada – olhou o relógio de pulso, dando partida no carro, saindo para a pista – Já são 17h! Meu Deus, mãe, a senhora já esta indo para o apartamento?

— Acabei de entrar – Connix ouviu o barulho de porta sendo fechada e chaves encima, provavelmente, da mesa de entrada – Venha logo, querida, a equipe já vai chegar, vamos montar tudo no quarto de hóspedes.

— Ok, já estou chegando – terminou a ligação no instante que entrava na pista principal. Algo que aprendeu a respeitar naquela família havia sido os cuidados ao dirigir. Não que dirigissem de vagar, mas era justamente pelas manias de corrida os puxões de orelha para se ter atenção.

Não demorou a chegar no condomínio onde a família tinha apartamentos, logo entrando na garagem coberta ao nível da rua, tendo as duas torres do condomínio sobre a mesma. Seu apartamento era na torre direita e para aquele lado virou a procura de sua vaga, estacionando ao lado do carro de sua mãe.

Seu apartamento era usado agora como um centro de encontro para as amigas e as mulheres de sua família na hora dos eventos, ou só para terem uma noite de garotas, as quais a senhora Organa fazia questão de estar sempre promovendo. De senhora, Leia Organa só tinha a idade e um problema de saúde aqui e ali. Os irmãos também tinham apartamento, Poe morava ali inclusive, mas o irmão do meio, Ben, colocara o seu à venda fazia alguns meses. Não dissera nada e não se explicara para a família, Poe descobrira por conta de conhecidos perguntarem à ele sobre a mudança.

Quando chegou na cobertura, o elevador abriu revelando as duas portas dos apartamentos vizinhos. Poe morava no da direita, logo seguiu seu caminho pela porta da esquerda. Mal abriu a porta e o cachorro de sua mãe correu fazendo sua recepção, o estranho buldogue francês Gary. Ela ouviu passos vindo da cozinha e olhando para lá, reconheceu a amiga

— Rose! Tão bom te ver – já foi abrindo os braços para agarrar a asiática que não via há tempos – depois do casamento com Finn você desapareceu, pensei que estivessem numa lua de mel eterna – brincou já se afastando para ver a reação.

— É bom te ver também, Kaydel, mas eu não fui a única a aproveitar o meu primeiro ano de casada – olhou acusadora para a loira, fazendo uma faceta insinuativa, levantando a sobrancelha esquerda.

— Ok, justo – riu com gosta da constatação e observando melhor a morena – Nossa, seu cabelo esta INCRIVEL, como ele cresceu tão rápido!?

Os cabelos da asiática antes curtos agora iam até embaixo do ombro, com a franja lateral na direita, com leves ondulações. Estava sem maquiagem, o que fugia o costume de Rose, mas sabia, logo logo todas elas estariam com A maquigem quando passassem pela equipe de produção de sua mãe.

— Mamãe já está se arrumando? – começou a seguir com a amiga para o quarto de hóspedes no fundo do apartamento.

— Sim, a equipe dela não brinca em serviço – a mesma abriu a porta para as duas, sendo seguidas pelo cachorro – Eu já estava aqui quando Leia chegou. Mal vocês desligaram, já tocavam a campainha.

Viu sua mãe sentada numa das poltronas de frente ao espelho que cobria a parede toda. As cortinas cremes das janelas que iam do chão ao teto estavam fechadas. Estavam primeiro fazendo o cabelo de sua mãe e viu Amilyn Holdo sentada na beira da cama que ficava em frente a porta, centralizada entre dois criados mudos na parede oposta ao espelho.

— AA, é por isso que chegaram tão cedo – foi abraçar a miga de Leia – você jamais deixaria ocorreu um imprevisto com a sua equipe.

Todos no quarto riram. Holdo realmente já mais deixaria uma intercorrência atrapalhar a programação de sua Senadora. Esticou a mão para Kaydel, oferecendo pegar as bolsas que a loira trazia.

