Akai ito escrita por R Marxx


Capítulo 10
Jason


Notas iniciais do capítulo

Yeaaap o/ Como vão?

Fiquei tão empolgada que escrevi esse capítulo de forma tão fluida que fiquei bem feliz com o resultado.

Espero que gostem xD



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Jason POV

Nico estava feliz e eu não precisava de nenhum fio para saber disso. A verdade é que até os clientes da casa – aqueles que vinham quase todo santo dia em busca de cafeína para aguentar o próprio dia – tinham notado que algo estava muito estranho. Ele estava sorrindo enquanto entregava pedidos.

Como eu tinha sido o único a ver o beijo que tinha rolado na nossa soleira, os clientes criaram suas próprias teorias; “será que ele conseguiu se livrar de algum cadáver que estava no frízer dele a muto tempo?” – isso tinha vindo do grupo de adolescentes da escolha vizinha que nunca tinham conquistado a simpatia de Nico por serem sempre muito barulhentos pela manhã. A verdade é que eu estava mais animado que o normal também por estar extremamente feliz pela minha cria, então entrei na brincadeira.

— Estava pesado, mas com dois conseguimos bem fácil. – Disse enquanto entregava os bolinhos que tinham pedido.

Eles ficaram chocados, mas não sei dizer se foi porque eles perceberam que comentaram alto o suficiente para eu escutar ou se porque eles realmente acreditaram nas minhas palavras. Adolescentes são estranhos.

— Então, ele planeja ficar aqui até você sair? – Aproximei-me de Nico para perguntar. Will estava plantado bebendo café atrás de café e browne atrás de browne desde que abrimos e eles não puderam mais conversar.

— Ele disse que se deixarmos para conversar depois é capaz de eu desaparecer. – Nico resmungou.

— Uau, já se conhecem tão bem em tão pouco tempo. Já shippo. – Depois da última frase eu tive que desviar do tapão que levaria se já não estivesse acostumado com Nico e suas tentativas agressivas de esconder sua vergonha. – O café já está decente agora, o turbilhão foi só pela manhã. Se quiser sair mais cedo para conversar... fica à vontade Nico.

Ele me encarou durante alguns minutos e eu sabia que em sua mente ele discutia seriamente a possibilidade de fugir de Will e de qualquer coisa que rompesse com sua zona de conforto, embora ele estivesse obviamente feliz que eles sentiam a mesma coisa um pelo outro – e principalmente feliz com aquele beijo... nem lembro a ultima vez que meu menino Nico beijou na boca pela última vez.

— Ok, estou indo então! – Nico mal terminara a frase e já estava tirando o avental e o chapéu do uniforme que fora obrigado a usar para tentar conter seus fios pretos rebeldes que nunca tiveram a oportunidade de verem um pente na vida. Ele olhou para mim por mais alguns segundos, mas eu nem mesmo conseguia ver seus olhos com o cabelo caído até metade do seu rosto, então fiz algo que sempre quis fazer e talvez hoje ele fosse finalmente permitir... eu peguei o elástico de cabelo que carregava comigo e o ajudei a prender a bagunça que ele chamava de cabelo em um coque.

E posso falar a verdade? Nico era muito bonito. Tipo muito mesmo. Ele não sabia se cuidar, mas só de ser capaz de enxergar seus olhos e ter os cabelos arrumados e presos ele já parecia outra pessoa. Di Ângelo que fala né? O sobrenome combinava com ele. E para completar o circo ele sorriu, o que causou um alvoroço no grupo dos adolescentes “desde quando ele é tão bonito assim?” “parece outra pessoa quando age como um ser humano”. Nico pareceu ouvir tudo e seu sorriso sumiu... ele na verdade os encarou até que tivesse certeza que eles tinham engolido todas aquelas palavras e não fossem proferi-las jamais em suas vidas. Eu sabia que mias uma vez ele estava envergonhado então não pude fazer nada que não fosse rir, e consequentemente, apanhar.

— Tem certeza que ‘ta tudo bem eu ir? – Ele perguntou novamente quando finalmente estava com sua mochila nas costas, pronto para sair.

— Tchau Nico. – Dessa vez, só dessa vez, eu não te darei cobertura para escapar... você não precisa.

Ele saiu então e Will se aproximou de mim para pagar a conta.

— Vai com calma, ele tem um espaço pessoal muito bem definido e entra em pânico muito fácil. – Sussurrei para meu futuro cunhado enquanto lhe dava o troco.

— Obrigado! – Ele não pareceu firme quando agradeceu, o que me fez ver que ele não tinha a mínima ideia de como agiria dali para frente. Mas só de querer tentar já me deixava feliz o suficiente.

Ele saiu e pude ver os dois do lado de fora tirando as luvas para se darem as mãos antes de irem. Eu tive que me conter para não sair e lhes dar uma bronca... dava muito bem para dar as mãos usando luvas, eles por acaso não sabiam quantos graus estava fazendo lá fora? Esse negócio de ser esquentado pelo poder do amor é pura merda, o amor não protege ninguém de um resfriado.

Passei as próximas duas horas atendendo em piloto automático, com minha mente fofoqueira completamente focada num romance que não era o meu – esse estava indo tudo muito bem, obrigado – mas o que será que acontecia com aqueles dois agora? Eles estavam conversando? Will contara o porquê de ter faltado no nosso jantar? Nico estava falando e falando sem parar sobre coisas sem sentido como costumava fazer quando ficava sem jeito? Ou ele tinha simplesmente travado? Ou, a mais improvável, mas melhor opção para um recém casal (porque sim, no meu coração eles já estavam noivos e eu seria o padrinho) eles tinham pulado o papo e estavam se conhecendo melhor... de outra forma?

— AAAAAAH eu queria tanto sem uma mosca nesses momentos. – Reclamei enquanto lavava a louça. – Se bem que moscas tem olhos demais e talvez eu visse mais do que o necessário.  – Existiam muitas coisas que eu não estava pronto para ver sobre Nico, mesmo que tomássemos banho juntos com certa frequência.

— Jason? – Fui chamado pelo ajudante do período da tarde. Seu nome era Connor e com muita frequência ele chamava seu irmão gêmeo idêntico Travis para substituí-lo, sendo assim eu nunca sabia com quem estava falando. – Tem um velho querendo falar com você, chamou seu nome completo e tudo.

Connor ou Travis havia dito isso de forma alta, então eu tenho certeza que seja lá quem estivesse me chamando tinha ouvido. Esses meninos tinham zero senso.

— O que deseja senh... – Eu não consegui terminar a frase. Na verdade, assim que vi a figura que me aguardava eu não sabia nem mesmo onde procurar minha voz. Aquilo só podia ser uma alucinação causada pela baixa temperatura.

O que raios o pai do Nico fazia ali?


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