— É verdade, sou totalmente dedicada à causa – riram novamente enquanto ela pegava as bolsa, colocando no outro canto da cama. Seguiu para dar um beijo rápido na mãe, não querendo atrapalhar o cabelereiro.

— Agora, quem puder me dizer onde diabos está Rey, eu deixo Gary dar um beijo – a Senadora falou e viu o olhar da mãe através do espelho, inquisitiva para ela e Rose. Estranhou a pergunta, franzindo o cenho.

— Rey disse que viria com Rose – fitou a mesma – Ela não te disse por que não veio com você? – mas a asiática estava ainda mais confusa.

— Rey disse que não precisava me preocupar, ela viria sozinha no próprio carro e depois seguiríamos juntos para a Mansão – me fitou por instantes durante a explicação, mas terminou fitando a imponente figura que Leia Organa agora assumia.

— Amilyn, descubra onde está a neta de Palpatine, sim? – falou séria para a espécie de secretária pessoal – Ela desacompanhada no momento em que estamos não é prudente.

— Sim, senhora, vou entrar em contato com a segurança – a mulher de cabelo roxo pastel já saia do quarto com celular em mãos, digitando rapidamente.

Não pode fazer nada além de suspirar em frustação e preocupação, percebeu a amiga ao lado fazendo o mesmo. Era verdade que Rey não tinha contato com o avô, mas ainda assim era alvo de pessoas contrarias ao político, especialmente agora que mais uma vez o nome Sheev Palpatine estava no meio de escândalos. Aparentemente ele era a mente por trás das ideias absurdas de Snoke.

O fato de ter se desligado do que acontecia no quarto a permitiu ouvir barulhos estranhos vindo da janela apesar do secador e conversas. Sua mãe e Rose a chamaram pedindo opinião sobre o penteado, deixando de lado o ocorrido. Deu algumas considerações e logo o rapaz fazia os últimos ajustes. Agora, com o secador desligado, o barulho que ouvia tornou-se claro prendendo sua atenção. Pareciam gritos e ela não era a única ouvindo. Sua mãe olhou para ela, dando de ombros. Curiosa e até um pouco preocupada, levantou em direção à janela, abrindo levemente a cortina.

Nunca se arrependera tanto de uma decisão.

Acabou dando um grito agudo enquanto processava a cena e com medo de ser percebida, cobriu a boca, fechando rapidamente a cortina, encostando as costas na mesma, fitando com olhos arregalados a porta por onde Holdo voltava extremamente preocupada. Percebeu sua mãe com a mão no meio pelo susto e Rose a olhando como perguntando qual era o problema.

Veja bem. No outro prédio ficava o apartamento de Ben, de frente ao dela, sendo possível ver os fundos do apartamento do mesmo, assim como de lá se via o seu. Kaydel quando recebeu o apartamento, fez uma série de mudanças ainda na planta. Os preguiçosos do irmão não quiseram fazer o mesmo e obras agora eram difíceis, logo, desistiram da ideia. Acontece que o espaço onde estava o quarto de hóspedes antes ficava a varanda da cozinha, o apartamento de Ben era nessa configuração antiga. O máximo que fizera foi colocar blindex na varanda inteira. Sem insulfime, era a cozinha afinal.

ENTÃO POR QUE DIABOS ELE ACHOU QUE SERIA UMA BOA IDEIA TRANSAR NA PORRA DA MESA DA VARANDA?

A sorte é que somente alguém no apartamento de Kaydel poderia ver. A loira ficou tão chocada de ver o bosta do irmão pálido igual Gasparzinho, enquanto estava no meio das pernas da morena esparramada na mesa, mamando um dos seios e acariciando o outro. Ficou ainda mais chocada, se possível, por reconhecer a mulher gemendo escandalosamente pelas investidas do irmão que demorou a responder o questionamento das outras e elas já notavam os gritos abafados vindo de fora. Holdo já se aproximava para ver do que se tratava quando ela voltou a reagir.

— NÃO ABRE ESSA CORTINA! – assustou mais uma vez as pessoas no quarto. Leia Organa levantou a sobrancelha direita em exigência de respostas – Não é nad... – foi interrompida por um grito mais escandaloso, claramente feminino. Holdo colocou as mãos na cintura e sua mãe apoiou o queixo na mão também direita. Suspirou desistindo, enquanto o barulho continuava.

— Eu encontrei a Rey – agora elas ficaram confusas de vez – ela está com Ben no apartamento dele – ela já estava com uma cara terrível e conseguiu piorar quando ouviram claramente algo se quebrando.

Leia ainda tentou esconder o sorriso com a mão que antes apoiava o queixo, Rose ficou vermelha enquanto já começava o riso e Holdo que também tentava esconder o sorriso com a mão desistiu começando a rir, puxando assim a risada generalizada dentro do quarto.

— Bom, vamos continuar, quando ela terminar, já vai estar do lado mesmo – Leia dizia ainda rindo chamando com a mão a maquiadora e o cabelereiro já chamava Rose – Amilyn, avise que Rey está segura e bem acompanhada no chá da tarde.

— MÃE! – mais uma vez todos estavam rindo.

O secador estava mais uma vez ligado e puderam ignorar os barulhos vindo do vizinho. Os cabelos de Rose não demorariam a ficar prontos, já que o penteado era um coque frouxo de lado com a franja solta mas ainda na lateral, enquanto isso a maquiadora já começava a pigmentar as pálpebras da Senadora após preparada a pele. Holdo voltou para o quarto trazendo os vestidos recém chegados da lavanderia e fazendo companhia para a loirinha.

Acabando bem antes que o esperado, o penteado da asiática estava pronto e mais uma vez o secador desligado. Foi quando puderam ouvir os gritos cada vez mais fortes até que subitamente pararam. Fitou o chão com os olhos arregalados sem acreditar na grande merda que presenciara.

— E gozaram – a imponente Senadora Leia Organa declarou com a sua melhor faceta irônica. Todos ficaram envergonhados mas não puderam deixar de rir, afinal, ela falava do próprio filho e da afilhada. A única que não aprovava nada na sentença era a pobre Kaydel, com cara de enjoada e logo choramingou.

— Mãe, para de falar tanta merda, já basta meu trauma – falou deitando o rosto nas mãos. A senhora já saia do banheiro pedindo ajuda para fechar o vestido.

— Você supera. Superou eu e Han, incontáveis vezes de Poe, com certeza supera o Ben – ela agora estava de frente ao espelho colocando as joias ainda risonha da situação – Agora, eu entendo que ninguém esperava Rey com meu filho e muito menos descobrirmos assim, então, todos calados – a senhora impôs olhando cada um dos presentes e voltando a se mirar no espelho completou com um sorriso de lado – Depois eu tenho uma conversa com Ben sobre atentado ao pudor e sexo seguro.

Cerca de 10 minutos depois, Rey aparecia na casa da amiga no mesmo condomínio de Benjamin. Dava graças por ter chegado mais cedo no condomínio e não cruzara caminho com nenhuma conhecida, indo direto ao encontro do namorado.

Namorado.

Sorriu mais uma vez olhando para a mão esquerda onde se encontrava a aliança.

Noivo.

Eram noivos há alguns meses depois do romance às escondidas. Não contaram para ninguém sobre a relação e ,sinceramente, não sabia como não foram pegos ainda. Certo, não usavam o apartamento de Ben justamente por isso, ali os irmãos deles também tinham casa, seriam vistos cedo ou tarde.

Mesmo que só ficassem pelo dela, era surpreendente a habilidade deles de se esconder. Brincavam dizendo ser A Força. A Força de vontade de estarem juntos. A Força de vontade de manterem os nomes das poderosas famílias longe. A Força para manter intrometidos fora de suas privacidades. Afinal, ela era uma Palpatine, mas Benjamin conseguia supera-la com o Legado Skywalker-Organa-Solo, e ocasionalmente, Naberrie.

Quando o elevador já parava no último andar, tirou a aliança de noivado prateada a guardando no saquinho aveludado destinado a joias, colocando em um local seguro dentro da bolsa. Ainda não poderia contar nada, iriam oficializar no baile essa noite, pois além de ser o evento perfeito, faziam aniversário dos seus três anos nesse dia.

Entrou no apartamento da cunhada-não-cunhada com sua cópia da chave, algo que todas as mais íntimas possuíam. Sabia, o quarto de hóspedes era a Batcaverna e logo seguiu para o conclave. Pode ouvir primeiramente Gary latindo para a porta, provavelmente anunciando sua presença, os barulhos de secador e risos tudo misturado. Deu uma leve batida já entrando em seguida, não queria assustar ninguém e causar algo problema com a arrumação.

— Oi, desculpem o atraso! – Falou energética como sempre com seu melhor sorriso de mostrar os dentes. Os cabelos soltos e limpos como instruída para acelerar o processo e sem maquiagem, trazia sacolas do Starbucks com muffins e sanduíches, além de cafés.

Percebeu todos a olhando com sorrisos e caras estranhas, Kaydel definitivamente precisava de açúcar pela cara abatida enquanto tinha os cabelos arrumados. O sorriso diminuiu um pouco e começava a fazer expressão confusa quando a madrinha a respondeu. Voltou a sorrir.

Sogra.

— Olá, Rey! – a mais velha se aproximava devidamente pronta, puxando-a para um abraço – Nós estávamos te esperando, até preocupados. Não viu nossas ligações?

Ficou levemente corada. Claro que percebera o celular tocando adoidado na sala enquanto estava com Ben na varanda da cozinha. Sentiu ficar mais vermelha com a lembrança da mesa – Perdão, madrinha, eu estava ocupada, acabei distraída.

— Claro que estava, imagino que algo na cozinha – a senadora deu um sorriso de lado. Apertou um pouco os olhos tentando entender e por se concentrar na mulher a sua frente, não percebeu os risos contidos e a pobre cunhada-não-cunhada com cara de enjoo.

— Não liga para ela, Rey – Kaydel se pronunciou, levantando para pegar um café – Ela esta ficando senil.

Mais tarde, com seu vestido prateado já colocado, cabelo em um penteado baixo, totalmente preso, maquiagem delicada mas com batom vermelho para destacar, Rey estava do lado de fora do quarto de hóspedes, indo para o fim do curto corredor que dava acesso ao mesmo na primeira por à direita, seguida  da porta do banheiro ao fundo na esquerda e chegando a janela do chão ao teto igual a do quarto.

Estava trocando mensagens com Ben sobre o planejamento da noite, recebendo a última mensagem.

“Não tema, eu sinto também. Dará tudo certo, meu amor”

Sorriu mais uma vez naquele dia, ainda viria mais, sabia. Respondeu ao noivo.

“Confio em você”

Deu um suspiro de quem está em paz, se encostando na parede fitando o chegar da noite. Passou a olhar o apartamento de Ben com lembranças bobas até se atentar a varanda da cozinha. Aquela mesa fora uma excelente experiência, podia vê-la perfeitamente dali. Então a ficha caiu e o sorriso bobo se desfez para uma feição incrédula, face extremamente vermelha.

“Benjamin, eu tenho certeza que nos viram transando na mesa da varanda!”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me avisem de possíveis erros e alguma confusão, espero que tenham gostado!
E, essa história é verídica apesar de bem alterada kkkkkkkk
Uma amiga minha mora em apartamento, um belo dia ela estava escovando o cabelo da mãe no quarto com a janela aberta quando começaram a ouvir uns gritos agoniados, segundo ela, parecia que a pessoa tava apanhando.
Dai foram procurar de onde vinha quando viram os vizinhos do prédio da frente, do outro lado da rua, transando na parede da cozinha e a mulher super escandalosa. A frase da nossa irreverente Leia foi inspirada na mãe da minha amiga, que quando ouviram mais uns gritos e do nada pararem falou "Eee, gozaram" kkkkkkkkkkkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Mesa da Varanda" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.